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A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) lançou licitação para elaboração do projeto básico de requalificação da Avenida General San Martin, em Salvador. A via é uma das mais importantes, para ligar os bairros da Liberdade e Fazenda Grande do Retiro. O projeto será financiado pelo Novo PAC.
De acordo com o órgão, estão previstas intervenções de micro e macrodrenagem, requalificação viária e requalificação urbana ao longo da avenida, que conecta diretamente as avenidas Barros Reis e Afrânio Peixoto.
Segundo a entidade, a ideia é resolver os problemas de alagamentos, congestionamentos e degradação da infraestrutura, para garantir fluidez no trânsito e qualidade de vida à população.
“Há anos a Avenida San Martin enfrenta problemas sérios de infraestrutura, com alagamentos e trânsito ruim para quem circula ali todos os dias. E, por ser uma importante via de ligação para as comunidades do Curuzu, Pero Vaz e Alto do Peru, ela cumpre uma função estratégica para o tráfego na região e para o acesso a áreas centrais de Salvador. Por isso, esse projeto que estamos iniciando é tão necessário", explicou o presidente da Conder, Zé Trindade.
A Conder anunciou ainda que soluções de paisagismo, acessibilidade, iluminação pública, sinalização viária, gerenciamento de resíduos e eventual necessidade de desapropriações, também estão na proposta. O projeto deve ser apresentado na metodologia BIM (Modelagem da Informação da Construção), para promover maior integração, melhor tomada de decisão e economia de custos.
A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) assinou a licitação que prevê a elaboração do projeto de reforma da Lagoa do Abaeté, em Salvador. A empresa responsável pelo planejamento de requalificação do local é o Consórcio JCA Parque do Abaeté Art Projetos Construções e Serviços Ltda, sob o valor de R$ 5,11 milhões. O acordo foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (6).
De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, a expectativa da gestão estadual é que a primeira ordem de serviço para a reforma do Abaeté ocorra ainda neste mês de agosto. As obras serão executadas pela própria Conder.
A autorização de abertura de licitação foi emitida pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) em março deste ano. Segundo fontes do BN, a contratação da empresa só poderia ocorrer após um prazo de 90 dias.
“Assinou contrato essa semana. Lançou na Abaeté a autorização para licitação em março, daí temos que aguardar um prazo de 90 dias mais ou menos. Agora no mês de agosto pode ser que tenha a ordem de serviço para poder começar as obras”, contou o interlocutor.
Segundo a gestão estadual, a Lagoa do Abaeté será totalmente reformada, recebendo intervenções nas áreas das lojas, restaurantes, bares, lanchonetes e banheiros. Além disso, o governo também prevê a requalificação da área do estacionamento, recuperação das estruturas de cobertura, fechamento de parte da área do parque e iluminação.
O IMBRÓGLIO NA ABAETÉ
Em março de 2023, o Bahia Notícias conversou com interlocutores envolvidos na reforma da Lagoa do Abaeté. Na ocasião, foi explicado que a requalificação do espaço era dificultada por dois fatores: uma disputa religiosa e um embate político entre a gestão estadual e a municipal.
Primeiro, a Lagoa do Abaeté convive com uma disputa religiosa entre crenças de matriz africana e evangélicos. Historicamente, o espaço foi ocupado por candomblecistas e umbandistas. Porém, mais recentemente, o local também tem sido reservado para cultos evangélicos, o que causou diversos embates.
O segundo ponto é que, apesar da responsabilidade pela Lagoa de Abaeté pertencer à gestão do estadual, há áreas do entorno que pertencem à prefeitura de Salvador. Logo, a revitalização da região teria que passar por uma espécie de parceria entre o Executivo municipal e o governo do estado (relembre aqui).
A tradicional Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa, em Salvador, vai passar por mais melhorias. Nesta quarta (17), o governador Jerônimo Rodrigues autorizou o início da segunda etapa das obras de requalificação do importante mercado popular. As novas intervenções ficarão a cargo da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), em parceria com a Secretaria de Turismo do Estado (Setur).
O projeto de requalificação inclui a construção de um galpão de carnes e vísceras, 16 blocos de comércios variados, estacionamento e uma via perimetral, com calçadão, na borda da Baía de Todos-os-Santos. A previsão é de que, nesta segunda etapa, os serviços durem 20 meses.
“A Feira de São Joaquim tem uma sintonia direta com a zona rural de grandes partes do município da nossa Bahia. Vamos acompanhar o passo a passo dessa obra. Quero garantir o nosso esforço e agradecer, em especial, a cada feirante, cada um que trabalha aqui, carregador de feira, vendedor de cafezinho, que a gente possa entender que isso é o melhor que temos”, afirma o governador.
Serão entregues 407 boxes, 116 bancas e 53 pallets totalmente renovados. Quase 500 feirantes se beneficiarão, conforme conta o presidente da Conder, José Trindade. “Hoje, o governador Jerônimo escreve mais um capítulo da história vitoriosa de São Joaquim. Aqui é um lugar que tem muita cultura, muita religião e muito comércio”, ressalta ele.
Ao todo, serão mais de nove mil metros quadrados de área requalificada, iniciando da parte já reformada, seguindo em direção ao ferry-boat. O investimento ultrapassa R$ 41,2 milhões. Os mais variados produtos, como ervas, frutas e verduras, além itens religiosos, roupas, artesanatos e objetos de decoração, continuarão a ser vendidos, porém em outra estrutura.
Para que a feira não pare durante as obras, foi construído o Galpão Água de Meninos, que vai receber, temporariamente, os permissionários. A medida foi comemorada por Eliene da Cruz, que trabalha há mais de 40 anos em São Joaquim: “vai melhorar em muita coisa, principalmente com esse tempo de chuva, que traz muita lama. A higiene vai ficar melhor. Com essa reforma, vai ficar tudo novinho, tudo limpinho. E, durante as obras, ficará tudo no controle, para, quando voltar, ser melhor ainda”.
Para a preparação do galpão que irá receber os feirantes provisoriamente, foram investidos R$ 4 milhões. O recurso abrangeu a ampliação da via de acesso ao ferry-boat, acrescentando duas faixas a mais e contribuindo para organizar a fila de carros do terminal.
Aliado ao comércio, a feira carrega, também, o perfil sociocultural. Assim, servirá, cada vez mais, como um espaço de lazer para os soteropolitanos e turistas.
“A Feira de São Joaquim é um ponto de abastecimento comercial da região metropolitana, mas é, ainda, um grande centro cultural e um dos principais pontos de atração turística da cidade do Salvador. O investimento do Estado aqui vai incrementar o fluxo turístico de Salvador. Nós temos aumentado a ocupação hoteleira da capital por conta de ações como essa, feita pelo Governo, somada a nossa prospecção de voos para cá”, sinaliza o secretário do Turismo, Maurício Bacelar.
Primeira etapa?
Na primeira etapa do projeto de requalificação da Feira de São Joaquim, também conduzida pela Conder, o espaço recebeu a padronização das instalações físicas, execução do pátio de carga e descarga e passeio com rampas de limpeza. Houve, ainda, dragagem e aterro, recomposição do quebra-mar e instalação de um píer flutuante para receber as embarcações com turistas e mercadorias na Enseada de São Joaquim.
História
Na década de 30, a Feira de São Joaquim se chamava Feira do Sete, por ficar próxima ao sétimo armazém das Docas, do Porto de Salvador. Com a modernização do ancoradouro, o comércio a céu aberto teve de mudar de endereço e passou a se chamar Feira de Água de Meninos. Em 1964, o local sofreu um incêndio que a destruiu completamente e, somente após a reconstrução – também na década de 60 –, recebeu o nome atual. Hoje, ela funciona todos os dias, das 5h às 17h.
A requalificação da orla de Pituaçu foi vistoriada pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), e membros do executivo municipal durante a manhã desta quinta-feira (6). Com previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2024, a intervenção está com os serviços de pavimentação em andamento e possui 90% do sistema de drenagem concluído.
O prefeito Bruno Reis afirmou que a obra alcançará 3,5 km de extensão e terá R$ 135 milhões em investimento, com recursos da própria prefeitura.
“Este o maior trecho de orla em revitalização, que irá da Boca do Rio a Piatã, passando por Pituaçu, Patamares e Jaguaribe. Com as obras avançadas, viemos conferir o andamento delas e tomar algumas decisões com relação à execução. Esta será uma das orlas mais bonitas da cidade. Vamos trabalhar para entregá-la o quanto antes para a população”, afirmou.
Também participaram da vistoria a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, o titular da Secretaria de Manutenção (Seman), Lázaro Jezler, e o diretor da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), Orlando Castro.
O PROJETO
Com projeto elaborado pela FMLF e execução feita pela Sucop, a requalificação da orla de Pituaçu está dividida em duas fases, uma entre a Rua Carimbamba e outra do lado da Av. Octávio Mangabeira.
A iniciativa prevê a implantação de um parque linear integrado fisicamente ao Parque de Pituaçu, com diversas opções para o lazer. Dentre os equipamentos urbanos previstos para a região está a implantação de 25 quiosques, sendo 13 unidades para utilização como bares e restaurantes, seis para venda de coco verde e seis para baianas de acarajé.
Além disso, o projeto contempla a construção de três unidades de academias ao ar livre; quatro parques infantis; requalificação de quadras de beach tênis, de futsal com grama sintética, além de uma contenção em alvenaria de pedra.
A obra implicará ainda no ordenamento de mobilidade na região, com adequações na orla marítima para o uso recreativo, trabalhando na recuperação e implantação de novos espaços para o conforto de pedestres, ciclistas e automóveis.
Para atender questões de acessibilidade, lazer e serviços comerciais, o projeto prevê ainda a criação de calçadões e rampas de acesso integradas, além da renovação da pavimentação, seja no asfalto ou nas calçadas de concreto lavado. Está prevista também a criação de uma ciclovia, o aumento de vagas de estacionamento, pontos e baias de ônibus, sinalização de trânsito e iluminação pública em LED.
O Polo Industrial de Camaçari será totalmente requalificado pelo Governo do Estado. O assunto foi debatido em reunião nesta semana entre os secretários Luiz Caetano, de Relações Institucionais, Sérgio Brito, de Infraestrutura, e Angelo Almeida, de Desenvolvimento Econômico.
Além do Polo Industrial de Camaçari, um dos mais importantes da América Latina, serão reformados também outros centros industriais, como os de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, o Centro Industrial de Aratu (CIA), além de distritos industriais em Jequié, cujas cobras já estão em andamento, e Feira de Santana.
No total, devem ser investidos quase R$ 100 milhões. No Polo Industrial de Camaçari, as obras envolvem requalificação total das vias, com recapeamento e pavimentação, iluminação e outras intervenções.
Ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano comemorou a notícia. "As obras devem ser anunciadas muito em breve pelo governador Jerônimo Rodrigues, que determinou uma atenção especial do governo ao setor industrial do nosso estado", afirmou.
Titular da Seinfra, Sérgio Brito destacou que as obras no Polo Petroquímico de Camaçari devem começar em até 90 dias. "Será uma requalificação completa para deixar esse importante complexo industrial muito melhor do que se encontra atualmente", falou.
Neste 29 de março, aniversário dos 473 anos de Salvador, a prefeitura decidiu homenagear a cidade com a entrega de uma novidade para quem ama a orla de Stella Maris.
No local, às 16h, será entregue a primeira etapa de requalificação, com direito a uma cerimônia na Rua Professor Carlos Ott, na esquina com a Avenida Beira Mar.
Será 1,2km de extensão localizada entre a Rua Carlos Ott e o início do loteamento Praias do Flamengo. Neste trecho, foram realizadas diversas intervenções que prometem melhorar a iluminação, pavimentação, paisagismo e equipamentos urbanos para proporcionar o melhor passeio aos baianos e turistas.
A intervenção foi coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), com projeto elaborado por meio da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).
Além da orla de Stella Maris, está sendo inaugurado o Doca 1 - Polo de Economia Criativa, no Comércio, ao lado do Terminal Turístico Náutico.
Inédito no Brasil, o Doca 1 visa concentrar empresas e trabalhadores, como uma plataforma de negócios para fomentar o desenvolvimento e a produção de bens e serviços culturais.
O lugar poderá abrigar ao menos 40 empresas criativas da capital baiana de setores como cultura, música, entretenimento, gastronomia, design, conteúdos digitais, entre outras propostas vindas da cultura baiana.
Na última quarta-feira (21), durante o lançamento dos projetos AfroBiz e AfroEstima, o prefeito Bruno Reis anunciou uma série de ações que têm sido implementadas pela prefeitura de Salvador com o objetivo de dinamizar o turismo na cidade, sobretudo o étnico (saiba mais).
Dentre os projetos apontados pelo gestor municipal, estava a recuperação do Memorial das Baianas, situado na Praça da Sé, próximo ao monumento da Cruz Caída, de autoria de Mário Cravo Jr.. O espaço foi inaugurado em 2009, com o objetivo de preservar a tradição e a história das baianas do acarajé, ofício registrado em 2005 como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Inaugurado em 2009, o Memorial tem como objetivo preservar a tradição e a história das baianas do acarajé | Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
Fechado desde março de 2020, por conta da pandemia, o equipamento cultural viu acelerar o processo de degradação que vinha ocorrendo ao longo dos anos, tendo passado por uma série de invasões e sofrido danos causados por agentes naturais. Há dois anos, por exemplo, Rita Santos, coordenadora da Associação das Baianas de Acarajé e de Mingau (Abam), entidade que gerencia o memorial, havia registrado cerca de 40 boletins de ocorrência para denunciar arrombamentos e roubos no local (relembre).
“De lá pra cá piorou mais ainda, o cupim detonou tudo. Agora, então, está pior do que naquela época. Não há possibilidade de abrir para o público, as pessoas chegam lá, batem na porta e a gente fala que infelizmente não dá pra abrir porque não tem condição nenhuma mesmo”, conta Rita. “Não há possibilidade nenhuma de abrir, por conta da deterioração. Ficou fechado esse tempo todo, chuva molhando lá dentro, infelizmente é isso”, reforça.
Ao Bahia Notícias, a coordenadora da Abam revelou ainda que em 2020, mesmo durante a pandemia, o local teve mais dois arrombamentos. “Levaram muita coisa”, lembra a baiana, que aposta na reforma como forma de reverter a maioria dos problemas enfrentados no memorial. “A ideia dessa obra, justamente, vem reforçar essa questão de arrombamento. Porque temos locais que não têm telhado, é policarbonato, e é por lá que eles entram. E nessa reforma, tudo indica que vá ser colocada laje. Então, a gente acredita que vai ter um pouco mais de segurança”, prevê.
Hoje o local apresenta problemas estruturais e ainda mais infiltrações | Foto: Rita Santos
A esperança não é em vão, mas o anúncio feito por Bruno Reis não está tão próximo de ser concretizado como Rita e a própria gestão municipal gostariam. Em janeiro de 2019, o Ministério do Turismo liberou R$ 460.952,38 em recursos da União, por meio do Programa de Desenvolvimento e Promoção do Turismo (Prodetur), para a realização da requalificação do espaço. Em junho daquele ano, a prefeitura chegou a lançar uma licitação que contratou empresa especializada para a elaboração do projeto da reforma. As obras, no entanto, ainda não saíram do papel e dependem do governo federal para desenrolar.
“A prefeitura de Salvador recebeu, através de uma emenda parlamentar, o valor de R$ 384 mil para fazer a reforma e a revitalização do Memorial das Baianas (sabia mais). A gente já fez o processo licitatório, já contratou a empresa que vai fazer a obra [G3 Polari Serviços], já celebrou o contrato, porém, nós não podemos dar a ordem de serviço para começar a obra porque os recursos da emenda parlamentar ainda não entraram no cofre da prefeitura”, explica Fábio Mota, titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). “A Caixa Econômica, que é por onde vem o convênio, só pode autorizar a gente a começar a obra quando receber do governo federal os R$ 384 mil de emenda parlamentar”, detalha o secretário, segundo o qual o número diferente dos R$ 460 mil liberados no convênio se dá porque o vencedor da licitação ganhou o contrato oferecendo o serviço por um valor inferior.
“A gente celebrou o convênio, fez esse ano o processo licitatório, homologou a licitação, tá tudo pronto, lindo, maravilhoso, porém, o recurso especificamente desse convênio não chegou na Caixa. Então, a gente está aguardando que o dinheiro desse convênio chegue na Caixa, pra que ela informe e a gente possa dar, assim, a ordem de serviço para começar a obra”, reforça Mota, que diz não ter como dar previsão de data para o início da requalificação. “Não sou dono no cofre do governo federal. A gente já mandou ofício para o Ministério do Turismo, já mandou ofício para o próprio parlamentar [deputado Márcio Marinho] que apresentou a emenda, pra tentar agilizar, mas a gente tem que esperar”, reafirmou.
Em 2019, Rita Santos relatou uma série de problemas, desde infiltrações a roubos, no Memorial das Baianas | Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
Enquanto o imbróglio burocrático não é solucionado, o Memorial das Baianas segue fechado ao público e as infiltrações, mofo e vazamentos vão tomando conta do espaço, que há um ano e meio é mantido por meio de apoios pontuais. “Não temos mais nada, no período da pandemia não fizemos nenhuma atividade. Consegui, no ano passado, entrar no projeto da Lei Aldir Blanc do município, e com esse dinheiro paguei contador, água, luz, telefone… Pagamos as contas do ano passado, mas esse ano não teve nenhuma atividade, não pudemos fazer nada. Eu tive ajuda agora da Coca-Cola nacional, que me repassou um valor pra segurar as pontas para pagar as contas”, conta Rita Santos, que segue na espera por dias melhores.
Três edificações que receberam obras de restauro completo foram entregues à população de Santo Amaro nesta quarta-feira (9). Com investimento de aproximadamente R$ 16,5 milhões, os projetos foram executados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Santo Amaro recebeu três bens restaurados: a Antiga Casa de Câmara e Cadeia (que abriga a prefeitura e a Câmara Municipal), a Igreja de Nossa Senhora do Amparo e o Arquivo Público e Sede da Academia de Letras de Santo Amaro, todos tombados como Patrimônio Cultural do Brasil.
Concluída em 1769, a o prédio da Antiga Casa de Câmara e Cadeia se situa na chamada arquitetura colonial brasileira, mas, segundo o Iphan, se encontrava em avançado estado de degradação. O restauro contemplou todo o bem, com modernização das instalações prediais, adequação do monumento às normas de acessibilidade e restauração de bens móveis integrados, como a bandeira dos Voluntários da Pátria, que o Barão de Sergi levou e trouxe da Guerra do Paraguai (1864-1870).
Já o Arquivo Público e Sede da Academia de Letras foi construído no início do século XX, inicialmente com fins residenciais. A edificação também estava em estado avançado de deterioração, já em processo de arruinamento. O projeto também contemplou o restauro do perímetro do bem, além da construção de um anexo. Também foram realizadas a implantação de estrutura metálica aparente e lajes de concreto e a recomposição da cobertura, além da instalação de forro acústico, fornecimento e instalação de mobiliário.
A terceira obra entregue no município é a reforma da Igreja de Nossa Senhora do Amparo. Inicialmente construída de barro, a igreja remonta ao início do século XVIII, com intervenções que datam ao século XIX e se mantêm até hoje, além de alterações realizadas no século XX.
"As três obras em Santo Amaro devolvem à população baiana bens significativos à memória e à história da formação, não só do estado, mas do Brasil e de seu povo. As reformas ainda ampliam a possibilidade de acesso à cidadania plena, desta vez por meio do Patrimônio Cultural", avalia a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. "Além de tudo disso, esses bens requalificados reforçam a vocação turística do município, sendo mais um vetor para geração de emprego e renda".
A requalificação dos arcos da Ladeira da Montanha, no Centro Histórico de Salvador, vai ser entregue pela prefeitura em outubro. Orçada em aproximadamente R$ 3,4 milhões, a obra faz parte de um conjunto de 35 iniciativas para a revitalização da região.
As intervenções incluem a melhoria da iluminação pública e inserção de luminárias cênicas voltadas para os arcos, pintura, recuperação da estrutura e a reforma da área interna dos arcos, com a construção de mezaninos para melhor aproveitamento.
As obras já melhoraram também as condições de habitabilidade e salubridade dos arcos para os ferreiros, serralheiros e marmoreiros que desenvolvem suas atividades há muitos anos ali.
Os arcos estão sendo requalificados pela RC Restaurações e Construções Eireli, vencedora da licitação, sob a supervisão da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra). "As obras nos arcos da Montanha e nas Muralhas do Frontispício serão concluídas em outubro e integram o conjunto de iniciativas de recuperação do Centro Histórico, junto com a requalificação da Av. Sete de Setembro, a nova Rua Miguel Calmon, o Elevador do Taboão, as praças Castro Alves, Cairu, Marechal Deodoro, dentre outras. Essas intervenções estão devolvendo ao cidadão e aos turistas cartões postais importantes na história da cidade", conta Luciano Sandes, titular da Seinfra.
A previsão de entrega e o resultado que já pode ser observado do visual têm deixado os artífices que ali trabalham animados e esperançosos. É o caso de Teomiro Rocha, de 33 anos, que começou a trabalhar como marmoeiro no local ainda criança, aos 9 anos de idade. “A obra tem evoluído de maneira impressionante, pois está ficando pronta praticamente em um ano. Graças a Deus está ficando ótimo. Fazia mais ou menos 35 anos que esses arcos não passavam por uma reforma, agora eu só tenho a agradecer”, conta. Segundo Teomiro, a profissão dele foi passada do avô para o pai, do pai para a mãe e da mãe para ele. Ele espera que, com a obra, o movimento no local aumente tanto por turistas como por soteropolitanos.
A Ladeira da Montanha é sustentada pelos arcos, que foram erguidos como pilares de apoio e hoje funcionam como galeria para os artífices. Esse conjunto composto por 17 arcos, com acesso pela Ladeira da Conceição da Praia, foi edificado no final do século XIX. Alguns dos serralheiros e ferreiros que lá trabalham, como José Adário, ficaram conhecidos por produzir peças para museus brasileiros e artistas de vários países.
A prefeitura de Salvador entregou, nesta quinta-feira (13), a conclusão das obras do Caminho da Fé, realizadas na Avenida Dendezeiros. A entrega aconteceu logo após a celebração litúrgica por Santa Dulce dos Pobres, realizada no santuário de mesmo nome, no Largo de Roma.
Elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e executado pela Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), através da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), o Caminho da Fé recebeu investimento de R$18,2 milhões, proveniente de recursos próprios e de convênio com a Caixa Econômica Federal.
De acordo com o prefeito ACM Neto, a intervenção na Avenida Dendezeiros, que liga os santuários de Nosso Senhor do Bonfim e Santa Dulce dos Pobres, trouxe um novo aspecto visual à localidade, tornando-a ainda mais bonita e especial. Além disso, a via ganhou uma nova infraestrutura que deverá, inclusive, acabar com os constantes alagamentos na região.
“Essa obra ainda vai estimular o turismo religioso, atrair para Salvador uma quantidade ainda maior de romeiros, peregrinos e pessoas que optam pelo destino religioso como uma forma de lazer para suas vidas. Com isso, também, pretendemos dinamizar a economia da cidade. Em uma homenagem à Santa Dulce, a gente conseguiu concluir a obra para que esse dia fosse ainda mais histórico”, completou ACM Neto.
Para o arcebispo de Salvador, que também esteve presente, a iniciativa representa a importância da fé na vida de cada um dos cidadãos. “Caminho da Fé lembra que nós somos chamados a caminhar, que ninguém jamais se acomode e caminhe sempre, iluminados por Deus e por Sua palavra, com a intercessão de Santa Dulce dos Pobres. Que seja uma oportunidade para um exercício maior de fraternidade e solidariedade, e que cada um que percorra este local tenha luz na fé e caminhe junto com os irmãos”, abençoou Dom Sérgio da Rocha.
Também estiveram presentes nas ocasiões o vice-prefeito, Bruno Reis; o reitor da Basílica do Nosso Senhor do Bonfim, padre Edson Menezes; e a presidente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Maria Rita Pontes.
MELHORIAS NO LOCAL
Entre as intervenções estão a instalação de passeios ampliados, novas faixas de pedestre no nível da pista, itens de acessibilidade, nova pavimentação e fiação subterrânea das telefonias. Foram implantadas iluminação em LED, drenagem, mobiliário urbano e marcos religiosos. Além da Avenida Dendezeiros, 1,3 km da vizinha Avenida Fernandes da Cunha, na Calçada, também passou por intervenções de passeio, meio-fio e recebeu rampas de acessibilidade.
Um paisagismo especial também foi aplicado ao longo de toda a Avenida Dendezeiros, através de uma faixa de jardim no mesmo nível do passeio, sendo interrompida apenas nos locais de passagem. Foram mantidas as árvores existentes que se encontram em bom estado e colocadas novas para proporcionar um caminho agradável de sombra, além do plantio de dendezeiros, retomando a flora original do local, que inclusive deu nome à avenida.
A requalificação do Casarão de Azulejos Azuis, na Praça Cayrú, no bairro do Comércio, vai custar mais de R$ 9,3 milhões ao poder público municipal de Salvador. Isso porque a Construtora Pentágono, empresa que está executando intervenções no local, que deverá abrigar o Museu da Música Brasileira, teve o contrato com a prefeitura aditado em cerca de R$ 1,5 milhões.
O valor inicial fixado no contrato, assinado em outubro do ano passado (relembre aqui), era de R$ 7,8 milhões. Com as obras, o casarão do século XIX, vai ter sua fachada e outras estruturas originais recuperadas. Um novo telhado em estilo colonial, um sistema de ar condicionado e equipamentos que tornem o espaço acessível também serão instalados.
Está prevista ainda a edificação de quatro pavimentos, sendo um piso térreo e mais três, no interior do prédio.
Em processo de requalificação, a Rua do Curuzu, na Liberdade, será liberada durante o período do Carnaval. As obras vão ser paralisadas durante essa época e serão retomadas após a Quarta-feira de Cinzas (26). O logradouro sedia, no sábado da folia (22), a saída do bloco Ilê Aiyê.
As obras estão com 40% concluídas e, de acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), a obra tem caminhado dentro do cronograma. Até agora, 30% dos serviços de pavimentação foram realizados e 40 % de ações envolvendo drenagem, implantação de vala técnica, passeio em concreto lavado e meio fio já foram concluídas. O trecho a ser requalificado mede 1,1 km, e receberá investimentos de R$6,8 milhões.
O objetivo intervenção, de acordo com a prefeitura, é promover melhorias urbanísticas e de mobilidade, além de valorizar a história e a cultura do Curuzu e de seus mais de 20 mil habitantes.
O projeto envolve a colocação de piso intertravado, ordenamento do estacionamento, implantação de novo mobiliário urbano, nova iluminação em LED, fiação subterrânea e colocação de pórticos de acesso e identificação do Curuzu. Também faz parte da requalificação a instalação de um busto em homenagem a Apolônio de Jesus, próximo à Unidade de Emergência Mãe Hilda.
Um dos fundadores do Ilê Aiyê, Apolônio era um entusiasta da cultura e do turismo – fundou duas outras agremiações afro, foi dono de um bar e promotor de excursões para as praias de Salvador. A homenagem foi uma das demandas da população abraçada pela gestão municipal, após reuniões com os moradores e entidades para debater o projeto.
O governo estadual autorizou nesta quarta-feira (29) a ordem de serviço no valor de R$ 24 milhões para a realização de obras de requalificação do Museu Wanderley de Pinho. A edificação foi erguida no século XVI e ajuda a contar parte da história do Recôncavo.
"Estamos resgatando um patrimônio que fez parte da historia do nosso país, um projeto em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID], que entra com 60% dos recursos, e o Estado com 40%. Tudo com o viés de fomento da Bahia de Todos-os-Santos. Esse projeto tem um prazo de 12 meses. Nós iremos resgatar a originalidade desse museu e a visitação será aberta ao publico. Temos planos de futuramente construir restaurantes, hotéis e lojas de artesanato para valorizar nosso patrimônio e turismo", explicou o secretário de Turismo Fausto Franco.
O equipamento ocupa um casarão de quatro andares e 55 cômodos no antigo Engenho Freguesia e inclui ainda uma capela. Tombado como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o equipamento é importante para a arquitetura e a cultura. Ele é administrado pelo Ipac. O equipamento reúne um acervo de mais de 200 peças que contam uma história da Bahia e do Brasil.
De acordo com o diretor do Ipac, "o projeto prevê a recuperação do píer e atracadouro, que será uma base náutica com receptivo. O museu conta uma historia de 400 anos e teremos um espaço para receber 500 pessoas. Isso vai permitir a realização de eventos e outras atividades".
A ordem de serviço para a requalificação do Museu Wanderley Pinho, em Candeias, será assinada nesta quarta-feira (20). Executada com recursos de R$24 milhões do Prodetur Nacional Bahia, através de financiamento do BID, a obra é a primeira das 14 intervenções que serão realizadas na Baia de Todos-os-Santos, sob a responsabilidade da Secretaria do Turismo do Estado (Setur).
Localizado no distrito de Caboto, em Candeias, o museu conta com acervo de mais de 200 peças que contam uma história da Bahia e do Brasil desde o século 17. Ele ocupa um casarão de quatro andares e 55 cômodos, onde funcionava o antigo Engenho Freguesia. Tombado como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o equipamento é administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
Nesta terça-feira (1º), Dia Internacional do Idoso, foram iniciadas as obras de requalificação do imóvel localizado na Rua João de Deus, no Pelourinho, que passará ser chamado Casa da Cultura do Idoso.
A iniciativa é uma ação do Centro de Culturas Populares e Identitárias da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), em parceria com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), com objetivo de fomentar políticas culturais voltadas para terceira idade.
A Casa da Cultura do Idoso vai oferecer oficinas de dança, teatro e artesanato para idosos, além de proporcionar a participação em manifestações populares, como o Terno de Reis e o Samba de Roda.
Erguido no século XVI, à margem da Baía de Todos os Santos, em Caboto, no distrito de Candeias, o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho passará por obras de restauração e recuperação.
Contemplado pelo Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), por meio da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), o projeto contará com investimento de cerca de R$ 26 milhões. O anúncio do edital de licitação para a realização das obras foi feito pelo governador Rui Costa, nesta terça-feira (27), durante a entrega do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Candeias.
Perspectiva do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho
Administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), no local onde funcionava o Engenho Freguesia, o espaço receberá intervenções com o objetivo de incorporá-lo ao roteiro turístico da região, focado nos segmentos cultural, histórico e náutico.
A reforma prevê o restauro da casa grande, capela e da antiga fábrica; serviços de paisagismo e a construção de um complexo museológico com integração entre ecologia, etnografia, arqueologia, história e arte.
O Museu de Arte Moderna da Bahia passou por uma requalificação e será entregue pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (SecultBa) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), nesta quinta-feira (11).
Com um investimento de R$ 15 milhões, o espaço de cultura e lazer ganhou um novo cinema, espaço para café e passou por reformas nas galerias e na Capela. A partir desta sexta-feira (12), o Museu já estará aberto ao público. De acordo com uma publicação na conta do Instagram do MAM-BA, as obras foram realizadas com o intuito de valorizar a arte e estimular o turismo na Bahia.
Foram encontrados no Terreiro de Jesus objetos históricos durante uma escavação arqueológica que foi iniciada na semana passada.
Os profissionais que estavam no local encontraram cachimbos, louça portuguesa do século XIX, cerâmica vidrada, ostras do mar, metal e fragmentos de vidro. Dois pontos de sondagem foram escavados até agora e outros dois poços ainda serão estudados.
As ações fazem parte de um projeto que contempla uma série de ações de requalificação do Centro Antigo do programa Salvador 360, orçado em R$ 200 milhões. O projeto da reforma foi concebido pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), e tem orçamento previsto de R$ 1,4 milhão.
Durante essa fase de escavações, os técnicos verificam se existem aspectos que necessitem ser removidos ou preservados, de acordo com as recomendações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O objetivo é resgatar e preservar a história da praça que oficialmente tem o nome de XV de Novembro, mas ficou conhecida como Terreiro de Jesus.
Segundo o arqueólogo Railson Coitias, que coordena o trabalho, o material que for encontrado no local será higienizado, identificado, enumerado e analisado em laboratório para subsidiar estudos históricos. “Os primeiros indícios é que tudo isso remeta ao século XIX”, disse. “Vamos continuar com o monitoramento, acompanhando a execução da obra para garantir que toda a história seja preservada”, contou.
Após a fase de escavações serem finalizada, as intervenções no Terreiro de Jesus serão executadas. O prazo para conclusão da obra é de quatro meses. Entre as melhorias estão obras de pavimentação, recuperação dos canteiros, arborização e recuperação da fonte.
A Secretaria de Cultura do Estado (Secult) anunciou para o fim deste mês a conclusão da reforma no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, situado em Vitória da Conquista, no Centro-Sul baiano. Com um investimento de cerca de R$ 1,5 milhão, a revitalização do espaço inclui a aquisição de novas poltronas para a sala principal e equipamentos de iluminação cênica, melhorias no anfiteatro e nas salas de ensaio, além da adequação do centro cultural às normas de acessibilidade, segurança e combate a incêndio. A reforma contempla também melhorias como pintura, recuperação de piso, cobertura, forro, sinalização e paisagismo.
O Espaço Xisto Bahia, equipamento administrado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), remanejou todas as pautas programadas para o mês de maio em sua sala principal. Em nota, a Secult informou que o cancelamento se dá pelo fato de que o “Espaço Xisto Bahia está localizado no prédio da Biblioteca Central do Estado da Bahia, inaugurado em 1970 e compartilha o sistema de ar condicionado central, que no momento está sendo requalificado”. A pasta informou ainda já ter notificado o fato e debatido com os realizadores que tinham pautas programas, comprometendo-se a remanejar as atividades artísticas para outros cinco espaços culturais administrados pela Secult em Lauro de Freitas, Salvador e Região Metropolitana.
A obra em questão faz parte do projeto de requalificação da biblioteca, que abrange a reforma dos banheiros, manutenção elétrica, restauração das esquadrias internas e externas, reforma do quadrilátero, limpeza da cobertura e troca de cabos tensionados e, por fim, climatização. “O sistema de ar condicionado da Biblioteca Central possui mais de 20 anos de existência, ou seja, é na verdade um equipamento obsoleto, do ponto de vista técnico”, explicou, em março deste ano, Zulú Araújo, diretor da Fundação Pedro Calmon (FPC), entidade vinculada à Secult, responsável por administrar o sistema de arquivos e bibliotecas públicas da Bahia (clique aqui e saiba mais). “Agora estamos fazendo o conserto das [três] turbinas, que não são mais fabricadas, por isso a demora. Estamos levando quatro meses para poder consertar porque mandamos fazer essas turbinas em São Paulo, numa determinada empresa. Além do que, tem uma determinada empresa em Salvador que faz esse tipo de serviço”, detalhou o gestor, à época, destacando a complexidade da manutenção do equipamento. “Consertar o ar condicionado da Biblioteca Central não é o mesmo que consertar o ar condicionado da nossa casa. Porque às vezes o leitor imagina isso, que basta chamar o técnico que conserta, mas não, é muito mais complexo”, disse.
“O Cristo da Barra vai ficar ainda mais bonito, sabia? Não só o monumento, como todo o entorno do morro. Em breve, essa obra será finalizada!”, desta forma o prefeito ACM Neto anunciou a requalificação de um dos pontos turísticos de Salvador, em janeiro deste ano. O edital das obras saiu em março, com custos em torno de R$ 1 milhão, mas o resultado das primeiras intervenções não agradou a boa parte dos soteropolitanos, que esta semana repercutiu o assunto nas redes sociais. “Atualmente a Prefeitura de Salvador está realizando uma "requalificação" do Morro do Cristo, através da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas, de acordo com o projeto idealizado pela FMLF - Fundação Mario Leal Ferreira. Essa obra foi orçada em R$ 941.378,51 (o valor consta na placa instalada no local) e tem como o objetivo recuperar o espaço e entorno com o plantio de novo gramado e a construção de rampas de acesso e escadarias. O Cristo, graças a Deus, continua o mesmo mas a sua base, agora de vidro, é a inovação deste cartão postal da cidade”, comentou a Associação de Moradores e Amigos da Barra, denunciando o rompimento do vidro antes mesmo da inauguração, prevista para maio.
Requalificação do Cristo virou meme na internet | Foto: Reprodução / Facebook
Conhecido crítico da gestão municipal, o músico Manno Góes foi um dos nomes a condenar as intervenções no monumento esculpido em mármore Carrara pelo artista italiano Pasquale De Chirico e instalado na capital baiana no ano de 1920. “Colocaram Cristo sobre um tubo de ensaio. Foi essa a tão anunciada ‘reforma’ feita pela cidade, custando ‘apenas’ 941 mil reais aos cofres da cidade. JESUS...”, escreveu o artista, em sua página no Facebook. “Cristo, na Barra em Salvador, é chique nos úrtimos. Usa elevador futurista para subir aos céus. Não é uma ideia espetacular do pequeno gnomo de Jardim?”, comentou outro internauta. Líder da bancada de oposição na Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) também fez duras críticas à requalificação. “Quase um milhão de reais para isso! Antes mesmo de ser inaugurada a reforma do Cristo da Barra, a base do monumento de vidro já quebrou. A obra toda custou R$ 941 mil para este resultado: descaracterização total da paisagem! E para piorar, ainda não se vê nada de acessibilidade para cadeirantes e pessoas portadoras de deficiências físicas; e a empresa punida quatro vezes por má qualidade em outras obras”, declarou. O bom humor do baiano, no entanto, também ficou marcado nos protestos. Já circula um meme na internet, comparando a haste de sustentação a um paliteiro. O suporte também tem sido associado como fusível e supositório.
“Trago-lhe notícias da decadência da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, criada em 1811 e instalada em 1970 nos Barris, centro de Salvador”. Em fevereiro deste ano, com estas palavras, o pesquisador e jornalista Claudio Leal abriu uma carta endereçada ao governador Rui Costa, na qual denunciou a interrupção das assinaturas de jornais periódicos, o "processo de desertificação" da biblioteca, os "mictórios podres" e o mau funcionamento do ar condicionado do equipamento cultural (clique aqui e saiba mais). Ao que tudo indica, o avançado estado de deterioração e a queda de público da Biblioteca Central dos Barris podem estar com os dias contados. Em entrevista ao Bahia Notícias, Zulú Araújo, diretor da Fundação Pedro Calmon (FPC), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) responsável por administrar o sistema de arquivos e bibliotecas públicas, contou que o governo estadual liberou R$ 1.196.627 para as obras, que se darão em três etapas e já foram iniciadas no local. “As áreas que vão abranger estas obras são manutenção dos sanitários do térreo, primeiro e segundo andar; manutenção elétrica; e, claro, a climatização, que é um dos grandes problemas, por uma razão simples: o sistema de ar condicionado da Biblioteca Central possui mais de 20 anos de existência, ou seja, é na verdade um equipamento obsoleto, do ponto de vista técnico”, explica Araújo, que garante até o fim de abril a conclusão da reforma nos banheiros, enquanto a segunda fase das intervenções, que abrange as esquadrias internas e externas, além da reforma do quadrilátero, limpeza da cobertura e troca de cabos tensionados, está prevista para findar em maio.
Claudio Leal denunciou a degradação do espaço | Foto: Reprodução Facebook
Pela complexidade, a terceira e última etapa destas obras - manutenção do ar condicionado -, no entanto, só deve ser concluída em julho. “Agora estamos fazendo o conserto das [três] turbinas, que não são mais fabricadas, por isso a demora. Estamos levando quatro meses para poder consertar porque mandamos fazer essas turbinas em São Paulo, numa determinada empresa. Além do que, tem uma determinada empresa em Salvador que faz esse tipo de serviço”, argumenta Zulú, salientando que o mercado não comercializa mais este tipo de equipamento. “Consertar o ar condicionado da Biblioteca Central não é o mesmo que consertar o ar condicionado da nossa casa. Porque às vezes o leitor imagina isso, que basta chamar o técnico que conserta, mas não, é muito mais complexo”, defende o gestor. Apesar de admitir que o sistema de refrigeração é obsoleto e oneroso, o diretor da FPC diz que uma resolução definitiva não virá por agora. “Necessitamos mudar, mas isto está na ordem de R$ 2 milhões a R$ 2,5 milhões para a mudança. E é evidente que nós temos que ter um processo licitatório, temos que ter diagnóstico, consequentemente um novo estudo de ar condicionado para aquele prédio”, afirma.
Obras nos banheiros devem ser concluídas em abril | Foto: Manu Dias/GOVBA
Para este fim, Zulú aponta as dificuldades e conta que uma reestruturação ampla na Biblioteca Central está nos planos de sua gestão. “O mecanismo de controle no Brasil hoje burocratizou muito a liberação de recursos. Nós começamos um projeto chamado ‘Biblioteca Viva’ em janeiro de 2016, e só agora conseguimos receber parte do recurso para poder fazer o termo de referência, do ponto de vista arquitetônico e o ponto de vista do conteúdo para a nova biblioteca”, diz o diretor da FPC, informando que os R$ 100 mil previstos para o projeto já estão em caixa. “Estamos contratando o IAB [Instituto de Arquitetos do Brasil] e uma organização de bibliotecários. Optamos por isso porque são entidades públicas reconhecidas, e ninguém tem dúvidas sobre a qualidade do trabalho que a IAB faz. Aí a gente poderá, com esses termos de referência, fazer um concurso público para a obra e para a implantação do conteúdo”, explica, estimando para 90 dias o prazo para apresentar os documentos ao público. Após esta etapa, é preciso ainda que o Estado garanta a verba para a reestruturação. “Já dialogamos com os senadores da Bahia e os três concordaram em fazer uma Emenda Parlamentar da ordem de R$ 15 milhões para que a gente possa reestruturar a Biblioteca Central, como um todo”, garante. “Esperamos para setembro, que é quando abre para a apresentação de emendas de bancadas e emendas individuais, [que] os três senadores apresentem os termos de referência”, diz Zulu, ponderando que, dentro deste cronograma, as obras só devem começar em 2019.
Biblioteca Central deverá ser requalificada através de emenda no valor de R$ 15 milhões | Foto: Rosilda Cruz
Deterioração x ações do poder público
Sobre as duras críticas referentes à demora na resposta do governo para deter a degradação do equipamento público, além de citar a burocracia dos mecanismos de controle, Zulú Araújo aponta o baixo orçamento destinado à Cultura. “A grande dificuldade para você gerir equipamentos culturais é o orçamento. Não é à toa que nacionalmente o setor cultural briga há 12 anos pela emenda 451, que estabelece 1% do orçamento público para a área da cultura no governo federal, 1,5% no governo estadual e 2% para os municípios”, pondera o gestor, dividindo as responsabilidades entre os diversos governos à frente da Bahia ao longo de duas décadas. “A presença humana e a manutenção faz com que o prédio tenha maior longevidade. Isso é da arquitetura. Então um prédio que tem 48 anos, com 22 anos que foi feita a última manutenção, vai degradar, vai deteriorar. E a manutenção constante precisa de recurso financeiro. E isso é com qualquer prédio. Então o prédio da biblioteca deteriorou porque ele levou um longuíssimo tempo sem ter a manutenção adequada, que não é do governo que eu estou participando. É injusto, é incorreto responsabilizar esse governo”, defende Zulú.
O diretor da Fundação Pedro Calmon admite o estado crítico da Biblioteca Central, mas atribui como um dos grandes fatores a situação econômica do Brasil. “É verdade sim que a biblioteca passou por um conjunto de dificuldades. Nós vivemos no país a maior crise econômica dos últimos tempos. E essa crise econômica impactou governo federal, governos estaduais e governos municipais. E é evidente que várias das reclamações feitas na biblioteca são pertinentes, uma delas relativo à assinatura de periódicos”, diz o gestor, apontando também o fato de priorizar o pagamento dos funcionários: “Em todas as críticas que foram feitas havia ressalva de que os servidores da Fundação Pedro Calmon e da biblioteca tinham compromisso, carinho, cuidado com aquele trabalho que estavam fazendo e que prestavam um excelente serviço. Por que é que faziam isso? Porque esses servidores são uns dos poucos do Brasil que não têm seus salários nem atrasados, nem divididos ao longo do mês. Dos 27 estados, temos 20 que pagam seus salários parcelados. Então houve uma opção política, e foi por ter como prioridade o salário dos servidores. Isso eu não nego”.
Zulú Araújo rechaça a afirmação de que a falta dos jornalis periódicos é responsável pela perda de público da biblioteca | Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
Assinaturas de jornais x "processo de desertificação" da biblioteca
Uma das queixas de usuários citadas na carta aberta de Claudio Leal foi a descontinuidade das assinaturas dos jornais, apontadas por ele como um fator para a queda das visitações. “A seção de consulta a periódicos, antes repleta de frequentadores, sofre um processo de desertificação. Visitantes retornam para a rua ao verificar que não há jornais do dia. São quase dois anos de incúria, de estúpida austeridade e de grosseria contra leitores e pesquisadores”, escreveu o pesquisador. Zulú Araúdo, no entanto, rebate veementemente a afirmação. “A ausência da assinatura não é responsável pela diminuição dos visitantes ou público da Biblioteca Central. A biblioteca teve algo em torno de 46 mil visitantes ao longo do ano de 2017”, garante o gestor. “Nós identificamos, por exemplo, que 73% da redução de visitantes se dá por conta da tecnologia. Ou seja, televisão, internet, Facebook, Twitter e Instagram. Esses é que são os grandes responsáveis pela redução”, argumenta. “Então não vamos falsear a verdade, de que será a assinatura de jornal físico - que já foi feita -, que será responsável pelo retorno do público. Ele se dará pela modificação tecnológica que nós estamos agora implementando, numa parceria com a Secretaria de Educação, pela potencialização dessas redes sociais. Então nós temos que ter um wifi mais potente, temos que ter um número de computadores maior, que também nós estamos implementando. E nós temos que ter programas de leituras que estimulem o livro e a leitura”, avalia o diretor da Fundação Pedro Calmon, explicando que o projeto de requalificação da biblioteca contempla as ações para atrair o público e consolidar o equipamento como um complexo cultural.
O músico, pesquisador e professor suíço-brasileiro, Anton Walter Smetak (1913–1984), será homenageado com a reabertura da exposição “Smetak – o alquimista do som”, nesta quinta-feira (21), às 15h, no Centro Cultural Solar Ferrão, no Pelourinho. Na abertura, com entrada gratuita, filho e netos de Smetak fazem performance musical com instrumentos do artista, seguida por mediação especial da sua filha, Bárbara Smetak, na visitação às obras.
Durante a mostra o público poderá conferir instrumentos-esculturas, distribuídos em quatro ambientes. Já o acervo completo de instrumentos de Smetak, composto de 150 peças e de propriedade da sua família, está tombado provisoriamente como Patrimônio da Bahia, em processo de elaboração de dossiê. “Além de contar com a participação da família, a expografia atual privilegia a natureza lúdica da coleção. Essa reabertura devolve aos estudiosos e admiradores de Smetak um espaço para deleite e inspiração. Essa mostra fica aberta para visitação gratuita das terças aos sábados, sempre das 13h às 17h, no Solar Ferrão”, explica a coordenadora geral do Centro Cultural, Graça Lobo, elencando entre as melhorias da requalificação do espaço, a readequação dos ambientes, além dos novos projetos de iluminação e sonorização ambiente com músicas de autoria do homenageado. “Transferimos ainda o local para exibição do videodocumentário sobre a vida e obra do artista, para atender um número maior de assistentes, e teremos duas réplicas de suas obras que poderão ser manuseadas pelos visitantes como experiência sonoro-estética”, completa.
SERVIÇO
O QUÊ: Reabertura da exposição “Smetak – o alquimista do som”
QUANDO: Abertura na quinta-feira (21), às 15h. Visitação de terça a sábado, das 13h às 17h
ONDE: Centro Cultural Solar Ferrão – Rua Gregório de Mattos, 45, Pelourinho – Salvador (BA)
VALOR: Grátis

Imagem da primeira etapa da obra | Foto: Divulgação
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Mário Negromonte Jr
"A PEC da prerrogativa para restabelecer o que foi perdido desde a constituição de 1988 virou a PEC da blindagem e depois a PEC da bandidagem. E isso é uma coisa que dói muito no coração da sociedade. O que deixa meu coração tranquilo é que eu fiz pensando na justiça e na constituição federal".
Disse o deputado federal Mário Negromonte Jr (PP-BA) ao declarar que está arrependido por ter votado a favor da chamada PEC da Blindagem, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados.