Artigos
Festa de Santa Luzia. A quituteira e o lava-olhos
Multimídia
Paulo Souto afirma que ‘soutismo’ nunca existiu: “Fiz um propósito de nunca brigar com ACM"
Entrevistas
Elisangela Araújo faz balanço do primeiro ano à frente da SPM e fala sobre ações de combate da violência contra a mulher
mae bernadete
O Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) ainda aguarda o compartilhamento das provas do inquérito sobre o assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira, a yalorixá Mãe Bernadete, morta em agosto. As evidências foram colhidas pela Polícia Civil baiana, para poder avaliar, junto à Polícia Federal (PF), se existe alguma lacuna na apuração conduzida pelas autoridades estaduais.
Mãe Bernadete foi assassinada com mais de 20 tiros no Quilombo Pitanga dos Palmares, em 18 de agosto, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). No último dia 24 de outubro, a Justiça pediu o compartilhamento das provas da investigação conduzida pelas autoridades locais, mas ainda não obteve os documentos.
“A gente está no aguardo dessa documentação vir para a Justiça Federal para que possamos avaliar toda a investigação. Avaliar se realmente existe alguma lacuna, se eventualmente há alguma possibilidade de identificação da competência federal, ou se realmente a situação se mostra conforme denunciado [pelo Ministério Público Estadual (MPE)] e aí não teríamos o que fazer mais nesse caso”, detalhou o procurador da República Ruy Nestor Bastos Mello, responsável por monitorar o inquérito aberto pela PF, à Agência Brasi.
O procurador explicou que a PF fez algumas diligências sobre o caso, porém aguarda novas informações. “A gente não teve acesso à documentação mais importante, algumas quebras de sigilo. [...] Houve, de fato, um prejuízo para a Polícia Federal no sentido de não ter tido acesso a essa documentação”, conclui.
O procurador disse que irá reiterar o pedido caso o compartilhamento demore muito mais tempo. Ele acrescentou que pediu ao MPE para que fosse feita uma investigação conjunta, mas que o órgão “não entendeu que era o caso de atuação conjunta”.
No último dia 16 de novembro, o MPE denunciou cinco pessoas pelo assassinato de Mãe Bernadete “por motivo torpe”. A investigação apontou que a principal motivação teria sido “retaliação de um grupo responsável pelo tráfico de drogas naquela região”. A família rejeita essa linha de investigação e para o filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico, os envolvidos com o tráfico teriam sido contratados para livrar "gente grande por trás" do crime.
O procurador da República Ruy Mello informou que não pode ainda avaliar se a motivação do crime seria diferente da apontada pela denúncia do MPE. “Não é possível dizer que a denúncia que foi apresentada encerrou o caso porque realmente eu não tive acesso ainda as provas que foram colhidas. Isso eu vou fazer posteriormente, junto com a Polícia Federal, que vai fazer essa análise para saber se há ainda alguma diligência a ser realizada”, destacou.
FILHO DA VÍTIMA
A Polícia Federal também apura a morte do filho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, assassinado a tiros em 2017 após deixar a filha na escola. A família acredita que as mortes de Binho e Bernadete estão ligadas pelos mesmos mandantes.
Ruy Mello informou que o inquérito da PF sobre a morte de Binho ainda está em andamento e que, por enquanto, ainda não é possível concluir que os mandantes são os mesmos. “A gente não descarta que possa haver um vínculo, mas é tudo uma conjectura nossa. Não há, a princípio, nenhuma informação comprovada de que houve algum vínculo entre os dois homicídios”, explicou à agência Brasil
O procurador federal destaca que o inquérito sobre a morte de Binho teve avanços importantes após a morte de Mãe Bernadete. “Há uma equipe da Polícia Federal ainda de prontidão que está cuidando desses dois casos. Há uma atenção especial a esses dois casos que são realmente sensíveis e muito simbólicos. Estamos atuando com a máxima atenção possível nesses casos pela simbologia e pelo que eles representam para toda a comunidade quilombola”, conclui.
JUSTIÇA
A Agência Brasil procurou o Ministério Público da Bahia para comentar o assunto. Em nota, o MPE da Bahia informa que emitiu parecer favorável ao compartilhamento de provas com o MPF e a PF, inclusive enviando a “denúncia de forma documentada” para os órgãos federais. Por outro lado, o MP-BA não comentou sobre a decisão de rejeitar a atuação conjunta com a PF no caso do assassinato de Mãe Bernadete.
Em um inquérito policial apresentado pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (16), foi divulgado os detalhes da participação dos seis suspeitos de envolvimento no assassinato da ialorixa e líder quilomboba Bernadete Pacífico, conhecida como mãe Bernadete. O inquérito mostrou que lideranças da facção criminosa, Bonde do Maluco (BDM), ordenaram a morte da vítima, após um morador do quilombo enviar mensagens de áudio informando aos criminosos que Bernadete iria denunciá-los à polícia.
O áudio mostra que o morador comunicou aos traficantes que a lider religiosa iria " chamar a polícia" durante uma festa que seria organizada pelos criminosos.
O primeiro indiciado é Arielson da Conceição Santos, de 24 anos. Ele trabalhava em uma barraca dentro do território quilombola. O suspeito recebeu ordens para matar a ialorixá. Após a morte da vítima, ele passa as armas utilizadas no crime para outro indiciado e depois foge para a cidade de Araçás, sendo preso em setembro.
O segundo indiciado é Josevan Dionísio dos Santos, de 26 anos, que está foragido. O suspeito possui mandado de prisão em aberto por homicídio e por fugir do sistema prisional. Ele ainda tem atuação no tráfico de drogas; sendo autor de homicídios em Madre de Deus e Simões Filho.
O terceiro criminoso é Ydney Carlos dos Santos de Jesus de 28 anos, que seria líder de uma facção criminosa da região onde fica localizado o quilombo de mãe Bernade. O suspeito possui mandado de prisão em aberto por homicídio. Ele e Marílio dos Santos, de 34 anos, que também está envolvido no caso, comandavam o tráfico de drogas na região. O inquérito da polícia apontou que os dois criminosos juntos tiveram uma discussão acalorada com mãe Bernadete.
A retaliação dos suspeitos foi iniciada após Sérgio Ferreira de Jesus de 45 anos, morador do quilombo, contar aos traficantes que Bernadete iria entregar os traficantes à polícia. Ele enviou mensagens de áudios aos líderes do tráfico informando que Bernadete teria acionado a polícia para desarticular uma festa dos traficantes na região. O homem havia tendo desentendimento com a religiosa, por praticar extração ilegal de madeira na região.
Já o 6º suspeito seria Carlos Otávio Guioday, de 47 anos. Ele foi apontado por guardar as armas do crime e ajudar na fuga do primeiro criminoso.
OUÇA OS ÁUDIOS
A Polícia Civil apresentou, nesta quinta-feira (16), o resultado do inquérito policial sobre a morte da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete. A conclusão do inquérito indicou que a principal motivação do crime foi a retaliação de uma facção criminosa responsável pelo tráfico de drogas naquela região.
O primeiro inquérito policial apresentou também o indiciamento de cinco suspeitos envolvidos no assassinato de Mãe Bernadete, em agosto de 2023. O segundo inquérito concluído indiciou um sexto envolvido no caso.
Os dois inquéritos foram encaminhados para a Justiça na última quinta-feira (9).
As investigações apontaram que o caso contou com dois executores, dois mandantes, um partícipe e um sexto envolvido, que guardou as armas utilizadas no crime e que deu apoio na fuga de um dos atiradores. Os suspeitos foram identificados como responsáveis pela morte da vítima.
Os cinco primeiros foram indiciados por homicídio e o sexto por posse ilegal de arma de fogo, em outro inquérito policial.
Desde o início das investigações, aproximadamente 80 oitivas foram realizadas e 20 medidas cautelares foram solicitadas e deferidas pelo Poder Judiciário. Também foram analisados 14 laudos periciais, entre os quais os que confirmaram que as armas apreendidas foram de fato utilizadas no crime. Além de reconhecimento dos autores por parte das testemunhas, a autoria também foi confirmada por meio da confissão do executor, que apontou o mandante e a motivação.
AÇÕES CRIMINOSAS
Conforme apurado, a motivação do crime teve início com a insatisfação de um morador do quilombo com a reprimenda de Bernadete Pacífico acerca da exploração ilegal de madeira praticada por ele naquela região. O homem instigou o crime e auxiliou os executores na ação delituosa.
Ele enviou áudios aos líderes do tráfico, informando que a vítima estaria acionando a polícia para desarticular eventos suspeitos, em um bar na comunidade Pitanga dos Palmares, na área quilombola. Com as informações, um criminoso acusado de liderar o tráfico na região ordenou a morte de Mãe Bernadete aos executores.
O partícipe também facilitou a entrada dos autores no imóvel. Após o crime, um dos envolvidos facilitou a fuga de um dos atiradores e guardou as armas utilizadas no homicídio.
Entre os seis envolvidos, dois encontram-se com mandados de prisão em aberto e, portanto, foragidos. Outro teve a prisão solicitada ao Poder Judiciário. O executor ainda não localizado é fugitivo do sistema prisional e tem condenação por homicídios cometidos em Simões Filho e Madre de Deus.
Diligências continuam no sentido de localizar os foragidos. Para colaborar, a população pode fornecer informações sem precisar se identificar, para o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ligando 181.
O Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá e líder do ‘Quilombo Caipora’ Maria Bernadete Pacífico Moreira, Mãe Bernadete, 72. A denúncia foi oferecida na segunda-feira (13), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco).
Foram denunciados, por homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima, Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus.
Compartilhe esse conteúdo pelo WhatsApp!
O crime aconteceu no último dia 17 de agosto, na sede da associação quilombola, na comunidade de Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. O MP pediu a prisão preventiva de Ydney de Jesus. Marílio, que possui quatro mandados de prisão em aberto, e Josevam estão foragidos. Arielson e Sérgio já estão presos.
Mais informações sobre a denúncia serão concedidas em entrevista coletiva nesta quinta-feira, dia 16, às 11h, na sede do MP no CAB, pelo coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Luiz Neto; pelo secretário de Segurança Pública Marcelo Werner e pela delegada-geral Heloísa Brito.
Siga o Bahia Notícias no Google News e veja os conteúdos de maneira ainda mais rápida e ágil pelo celular ou pelo computador!
A Polícia Civil se prepara para concluir as investigações sobre o assassinato da líder quilombola, Mãe Bernadete. O crime aconteceu há dois meses, na noite de 17 de agosto, dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Em setembro, a corporação solicitou a prorrogação do inquérito por mais 30 dias, pedido que foi concedido pelo Ministério Público. O prazo vence nesta terça-feira (17). Ao Bahia Notícias, a PC informou que não fará um novo pedido de adiamento e que detalhes não estão sendo divulgados a fim de preservar as apurações.
A apuração deve ser finalizada com dois mandados de prisão em aberto para serem cumpridos. Outras três pessoas acusadas de envolvimento no crime foram presas.
Em coletiva de imprensa realizada no dia 4 de agosto, a delegada-geral Heloísa Britto afirmou que está claro para as forças policiais que duas pessoas cometeram o homicídio. Entre os presos, a delegada aponta que um foi preso no interior, na cidade de Araçás - ele seria um dos executores -, e outros dois foram alcançados na região de Simões Filho. Ainda conforme as informações reveladas, apenas o suspeito apontado como executor já tinha passagem pela polícia.
Na época, a delegada-geral afirmou que o suspeito revelou o motivo de ter cometido o crime, mas ainda seria necessário verificar a veracidade das declarações.
CRIME ANTERIOR
Seis anos antes de Mãe Bernadete ter sido assassinada, o filho dela, Binho do Quilombo, foi morto da mesma forma, com diversos tiros dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. Apesar do caso ter sido levado para a Polícia Federal, ninguém foi preso e o crime segue sem solução.
A família da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, assassinada em agosto deste ano dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), declarou que três câmeras de videomonitoramento existentes no local onde ela vivia não estavam funcionando no dia do crime, que completou um mês no domingo (17).
Segundo informações da TV Bahia, os equipamentos foram instalados pela gestão pública estadual no Quilombo Pitanga dos Palmares, que fica em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. A medida foi adotada porque a ialorixá fazia parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do Governo Federal.
LEIA TAMBÉM:
Apesar disso, ela foi assassinada na noite de 17 de agosto deste ano, dentro da casa onde morava, no território do quilombo, enquanto assistia televisão ao lado de três netos. Uma das testemunhas relatou que dois homens invadiram o imóvel e executaram Mãe Bernadete com mais de 10 tiros.
A Polícia Civil da Bahia pediu ao Ministério Público do Estado a prorrogação das investigações sobre o assassinato da líder quilombola, Mãe Bernadete. O crime aconteceu no dia 17 de agosto, dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
A delegada-geral da PC, Heloísa Brito, disse ao Bahia Notícias que devido a complexidade do caso, será necessário mais tempo para poder apurar as circunstâncias e motivação da morte.
"As investigações continuam porque nós queremos esclarecer a motivação, a participação de todos os indivíduos e porque aquele crime foi cometido. Considerando já o prazo de 30 dias, fizemos a remessa ao Ministério Público já com a solicitação de retorno para a continuidade das investigações considerando que um crime complexo desse dificilmente a gente consegue completar todos os passos da investigação em um período tão curto", justificou.
A delegada ainda detalhou que foram realizadas mais de 72 oitivas, com mais de 20 terminais telefônicos apreendidos e 19 medidas cautelares que resultaram em prisões e armas apreendidas, que o laudo pericial confirma que foram utilizadas na morte de Bernadete. A chefe da corporação complementou que ainda existem dois mandados de prisão em aberto para serem cumpridos.
A INVESTIGAÇÃO
Em coletiva realizada no dia 4 de agosto, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, anunciou que três pessoas suspeitas de envolvimento no caso de Mãe Bernadete foram presas pela polícia.
Na ocasião, Heloísa Brito, detalhou as circunstâncias das prisões realizadas no caso da ialorixá. "O primeiro indivíduo foi preso com o celular da vítima, o segundo indivíduo teria sido um dos executores, e o terceiro indivíduo teria guardado as armas que foram utilizadas. Entretanto, é importante frisar que as investigações continuam", disse a delegada.
Além disso, a delegada-geral afirma que está claro para as forças policiais que duas pessoas cometeram o homicídio. Entre os presos, a delegada aponta que um foi preso no interior, na cidade de Araçás - ele seria um dos executores -, e outros dois foram alcançados na região de Simões Filho. Ainda conforme as informações reveladas, apenas o suspeito apontado como executor já tinha passagem pela polícia.
Em relação a motivação, ela afirmou que o suspeito revelou o porquê de ter cometido o crime, mas ainda é necessário verificar a veracidade das declarações. "Ele pode utilizar essa afirmação como defesa e pode criar uma história que não seja verdadeira", disse.
Pelo menos três câmeras com problemas que deveriam vigiar a casa de Mãe Bernadete não foram trocadas por falta de verbas, segundo disse ao portal Uol Wagner Moreira, coordenador da Ideas, entidade privada que gere o Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos na Bahia.
A líder quilombola estava num programa de proteção para defensores de direitos humanos e foi assassinada no mês passado em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O custo médio de um equipamento desses é de R$ 150. O orçamento total do programa é de R$ 1 milhão.
De acordo com apuração do site, das sete câmeras que monitoravam a casa de Bernadete Pacífico, uma estava quebrada e duas filmavam o chão no dia do crime - uma delas despencou de uma árvore após ser atingida por um coco. As câmeras eram operadas pelo neto dela e não estavam conectadas a nenhuma central de monitoramento, informação que a família ignorava.
"Reconhecemos que três câmeras não estarem com o funcionamento adequado é uma falha, mas essa falha se deve também ao pouco recurso disponível para esse tipo de estratégia de segurança", disse Wagner.
“Nós havíamos sido notificados disso, mas com o recurso que tínhamos disponível, priorizamos a instalação em outro território, que também estava com ameaça grave”, acrescentou.
Segundo Moreira, a ONG recebe dos governos federal e estadual R$ 1 milhão por ano para gerenciar o programa de proteção, voltado a pessoas ameaçadas por causa de suas ações comunitárias. Deste montante, apenas R$ 10,1 mil podem ser usados para compra de equipamentos de segurança. O restante é gasto com pessoal e na "articulação entre os órgãos executores da política pública responsáveis por diminuir o conflito". Na Bahia, o programa atende hoje 126 ativistas.
Mãe Bernadete estava em casa com os netos quando foi morta com 12 tiros no último dia 17 de agosto. A polícia apura se o crime teve relação com o conflito fundiário no território do quilombo, cuja titulação era uma das bandeiras da mãe de santo.
Os policiais que investigam o assassinato reclamaram da baixa qualidade das imagens geradas. No entanto, as câmeras que funcionavam no dia do crime ajudaram no início das investigações, que três semanas depois levaram à prisão de três suspeitos.
As câmeras, da marca Elsys (modelo Anpoe Bullet Full HD), encontradas por cerca de R$ 150 em lojas virtuais, foram compradas e instaladas na gestão anterior do programa e não pela Ideas, que assumiu o comando no final do ano passado.
De acordo com a ONG, elas não estavam conectadas a uma central de monitoramento pelo receio de caírem nas mãos de pessoas envolvidas nas ameaças a Bernadete.
O filho de Mãe Bernadete, Jurandyr Wellington Pacífico, não se contentou com o anúncio da prisão de três suspeitos de participação no crime que tirou a vida da liderança quilombola feito pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) na segunda-feira (4).
Segundo a pasta, um dos presos admitiu ser o executor do crime, mas nenhuma informação sobre a motivação do assassinato, nem sobre mandantes foi feita. Para Jurandyr, a "morte da mãe foi terceirizada", ou seja, alguém contratou uma pessoa para matá-la.
"Quero saber é quem mandou executar Mãe Bernadete e o porquê. Eu estou destruído, perdi meu irmão em 2017 e minha mãe agora", disse em entrevista para TV Bahia.
Seis anos antes de Mãe Bernadete ter sido assassinada, o filho dela e irmão de Jurandyr, Binho do Quilombo, foi morto da mesma forma, com diversos tiros dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. Apesar do caso ter sido levado para a Polícia Federal, ninguém foi preso e o crime segue sem solução.
"A Polícia Federal é detentora do maior leque de tecnologias. Por que não foi feito reconhecimento facial do suspeito de assassinar Binho? As provas estão lá. O carro passou três vezes no pedágio para matar o meu irmão. Por que não elucidou?".
Jurandyr acredita que o suposto mandante do assassinato de Mãe Bernadete, pode ser o mesmo de Binho. "O crime de minha mãe repercutiu muito. Por que o crime de Binho do Quilombo não foi para essa fase? Por que deu as costas do crime de Binho?", questionou.
DETALHES DA INVESTIGAÇÃO
Em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (4), a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, detalhou as circunstâncias das prisões realizadas no caso de Mãe Bernadete, ialorixá e líder quilombola assassinada no dia 17 de agosto, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Três pessoas já foram presas por envolvimento no crime e um outro suspeito é procurado pela polícia.
"O primeiro indivíduo foi preso com o celular da vítima, o segundo indivíduo teria sido um dos executores, e o terceiro indivíduo teria guardado as armas que foram utilizadas. Entretanto, é importante frisar que as investigações continuam", disse a delegada.
Além disso, Heloísa Brito afirma que está claro para as forças policiais que duas pessoas cometeram o homicídio. Entre os presos, a delegada aponta que um foi preso no interior, na cidade de Araçás, - ele seria um dos executores - e outros dois foram alcançados na região de Simões Filho. Ainda conforme as informações reveladas, apenas o suspeito apontado como executor já tinha passagem pela polícia.
Em relação a motivação, a delegada-geral afirmou que o suspeito revelou o porquê de ter cometido o crime, mas ainda é necessário verificar a veracidade das declarações. "Ele pode utilizar essa afirmação como defesa e pode criar uma história que não seja verdadeira", disse.
Debaixo da forte chuva que atingiu São Paulo no último sábado (2), o grupo Racionais MC’s prestou homenagem à Mãe Bernadete, ialorixá líder quilombola assassinada a tiros aos 72 anos no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
Racionais MCs fizeram um incrível, Mano Brown é um é uma voz indispensável na musica Brasileira.
— CHEQUEI (@ichequei) September 3, 2023
Confira: pic.twitter.com/jVk946wVb4
Durante a apresentação da música “Negro Drama”, no festival The Town, a banda exibiu a imagem da ialorixá.
Essa não é a primeira vez que o grupo presta homenagem a pessoas pretas vítimas de violência na Bahia. Em setembro de 2022, o grupo homenageou o mestre Moa do Katendê, durante a apresentação no Rock in Rio, também ao som de “Negro Drama”.
#RockInRio: Visceral apresentação de "Negro Drama" pelos @RACIONAISCN, lembrando tantas vidas negras ceifadas: Ágatha (8), Cláudia (24), Durval (38), Genivaldo (38), João Pedro (14), Kathlen (24), Luana (34), Moïse (25), Miguel (5), Moa (63) e Marielle (38) #RacionaisNoMultishow pic.twitter.com/9SGKdB18Hh
— Jeff Nascimento (@jnascim) September 4, 2022
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (4), a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, detalhou as circunstâncias das prisões realizadas no caso de Mãe Bernadete, ialorixá e líder quilombola assassinada no dia 17 de agosto, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Três pessoas já foram presas por envolvimento no crime e um outro suspeito é procurado pela polícia.
"O primeiro indivíduo foi preso com o celular da vítima, o segundo indivíduo teria sido um dos executores, e o terceiro indivíduo teria guardado as armas que foram utilizadas. Entretanto, é importante frisar que as investigações continuam", disse a delegada.
Além disso, Heloísa Brito afirma que está claro para as forças policiais que duas pessoas cometeram o homicídio. Entre os presos, a delegada aponta que um foi preso no interior, na cidade de Araçás, - ele seria um dos executores - e outros dois foram alcançados na região de Simões Filho. Ainda conforme as informações reveladas, apenas o suspeito apontado como executor já tinha passagem pela polícia.
Em relação a motivação, a delegada-geral afirmou que o suspeito revelou o porquê de ter cometido o crime, mas ainda é necessário verificar a veracidade das declarações. "Ele pode utilizar essa afirmação como defesa e pode criar uma história que não seja verdadeira", disse.
Três pessoas suspeitas de envolvimento no caso de Mãe Bernadete Pacífico, assassinada no dia 17 de agosto, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foram presas pela polícia. A informação foi revelada na manhã desta segunda-feira (4) pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner.
Ainda conforme o titular da SSP-BA, os nomes das pessoas presas não serão divulgados. Além disso, duas armas também foram apreendidas durante as oitivas feitas em relação ao caso. A Secretaria da Segurança Pública, através da Polícia Civil convocou a imprensa para apresentar uma atualização da investigação do homicídio da ialorixá e líder quilombola, Bernadete Pacífico.
Além de Werner, a coletiva conta com a presença da delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, e a diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica (DPT), perita criminal Ana Cecília Bandeira.
No último dia 31 de agosto, o subsecretário da SSP-BA, Marcel de Oliveira, havia afirmado que as investigações da polícia já tinham identidicado os autores do assassinato de Mãe Bernadete.
O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) pediu que o Estado assuma a responsabilidade pela morte de Mãe Bernadete, ialorixá líder quilombola assassinada a tiros aos 72 anos no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, de O Globo, o MNDH também quer o pagamento de indenização à família como reparação às violações de direitos por omissão do Estado. Além do acesso a tratamento médico e psicológico gratuitos.
No documento, o movimento afirma que houve falha na política de segurança pública, já que Mãe Bernadete estava inserida no programa de proteção de defensores dos direitos humanos. Ela foi alvo de ameaças de grupos ligados à especulação imobiliária.
O MNDH ainda pede, na representação administrativa feita pelo advogado Carlos Nicodemus, que a União e o estado da Bahia apresentem cronograma de ações para reparar os direitos violados, além da construção de um memorial em homenagem à Mãe Bernadete.
O subsecretário da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcel de Oliveira, afirmou que as investigações da polícia já identificaram os autores do assassinato de Mãe Bernadete, morta no dia 17 de agosto, em Simões Filho. Além disso, em entrevista realizada nesta quinta-feira (31), Oliveira disse que as motivações do crime foram, provavelmente, “reconhecidas”.
"A investigação está bem adiantada, com autorias definidas, com prováveis motivações conhecidas. No entanto, a investigação tramita em sigilo, mas pode ter certeza que a família vai ter o resultado que ela precisa e merece receber em pouco tempo", afirmou o subsecretário da SSP, em entrevista à TV Globo.
O CASO
A líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada na noite do dia 17 de agosto, dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Mãe Bernadete era ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos.
Um homem suspeito de participação no assassinato da Mãe Bernadete está sendo procurado pela polícia. Segundo informações passadas por uma fonte ao G1, as ameaças se intensificaram nas últimas três semanas. A liderança reclamava da presença de um homem que morava perto da sua casa e tentava vender terrenos no quilombo.
De acordo com a publicação, esse homem ostentava armas e teria chegado na comunidade, inicialmente, como um prestador de serviços. No entanto, pouco tempo depois se mostrou interessado em comercializar terras e mantinha ligação com envolvidos em extração de madeira ilegal.
"Suspeitamos que tenha havido um conluio entre esse invasor dos terrenos no quilombo e um policial que está por trás da exploração clandestina de madeira", disse. O homem é apontado, inclusive, como responsável por cortes de energia que aconteceram no imóvel momentos antes do crime.
Pessoas da região acreditam que o corte de energia tenha sido causado para prejudicar o funcionamento das câmeras de segurança. A suspeita é de que esse morador tenha servido como espécie de "olheiro" para os executores do crime (veja mais detalhes aqui).
Nesta quarta-feira (30), o grupo de trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado para analisar questões relativas à regularização dos territórios quilombolas, promoverá a sua primeira reunião. O colegiado antecipou o encontro devido ao assassinato da ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, no último dia 17 de agosto em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
O colegiado definirá os eixos de atuação e de ordenamentos referentes ao trabalho para assegurar a melhoria no processamento de ações judiciais que discutam posse, propriedade e titulação das comunidades quilombolas.
O conselheiro do CNJ, ministro Vieira de Mello Filho, coordenará as atividades do colegiado. Também fazem parte do GT o juiz Edinaldo César dos Santos Júnior e as juízas Fabiane Pieruccini e Karen Luise Vilanova, auxiliares da presidência do CNJ. Outros componentes devem ser confirmados por meio de ato próprio do CNJ.
“Garantir que comunidades tradicionais, como os Quilombolas, tenham a posse e a titulação de seus territórios tradicionais, além da preservação de seus documentos, é consolidar seus diretos e contribuir para a perpetuação de reminiscências históricas, que congregam a formação do nosso povo”, afirmou Vieira de Mello Filho.
Segundo a juíza auxiliar Karen Luise, o objetivo da primeira reunião, para além da apresentação dos atores que serão responsáveis por atuar nesse grupo de trabalho, é a construção de uma metodologia, com a criação de eixos de atuação, para que se possa enfrentar a problemática que diz respeito à titulação das terras quilombolas.
Um dos eixos também deve ser o acompanhamento da apuração do assassinato da Mãe Bernadete. A morte da ialorixá aconteceu seis anos depois do assassinato, sem solução, de seu filho, Fábio Gabriel. No Quilombo Pitanga dos Palmares, vivem atualmente 289 famílias, em área ainda não reconhecida pelo Incra.
Karen Luise destaca que o CNJ está acompanhando de perto as investigações sobre o caso da Mãe Bernadete e pretende se somar a todos que se dedicam a enfrentar o problema das disputas das terras das comunidades quilombolas.
Ela também avalia que é fundamental buscar uma duração razoável para a apreciação dos processos judiciais sobre essa temática. “Ao longo dos trabalhos, iremos procurar uma solução para esses conflitos, mediante ajuste entre as partes. Para isso, devemos utilizar técnicas de mediação que são muito favoráveis, que, em outras questões, tem encontrado soluções excelentes”, afirmou.
Outra pauta do GT é a definição de formas de preservação dos documentos e de sítios detentores de reminiscências históricas das comunidades quilombolas brasileiras.
O grupo de trabalho foi criado pela presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, após visita ao Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas, no dia 26 de julho.
A Basílica Santuário do Senhor do Bonfim recebeu, na manhã desta quinta-feira (24), uma multidão para celebrar a missa de sétimo dia da morte de Mãe Bernadete, líder quilombola assassinada a tiros dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador (RMS).
Mãe Bernadete, de 72 anos, levou mais de 10 tiros na noite da última quinta (17), enquanto estava em casa com os netos.
A líder assassinada atuava como gestora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e já foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos.
A família de Bernadete, que saiu do quilombo por medo, participou da missa com proteção da Polícia Militar, que após o crime passou a acompanhar-los por determinação do governo estadual.
Em sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), a presidente da corte, ministra Rosa Weber, confirmou ter repassado ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) a sua preocupação com as comunidades quilombolas da Bahia após o relato da Mãe Bernadete – ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, assassinada no último dia 17. A magistrada e a quilombola se encontram no dia 26 de julho no Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas (veja aqui).
“Fiquei tão impressionada com aquela visita que quando estive com o governador da Bahia, à noite no jantar que sua excelência ofereceu para toda a equipe do Conselho Nacional de Justiça e autoridades locais, que registrei e pedi para ele um cuidado especial com os quilombolas tamanha a situação que me pareceu de desamparo, uma situação muito difícil a das comunidades quilombolas”, afirmou na sessão desta quarta-feira (23).
A presidente do STF e do CNJ também falou que diante da gravidade das denúncias ouvidas durante o encontro, ainda no mês de julho autorizou, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, a instituição de um grupo de trabalho para elaborar estudos e propostas com objetivo de melhorar a atuação do Poder Judiciário em ações que envolvam posse, propriedade e titulação dos territórios onde vivem essas comunidades.
Weber ainda disse que quando tomou conhecimento da morte da ialorixá, entrou em contato novamente com Jerônimo.
A ministra propôs um minuto de silêncio em homenagem à Mãe Bernadete durante a sessão. “Fatos como esse mostram que nós ainda temos um longo caminho a percorrer como sociedade, no sentido de um avanço civilizatório, no sentido da efetivação dos direitos fundamentais que a nossa Constituição cidadã assegura a todos”, cravou.
O RELATO
Na ocasião, Mãe Bernadete relatou as inseguranças vivenciadas na comunidade e cobrou atuação do poder público. Ela disse que a comunidade vinha sofrendo ameaças, principalmente de fazendeiros e que sua casa estava sendo vigiada por terceiros.
“Recentemente perdi um outro amigo e amiga no quilombo também. É o que nós recebemos: ameaças. Principalmente de fazendeiros, de pessoas da região. Hoje eu vivo assim que não posso sair, porque estou sendo revistada, minha casa toda cercada de câmeras e eu me sinto até mal com um negócio desse”, desabafou.
“A morte brutal da líder quilombola Bernadete Pacífico deixou a Bahia e o Brasil de luto. É preciso respeitar o momento de comoção nacional e ser responsável com palavras que podem ser usadas como instrumento para a criação de um falso clima de acirramento ideológico, inclusive com utilização de adjetivos desrespeitosos”, disse, hoje, o secretário de Comunicação do Governo da Bahia, André Curvello, se referindo a declarações direcionadas contra o governador baiano, Jerônimo Rodrigues.
O governador, explicou o secretário, tem uma longa história de militância em várias causas, incluindo a defesa de uma agenda de desenvolvimento rural integrado e sustentável, e mantinha uma relação de amizade e respeito com mãe Bernadete. “Manifestações e críticas da sociedade são parte do jogo democrático, porém ataques pessoais e interpretações maldosas não contribuem para construção de saídas e nem condizem com o momento de luto vivido pela Bahia e por todo o país”.
Ele garante que em nenhum momento o governador Jerônimo simplificou o problema ou fugiu às suas responsabilidades: “Pelo contrário, determinou o imediato empenho das forças policiais na investigação, manifestou solidariedade e seu compromisso com o apoio à família e está cobrando atenção máxima ao caso por parte de toda sua equipe. Ele jamais faria qualquer afirmação que desabonasse a conduta de Bernadete Pacífico, que teve uma existência marcada pelo compromisso com as lutas por direito e por dignidade para o seu povo”.
Para o secretário, o tema da regularização fundiária de comunidades quilombolas é urgente e precisa ser enfrentado. A adoção de políticas territoriais eficazes e a solução jurídica definitiva sobre a posse dos territórios tradicionais é o único meio para proteger definitivamente os defensores de direitos humanos, explicou.
Mais de 30 advogados ligados à Educafro Brasil – Regional Bahia ingressarão, nesta quarta-feira (23), com uma ação civil pública por danos morais coletivos contra a comunidade afro-brasileira, devido à morte da ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Mãe Bernadete. O grupo requer uma indenização de R$ 143 milhões. A ação será protocolada no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.
Este valor, de acordo com a Educafro, será destinado a bolsas de estudos para pessoas negras no Brasil e exterior, com prioridade para a população quilombola, bem como para implementação de câmeras nos quilombos baianos com filmagens em tempo real e conectadas às bases policiais mais próximas destas comunidades e com a sede da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
“Nós chegamos a esse valor diante do nosso histórico, diante das questões judiciais e também diante das reparações que nós queremos”, pontua o advogado Marinho Soares. “A gente entende que a Justiça tem que obrigar o governo do estado a pagar essa indenização”, frisa.
Mãe Bernadete, que tinha 72 anos, foi assassinada na noite do dia 17 de agosto dentro de casa, no quilombo localizado na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. A líder quilombola estava com três netos quando dois homens armados invadiram o local e atiraram diversas vezes contra ela.
“Mãe Bernadete é a 11ª quilombola morta de forma brutal nos últimos dez anos aqui na Bahia”, reivindica Marinho. Os dados apresentados pelo advogado são do Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). No mesmo período, o Brasil registrou 30 assassinatos de integrantes de quilombos. Informações do IBGE apontam que a Bahia tem o maior número de mortes de quilombolas do país.
Ao destacar que a luta racial é uma “luta coletiva”, Marinho Soares defende que a ação é um sinal de repúdio à violência e a favor da democracia.
“O que aconteceu com Mãe Bernadete foi uma afronta ao estado democrático de direito. Ela foi recebida há menos de um mês pela autoridade máxima do Poder Judiciário do Brasil e, no entanto, mesmo através de pedidos de ajuda, de socorro porque estava sendo ameaçada, mesmo assim o Estado brasileiro, e em especial o estado da Bahia, não foram suficientes para manter ela viva”, declara.
O Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) iniciou os trabalhos do segundo semestre hoje (21) e durante sessão fez um minuto de silêncio, lamentando mais uma vez o assassinato da ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Mãe Bernadete.
A homenagem foi proposta pelo conselheiro federal da Bahia, Luiz Augusto Coutinho, que classificou o episódio como “lamentável”. “Crônica de uma morte anunciada, na medida em que seu filho, Flávio, tinha sido assassinado há seis anos. Em julho deste ano ela fez uma denúncia à presidente do Supremo Tribunal Federal pedindo proteção e segurança, e foi vencida pela violência. Violência que açoita o povo quilombola, o povo de santo, que faz com que estejamos vulneráveis”, criticou o conselheiro.
“Essa luta pelos direitos humanos é fundamental para a nossa instituição”, afirmou. “Vidas negras não podem ser caladas por interesses quaisquer, muito menos por interesses mesquinhos de tentar ir contra a nossa liberdade, nossa cultura, nossas tradições. Digo que Marielle vive e Bernadete vive também”, cravou Coutinho.
Ao acolher o pedido, o presidente da OAB, Beto Simonetti, disse que a morte de Mãe Bernadete trata-se de uma “atrocidade”. Ela foi morta a tiros na noite do dia 17 de agosto, dentro de casa.
“A Ordem dos Advogados do Brasil, unida como somos nesse modelo federativo, não trairá, pelo menos nessa gestão, espero que nós façamos jus à história da Ordem, não trairá a sua trajetória em defesa dos direitos humanos. Por isso estamos aqui e por isso aqui estaremos”, declarou Simonetti.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (21), o governado da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a falar sobre a morte da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, assassinada na noite da última quinta-feira (17), dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
O gestor estadual defendeu que as ações de investigação sejam feitas de forma conjunta entre o governo do Estado e o governo federal a fim de elucidar o crime. Além disso, o petista afirmou que três teses são levantadas pelas forças policiais.
"Das três teses, uma delas é a do território quilombola e há uma expectativa que esse caso não tenha relação direta com o território. Mas é uma tese, mesmo não acontecendo o problema existe e nós já nos manifestamos com o Incra para que a gente possa acelerar o processo de regularidade daquele terreno. Não é só dele, estamos falando de um conjunto de territórios quilombolas e indígenas que a gente precisa aproveitar. Foi feito um acirramento e agora vamos ter que retomar uma pacificação desse diálogo para que as decisões tomadas diante do governo federal não sejam jogadas só para que o presidente Lula resolva. É responsabilidade nossa. Mesmo possivelmente não acontecendo uma causa por território, entendemos que é um problema que temos que enfrentar", disse o governador.
"A outra tese é a da intolerância religiosa e da mesma forma ela era uma figura dos povos de terreiros, e há também tese, não podemos confirmar ainda, que não seja essa causa. Mas mesmo não sendo a causa, a questão religiosa precisa ser enfrentada pela democracia. E uma terceira é a disputa de facções, essa tem sido a tese da Polícia Civil como a mais premente a que possa acontecer, também é tese. E se isso acontecer da mesma forma nós vamos nos debruçar numa parceria com o governo federal e PF", acrescentou.
Mãe Bernadete era ex-secretária municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos.
No dia seguinte ao crime, o governador Jerônimo Rodrigues, por meio das redes sociais, garantiu rigor na investigação do assassinato. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), informou que as polícias Militar, Civil e Técnica, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime.
Segundo a pasta, informações preliminares indicam que dois homens, usando capacetes, entraram no imóvel da vítima, na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com arma de fogo.
No sábado, a secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Ângela Guimarães disse que os familiares de Mãe Bernadete foram retirados da comunidade Quilombo Pitanga do Palmares como medida de proteção. A informação foi dada em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Ângela, equipes da pasta e policiais estão na comunidade para dar segurança aos moradores.
Neste domingo (20) o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) realizou plenária no auditório da Uneb, bairro do Cabula, em Salvador, e militantes protestaram contra a morte ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, de Simões Filho, Bernadete Pacífico. Ela foi brutalmente assassinada na última quinta-feira (17).
As defesas das teses socialistas promovidas pelas correntes internas do PSOL foram marcadas por depoimentos de luto e de homenagem a Mãe Bernadete que se dedicou à luta em prol do antirracismo, do movimento quilombola, da preservação e valorização da ancestralidade negra.
"A execução de Bernadete representa a nossa execução também. Quinta-feira não foi apenas a mãe Bernadete que foi executada. Toda a militância negra da Bahia e do Brasil foi atingida com os tiros covardes. Não podemos permitir que mais um crime bárbaro fique impune. Vidas negras importam sim! Diga não ao racismo! Diga não ao genocídio do nosso povo negro! Bernadete era uma guardiã dos nossos saberes ancestrais, de nossas tradições. Bernadete presente!", destacou o secretário de Comunicação do Psol Bahia e ativista do movimento negro, Kleber Rosa.
A plenária integra a preparação para o 8º Congresso Estadual do Psol, que acontecerá em setembro em data ainda a ser definida. As próximas plenárias serão realizadas no sábado (26), à tarde, no colégio Manoel Devoto, bairro Rio Vermelho, e domingo (27), no clube Fantoches, no largo Dois de Julho.
Embora ainda não tenha completado um ano à frente do governo estadual, Jerônimo Rodrigues vem enfrentando episódios que colocam à prova sua atuação. Entre líderes da base de partidos aliados, a avaliação do desempenho do governador é bastante positiva. Além de encarar com seriedade a gestão, tem surpreendido também ao demonstrar dinamismo e atenção às pessoas. Nos últimos dias, a trágica morte da líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico demandou o comando e atenção do chefe do executivo baiano.
Jerônimo Rodrigues agiu rápido e, ainda na noite do assassinato, determinou agilidade no trabalho de investigação que foi iniciado de imediato pelos órgãos da Segurança Pública estadual. O governador colocou em campo também as equipes de outras pastas estaduais, como SJDH, Sepromi e Seades, para auxiliarem no apoio aos familiares e à comunidade do quilombo liderado por Mãe Bernadete.
Na manhã seguinte ao ocorrido, dividindo atenção entre os acontecimentos na capital a agenda no interior do estado, Jerônimo recebeu apoio do presidente Lula que, em telefonema, ofereceu apoio e colocou à disposição também órgãos do Governo Federal para auxiliar nas providências para investigar o ocorrido. Também de Brasília, o governador teve atenção da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, que reforçou a importância da ágil investigação das circunstâncias do episódio.
"Não vou permitir que este crime intimide aqueles e aquelas que lutam pela defesa dos direitos humanos. A Bahia é terra da liberdade, das mais diversas manifestações culturais, religiosas e políticas, e tomaremos todas as providências necessárias para defender e preservar esse legado", afirmou o governador.
Claramente comovido pelo ocorrido, Jerônimo foi ao velório de Mãe Bernadete, na manhã do último sábado (19), acompanhado da primeira-dama, Tatiana Veloso, e se emocionou ao chegar ao local. Aos mais próximos, confessou que, mais do que como governador do Estado, estava ali como amigo.
Logo depois de se despedir de Bernadete Pacífico, o governador se dirigiu à sede da Polícia Civil, onde se reuniu com a cúpula do órgão para acompanhar as estratégias da apuração.
O sábado foi encerrado com mais uma reunião para tratar do caso, que teve participação dos secretários estaduais da Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas; da Comunicação, André Curvello; da Segurança Pública, Marcelo Werner; da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Angela Guimarães; de Políticas para as Mulheres, Fabya Reis; do chefe de gabinete do governador, Adolfo Loyola; além da delegada-geral, Heloísa Brito, e do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho.
Uma reunião entre o governador Jerônimo Rodrigues e autoridades estaduais, na tarde deste sábado (19), discutiu o andamento das investigações do assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, ocorrido na última quinta-feira (17) no Quilombo Pitanga das Palmeiras, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
Na ocasião, foi alinhada a forma de trabalho entre as Polícias Militar e Civil e reforçado o empenho na apuração da autoria e motivação do crime. As investigações estão em curso e envolvem agentes de departamentos como de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), e Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), e da Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF).
O encontro teve participação dos secretários estaduais da Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas; da Comunicação, André Curvello; da Segurança Pública, Marcelo Werner; da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Angela Guimarães; de Políticas para as Mulheres, Fabya Reis; do chefe de gabinete do governador, Adolfo Loyola; além da delegada-geral, Heloísa Brito, e do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho.
ALINHAMENTO
Mais cedo, o governador já havia se reunido com a cúpula da Polícia Civil para alinhar estratégias sobre a apuração da morte de mãe Bernadete. No encontro com a delegada-geral, Heloísa Brito, a delegada-geral adjunta, Elâine Nogueira, e diretores dos departamentos e coordenações operativos, foram avaliadas as providências adotadas desde o início do fato, além dos próximos passos das apurações.
“A Polícia Civil está empregando todos os recursos necessários para a identificação e responsabilização dos autores”, afirmou Heloísa Brito. A diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica (DPT), perita criminal Ana Cecília Bandeira, e outras autoridades estiveram presentes na reunião.
A Polícia Civil instalou um grupo de trabalho multidisciplinar composto por Departamentos e Coordenações especializados para a apuração do caso. Ações investigativas em campo e de inteligência policial são realizadas com a utilização de recursos tecnológicos. A população também pode colaborar ligando para o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Basta ligar para o 181 e não precisa se identificar.
Um homem suspeito de participação no assassinato da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete, na noite de última quinta-feira (17), está sendo procurado pela polícia.
Segundo informações passadas por uma fonte ao G1, as ameaças se intensificaram nas últimas três semanas. A liderança reclamava da presença de um homem que morava perto da sua casa e tentava vender terrenos no quilombo.
De acordo com a publicação, esse homem ostentava armas e teria chegado na comunidade, inicialmente, como um prestador de serviços. No entanto, pouco tempo depois se mostrou interessado em comercializar terras e mantinha ligação com envolvidos em extração de madeira ilegal.
"Suspeitamos que tenha havido um conluio entre esse invasor dos terrenos no quilombo e um policial que está por trás da exploração clandestina de madeira", disse. O homem é apontado, inclusive, como responsável por cortes de energia que aconteceram no imóvel momento antes do crime.
Pessoas da região acreditam que o corte de energia tenha sido causado para prejudicar o funcionamento das câmeras de segurança. A suspeita é de que esse morador tenha servido como espécie de "olheiro" para os executores do crime.
Em nota, a Polícia Civil informou que realiza diligências contínuas para apurar o crime. Porém, detalhes sobre as investigações não são divulgados para preservar o andamento da apuração.
FAMILIARES RETIRADOS DE COMUNIDADE QUILOMBOLA
A secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Ângela Guimarães, disse neste sábado (19) que os familiares da Mãe Bernadete foram retirados da comunidade Quilombo Pitanga do Palmares como medida de proteção. A informação foi dada em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Ângela, equipes da pasta e policiais estão na comunidade para dar segurança aos moradores.
“Estamos dando todo o acolhimento. Obviamente a comunidade está assustada, porque ninguém esperava uma situação tão brutal e tão torpe. Estamos com a presença da Polícia Militar e retiramos os familiares para eles não ficarem na comunidade. Também estamos identificando as pessoas que necessitem dos programas de proteção a vítimas e de defensores de direitos humanos”, disse Ângela após o sepultamento.
A secretaria informou que as investigações estão em curso e que há uma determinação do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, para uma apuração rigorosa por parte das polícias Militar e Civil para descobrir os autores e possíveis mandantes do crime. A Polícia Federal também abriu inquérito para investigar o caso.
ONU SE MANIFESTA
O assassinato da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete repercutiu internacionalmente. A ONU Mulheres se manifestou condenando o crime e cobrando rigor das autoridades brasileiras nas investigações.
“Garantir a plena responsabilização e a reparação integral são elementos fundamentais para pôr fim ao ciclo de violação de direitos humanos contra as mulheres como Mãe Bernadete Pacífico. Por isso, a ONU Mulheres Brasil insta o Estado brasileiro, em todos os níveis, a investigar, julgar e punir com perspectiva de gênero e raça o assassinato de Mãe Bernadete Pacífico, e com pleno reconhecimento do seu papel como liderança religiosa e defensora de direitos humanos”, diz a organização em nota. (Veja mais aqui)
A secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Ângela Guimarães, disse neste sábado (19) que os familiares de Mãe Bernadete foram retirados da comunidade Quilombo Pitanga do Palmares como medida de proteção. A informação foi dada em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Ângela, equipes da pasta e policiais estão na comunidade para dar segurança aos moradores.
Mãe Bernadete foi assassinada na quinta-feira (16) no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Segundo testemunhas, dois homens são os responsáveis por matar a idosa de 72 anos.
O corpo da yalorixá Bernadete Pacífico foi enterrado neste sábado, em Salvador. A líder quilombola foi homenageada com samba, caminhada pelas ruas de Simões Filho e com ritual candomblecista.
“Estamos dando todo o acolhimento. Obviamente a comunidade está assustada, porque ninguém esperava uma situação tão brutal e tão torpe. Estamos com a presença da Polícia Militar e retiramos os familiares para eles não ficarem na comunidade. Também estamos identificando as pessoas que necessitem dos programas de proteção a vítimas e de defensores de direitos humanos”, disse Ângela à Agência Brasil após o sepultamento.
A secretaria informou que as investigações estão em curso e que há uma determinação do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, para uma apuração rigorosa por parte das polícias Militar e Civil para descobrir os autores e possíveis mandantes do crime. A Polícia Federal também abriu inquérito para investigar o caso.
Segundo Ângela, uma reunião com os órgãos de segurança da Bahia e a secretaria está agendada para a tarde deste sábado para atualizar as informações sobre o crime.
Mãe Bernadete era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho. Ela foi morta a tiros em sua casa e terreiro religioso, enquanto assistia televisão com dois netos e mais duas crianças. Ela já vinha denunciando há algum tempo a diversas instâncias governamentais que estava sendo ameaçada de morte.
O assassinato da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete repercutiu internacionalmente. A ONU Mulheres se manifestou condenando o crime e cobrando rigor das autoridades brasileiras nas investigações.
“Garantir a plena responsabilização e a reparação integral são elementos fundamentais para pôr fim ao ciclo de violação de direitos humanos contra as mulheres como Mãe Bernadete Pacífico. Por isso, a ONU Mulheres Brasil insta o Estado brasileiro, em todos os níveis, a investigar, julgar e punir com perspectiva de gênero e raça o assassinato de Mãe Bernadete Pacífico, e com pleno reconhecimento do seu papel como liderança religiosa e defensora de direitos humanos”, diz a organização em nota.
“A ONU Mulheres Brasil insta as autoridades a adotar medidas urgentes para garantir a proteção das mulheres defensoras de direitos humanos contra todas as formas de violência e discriminação, em conformidade com as obrigações internacionais de direitos humanos assumidas pelo país”, diz outro trecho do comunicado.
Nesta sexta-feira (18), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu rapidez na elucidação dos casos com a consequente identificação dos autores e mentores do crime. Mãe Bernadete também integrava a Conaq [Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos].
A líder quilombola, de 72 anos, foi assassinada na noite da última quinta-feira (17) dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares. Ela estava em casa junto com três netos quando uma dupla armada invadiu o local e atirou diversas vezes contra a idosa.
Seu corpo foi sepultado no por volta do meio-dia deste sábado (19) no cemitério da Ordem Terceira do São Francisco, na Baixa de Quintas, em Salvador. O ato foi marcado por comoção entre os presentes e por um esquema de segurança, informou a TV Bahia. Até o momento, nenhum suspeito foi localizado.
O corpo da ialorixá e líder quilombola Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, foi sepultado no por volta do meio-dia deste sábado (19) no cemitério da Ordem Terceira do São Francisco, na Baixa de Quintas, em Salvador. O ato foi marcado por comoção entre os presentes e por um esquema de segurança, informou a TV Bahia. Até o momento, nenhum suspeito foi localizado.
Foto: Reprodução / TV Bahia
O corpo de Mãe Bernadete saiu da área do quilombo Pitanga dos Palmares em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em um veículo do Corpo de Bombeiros que percorreu ruas da cidade. Há seis anos, o filho de Mãe Bernadete, Flavio Gabriel Pacifico dos Santos, o Binho do Quilombo, foi sepultado no mesmo local após ser assassinado.
A líder quilombola, de 72 anos, foi assassinada na noite da última quinta-feira (17) dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares. Ela estava em casa junto com três netos quando uma dupla armada invadiu o local e atirou diversas vezes contra a idosa.
Nesta sexta-feira (18), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu rapidez na elucidação dos casos com a consequente identificação dos autores e mentores do crime. Mãe Bernadete também integrava a Conaq [Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos].
Mãe Bernadete é a 11ª vítima quilombola na Bahia em dez anos. Segundo a Conaq, o estado tem o maior número de mortes de quilombolas do país. No mesmo período, o Brasil registrou 30 assassinatos de integrantes de quilombos.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) ressaltou o trabalho de investigação das polícias Militar e Civil para identificar os autores da execução de Maria Bernadete Pacífico, no Quilombo Pitanga dos Palmares. Cumprindo agenda em Antônio Gonçalves nesta sexta-feira (18), Jerônimo afirmou que não deu permissão para a polícia “fazer corpos” e disse que a ordem é buscar os autores ainda vivos.
LEIA TAMBÉM:
“Em nenhum momento vocês ouvirão da minha boca ordem para meu efetivo da polícia fazer corpos, nem de criminosos, nem de inocentes. A ordem é ir buscar vivo, prender, para que a gente possa fazer a correção das pessoas. Da mesma forma que eu defendo a PM, eu não permito em qualquer permissão, exijo respeito à nossa polícia, mas também estou atento. Se alguns policiais nossos cometerem ações equivocadas, eles deverão responder”, disse Jerônimo.
“A ordem é a gente continuar com a políticas dos três I’s. Integração: queremos uma parceria com os prefeitos, por exemplo, enquanto ação de câmeras. Integração com a sociedade, segurança pública não é só polícia; Integração com o governo federal, isso já estamos fazendo, vindo dinheiro, vindo orçamento. O ‘i’ de investimentos: estamos contratando, fazendo concurso, esfregando viaturas, comprando câmeras. Na quarta chegamos a mil prisões sem usar uma arma, isso é pura inteligência. Então, integração, investimento e inteligência. A gente só combate o crime organizado com inteligência”, completou.
Questionado sobre o processo de identificação de possíveis mandantes, além da possibilidade de “queima de arquivo” durante as investigações para identificar os autores da execução de Mãe Bernadete, Jerônimo afirmou que a eliminação de provas afeta as investigações em todo território nacional. O governador também ressaltou que realizou um concurso para aumentar o número de efetivos na Bahia.
“Vimos agora recentemente as testemunhas do caso Marielle, é nacional esse processo. Uma senhora com mais de 70 anos, que não faz mal a nenhuma pessoa, ter sua vida retirada de forma tão violenta. É investigação. Fizemos isso agora, concurso para aumentar a quantidade de profissionais, além da inteligência, para que a gente possa pegar a pessoa como testemunha de fato. A gente quer saber se foi mandante e quais seriam os interesses”, disse o governador.
Em ofício enviado à Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) na Bahia, nesta sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) solicita a abertura de inquérito policial para apurar o assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, ialorixá conhecida como Mãe Bernadete.
No documento, o MPF reforça, ainda, que devem ser adotadas as medidas urgentes e necessárias para investigação do caso.
Mão Bernadete, liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi executada a tiros por homens que invadiram o terreiro da comunidade na noite desta quinta-feira (17). Na ocasião, familiares da vítima foram feitos reféns. Em 19 de setembro de 2017, o filho dela, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como “Binho do Quilombo”, também foi assassinado.
No ofício, o MPF requisita ainda que a Polícia Federal empregue os esforços necessários para conclusão das apurações do homicídio cometido contra Binho do Quilombo e, se for o caso, avalie eventuais conexões entre os dois crimes. Além disso, que seja informado ao MPF o relato circunstanciado sobre as medidas de urgência adotadas e o número de registro do inquérito policial para apurar o assassinato de Maria Bernadete.
Os procuradores da República que assinam o ofício destacam que os responsáveis por quaisquer atos de violência, especialmente aqueles de cunho racial e religioso, devem ser devidamente identificados e punidos na forma da lei. Os membros do MPF lamentam o trágico episódio e se solidarizam com amigos e familiares da liderança quilombola pela dolorosa perda.
Parlamentares da bancada baiana no Congresso Nacional manifestaram seu pesar e indignação, nesta sexta-feira (18), pelo assassinato da ialorixá Mãe Bernadete, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares. Em mensagens nas redes sociais, deputados e senadores da Bahia falaram de sua revolta pela brutal morte da líder quilombola, ocorrido na noite desta quinta, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
O ex-prefeito de Salvador e atual presidente do Instituto Índigo, ACM Neto, também fez postagem em suas redes lamentando a tragédia e se solidarizando com a família e amigos da ialorixá. “Conhecida em todo o Brasil pela dedicação às causas dos quilombolas, a ialorixá Bernadete Pacífico foi assassinada dentro de um templo sagrado. Espero que as autoridades tomem providências imediatas para prender os responsáveis por este crime cruel. Toda minha solidariedade aos amigos, familiares e à comunidade”, disse ACM Neto.
Leia abaixo algumas das mensagens de parlamentares da bancada da Bahia:
“Recebi com pesar e indignação a notícia da morte de Bernadete Pacífico, Ialorixá, liderança quilombola e coordenadora nacional da Conaq Quilombos. Uma mulher de fibra e deluta, que cobrava justiça pelo assassinato de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico (Binho do Quilombo).
Que as investigações em torno desse crime aconteçam com máximo rigor e que os responsáveis por essa barbaridade sejam punidos. Meus sentimentos e minha solidariedade aos familiares, amigos e a toda comunidade do Quilombo Pitanga dos Palmares. Mãe Bernadete, presente!”
Jaques Wagner, Senador (PT-BA)
“Recebi a notícia do assassinato brutal da minha amiga, Bernadete Pacífico, líder quilombola em Simões Filho, com muita dor e indignação. Bernadete era uma líder nata, guerreira, mulher batalhadora e que ia em busca de melhorias para seu povo de forma incansável.
É necessário que sejam tomadas todas as medidas urgentes para apuração e prisão desses criminosos que calaram a voz de uma mulher comprometida com as causas igualitárias para uma sociedade mais justa”.
Otto Alencar, senador (PSD-BA)
“Além de uma grande tristeza, a morte da Ialorixá e importante liderança quilombola, Bernadete Pacífico, é mais um crime brutal que precisa ser investigado e punido com os rigores da lei. Meus sentimentos aos familiares e amigos.”
Angelo Coronel, Senador (PSD-BA)
“Depois da morte, não esclarecida, de um seu filho, agora foi a religiosa a ser abatida. O Ministro dos Direitos Humanos já destacou representação para a Bahia. Esperamos que seja esclarecido e que o RACISMO RELIGIOSO, se provado como tudo, tudo indica, seja exemplarmente punido”.
Alice Portugal, Deputada (PCdoB-BA)
“Estou consternada com o episódio de execução da ialorixá Bernadete Pacífico, da comunidade Pitanga dos Palmares, na RMS. Meus sentimentos à família é meu pedido às autoridades que investiguem esse bárbaro crime”.
Lídice da Mata, Deputada (PSB-BA)
“Meus pêsames ao povo quilombola de Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, que perdeu a sua líder, Maria Bernadete Pacífico, de forma tão violenta.
Bernadete é um grande símbolo de luta e resistência da comunidade. Que o caso seja devidamente apurado e que os culpados sejam punidos. Minha solidariedade aos familiares, amigos e a todo povo quilombola enlutado diante dessa situação triste.
Bernadete vive!”
Bacelar, Deputado (PV-BA)
“Quero manifestar minha indignação por mais um episódio lamentável de violência, que ceifou a vida de Bernadete Pacífico. Liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares lutava no movimento de resistência em defesa dos direitos humanos e contra intolerância religiosa. Presto minha solidariedade aos familiares, amigos e religiosos de matriz africana, solicitando rigorosa apuração e punição para os envolvidos”.
Daniel Almeida, Deputado (PCdoB-BA)
“Lamentável e revoltante o assassinato da Mãe Bernadete, liderança quilombola e religiosa que dedicava seu tempo para cuidar de gente.
É preciso que todas as providências sejam tomadas pelas autoridades competentes e esse crime não fique impune. QUEREMOS PAZ!”
Ivoneide Caetano, Deputada (PT-BA)
“Foi com muita indignação e tristeza que recebi, ainda ontem, a notícia do assassinato de Mãe Bernadete Pacífico, liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares, de Simões Filho. Segundo informações, criminosos adentraram a casa de Mãe Bernadete dentro do Quilombo, renderam familiares e dispararam tiros contra ela.
Mãe Bernadete era Yalorixá e da coordenação nacional da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos). Em 2017, seu filho, Binho do Quilombo, seu filho, também foi assassinado por causa da sua atuação em defesa do território quilombola.
Ao ser informado, imediatamente acionamos os órgãos estaduais responsáveis. O Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, determinou imediata atuação da Secretaria de Segurança Pública. Uma comitiva do ministério da Igualdade Racial, Justiça e Direitos Humanos deve chegar à Bahia para se reunir com autoridades e prestar atendimento às famílias das vítimas.
A região onde se encontra o Quilombo Pitanga dos Palmares é alvo de cobiça e especulação imobiliária. A resistência do povo quilombola é árdua. A luta de Mãe Bernadete e Binho são nossa referência. Calar essas vozes com tamanha brutalidade deixa a mim e a todo meu mandato um sentimento de grande consternação.
É imperativo que o Estado brasileiro e o estado da Bahia protejam as lideranças quilombolas da região. A investigação deve ser célere e a punição aos culpados de tamanha barbaridade sejam responsabilizados.
Mãe Bernadete, presente! Hoje e sempre!”
Valmir Assunção, Deputado (PT-BA)
Ao manifestar “profundo pesar e indignação”, por meio de nota, a Defensoria Pública da União (DPU) cobra a imediata investigação e identificação dos responsáveis pelo assassinato da ialorixá Mãe Bernadete, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Ela foi morta a tiros, dentro de casa, na noite desta quinta-feira (17).
“É crucial que sejam tomadas medidas imediatas não só para a investigação e apuração dos responsáveis por este crime como também para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares”, afirma a DPU.
O órgão lembrou que há quase seis anos, em 19 de setembro de 2017, o filho de Mãe Bernadete Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, também foi executado. “Até quando líderes quilombolas e defensores dos Direitos Humanos serão silenciados?”, questiona.
“Que esta perda irreparável, não apenas para a comunidade quilombola, mas para todo o movimento de defesa dos Direitos Humanos, não se torne mais uma ocorrência de violência, entre tantas, contra povos e comunidades tradicionais”, continua a DPU em nota.
A DPU afirma que a partida da ialorixá, que foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, deixa uma “lacuna imensa” na luta pela preservação da cultura afro-brasileira e dos direitos das comunidades quilombolas.
“Ela foi uma inspiração para todos que a conheceram, dedicando sua vida a combater a discriminação, promover a igualdade e preservar as tradições ancestrais. Seu legado de determinação e resistência continuará a iluminar o caminho para as gerações futuras”, pontua a Defensoria Pública da União.
“Neste momento de luto, a DPU presta solidariedade e sinceras condolências à família, aos amigos e à comunidade quilombola, se coloca à disposição e se compromete a acompanhar o caso por meio de sua Defensora Nacional de Direitos Humanos, da Secretaria-Geral de Articulação Institucional e do Grupo de Trabalho Comunidades Tradicionais”, conclui.
A ialorixá Mãe Bernadete, assassinada a tiros em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, já havia feito alerta às autoridades sobre a violência vivenciada no Quilombo Pitanga dos Palmares. Em julho, durante visita da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, a líder quilombola relatou as inseguranças e cobrou atuação do poder público.
Ela é mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos. “Até hoje não sei o resultado do assassinato de meu filho”, lamentou no encontro Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas no dia 26 de julho.
Mãe Bernadete ainda disse que a comunidade vinha sofrendo ameaças, principalmente de fazendeiros e que sua casa estava sendo vigiada por terceiros.
“Recentemente perdi um outro amigo e amiga no quilombo também. É o que nós recebemos: ameaças. Principalmente de fazendeiros, de pessoas da região. Hoje eu vivo assim que não posso sair, porque estou sendo revistada, minha casa toda cercada de câmeras e eu me sinto até mal com um negócio desse”, desabafou.
A ialorixá morreu na noite desta quinta-feira (17). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), informações preliminares indicam que dois homens, usando capacetes, entraram no imóvel da vítima e efetuaram disparos com arma de fogo.
Em encontro com Rosa Weber, ialorixá assassinada na Bahia relatou violência no quilombo
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) August 18, 2023
Veja ?? pic.twitter.com/bR4DButCjG
Por meio de nota, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirmou na manhã de hoje (18) que irá atuar de “forma firme”, em parceria com as forças policiais, na apuração, identificação e responsabilização criminal dos autores do assassinato da ilaorixá conhecida como Mãe Bernadete, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
O MP-BA expressou pesar e repúdio, e classificou o crime como um “assassinato brutal”. O órgão também se solidarizou com “a dor dos familiares, amigos, da comunidade quilombola e de toda a sociedade baiana”.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), informações preliminares indicam que dois homens, usando capacetes, entraram no imóvel da vítima, na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com arma de fogo na noite desta quinta-feira (17). Detalhes sobre a dupla de homicidas podem ser enviados, com total sigilo, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP).
Em nota, a pasta confirmou que as polícias Militar, Civil e Técnica, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime.
Mãe Bernadete era ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos.
A líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada na noite de quinta-feira (17), dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado no municípios de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Mãe Bernadete era ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos.
A Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) se manifestou lamentando a morte da liderança e cobrando providências para a elucidação do crime.
“Mãe Bernadete, agora silenciada, era uma luz brilhante na luta contra a discriminação, o racismo e a marginalização. Atuava na linha de frente para solucionar o caso do assassinato do seu filho Binho e bravamente enfrentou todas adversidades que uma mãe preta pode enfrentar na busca por justiça e na defesa da memória e da dignidade de seu filho. Nessa luta, com coragem, desafiou o sistema e, como tantas mulheres, colocou seu corpo e sua voz na defesa de uma causa com a qual tinha um compromisso inabalável. Sua voz ressoava não apenas nas reuniões e eventos, mas também nos corações daqueles que acreditavam na mudança”.
O governador Jerônimo Rodrigues, por meio das redes sociais, garantiu rigor na investigação do assassinato. “Recebi com pesar e indignação a notícia do falecimento de Mãe Bernadete, uma amiga e grande liderança quilombola da Bahia. Determinei que as Polícias Militar e Civil desloquem-se de imediato ao local e que sejam firmes na investigação”, publicou.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que enviará uma comitiva junto aos Ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, para realizar reunião presencial com os órgãos do estado para garantir a proteção e a defesa do território.
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, também determinou o envio de uma equipe da pasta até o local do assassinato.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), informou que as polícias Militar, Civil e Técnica, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime.
Segundo a pasta, informações preliminares indicam que dois homens, usando capacetes, entraram no imóvel da vítima, na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com arma de fogo. Detalhes sobre a dupla de homicidas podem ser enviados, com total sigilo, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Binho Galinha
"Confio na justiça e estou à disposição".
Disse o deputado estadual Binho Galinha (Patriota) ao comentar sobre as acusações que apontam o parlamentar como chefe de uma milícia.