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Pastor Sargento Isidório
Fundação Dr Jesus 34 anos
Foto: Acervo pessoal

Fundação Dr Jesus 34 anos

A Fundação Dr Jesus (FDJ) existe desde setembro de 1991, situado as margens da BR-324 no Distrito de Menino Jesus (Candeias), estaremos em breve inaugurando o 1º Hospital Terapêutico Especializado para tratamento de Dependentes Químicos do Brasil. A FDJ foi um sonho, uma visão que tive para realizar com a minha família. Um lugar que está sob o comando do Espírito Santo, realizado em gratidão a JESUS, por tudo que ELE fez em minha vida. Há 33 anos, eu era um lixo ambulante completamente dominado pelos meus vícios. 

Multimídia

Adolfo Menezes rejeita candidatura a federal e deixa vaga do TCE em aberto: “Tem mais tranquilidade”

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O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), comentou sobre as possibilidades para o seu futuro político. Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (22), o deputado negou a possibilidade de concorrer ao Congresso Nacional em 2026, mas deixou o caminho aberto para outra empreitada.

Entrevistas

Tássio Brito projeta eleições 2026, reforça unidade do PT e defende Rui Costa no Senado

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Ex-dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e militante com forte ligação ao MST, ele falou longamente sobre os desafios da legenda, as eleições de 2026, a importância da base aliada, a presença nos territórios e a renovação partidária.

setembro amarelo

Suicídios de idosos no Brasil superam o total do restante da população; Bahia representa 12% dos casos
Foto: Rafa

A vontade dos idosos, na maioria das vezes, não é de morrer, mas de acabar com o sofrimento. É o que explica o psicogeriatra Lucas Alves Pereira, médico psiquiatra com formação especializada na saúde mental da população idosa. Diversos levantamentos reforçam essa constatação.

 

Em 2021, a Universidade de São Paulo (USP) publicou uma pesquisa epidemiológica baseada em dados do Ministério da Saúde, referentes a 2012 e 2016, mostrando que a taxa média de suicídio entre idosos era 47,2% superior à média geral da população brasileira no período analisado.

 

Embora o estudo tenha sido publicado há alguns anos, os números permanecem altos. Um levantamento de 2023 feito pelo Umane: Observatório de Saúde Pública indicou que, entre pessoas com 65 anos ou mais, 374 idosos foram vítimas de suicídio, enquanto entre os indivíduos com até 64 anos o número foi de 325, 49 a menos. Os dados mostram ainda que mulheres representam cerca de 59% dos casos e homens, 40%.

Na Bahia, o padrão se mantém. Das 45 vítimas registradas pelo levantamento do Umane, 66% eram mulheres (30 vítimas) e 33% homens (15 vítimas). Entre as vítimas de 15 a 64 anos, o estado registrou 32 casos, o que representa aproximadamente 70% do número de suicídios entre idosos de 65 anos ou mais.

Para o psicogeriatra e professor de Farmacologia da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Lucas Alves Pereira, o risco elevado de suicídio entre idosos está ligado a fatores como perda de entes queridos e o isolamento social que a aposentadoria muitas vezes traz.

 

"A questão das perdas é significativa. Um grupo etário mais suscetível a perdas vê morrer amigos, cônjuges e, eventualmente, até filhos. O isolamento social nesse contexto pode gerar ou agravar a depressão nos idosos", explicou.

 

Um exemplo recente é o pai da apresentadora Ana Clara Lima, que comanda o reality musical Estrela da Casa, na TV Globo. Ayrton Lima, de 63 anos, começou a trabalhar como motorista de aplicativo para manter a mente ativa.

 

"Ele quis rodar por aí, dirigir, conversar com as pessoas. Ser motorista é um trabalho digníssimo. Ele adora. É importante para a cabeça dele", contou Ana Clara ao jornal O Globo.

 

Para reduzir esses números crescentes, tanto os especialistas quanto pesquisas epidemiológicas apontam a necessidade de melhoria em políticas públicas, campanhas educativas, observação de mudanças comportamentais nos idosos e melhor treinamento dos profissionais de saúde.

 

"Infelizmente, as políticas de saúde ainda têm deixado a desejar, e a incidência de transtornos mentais segue aumentando. Campanhas educativas são fundamentais. Observar alterações comportamentais, como a diminuição da capacidade de sentir prazer, é um passo importante para prevenção", concluiu o médico.

Setembro Amarelo: Entenda como a psicologia atua no acolhimento a vítimas de crimes violentos na Justiça
Foto: Marcos Santos / USP

A dimensão psicológica da dor é uma área cinzenta e ainda pouco explorada nos estudos das ciências sociais aplicadas. Na área do Direito e Justiça, o olhar estritamente factual afasta os processos judiciais do seu próprio sujeito, a vítima que sofre e/ou denuncia crimes violentos. No mês do Setembro Amarelo, em que às temáticas relacionadas a garantia da saúde mental e acolhimento psicológico são destacadas nas campanhas de saúde, o Bahia Notícias investigou os usos da psicologia jurídica e os mecanismos de acolhimento às vítimas de crimes violentos no âmbito da Justiça. 

 

A reportagem conversou com profissionais que atuam nessas instâncias diariamente para compreender de que forma as pessoas mais vulneráveis, vítimas de crimes com grande impacto psicológico, são tratadas e amparadas no judiciário baiano.

 

ACOLHIMENTO INICIAL 
Em conexão direta com a sociedade civil, o psicólogo Tadeu Ferreet, da Coordenadoria da Mulher, relata o trabalho realizado pela Casa da Mulher Brasileira no acolhimento primário das vítimas. 

 

A Casa da Mulher Brasileira é fruto de um projeto nacional, vinculado ao “Programa Mulher Viver Sem Violência” do governo Dilma Rousseff, que funciona como um centro de acolhimento às mulheres vítimas de violência, onde elas podem encontrar a Delegacia Especializada, o Juizado Especial, o Núcleo da Promotoria e da Defensoria Pública em um só lugar. Em Salvador, a Casa fica localizada na Avenida Tancredo Neves, no bairro do Caminho das Árvores. 

 

Em entrevista, Tadeu conta que a maioria das mulheres chega à Casa da Mulher já possuem conhecimento sobre o funcionamento dela, e todas passam por um núcleo de atendimento psicossocial. “Elas entram na casa através do psicossocial. A primeira vez que a mulher chega na Casa da Mulher Brasileira, ela obrigatoriamente passa pelo serviço do psicossocial e através do psicossocial, que faz uma triagem, ele encaminha essa mulher para a DEAM [Delegacia Especial de Atendimento a Mulher], ou para o Tribunal de Justiça, ou para o Ministério [Público] ou para a Defensoria [Pública]”, explica. 

 

O atendimento do Tribunal de Justiça na Casa acolhe as mulheres que já possuem processos relacionados a medidas protetivas ou violências diversas, assim como fornece informações aquelas que desejam acionar a Justiça. “A gente faz esse trabalho para o acompanhamento dos processos que elas já tenham ou para dar as informações necessárias, caso elas procurem a Casa da Mulher Brasileira através do Tribunal de Justiça para dar entrada ou solicitar uma medida protetiva”, sucinta. 

 

Ferreet conta que “o perfil da mulher que chega para a unidade do Tribunal de Justiça que funciona dentro da Casa é de mulheres pretas, com a faixa etária de 20 a 40 anos, muitas vezes mães solos, desempregadas, num nível de vulnerabilidade social, econômico e cultural muito grande”. 

 

O psicólogo, professor e palestrante detalha que o acolhimento psicológico no âmbito da Coordenadoria na Casa da Mulher funciona como um processo inicial de escuta e “estabilização” da vítima, para que ela possa dar seguimento os processos burocráticos. 

 

“Quando eu estou lá eu recebo essa mulher, faço a escuta em um ambiente seguro, seguindo as normas do nosso Conselho de Ética. Então, a gente faz a escuta, faz o acolhimento e  caso necessário, mesmo que essa mulher já esteja mais tranquila, mais calma e tenha a resposta daquilo que ela precisava, a gente faz o encaminhamento dela para uma sequência de inserções terapêuticas através do Centro de Referência Loreta Valadares, que funciona também dentro da Casa da Mulher Brasileira”, esclarece Ferreet.

 

“Mas o nosso atendimento ele é pontual, para que a gente entenda, compreenda e encaminhe. Se for necessário, a gente faz relatório”. Ele relata que os relatórios são padronizados e utilizados como registros em casos de adesão ou suspensão de medidas protetivas, por exemplo. 

 

Responsável pelo atendimento inicial e “pontual” de acolhimento, Tadeu reforça a necessidade da continuidade dos atendimentos, especialmente para vítimas de crimes violentos. “Dentro desse processo, essa mulher tem a possibilidade de voltar para o mercado de trabalho, de fazer curso de qualificação, de fazer cadastro de vagas de emprego, ela tem possibilidade de participar de rodas de conversa, de grupos de mulheres que passaram pela mesma situação. Então, aos poucos, essa dignidade, esse empoderamento, ele vai sendo apresentado a essas mulheres”, conclui. 

 

ASSISTÊNCIA SOCIAL E PSICOLÓGICA
O atendimento psicológico continuado pode ser realizado pelo Centro de Acolhimento Loreta Valadares, dentro da própria Casa da Mulher Brasileira, mas, para aquelas vítimas que já possuem um processo judicial em andamento, o Centro Especializado de Atenção às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais (CEAV), também vinculado ao Tribunal de Justiça da Bahia, realiza um atendimento contínuo a essas vítimas.

 

O Bahia Notícias entrevistou a psicóloga Cristina Goulart, responsável pela equipe de atendimento psicológico, e a juíza Maria Fausta Cajahyba, titular da 5ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Salvador e coordenadora do CEAV. Na gestão do Centro, Fausta ressalta que parte das varas do Tribunal possuem, em si mesmas, centros de acolhimento às vítimas. A atuação do CEAV é um canal especializado de atendimento, acolhimento e orientação às vítimas diretas e indiretas de crimes e atos infracionais.

 

“Ele é específico para qualquer tipo de vítima, seja vítima de crime e de ato infracional. A diferença é que ato infracional é quando o ato análogo a crime é praticado por adolescente. Mas para o atendimento podem ser as vítimas diretas, que são atendidas, e as vítimas indiretas, as pessoas impactadas pelo ato, como mãe, pai da vítima, pessoas que estão próximas. No caso de vítimas de homicídio, [a vítima atendida] é a família, vítima de desaparecimento também é a família. Então são as vítimas indiretas, além das vítimas propriamente ditas”, explica a magistrada. 

 

Inaugurado oficialmente em 2023, o Centro Especializado de Atenção às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais (CEAV) funciona na Travessa Marcelino, no bairro da Liberdade. O Centro pode acessado por qualquer pessoa vítima de um processo ou procedimento, seja na delegacia ou na esfera judicial. 

 

A juíza Fausta Cajahyba explica ainda que o trabalho do CEAV também possui um viés social, e não apenas terapêutico. Para o atendimento dessas vítimas, a coordenadora explica que “os casos podem ser encaminhados pelo juiz, ou a pedido das partes, a pedido do Ministério Público, mas o processo continua tramitando na vara.”

 

“É encaminhada a situação da vítima, porque isso não é um atendimento processual, é um atendimento de assistência e apoio. Quando o juiz encaminha uma vítima para lá, ela vai, se apresenta, diz que responde ao processo tal, com ofício e ela vai dizer a situação dela e a depender, ela pode ser encaminhada”, diz. Fausta cita um caso de agressão física, por exemplo. Neste caso, o CEAV aciona uma rede de apoio envolvendo hospital públicos, oferece informações sobre os direitos da vítima e a encaminha para o apoio psicológico. O mesmo vale para acesso a programas assistenciais, a exemplo dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), ou previdenciários. 

 

ACOLHIMENTO CONTINUADO
Já no que diz respeito ao atendimento psicológico e terapêutico, o CEAV realiza o direcionamento das vítimas ao Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc), onde atua a psicóloga Cristina Goulart, que coordena um grupo de profissionais da psicologia na unidade. 

 

“Somos um grupo de psicólogas que atendemos as pessoas que passam por pela Justiça Restaurativa, que são usuários da Justiça, que procuram a Justiça e estão em situação então de e buscando métodos compositivos da Justiça Restaurativa”, contextualiza. 

 

Ela explica que os atendimentos no Cejusc funcionam como um atendimento mais próximo e contínuo com a vítima. “O atendimento que a gente faz é para dar um suporte para esse novo momento que ela tá vivendo, crítico, de estar sendo vítima de uma situação de violência, e geralmente ela precisa de suporte para passar por esse momento, refletir e decidir o que ela vai querer da vida dela, o que ela busca e o que ela precisa fazer”, detalha Cristina. 

 

A coordenadora da equipe explica que o atendimento funciona como um acompanhamento terapêutico convencional, com sessões semanais, quinzenais ou mensais, sempre garantindo um acompanhamento contínuo que pode ser individualizado ou com atividades em grupo. 

 

A especialista explica que além do atendimento no Centro, a equipe pode dar suporte as vítimas no momento dos processos judiciais. “A gente dá um suporte também, muitas vezes, a mulheres que vão para a audiência, mas ela não querem ver o ex-companheiro. Então, hoje a maioria das juízas tem a sensibilidade de colocá-la numa outra sala, enquanto faz audiência com o suspeito e depois faz com ela, e muitas vezes [a juíza] pede para que a gente esteja presente para dar o suporte para ela, porque ela fica muito nervosa, com muito medo”, relata. 

 

Ao BN, a psicóloga do Cejusc indica que, atualmente, cerca de 20 profissionais atuam na rede multidisciplinar da unidade. Segundo ela, considerando o formato dos atendimentos, os pacientes acolhidos podem dar continuidade ao acompanhamento psicológico mesmo após o final do processo judicial, assim como também possuem a liberdade para abandonar o projeto quando quiserem. 

 

“A gente respeita muito a demanda da pessoa, a demanda da vítima”, afirma Cristina. Ela conta que existem diferentes perfis de pacientes. “Tem umas [vítimas] que entram, mas só querem é um acolhimento mesmo, ficamos um tempo lá, se está se sentindo mais segura, e bem, está retomando a vida e para ela já finalizou o processo. Tem outras que chegam a ficar às vezes 2 anos em atendimento”, relata. 

 

Além dos trabalhos com as vítimas, o Cejusc ainda realiza atendimentos educativos aos suspeitos, a exemplo de homens acusados ou condenados por crimes contra a mulher. O  Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas funciona no mesmo prédio que o CEAV, na Travessa Marcelino, em Salvador. 

 

ANÁLISE VERSUS ACOLHIMENTO 
Diferentemente dos profissionais que realizam acolhimento a vítimas de violência no âmbito do judiciário, outros profissionais da psicologia atuam na dimensão técnica e analítica dos processos judiciais. Para conversar sobre isso, o Bahia Notícias conversou com a psicóloga perita judicial e especialista em Análise Funcional do Comportamento, Normanda Vidal. 

 

A profissional, que atua em uma clínica especializada, é uma das psicólogas habilitadas pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). “Eu trabalho com a psicologia forense. Esse trabalho ele é feito por meio de perícia, quando nomeada pelo juiz, a gente faz experiências psicológicas e entrega laudos e estudos psicossociais para o juiz a pedido”, explica. “A depender da demanda e fora do sistema judicial, eu trabalho como psicóloga, assistente técnica jurídica, contratada por uma das partes para fazer produção de quesitos, pareceres técnicos, laudos psicológicos, relatórios, no enfoque judicial”, conclui.

 

A especialista ressalta a complexidade e a sensibilidade do tema no âmbito do judiciário: “A própria Justiça ainda está tateando, engatinhando nessa questão da percepção, análise e julgamento da violência psicológica. O que eu vejo na realidade é que tem medidas protetivas lançadas para proteger a mulher dessas violências psicológicas, porém, nas varas de violência, especificamente, a gente encontra uma adesão ao processo psicológico”, indica. 

 

“Mas na hora de prestar uma avaliação, no âmbito do processo, que configure esse estudo de nexo causal, ou seja, como esse trauma, esse foi causado ou foi piorado por uma violência psicológica entre parceiros, no caso, a gente não percebe que tem esse estudo muito bem estruturado, sendo utilizado da maneira como deveria”, completa Normanda. 

 

No caso dos processos judicias, a psicóloga detalha o funcionamento das suas frentes de atuação: “O juiz pode solicitar um estudo social, em caráter oficial e nesse caso eu agirei como uma psicóloga perita do juízo. Só psicólogos cadastrados no sistema do TJ-BA, estão aptos para serem nomeados pelos magistrados. Também pode ocorrer de uma das partes solicitar essa assistência técnica psicológica jurídica”. 

 

Especialista em “casos de difícil manejo”, ou seja, casos clínicos de difícil diagnóstico ou acompanhamento como transtornos de personalidade e entre outros, a profissional destaca que a lisura do processo, quando contratados em regime particular por uma das partes de um processo, é garantida por meio das cláusulas de contrato. 

 

A psicóloga cita, como exemplo, uma disputa judicial entre duas partes com relação a uma acusação de abuso sexual infantil. Em uma situação sensível como esta, Normanda defende a clareza no processo. Ela conta que já levou mais de dez meses investigando certos casos. “O que as pessoas precisam entender é que o psicólogo, assistente técnico, ele não é advogado do cliente. O advogado, o cliente já tem. O assistente técnico psicólogo não está ali para defender o cliente, para ser torcida organizada do cliente, para ser amigo do cliente. A gente está fazendo ali um processo avaliativo técnico, criterioso, sistemático, que precisa invariavelmente estar pautado pelo Código de Ética do psicólogo que nos garante autonomia e nos obriga a imparcialidade dos resultados”, destaca. 

 

Realizando um trabalho diferente dos colegas citados anteriormente, Normanda ressalta a importância de um processo cuidadoso de análise técnica psicológica: “Eu tenho um protocolo que foi se refinando nos últimos anos. São protocolos muito criteriosos, muito aprofundados, que tem várias etapas para entregar vários tipos de documentos para esse cliente posteriormente. A gente faz um processo longo porque chegam muito processos sensíveis para mim. Tem casos que eu levo 10 meses investigando a vida das pessoas, virando a vida delas do avesso para saber se aquela denúncia ela se confia, firma ou ela se refuta”, conclui. 

 

A inserção da psicologia no processo judicial é, para a juíza Fausta Cajahyba, uma tentativa da Justiça de se aproximar das vítimas dos processos. “Hoje em dia, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que é o órgão administrativo máximo do judiciário, tem se preocupado com essa atenção à vítima, coisa que não existia”, contextualiza. 

 

“Existia uma política pública para atenção e apoio às vítimas de crime de ato infracional, mas agora existem equipamentos para isso, porque hoje está-se dando mais voz à vítima, mais atenção à vítima. O sistema de justiça era muito preocupado em apenas punir o culpado, a vítima era ouvida somente para dar informação, para descobrir quem era o autor [do crime ou ato infracional]. Hoje a vítima está tendo voz, seja pelos movimentos da Justiça Restaurativa, seja pela própria preocupação do dos tribunais e do Poder Judiciário, mas principalmente, porque isso é uma obrigação ética, uma obrigação humana”, completa. (A reportagem foi atualizada às 14h para retificação de um dos cargos da psicóloga Cristina Goulart)

CAPS ainda enfrentam estigma e precarização do trabalho nos atendimentos pela Bahia, apontam pesquisadoras da Uefs
Foto montagem: Ronne Oliveira / Bahia Notícias

No mês dedicado à prevenção do suicídio e à conscientização sobre saúde mental, pesquisadoras da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) relatam ao Bahia Notícias (BN) a luta enfrentada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no interior da Bahia. Apesar de sua importância crucial para o tratamento de transtornos mentais, essas unidades ainda enfrentam desafios como o estigma social, movimentos políticos irresponsáveis e a necessidade de melhora em recursos.

 

Em entrevista ao BN, as especialistas enfatizam o papel da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), núcleo que integra os CAPS, oferece cuidados essenciais à população, mas enfrenta desafios estruturais e financeiros.

 

"A RAPS é a porta de entrada para um sistema amplo e fundamental de saúde, principalmente no interior. Ela oferece assistência em diversos níveis de complexidade, com serviços que incluem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas e unidades de acolhimento", explica Iandra Ferreira, enfermeira e pesquisadora da Uefs.

 

Já a pesquisadora Sinara Souza, líder em pesquisa, complementa que as desigualdades são evidentes no acesso aos serviços de saúde mental nas cidades baianas. "Cada município vive essa realidade de forma única. Enquanto cidades como Feira de Santana possuem uma rede mais estruturada, os municípios menores enfrentam desafios ainda mais profundos", destaca Sinara.

 

Segundo dados do Observatório de Saúde Pública (OSP), em 2024, a Bahia registrou centenas de internações por depressão, evidenciando a crescente demanda por cuidados especializados. No entanto, a precarização das condições de trabalho nos CAPS é um obstáculo direto para a eficácia do atendimento.

 

Veja mapa com dados sobre depressão no estado nos últimos anos:

 

 

"A precarização dos vínculos profissionais, com salários baixos e atrasos nos pagamentos, gera desmotivação, o que reflete negativamente no atendimento. Para garantir um cuidado adequado, é essencial que os profissionais também se sintam acolhidos pelo sistema", critica Sinara Souza.

 

Ainda é necessário observar o interior de 'modo amplo', não estamos falando de um estado pequeno com circunstâncias iguais. A especialista em enfermagem Iandra alerta que as realidades mudam muito, e os dados do OSP mostram isso.

 

Ao analisar a taxa de mortes por 100 mil habitantes, é possível observar que municípios de pequeno porte aparecem em altas classificações, sendo as lideranças na Bahia: Ibicaraí com 15, Morpará com 12,5, Pau Brasil 10,9. Logo atrás vêm Rodelas com 10,8, Itapebi com 10,3 e Mulungu do Morro com 10.

 

Em comparação, cidades grandes como Feira de Santana (0,7), Salvador (0,5) e Vitória da Conquista (0,6) têm taxas mais baixas. Embora de fato, haja mais unidades de saúde e, em números absolutos, mais casos nestes locais, não se pode simplesmente compará-los com os municípios menores, é o que as pesquisadoras salientam.

 

Veja em comparação:

 

 

"Os pequenos municípios, na verdade, em sua grande maioria, se agrupam para prestar o serviço e manter esse cuidado. Eu trabalhei em um local onde ele era mantido por três municípios, por meio de um consórcio. O financiamento é muito pouco, não é todo município que consegue manter um equipamento como esse, uma equipe multidimensional. Uma demanda gigantesca, o subfinanciamento de uma política cada vez mais urgente", explica a estudiosa de mestrado Iandra.

 

A doutora Sinara Souza complementa, alertando para os riscos de eleger pessoas incapazes de defender os interesses de bem-estar público, como já ocorreu no interior baiano.

 

"Quando falamos de consórcios, não podemos deixar de pontuar que existem questões políticas. Infelizmente, nem sempre os gestores entendem isso como sendo a melhor via. A gente [os baianos] tem muito ainda uma influência político-partidária que demonstra os serviços vigentes por conta dos conchavos de seu grupo. Como aconteceu em Riachão do Jacuípe, com o desmonte do CAPS Itinerante. Com a virada política, o prefeito removeu os recursos e demitiu o enfermeiro", alerta a doutora.

 

O caso do CAPS Itinerante marcou a política de Riachão de Jacuípe, na região metropolitana de Feira, um município que, segundo o Censo do IBGE de 2022, tinha 33 mil habitantes, sendo que 15 mil, ou seja, quase metade dos habitantes, viviam em área rural, sem acesso adequado a equipamentos de saúde.

 

O projeto criado por um enfermeiro da Uefs era simples: levar uma unidade móvel do CAPS e prestar atendimentos justamente para essa população. A ideia foi elogiada pela comunidade acadêmica, além de elogiada pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-BA), justamente por mostrar a importância do apoio psicossocial nas partes mais remotas da Bahia.

 

O problema é que, com as últimas eleições municipais, o projeto local perdeu as principais lideranças e decaiu na qualidade do serviço. Mais uma vez, a política teria afetado uma boa ideia de desempenho da saúde, como alerta a professora:

 

"Ainda corremos esse risco de políticos desmontarem bons trabalhos, tirarem recursos e, às vezes, colocarem pessoas para trabalhar que não são especialistas da área", avisa a doutora.

 

Vale salientar que em junho deste ano, a Bahia contava com 281 CAPS, sendo 18 unidades voltadas para o tratamento de dependência de álcool e outras drogas, 12 para crianças e adolescentes e 205 para municípios com até 15 mil habitantes.

 

No entanto, a rede ainda enfrenta limitações significativas, como a ausência de unidades de acolhimento para adultos e a falta de unidades CAPS III, que oferecem atendimento 24 horas.

 

‘CAPS NÃO É MEME’
Outro ponto crítico é o estigma que ainda cerca os usuários do sistema. "A sociedade precisa entender a importância da atenção à saúde mental, especialmente no interior baiano. Existe uma violência simbólica contra aqueles que frequentam os CAPS, o que dificulta a aceitação e o acolhimento adequado dessas pessoas", ressalta Sinara Souza.

 

Unidades localizadas em Feira de Santana chegaram a criar uma campanha de conscientização sobre a importância dos CAPS. A professora alerta que ainda há um desconhecimento claro sobre como os usuários do CAPS precisam ser vistos como cidadãos que merecem atendimento além destas unidades.

 

Imagem da unidade em Feira de Santana Foto: Reprodução / Ed Santos / Acorda Cidade

 

"As redes sociais têm muitos memes que se referem ao CAPS de uma forma irônica, o que a gente entende que na realidade é uma violência. Ainda falando dos gargalos da saúde mental, essa campanha tem relevância e o usuário do CAPS é um serviço de saúde. Às vezes eles não conseguem usar os serviços de saúde. Se o indivíduo tem transtorno mental, hipertensão e diabete, ele tem que ser atendido nas unidades de atenção básica", alerta a pesquisadora.

 

Além dos CAPS, a Bahia conta com os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), casas destinadas a pessoas com transtornos mentais que passaram longos períodos internadas em hospitais psiquiátricos. No estado, há 5 unidades SRT I e 12 unidades SRT II, ainda insuficientes para atender a demanda.

 

Esses dados apontam para uma estrutura relevante, mas com lacunas críticas que precisam ser resolvidas para garantir um atendimento mais eficaz e humano à população em sofrimento psíquico, especialmente em tempos de aumento dos casos de transtornos mentais, como a depressão. O setembro amarelo reforça, mais uma vez, a urgência de um cuidado digno e acessível para todos.

Setembro Amarelo: SEI divulga dados atualizados para prevenção ao suicídio no estado
Foto: Divulgação/Ascom/SEI

A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apresentou a atualização do painel de dados sobre suicídios na Bahia. A iniciativa é realizada anualmente pela SEI de modo a contribuir com o Setembro Amarelo, campanha nacional de conscientização e prevenção ao suicídio, oferecendo informações sobre esse grave problema de saúde pública. 

 

Os principais resultados apontam que na Bahia, em 2023, foram registrados 902 casos de suicídios. O número representa um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior (2022). A taxa de vitimização por 100 mil baianos saiu de 5,7 para 6,0 no ano de 2023, ou seja, seis baianos a cada 100 mil foram vítimas de suicídios em 2023.

 

No decorrer dos últimos 23 anos, é possível observar que os suicídios são um fenômeno em expansão no estado e que se intensificaram a partir de 2019.

 

A análise do perfil da vítima de suicídio aponta para algumas observações importantes. A primeira delas é de que os homens têm um maior risco de vitimização. Em 2023, em termos proporcionais, 83,3% das vítimas eram homens, enquanto as mulheres representavam 16,7%. Quando analisada a idade da vítima, os adultos (de 30 a 59 anos) eram a maior parte dos casos (54,3%), seguidos de jovens (25,6%), idosos (19,2%) e crianças (0,9%). Outro padrão observado é a concentração de casos entre as vítimas solteiras (66,6%). Já os casados eram 20,7%.

 

O trabalho aponta que um terço das vítimas era trabalhador agrícola. Essa última observação não é um padrão exclusivo da Bahia, considerando que existem estudos internacionais apontando o alto número de suicídios em regiões intensivas em produtividade agrícola, a exemplo de países como Estados Unidos, África do Sul e China.

 

As informações do painel de dados sobre Suicídios na Bahia são extraídas dos microdados da base de registros da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), sistematizadas a analisados pela Diretoria de Indicadores e Estatística da SEI.

Setembro Amarelo: Capital baiana divulga programação de conscientização sobre saúde mental
Foto: Divulgação / PMS

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgou, neste domingo (1°), a programação da  campanha Setembro Amarelo, centrada em alertar e conscientizar a população de Salvador sobre a importância do tema. As atividades estão programadas nas unidades e equipamentos de saúde mental, envolvendo usuários, familiares e também os profissionais que atuam na rede de Atenção Primária.

 

Com relação aos serviços de saúde mental, a SMS informa que o atendimento ocorre através da Rede de Atenção Psicossocial no município o ano inteiro. Para ter acesso ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps), o usuário deve procurar uma unidade básica de saúde mais próxima da residência para acompanhamento preventivo, uma vez que a atenção primária é a porta de entrada prioritária do Sistema Único de Saúde, ou ir diretamente a um Caps.

 

A rede municipal conta com 20 Caps e três Centros de Saúde Mental (ambulatório especializado). Para casos de emergências, Salvador possui um Pronto-Atendimento Psiquiátrico que funciona 24h no 5° Centro de Saúde Clementino Fraga, no Vale dos Barris, e duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com atendimento psiquiátrico 24h: Santo Antônio/Cidade Baixa e Valéria. 

 

Após alta do atendimento de emergência, considerando a demanda de continuidade no atendimento assistencial, a pessoa pode ser encaminhada ao Caps mais próximo de onde reside.

 

Confira a programação completa do Setembro Amarelo:

Dia 2/9 (segunda-feira) - Caps II Liberdade

Atividade: “Saúde em Foco", que visa trabalhar a temática junto aos usuários da unidade através de palestras, trechos de filmes e músicas.

 

Dia 4/9 (quarta-feira) - Caps II Adilson Sampaio

Atividade: “O que significa o Setembro Amarelo para você?" visa estimular a livre produção (palavras ou artes) e a participação dos usuários sobre os seus próprios afetos e entendimentos, com a utilização de materiais para produzir itens para a decoração dos ambientes. Participam da ação usuários dos serviços participantes das oficinas propostas.

 

Dia 4/9 (quarta-feira): Caps II Águas Claras

Atividade: Oficina de Cinema com o filme "As vantagens de ser invisível", às 9h, que pretende tratar o tema do suicídio junto a usuários e familiares do serviço.

 

Dia 6/9 (sexta-feira) - Caps II Adilson Sampaio (Caminho de Areia)

Abertura das atividades do mês Setembro Amarelo com aula de zumba e café da manhã para o público em geral, com o objetivo de estimular as atividades físicas e a dança em grupo como medida terapêutica, além do incentivo às interações interpessoais.

 

Dias 4, 9, 11 e 18: CSM Rubim de Pinho (Bonfim)

Atividade: “Valorização da Vida”, com sala de espera e grupo sobre o tema, voltado para pacientes do Rubin de Pinho e da Farmácia.

 

Dia 6,13 e 20/9, às 8h - CSM Aristides Novis (Engenho Velho de Brotas)

Atividade: “Música em cartaz”, com projeção de vídeo com letra e áudio da música escolhida para trabalhar o tema Setembro Amarelo, permitindo espaço para arte e para a sonoridade como forma terapêutica, utilizando a música como instrumento psicopedagógico junto a usuários e acompanhantes.

 

Dia 9/9 (segunda-feira) - Caps AD III Gey Espinheira (Campinas de Pirajá)

Atividade: Oficina de redução de danos que visa discutir o tema e oferecer informações sobre o Setembro Amarelo para usuários e familiares.

 

Dias 9, 10, 16 e 17/9: Caps II Liberdade

Atividade: “Grupo de artesanato e Pintura”, com confecção de pinturas em telas, cartazes, faixas em alusão ao Setembro Amarelo pelos usuários do Caps II Liberdade.

 

Dia 11/9 (quarta-feira) - Caps II Adilson Sampaio (Caminho de Areia)

Atividade: “Como está a sua saúde mental?", com atividades dinâmicas em salas de espera nas UBS e USFs do território em conjunto com os agentes comunitários de saúde, e rodas de conversa sobre o que vem a ser e como podemos prevenir o adoecimento mental, voltadas para usuários e profissionais.

 

Dia 12/9 (quinta-feira) - Caps II Adilson Sampaio (Caminho de Areia)

Atividade: "Práticas Integrativas no cuidado com a saúde mental", que envolve roda de conversa sobre o tema Saúde Mental, técnicas de alongamento, e de relaxamento e estímulo ao autocuidado com sessões de auriculoterapia. Podem participar todos os usuários que se interessarem e extensivo aos principais cuidadores.

 

Dias 12 e 19/9 - Caps II Liberdade

Atividade: “Oficina da Horta”, com produção de sementes de girassol e confecção de cartões pelos usuários e comunidade em alusão ao tema do Setembro Amarelo para serem distribuídas na caminhada pela região.

 

Dia 16/9 (segunda-feira), às 9h - Caps II Águas Claras

Atividade: "Grupo de Bom Dia", com roda de conversa sobre Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio para usuários e familiares.

 

Dias 17 e 26/9 pela manhã - CSM Oswaldo Camargo (Rio Vermelho)

Atividade: “De olho nos sintomas”, com roda de conversa, escuta dos usuários e abordagem sobre sinais suicidas, além de construção de um painel pelos assistidos da unidade.

 

Dias 19 e 27/9 - Caps II Adilson Sampaio (Caminho de Areia)

Atividade: “O que é um Caps?", realização de atividades dinâmicas sobre o que é e para quem se destinam os Caps e quando buscar ajuda para o equilíbrio da saúde mental, voltadas para todo o público presente nas UBS e USFs do Distrito Sanitário Itapagipe, e nas salas de espera do Caps para os usuários.

 

Dia 20/9 (sexta-feira), às 8h - Caps II Oswaldo Camargo (Rio Vermelho)

Atividade: “Caminhada da Semana Integra Caps”, com saída do Caps Oswaldo Camargo ao deck da Praia da Paciência para exercícios de alongamento, meditação e relaxamento, visando promover saúde e ampliação de repertório social no território, valorização da vida e do bem-estar individual e coletivo.

 

Dia 23/9 (segunda-feira) - Caps II Liberdade

Atividade: “Caminhada Setembro Amarelo", a ser realizada com usuários e comunidade nas ruas do entorno do serviço, no IAPI, apresentando a produção dos grupos da horta, artesanato e pintura, com o objetivo de falar sobre o Setembro Amarelo.

 

Dia 23/9 (segunda-feira) - Caps II Liberdade

Atividade: “Grupo Divirta-se e Capoeira”, para proporcionar aos usuários atividade lúdico-terapêutica através da expressão do grupo da capoeira, no Parque da Cidade, no Itaigara.

 

Dia 24/9 (terça-feira) - Caps II Águas Claras

Atividade: “Sarau e Coral das alunas do Colégio Edvaldo Brandão”, com o objetivo de integrar os usuários do serviço e familiares com a comunidade, e oferecer acesso à cultura e entretenimento, promovendo saúde mental como fator protetivo de prevenção ao suicídio.

 

Dia 26/9 (quinta-feira), às 9h: Caps II Eduardo Saback (Pernambués)

Atividade: Sarau artístico “A vida é boa com você”, que visa reafirmar as conexões afetivas e sociais como elementos de fortalecimento e reabilitação psicossocial. Nessa data, serão realizadas ações artísticas e expressivas como estratégia de autocuidado para usuários, familiares e comunidade.

 

Dia 26/9 (quinta-feira), às 9h: Caps I Meira Lessa (Piatã)

Atividade: Caminhada pela vida com usuários da unidade e familiares, no trecho de orla entre Jaguaribe e Piatã, para promover a conscientização e o apoio em relação às questões de saúde mental e prevenção ao suicídio. Busca também celebrar a vida, conscientizar sobre a Saúde Mental, reduzir o estigma, oferecer apoio e solidariedade, promover recursos e prevenção.

 

Dia 26/9 (quinta-feira) - Caps II Liberdade

Atividade: “Roda de conversa” com usuários e familiares para trabalhar a temática da prevenção ao suicídio junto com a equipe de psicólogos através de uma oficina verbal.

 

Dia 27/9 (sexta-feira), às 8h - CSM Aristides Novis (Engenho Velho de Brotas)

Atividade: “Sarau Setembro Amarelo”, com apresentação de manifestações artísticas e culturais por usuários, profissionais e convidados da unidade, com o tema principal Valorização da Vida, para usuários do serviço, profissionais e convidados.

 

Dia 27/9 (sexta-feira), às 9h - Caps AD Pernambués

Atividade: “Sextouuuuuu” - Karaokê itinerante a ser realizado no CSM Aristides Novis em alusão ao Setembro Amarelo, que será realizado pelo Caps Ad Pernambués e CSM Aristides Novis, para possibilitar momento de reflexão sobre a vida, através da música.

 

Durante todo o mês – Caps II Garcia/Ufba

- Segunda, quarta, quinta e sexta (manhã/tarde): Ação de intensificação da informação sobre prevenção ao suicídio nos grupos e oficinas da unidade junto aos usuários, familiares e profissionais.

- Durante o mês: Qualificação dos profissionais da unidade acerca do manejo na crise suicida e temas afins.

-Durante o mês: Distribuição de panfletos e cartazes informativos para usuários e familiares.

 

Segunda quinzena do mês - Caps IA Liberdade

Atividade: “Cinema Amarelo” - Sessão de cinema com usuários e familiares (momentos diferenciados entre ambos os grupos) com proposta de discussão sobre a temática da promoção da saúde mental e do autocuidado.

 

Semanalmente - Caps II Águas Claras

Atividade: abordagem do tema nos Grupos de Referência para trazer o tema de valorização da vida, através de dinâmicas de grupo, aos usuários e familiares do serviço.

Setembro Amarelo: Transtorno de ansiedade têm tipos e impactos variados na saúde de pacientes
Foto: Reprodução Redes Sociais

O número de pacientes que sofrem com transtornos de ansiedade atingiu a marca de mais de 58 milhões em todo o mundo, de acordo com dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). A enfermidade tem sido uma das principais relatadas e diagnosticadas, segundo explicaram especialistas ao Bahia Notícias. 

 

Apesar de estar relacionada com o sentimento de antecipação ao futuro, que gera tensão, a ansiedade é avaliada por psicólogos e médicos psiquiatras como um transtorno caracterizado por prejudicar o desenvolvimento de qualquer das atividades diárias e o bem-estar do indivíduo. 

 

Segundo a psicóloga e conselheira do XVII Plenário do Conselho Regional de Psicologia da Bahia, Ana Paula Carregosa, existem variados tipos de ansiedade que podem causar diferentes impactos na saúde mental e até física de pacientes. 

 

“Quando a gente tem ansiedade, a gente tem uma dificuldade de se concentrar naquilo que era para estar fazendo, pois se eu estou pensando naquilo que pode acontecer ao invés de estar no presente, acaba focando nesse futuro. Pode também gerar esse medo, essa angústia, uma agitação motora e psíquica. Então esses pensamentos aceleram uma hiperatividade. É uma preocupação exagerada, podemos também nos isolar então. Por exemplo, já que eu estou com essa preocupação, esse receio, esse medo que é desproporcional e funcional de um julgamento de uma outra pessoa. Eu posso não querer trabalhar mais naquele local dentre outras coisas”, explica Carregosa. 

 

O transtorno pode ainda ser uma consequência de outros transtornos mentais, como a depressão, por exemplo. O oposto também pode acontecer: a ansiedade desencadear uma depressão e ser uma das causas do suicídio. Além dos impactos mentais, efeitos na saúde física também podem acontecer. 

 

“A ansiedade envolve respostas tanto cognitivas, afetivas e fisiológicas. [...] Ela pode acarretar em insônias fortes onde as pessoas não conseguem dormir, tensão muscular, exagero no apetite ou até falta dela, além de náuseas e diarreia e boca seca, respiração acelerada e falta de ar, calafrios, suor e tremores e taquicardia e dores no peito”, disse o psiquiatra, Antônio Pedreira. 

 

SINTOMAS E TIPOS 

Os especialistas explicaram ainda ao Bahia Notícias que alguns sinais psicológicos e físicos podem indicar o transtorno, como medos extremos, preocupações constantes e crises de choro.

 

“A gente pode estar falando de inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, dificuldade de se concentrar, perturbações do sono entre outros. O coração também, ataque cardíaco, ofegação, respiração ofegante suor entre outros”, apontou Ana Paula. 

 

Além disso, o transtorno ainda pode ter diferentes tipos, conforme explicou a psicóloga. 

 

“Dentro dessa quantidade de transtorno de ansiedade existem alguns tipos de transtornos de ansiedades, como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade de separação, mutismo seletivo, fobia específica, transtorno de ansiedade social, pode ser, por exemplo, a pena de desempenho, transtorno de pânico, agorafobia e outros transtornos de ansiedade”, completou. 

 

Mesmo sendo considerado como uma epidemia pelos especialistas, a doença não possui cura, mas existem tratamentos como formas de controlar as crises de ansiedade, como a terapia, a prática de atividades físicas e o uso de medicamentos em alguns casos específicos.

Bahia registrou 850 suicídios em 2022; maioria dos casos é de homens
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apresentou a atualização do painel de dados sobre suicídio na Bahia em referência a campanha nacional de conscientização e prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo. As informações são extraídas dos microdados da base de registros da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), sistematizadas a analisados pela Diretoria de Indicadores e Estatística da SEI.

 

Os principais resultados do painel apontam que na Bahia, em 2022, foram registrados 850 casos de suicídios, cerca de 1,0% a mais em relação a 2021. O relatório afirma ainda que é possível observar que os suicídios são um fenômeno em expansão no estado nos últimos 22 anos e que se intensificaram a partir da segunda metade desse período. Comparando os triênios de 2017-2019 com 2020-2022, observa-se um aumento expressivo de 29,8%.

 

O técnico responsável pelo painel, Jadson Santana, ressalta que o crescimento ocorreu juntamente com a disseminação da pandemia “Esse último período foi quando a pandemia da covid-19 se manteve mais intensa no Brasil. Diante disso, diversos desdobramentos da pandemia sobre a vida social podem ser aventados. No entanto, não é possível afirmar que essa expansão do número de suicídios dos últimos anos foi em função exclusivamente dos efeitos nocivos da pandemia de covid-19, haja vista a tendência de crescimento já observada desde o início da série histórica”, explica. 

 

Além do crescimento no número absoluto de casos, as taxas de vitimização confirmam a expansão desse fenômeno no estado. No ano 2000, foram 1,5 vítimas de suicídio a cada 100 mil baianos. Já em 2022, esse indicador saltou para 5,7, o que sinaliza para um aumento de mais de cinco vezes da taxa de vitimização por suicídios na Bahia.

 

No que diz respeito à análise de perfil das vítimas, o painel relata que os homens têm maior risco de vitimização por suicídios. Em 2022, de cada dez vítimas, oito eram homens, número que corresponde a 82,2%. Em relação a idade das vítimas, os adultos (de 30 a 59 anos) representavam a maior parte dos casos: 59,5%. Outro padrão observado é a concentração de casos entre as vítimas solteiras. Pouco mais de 58,9% se encontravam nesse estado civil. Já os casados eram 17,4%.

 

Por sua vez, os aspectos situacionais apontam para padrões de ocorrência dos suicídios. Em 2022, de cada dez casos de suicídios na Bahia, aproximadamente, seis deles ocorreram dentro do domicílio da vítima. Sendo que, por outro lado, em torno de 35%, referem-se a tentativas de suicídios em outros espaços e que o óbito ocorreu em alguma unidade de saúde.

 

Os enforcamentos respondiam pela grande maioria dos casos. Apenas em 2022, o enforcamento representava 7 em cada 10 casos de suicídios. Porém, esse padrão apresentava algumas variações de acordo com o gênero da vítima. Mesmo sendo a principal causa de vitimização, entre as mulheres, os enforcamentos representavam metade dos casos, abrindo espaços para vitimização por intoxicação (de sólidos, líquidos e fármacos). Enquanto que entre os homens, os enforcamentos alcançavam 76,3% dos casos e as armas de fogo (6,0%) apareciam em destaque quando comparadas a outras causas.

 

O reconhecimento de um padrão de ocorrência e de vitimização diz respeito ao perfil da vítima e aos fatores situacionais da ocorrência, tal como a escolha do método e o acesso a determinados instrumentos. A identificação desses fatores visa apontar para as condições em que há um aumento do risco de ocorrência desses eventos. 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Esta coluna teve acesso a um áudio preocupante sobre uma demanda da coroa e da pré-coroa. E sobrou pra Vovô resolver o problema. O Soberano tentou até passar uma imagem de cachaceiro, mas uma escolha no seu vídeo revelou logo a verdade. Enquanto isso, quem se aproxima de Gargamel? O Doido! E Selfie segue fazendo vítimas com sua indicação questionável - mas também, fica se preocupando com os investimentos errados... Saiba mais!

Pérolas do Dia

Grazi Massafera

Grazi Massafera
Foto: Instagram

"Me praguejou". 


Disse a atriz Grazi Massafera ao relembrar um episódio delicado no início da carreira. Prestes a viver a primeira vilã na trama 'Três Graças', que irá substituir 'Vale Tudo'. A a ex-BBB contou em entrevista ter sido maltratada por colegas de elenco no início da profissão.
 

Podcast

Ex-presidente da AL-BA, deputado Adolfo Menezes é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira

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O Projeto Prisma recebe o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), na próxima segunda-feira (22).

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