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A emissora síria de televisão, Al Jazeera, registrou ao vivo o bombardeio israelense que atingiu o prédio do Ministério da Defesa da Síria nesta quarta-feira (16), na capital Damasco. A explosão no local, que fica próximo ao Palácio Presidencial sírio, atingiu o centro do prédio e deixou destroços e uma grande nuvem de fumaça no local.
? TVs registram ataque aéreo israelense ao Ministério da Defesa da Síria
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) July 16, 2025
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Imagens da programação ao vivo mostram o momento em que os repórteres e uma âncora se protegem dos ataques. De acordo com o Ministério da Saúde sírio, os bombardeios aéreos israelenses em Damasco deixaram pelo menos três mortos e 34 feridos. As informações são do g1.
A ofensiva de Israel faz parte de uma nova frente dos conflitos no Oriente Médio. As Forças Armadas de Israel afirmam que é uma resposta a combates que soldados sírios têm travado com drusos, minoria étnica que vive em regiões tanto de Israel quanto da Síria.
Os militares israelenses disseram que "atingiram o portão de entrada do complexo do quartel-general militar do regime sírio" em Damasco e que continuavam "a monitorar os acontecimentos e as ações tomadas contra os civis drusos no sul da Síria".
O Ministério da Defesa da Síria pediu aos moradores da cidade que permanecessem em casa. Alguns moradores que a Reuters conseguiu contatar por telefone disseram que estavam escondidos em casa com medo, sem eletricidade.
Segundo a mídia estatal síria, TV Elekhbariya, os ataques também atingiram Sweida, cidade no oeste da Síria de maioria drusa onde soldados têm atacado a população local.
As tropas do governo sírio foram enviadas para a região de Sweida na segunda-feira (14) para acabar com os combates entre combatentes drusos e homens armados beduínos, mas acabaram entrando em conflito com as próprias milícias drusas.
Pelo menos 27 palestinos morreram neste domingo (13) em novos ataques aéreos de Israel contra a Faixa de Gaza, informou a Defesa Civil local. O território enfrenta mais de 21 meses de conflito, desde o início da guerra em outubro de 2023.
De acordo com o porta-voz da corporação, Mahmud Basal, as investidas atingiram diferentes áreas da Cidade de Gaza, provocando a morte de civis, entre eles mulheres e crianças.
Um dos bombardeios atingiu uma casa próxima ao campo de refugiados de Nuseirat, no sul da Cidade de Gaza, deixando dez mortos e vários feridos. Outro ataque teve como alvo um ponto de distribuição de água em uma zona onde estão concentrados deslocados, também em Nuseirat, resultando na morte de seis pessoas.
Ainda segundo Basal, três civis morreram no sul da Faixa de Gaza, após bombardeio da Força Aérea israelense contra uma tenda improvisada que servia de abrigo em Al-Mawasi.
O exército de Israel não se pronunciou oficialmente sobre as ações deste domingo até o momento.
Um integrante do alto escalão do governo de Israel afirmou neste sábado (5), sob condição de anonimato, que “nenhuma decisão” foi tomada até o momento em relação à proposta de cessar-fogo aceita na véspera pelo Hamas. O plano, mediado pelos Estados Unidos, com apoio de Egito e Catar, prevê uma trégua de 60 dias nos ataques à Faixa de Gaza.
A expectativa é que o gabinete de segurança de Israel se reúna em breve para deliberar sobre o acordo. A decisão acontece na véspera da viagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Washington, onde ele deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira (7).
Na sexta (4), o grupo Hamas anunciou que aceita o esboço apresentado pelos mediadores internacionais. Segundo uma fonte palestina envolvida nas negociações, o plano prevê uma trégua de dois meses, durante a qual o Hamas libertaria metade dos reféns israelenses ainda vivos, em troca da libertação de presos palestinos atualmente detidos em Israel.
Também nesta sexta, o Hamas disse estar pronto para “começar imediatamente” a discutir os detalhes da implementação do cessar-fogo. A Jihad Islâmica, aliada do Hamas em Gaza, declarou apoio às tratativas, mas pediu garantias quanto ao cumprimento do plano.
Em declaração à imprensa, o presidente Donald Trump afirmou não estar ciente da resposta formal do Hamas, mas mostrou otimismo: “Precisamos acabar com isso. É necessário que algo seja feito por Gaza”, disse.
A jornalista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, pediu desculpas neste fim de semana após uma declaração polêmica feita durante a edição de sexta-feira (20) do programa Em Pauta, ao comentar os ataques realizados pelo Irã contra Israel. A fala gerou forte repercussão negativa nas redes sociais e críticas por suposta insensibilidade diante da gravidade do conflito.
Durante o comentário, Cantanhêde afirmou: “Tem uma mortezinha aqui, outra ali. Uns 23 feridos aqui, 40 ali. Feridos! Eu não consigo entender por que o Irã atinge o alvo e não mata ninguém.” O tom e a escolha de palavras foram criticados por internautas, que consideraram a fala insensível e, em alguns casos, antissemita. Houve quem apontasse que a jornalista minimizou o valor de vidas humanas ao questionar o número de vítimas.
No sábado (21), Eliane publicou um esclarecimento nas redes sociais, dizendo que sua intenção era apenas compreender os sistemas de defesa dos países envolvidos. Mais tarde, reconheceu o erro e pediu desculpas. “Depois de rever a gravação da pergunta que fiz na sexta-feira, reconheço que me expressei mal e dei margem a conclusões equivocadas, que não representam meu pensamento, pelo que peço desculpas. A intenção foi fazer uma pergunta técnica sobre armamentos e sistemas de defesa”, escreveu.
Depois de rever a gravação da pergunta que fiz na sexta-feira, reconheço que me expressei mal e dei margem a conclusões equivocadas, que não representam meu pensamento, pelo que peço desculpas. A intenção foi fazer uma pergunta técnica sobre armamentos e sistemas de defesa.
— Eliane Cantanhêde (@ECantanhede) June 22, 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (21) que o país realizou ataques contra três instalações nucleares iranianas. Os ataques acontecem em meio à escalada do conflito entre Irã e Israel, que já enfrentam uma semana de intensos combates aéreos.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 21, 2025
"Concluímos com muito sucesso nosso ataque aos três locais nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan", declarou Trump em uma publicação na rede Truth Social.
De acordo com o presidente norte-americano, Fordow, considerado o principal alvo, foi atingido por uma carga completa de bombas. Ele afirmou ainda que as aeronaves dos EUA já deixaram o espaço aéreo iraniano e retornam em segurança.
“Fordow não existe mais. Este é um momento histórico para os Estados Unidos, Israel e o mundo. O Irã agora precisa aceitar o fim desta guerra”, acrescentou.
Trump também parabenizou os militares norte-americanos e declarou: “Não há outro exército no mundo que poderia ter feito isso. Agora é hora de paz!”.
Até o momento, o governo do Irã não se pronunciou oficialmente sobre os ataques. Israel havia iniciado uma operação militar com o objetivo de neutralizar alvos nucleares no Irã, o que motivou uma reação iraniana com mísseis lançados contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
O ataque norte-americano marca uma nova etapa no conflito e reforça o apoio dos EUA a Israel.
Os influenciadores brasileiros Beto Martinne e Murilo Lorran deixaram Tel Aviv, capital de Israel, após passar dias confinados em um hotel devido a conflitos entre Israel e Irã. A dupla estava no país para participar da tradicional Parada LGBTQIAPN+, uma das maiores do Oriente Médio.
Os influenciadores, conhecidos por dublagens e perfomances de coreografias em lugares públicos, utilizaram suas redes sociais para atualizar os seguidores.
“Oi gente, desculpa o sumiço, as coisas por aqui estão bem caóticas e estamos tomando o máximo de cuidado. Estamos bem, nos protegendo, sempre em alerta. Nunca imaginei que fosse vivenciar isso… viemos para absorver as vivências da comunidade LGBTQIAPN+ e isso tudo aconteceu”, escreveu Beto Martinne, em seu perfil no X.
ENTENDA O CONFLITO
Na última sexta-feira (13), Israel lançou a operação Rising Lion, que realizou bombardeios contra instalações militares no Irã. Em resposta, Irã disparou mais de 150 mísseis e drones contra cidades israelenses, incluindo a capital Tel Aviv.
A jornalista Danuza Mattiazzi, repórter da GloboNews, abandonou a tela durante um ao vivo para a emissora direto de Tel Aviv, após receber um alerta para deixar o terraço e se esconder no bunker devido a um ataque aéreo.
No ao vivo, Danuza explicou aos apresentadores do estúdio quais medidas tomaria e continuou com o ao vivo, porém, fora da tela.
Jornalista se abriga em bunker durante ataque em Israel; correspondente relata momentos de tensão durante bombardeio de mísseis iranianos.
— GloboNews (@GloboNews) June 15, 2025
? Assista à #GloboNews: https://t.co/bFwcwLpLU9 pic.twitter.com/OHnqh8cMeV
“Estão ouvindo a sirene. Essa é a sirene que teremos de correr para o safe room. Vou deixar celular ligado e vou conectar com vocês. Tocou meu alarme também. Conecto pelo WhatsApp. Cinco minutos”, relatou.
A câmera em que Danuza aparecia continuou posicionada no terraço e mostrou o ataque.
Um dia antes da situação transmitida ao vivo pela GloboNews, Danuza falou sobre a rotina em Tel Aviv em meio à guerra entre Israel e Irã e falou sobre o desabastecimento dos mercados e de itens considerados essenciais na culinária do Oriente Médio.
“Temos aqui sempre muitas prateleiras cheias de homus, muitos pacotes e marcas e hoje essa parte do supermercado, pelo menos aqui ao lado, que é um grande supermercado, estava vazia [...] também pepino, que é outra coisa muito útil, outro alimento muito utilizado aqui na culinária do Oriente Médio [...] Tomates também, tomate-cereja, esses alimentos que você sabe, que são tradicionais, como o nosso feijão e arroz."
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz um duro alerta ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, diante da escalada nos ataques entre os dois países. Em comunicado neste sábado (14), Katz afirmou que, se os disparos iranianos contra civis israelenses persistirem, Teerã, capital do Irã, "vai queimar".
“O ditador iraniano está tomando os cidadãos iranianos como reféns, criando uma realidade na qual eles, e especialmente os moradores de Teerã, pagarão um alto preço pelos danos flagrantes infligidos aos cidadãos israelenses. Se Khamenei continuar disparando mísseis contra a retaguarda israelense, Teerã vai queimar”, declarou o ministro em comunicado oficial.
A ameaça ocorre em meio ao aumento das tensões na região. Segundo a Magen David Adom, agência de resposta a emergências de Israel, o número de mortos após os últimos ataques do Irã subiu para três. Duas pessoas morreram e outras 19 ficaram feridas quando mísseis atingiram casas em Rishon Lezion, ao sul de Tel Aviv.
Segundo a CNN, uma terceira vítima foi confirmada após ser atingida por um fragmento de arma em Ramat Gan, a leste da capital israelense. A polícia local informou que a mulher morreu ainda no local.
Diante do cenário, o chefe das Forças de Defesa de Israel (IDF) declarou que os militares devem retomar os ataques a alvos em Teerã. O conflito representa uma das maiores escaladas diretas entre os dois países, em um contexto já tenso após meses de guerra na Faixa de Gaza.
O Irã, por sua vez, afirma que seus ataques são uma resposta a ações anteriores de Israel. O governo iraniano ainda não comentou oficialmente as declarações de Katz.
A Embaixada de Israel em Brasília e o Consulado-Geral israelense em São Paulo foram fechados para o público nesta sexta-feira (13), sem data para a reabertura. O fechamento das representações ocorre após Israel atacar o Irã na madrugada desta sexta-feira (13), e não há informações oficiais sobre a suspensão dos serviços. As informações são da Agência Brasil.
Em outros países, como na Alemanha, embaixadas israelenses também foram fechadas. Após o ataque desta sexta, Israel alega que o país persa estaria construindo bombas atômicas com potencial de serem usadas contra os israelenses. O Irã nega o desenvolvimento de armas nucleares e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.
O chefe supremo da República do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, prometeu responder aos ataques de Israel que vitimaram altos comandantes militares e cientistas do país, e também danificarem instalações nucleares e fábricas de mísseis.
Em nota à imprensa, o governo brasileiro condenou a ofensiva aérea israelense contra o Irã no que chamou de “clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”. O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que acompanha a situação com forte preocupação.
Já a Embaixada do Brasil em Tel Aviv emitiu um alerta consular com orientações à comunidade brasileira em Israel, baseada nas diretrizes do Comando de Segurança Interna (Home Front Command). São elas:
O aplicativo desenvolvido e mantido pelas Forças de Defesa de Israel fornece, em tempo real, alertas, instruções e informações para salvar vidas. Os avisos podem ser personalizados, de acordo com a localização e áreas de interesse do usuário, como a própria casa e de parentes, escola dos filhos e local de trabalho.
Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores nesta sexta-feira (13), o governo Lula condenou os ataques aéreos realizados pelas forças militares de Israel contra alvos no Irã. Logo no começo do dia, Israel utilizou 200 caças em seu ataque, lançando mais de 330 “munições diversas” e atingindo mais de 100 alvos em todo o Irã.
Na nota à imprensa, o Itamaraty afirma que o ataque realizado por Israel viola a soberania iraniana e o direito internacional.
“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional. Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial”, afirma o Itamaraty.
No final do seu comunicado, o Ministério das Relações Exteriores fez um apelo para que “todas as partes envolvidas” adotem postura de “máxima contenção”, além de pedir o “fim imediato das hostilidades”.
Diversos militares iranianos de alto escalão foram mortos nos ataques. Entre eles, está o General Hossein Salami, o poderoso comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã; o Major-General Mohammad Bagheri, o oficial militar de mais alta patente do Irã; e o ex-chefe de segurança nacional do Irã, Ali Shamkhani.
Em resposta aos ataques, o governo do Irã disparou mais de 100 drones em direção ao território israelense. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que atuaram para interceptar os drones.
Logo após os ataques, a missão permanente do Irã junto às Nações Unidas solicitou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU para discutir a ofensiva israelense. Após a solicitação do Irã receber apoio de China e Rússia, o Conselho de Segurança decidiu se reunir em caráter de urgência na tarde desta sexta.
As Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque contra o Irã na madrugada desta sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília.
O bombardeio teve como alvo instalações ligadas ao programa nuclear iraniano, incluindo a usina de Natanz, apontada como um dos principais centros de enriquecimento de urânio do país.
Em pronunciamento divulgado logo após o início da ofensiva, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação visa conter “a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel”. Segundo ele, a ação militar terá continuidade. “Os ataques continuarão por quantos dias forem necessários”, declarou o premiê.
A televisão estatal iraniana noticiou que o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, morreram durante os ataques. A emissora informou ainda que dois cientistas nucleares também foram mortos.
Horas após o bombardeio, o governo israelense relatou o lançamento de mais de 100 drones pelo Irã contra seu território. Autoridades de segurança orientaram a população a buscar abrigo e evitar áreas abertas.
Teerã prometeu responder aos ataques.
Em discurso no plenário da Câmara, na sessão desta quarta-feira (11), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), fez um apelo ao governo federal: que rompa relações diplomáticas com o governo de Israel.
Além do rompimento com a administração do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o deputado baiano pediu ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que articule com outros países para que tomem esse mesmo caminho.
“Já tem um ano e meio o massacre na Faixa de Gaza: mais de 67 mil pessoas assassinadas! É preciso que o governo brasileiro rompa relações com o governo de Israel. Nós não podemos, de forma nenhuma, o mundo não pode ficar assistindo a massacres, a assassinatos de crianças, de mulheres indefesas”, afirmou o deputado.
Segundo afirmou Valmir Assunção, o que se assiste na Faixa de Gaza não seria uma guerra, mas puramente um massacre contra o povo palestino, “que tem direito ao seu território”.
“É preciso dar um basta ao massacre contra o povo palestino! Não podemos observar calados o massacre de toda uma população”, reiterou o deputado do PT da Bahia.
Em entrevista coletiva durante sua viagem à França, o presidente Lula fez declarações na mesma linha do deputado Valmir Assunção. Lula disse que a guerra na Faixa de Gaza é desproporcional, já que é um “exército altamente profissionalizado matando mulher e criança”.
“Nós também criticamos o Hamas quando fez a invasão a Tel Aviv [capital do país]. Agora, o que ninguém responde é como a inteligência de Israel permitiu que alguém de asa delta invadisse Tel Aviv. Sinceramente, tem coisas que meus anos de escolaridade não me permitem compreender”, afirmou.
O presidente Lula disse ainda que fica pasmo com o silêncio do mundo em relação ao que acontece na Faixa de Gaza.
“Parece que não existe mais humanismo nas pessoas. ‘Ah, palestino pode morrer’. Palestino não é ser inferior, palestino é gente como nós. Ele tem o direito de ter o terreno dele”, disse Lula.
O ativista brasileiro Thiago Ávila, preso durante uma interceptação de Israel a uma embarcação humanitária rumo a Gaza, está preso em uma solitária na prisão de Givon, na cidade de Ramla. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11), pela jornalista Giovanna Vial, do Opera Mundi.
Segundo informações cedidas ao jornal pela defesa de Thiago, ele foi transferido para uma cela solitária “escura, pequena, sem ventilação e sem acesso a ninguém”. Desde a segunda-feira (9), o brasileiro tem realizado uma greve de fome.
A defesa afirmou que as autoridades israelenses proferiram ameaças de deixá-lo na cela solitária por uma semana, ainda que sua ordem de deportação tenha sido emitida nesta quarta-feira (11/06). Segundo a defesa do brasileiro, o procedimento adotado pelos israelenses é ilegal.
O Thiago Ávila foi interceptado e detido por agentes israelenses em águas internacionais no mar Mediterrâneo junto aos demais 11 ativistas da Flotilha da Liberdade na madrugada de segunda-feira. O grupo utilizava o veleiro Madleen para levar suprimentos aos palestinos famintos em Gaza, sem passar pelo território israelense.
A esposa de Thiago, Lara Souza, deu uma declaração a reportagem alegando que ‘’Thiago é um preso político, detido ilegalmente por Israel em águas internacionais. Ainda que tivessem passado o limite de águas internacionais, eles (os ativistas) estariam em águas palestinas. A prisão é ilegal de toda forma”, denunciou.
Além do convite à deportação por parte do governo israelense, os ativistas receberam uma sanção de que estão proibidos de entrar em Israel por 100 anos. ‘’Na prática, isso significa que estão impedidos de entrar na Palestina, já que Israel comanda ilegalmente os territórios palestinos’’, afirma.
A influenciadora digital Camila Loures contou, através de suas redes sociais, que teve seu voo para Tel Aviv, em Israel, cancelado após um míssil atingir proximidades de aeroporto israelense. Segundo a youtuber, viajar para Israel aos 30 anos é um desejo antigo.
Segundo a influenciadora, a viagem até a capital israelense seria realizado com conexão em Madrid, mas a viagem foi adiada após os voos serem cancelados na região.
“Na verdade nosso voo é do Brasil para Madrid e de Madrid para Tel Aviv. O que foi cancelado foi o de Madrid para Tel Aviv. Até mais informações, não podemos ir daqui para Madrid. Os dois trechos tem que estar liberados para nós sairmos do Brasil”, explicou Loures.
O voô de Camila Loures para Israel foi adiado pois o aeroporto quase foi atingido por um MÍSSIL. pic.twitter.com/x8F6vHp0Ze
— acervo camila loures (@acervocloures) May 4, 2025
Ao ser questionada por um seguidor sobre o motivo da influenciadora querer viajar ao país atualmente, Loures contou que sempre teve vontade de viajar para Israel aos 30 anos.
“Sempre foi um sonho meu ir para Israel aos 30 anos e aí quando existiu a oportunidade dessa viagem, eu vi que já não tava em guerra mais, aí eu falei: ‘ah, eu vou’”, explicou.
Ugh her mind pic.twitter.com/TWIISfdeKg
— convenhamos (@vegetacil) May 5, 2025
Desde 2023, as forças israelenses estão em conflito com o Hamas e a região da Faixa de Gaza. Apesar de uma trégua realizada em janeiro deste ano, os ataques contra a região da Palestina retornaram em março e o governo de Israel aprovou, nesta segunda-feira (5), um plano de ocupação total da região por tempo indeterminado, segundo a agência de notícias Associated Press.
O cineasta palestino Hamdan Ballal, vencedor do Oscar 2025 de Melhor Documentário, foi liberado após ser sequestrado pelo exército israelense em uma ambulância na última segunda-feira (24). O caso foi divulgado pelo israelense Yuval Abraham, colega de Ballal, através das redes sociais.
Segundo Abraham, o co-diretor de ‘Sem Chão’, documentário que retrata a destruição de Masafer Yatta por soldados israelenses na Cisjordânia ocupada, outros ativistas testemunharam as agressões sofridas por Ballal.
“Depois de passar a noite algemado e ser espancado em uma base militar, Hamdan Ballal agora está livre e prestes a voltar para casa com uma família”, informou Abraham. Em custódia dos Soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), Ballal e outras duas pessoas teriam sido espancados por soldados e deixados do lado de fora, em baixa temperatura, durante a noite.
O ministério das Relações Exteriores pediu que Israel reverta a decisão de bloquear a entrada de bens, remédios e ajuda internacional no território, condenando a suspensão de ajuda humanitária e classificando a atitude como uma ameaça de cessar-fogo. “O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor, destacou o Itamaraty.
O governo brasileiro relembrou que ação de Israel é uma violação grave de direitos humanitários.
“Ao exortar à imediata reversão da medida, o Brasil recorda que Israel tem obrigação – conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 – de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos. A obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.”, diz em comunicado.
No último domingo (2), o governo de Israel suspendeu a entrada humanitária e de outros bens na Faixa de Gaza.
Em mais uma série de entrevistas para algumas rádios, na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom de suas críticas ao mandatário norte-americano Donald Trump, principalmente em relação à intenção de retirar os palestinos da Faixa de Gaza e assumir o controle daquela região. Lula disse que Trump parece fazer questão de “dizer uma anomalia todo dia”.
“Um dia ele quer ocupar o canal do Panamá, outro dia quer anexar a Groenlândia ou o Canadá. Depois, trata o povo palestino como se não fosse ninguém. Ele tem meu respeito para governar os Estados Unidos, mas ele não foi eleito para governar o mundo. Essa é a relação que eu espero que a gente construa”, disse o presidente.
Nesta quinta, Donald Trump, voltou a defender que o território palestino passe para o controle de seu governo ao final da guerra entre Israel e o grupo Hamas. Trump declarou que o seu plano é de assumir o território da Faixa da Gaza, após o reassentamento do povo palestino “em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas” na região do Oriente Médio.
O presidente do Estados Unidos disse ainda que vai transformar a Faixa de Gaza "em um dos maiores desenvolvimentos do tipo na Terra", e garantiu que não usará soldados norte-americanos na operação.
Na entrevista nesta manhã, o presidente Lula classificou a situação na Faixa de Gaza como genocídio e defendeu um posicionamento mais “humanista” na política internacional, especialmente em relação à Palestina.
“O que tem que se fazer na Palestina é cuidar dela como se fosse qualquer outro povo”, declarou Lula, que disse ainda que os Estados Unidos sempre se apresentaram como um símbolo de democracia, mas desde a eleição de Donald Trump, os discursos e ações de governo passaram a destoar desse ideal.
Depois da fala do presidente norte-americano, o ministro da Defesa de Israel ordenou ao exército do seu país que prepare um plano para permitir a “saída voluntária” dos moradores de Gaza. O ministro Israel Katz comemorou o anúncio de Trump de que pretende controlar a Faixa de Gaza e transformar aquele território na “Riviera do Oriente Médio”. Katz disse que o governo israelense vai assegurar opções de saída dos palestinos por meio de passagens terrestres, assim como arranjos especiais para saída por ar e mar.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, está sendo “falsamente manchado”, em meio às diversas acusações que vem sofrendo de que teria reproduzido um gesto nazista na última segunda-feira (20), após a segunda posse de Donald Trump como presidente dos EUA.
Em um comício que comemorava a posse do republicano, Musk estendeu o braço direito ao próprio peito e depois o estendeu na direção do público, gerando polêmicas devido às semelhanças do gesto com a saudação nazista utilizada por líderes fascistas na Alemanha e na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Musk rejeitou imediatamente as críticas, afirmando na rede social da qual é dono, o X, antigo Twitter que “o ataque ‘todos são Hitler’ é cansativo”. Em meio a esta controvérsia, nesta quinta-feira, Netanyahu saiu em defesa do fundador da montadora de carros Tesla e da empresa de exploração espacial SpaceX.
“Elon é um grande amigo de Israel. Ele visitou Israel depois do massacre de 7 de outubro, no qual os terroristas do Hamas cometeram a pior atrocidade contra o povo judeu desde o Holocausto. Ele vem, desde então, repetida e fortemente apoiado o direito de Israel de se defender contra os terroristas genocidas e regimes que buscam aniquilar o único estado judeu”, afirmou Netanyahu.
Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar na Antena 1 (100.1 FM), nesta manhã de terça-feira (21), a chef baiana Katia Waxman, que mora em Israel há 38 anos, contou sobre os israelenses sequestrados na Faixa de Gaza e acerca de seu trabalho humanitário no país, que passou por uma guerra com o Hamas, grupo terrorista palestino, que se prolongou por 15 meses e, no último domingo (19), foi firmado um acordo de cessar-fogo.
“Recebemos três dos 99 sequestrados, que foram colocados em túneis debaixo do solo na Faixa de Gaza, destes acredito que entre 37 e 40 estão mortos. A religião judaica diz que quando você salva uma alma acaba salvando um universo. Israel tem cerca de seis mil terroristas presos em seus domínios, eu trocaria todos eles pelos nossos sequestrados. Os três reféns que recebemos são soldados, que eram observadores, 12 foram pegos e seis estão vivos”, disse.
Ela explicou como se dedica a causa da paz intensamente. “Moro em uma barraca de lona, que tem uma estrutura grande, em frente ao parlamento. Toda semana estou com um megafone pedindo a libertação dos sequestrados para os parlamentares e pedindo o fim dessa guerra”.
“Posso dizer que a maior parte da população de Israel quer paz, mas temos um primeiro ministro medroso, covarde, mentiroso, bem ao estilo de Donald Trump. Além disso, queremos uma nova eleição, o direito de escolher nossos políticos, gente que não tenha as mãos sujas de sangue”, acrescentou.
Katia contou sobre o seu trabalho na agricultura para ajudar tanto os soldados israelenses como o povo de Gaza.
“Toda sexta, há um ano e meio, eu vou até a Faixa de Gaza e trabalho na plantação de uma fazenda, porque é necessário alimentar o exército. Eu sou tratorista, planto, colho, faço um pouco de tudo. Somos cinco mulheres nessa fazenda. Nós fornecemos caminhões de comida para os palestinos de gaza, entretanto o Hamas intercepta essa doação e vende para os próprios conterrâneos”, esclareceu.
Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) escapou de um bombardeio de Israel ao Aeroporto Internacional de Sanaa, capital do Iêmen, nesta quinta-feira (26). Segundo o governo iemenita, duas pessoas morreram e onze ficaram feridas no ataque.
O caso foi confirmado pelo próprio Adhanom, que afirmou que o bombardeio ocorreu a poucos metros do saguão em que estava, poucos instantes antes do horário previsto para o embarque. O diretor estava no país para uma missão da organização e estava embarcando para Genebra, na Suíça, lar da sede da instituição.
“Um dos tripulantes do nosso avião ficou ferido”, informou o diretor. “A torre de controle de tráfego aéreo, a sala de embarque – a poucos metros de onde estávamos – e a pista, foram danificadas”, continuou. Ainda segundo o diretor-geral, nem ele, nem ninguém de sua delegação se feriu durante o ataque.
CONFLITO NA REGIÃO
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque foi direcionado a alvos Houthis que estavam no aeroporto. Israel também atacou portos da capital iemenita e uma estação de energia da cidade.
O grupo terrorista dos Houthis, financiado pelo Irã, foi fundado e atual no Iêmen. Dese o começo da guerra em Gaza, os Houthis têm lançado mísseis em direção a Israel, em especial no sul do país, em apoio ao Hamas.
No segundo dia de cessar-fogo no sul do Líbano entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah, ambas as partes se acusaram de violação do acordo de trégua. Tanques israelenses teriam feito duas rodadas de disparos na cidade libanesa de Markaba, durante a manhã desta quinta-feira (28), em resposta, segundo Israel, à movimentação de veículos com suspeitos.
O acordo firmado entre ambas as partes prevê que elas interrompam os conflitos por 60 dias e se retirem do sul do Líbano, onde os confrontos ocorrem. O exército de Israel afirmou que os disparos foram apenas uma reação à descoberta de veículos com suspeitos transitando em diversas áreas do sul do Líbano, o que configuraria uma violação do acordo.
Israel admitiu, também, ter realizado ataques aéreos contra um suposto depósito de foguetes do Hezbollah na região. Ademais, na noite de quarta-feira (27), Israel ainda impôes um toque de recolher a moradores da região, a fim de controlar uma possível movimentação de tropas do grupo terrorista.
CONFLITOS NA REGIÃO
A guerra entre Israel e o Hezbollah ocorre desde setembro deste ano e estourou após as tensões entre as partes aumentarem. A ideia do cessar-fogo é dar um fim gradual ao conflito que, de acordo com o Ministério da Saúde Libanês, já deixou mais de 3.500 civis mortos, a maioria durante os bombardeios de Israel ao sul do país e à capital, Beirute.
Por outro lado, a guerra na Faixa de Gaza, contra forças Palestinas e o grupo terrorista Hamas continua. Na manhã desta quinta-feira, Israel bombou diversas áreas do território ocupadas pelo grupo, deixando 17 mortos, segundo o Ministério da Saúde Local. Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que faria uma nova tentativa de acordo para a região.
Na tarde desta segunda-feira (11), o Atlético de Alagoinhas anunciou a contratação do jogador Israel para o ano de 2025. Todas as contratações anunciadas pelo Carcará até o momento foram voltadas para o setor defensivo da equipe. O atleta de 23 anos já é o oitavo defensor divulgado.
Recentemente, Israel estava no Taquaritinga (SP). O jogador fez dez partidas na equipe, destacando-se por ser titular em uma campanha na Copa Paulista de dez jogos, sete vitórias, dois empates e uma derrota. O time sofreu apenas um gol neste recorte e o defensor marcou um tento para a equipe.
Ao todo, o defensor passou por cinco equipes diferentes. Santa Cruz (RJ), Bangu (RJ), Perilima (PB), Taquaritinga (SP) e Penapolense (SP) foram os times que formam o currículo do jogador que em 2025 estará no Carcará.
Em rede social, o atleta comentou na publicação de anúncio da contratação
"Muito feliz e motivado. Vamos, Carcará", disse Israel.
Confira abaixo o anúncio oficial nas redes oficias do Atlético de Alagoinhas:
Conhecido como “Açougueiro”, o chefe do Hamas, Yahya Sinwar, foi assassinado por soldados israelitas em uma operação na Faixa de Gaza, segundo alegou o Exército judeu nesta quinta-feira (17). O grupo Hamas ainda não confirmou a morte.
Sinwar era o principal alvo na guerra de Israel contra o grupo palestino, mesmo que Netanyahu sempre reitere que o fim do conflito só aconteceria com o fim do grupo. Yahya recebeu o apelido de açougueiro devido à violência de suas ações.
Nascido em Khan Yunis, no sul de Gaza, Sinwar é filho de refugiados palestinos, que foram expulsos de suas terras quando o Estado de Israel foi criado, em 1948. Yahya é um dos responsáveis pela criação do Majd, uma espécie de aparato de segurança interna que perseguia e matava palestinos suspeitos de colaborar com Tel Aviv.
Ele conheceu Ahmed Yassin, fundador do Hamas, enquanto rezava em uma mesquita de Gaza. Posteriormente, participou da Primeira Intifada, os levantes palestinos contra Israel de 1987 a 1993. Capturado por Israel em 1988, foi condenado a quatro prisões perpétuas. Passou 22 anos na cadeia, mas, mesmo preso, continuou a coordenar a perseguição aos colaboradores palestinos.
O carniceiro foi solto em 2011, quando Israel decidiu soltar 1.026 palestinos em troca do soldado Gilad Shalit, capturado pelo Hamas. Na época, o Hamas sequestrou cerca de 240 pessoas, usadas como moeda de troca nas negociações com Israel. No cessar-fogo do fim de novembro, a facção libertou dezenas delas em troca da soltura de detentos palestinos.
Relatos divulgados após o início do conflito, feitos por pessoas que conviveram com ele, descrevem Sinwar como alguém radical, inflexível e obsessivo.
Sinwar passou a chefiar o Hamas em Gaza em 2017, quando sucedeu Ismail Haniyeh, morto no final de julho em Teerã. Nas últimos meses, foram mortos também Mohammed Deif, líder militar da facção, e Marwan Issa, número dois de Deif, ambos em Gaza.
Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, afirmou que o país continuará a atacar “impiedosamente” o grupo extremista libanês Hezbollah, até mesmo em Beirute, capital do Líbano.
A declaração dá sinais de que o governo israelense não prevê parar com os bombardeios contra o estado libanês que já duram quase um mês. “Continuaremos a atacar impiedosamente o Hezbollah, em todas as partes do Líbano, incluindo Beirute. Tudo isso de acordo com considerações operacionais. Nós provamos isso recentemente e continuaremos a provar isso nos próximos dias”, afirmou o premiê.
Israel começou a bombardear o Líbano em 20 de setembro, pouco após anunciar uma nova fase da guerra com foco no norte de Israel, próximo à fronteira com o sul do Líbano. A região é um reduto do Hezbollah, grupo extremista libanês financiado pelo Irã.
Conforme fontes do governo libanês, cerca de 2.000 pessoas já faleceram por conta dos ataques. Israel afirma, no entanto, que os bombardeios não têm como alvo o Líbano, mas sim estruturas específicas do Hezbollah. Contudo, a informação do governo libanês é de que a maioria das baixas são de civis.
Nesta segunda-feira (14), Israel bombardeou Aitou, um reduto de maioria cristão ao norte do Líbano. É a primeira vez que as forças armadas israelenses alvejaram a região desde o início da guerra. Segundo a Cruz Vermelha, 21 pessoas vieram a óbito e 4 ficaram feridas devido ao bombardeio.
Em rechaço, nos últimos dias, o grupo extremista realizou vários lançamentos de mísseis contra Israel. Conforme um comunicado do Hezbollah, no entanto, a informação é de que alguns destes mísseis foram interceptados, enquanto outros caíram em áreas abertas, sem deixar nenhum ferido.
A Federação Francesa de Futebol (FFF), considera mudar o local do jogo diante de Israel, que acontecerá no dia 14 de novembro, para o Parque dos Príncipes, ao invés do Estádio da França. Segundo o jornal L'Equipe, a mudança seria por razões de segurança.
A partida, da fase de grupos da Liga das Nações, estava inicialmente agendada para o Stade de France, em Saint Denis, nos arredores de Paris, casa das seleções francesas de futebol e rugby.
Entretanto, na última sexta-feira (11), ocorreu uma reunião entre diferentes entidades francesas para estudar a possibilidade de levar a partida ao Parc des Princes, estádio municipal onde joga o Paris Saint-Germain, por razões de segurança.
Tendo o conflito no Médio Oriente como pano de fundo, as autoridades francesas acreditam que a gestão do fluxo de multidões e os controlos de segurança de acesso aos estádios serão mais fáceis no Parque. Primeiro, pela diferença de lotação: máximo de 47 mil pessoas no Parque contra 80 mil no Estádio da França.
O L'Equipe também informa que a decisão final das autoridades francesas será divulgada na próxima semana.
Pela primeira vez, o Líbano revidou os ataques feitos por Israel. O ataque aconteceu após um bombardeio em um posto militar do Exército Libanês acabar com a morte de um soldado, nesta quinta-feira (3).
“Um soldado morreu depois que o inimigo israelense atacou um posto militar na área de Bint Jbeil, no sul, e os militares responderam com disparos”, informou o Exército libanês.
Os ataques feitos por Israel aspira combater o grupo xiita Hezbollah. Até o momento, a nação vinha guerreando contra o exército iraniano e o grupo xiita. O Líbano evidenciou que não faz parte do conflito e que os ataques foram efetuados como forma de defesa.
O governo israelense reforçou que os ataques feitos no Líbano não têm como alvo o Estado libanês, mas, sim, estruturas específicas do Hezbollah dentro do país.
O grupo Hamas assumiu, nesta quarta-feira (2), a responsabilidade pelo tiroteio que aconteceu no trem em Jaffa, uma cidade ao lado de Tel Aviv. O ataque matou pelo menos sete pessoas, nesta terça-feira (1).
De acordo com a polícia israelense, dois indivíduos armados saíram do metrô e dispararam contra diversas pessoas na Avenida Yerushalayim. Os atiradores também morreram.
A estação de trem foi atacada minutos antes da primeira onda de mísseis do Irã na capital de Israel. De acordo com a polícia, os terroristas trocaram tiros com as Forças Armadas de Israel (FDI) e morreram no local.
O Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada na tarde desta terça-feira (1º), disse que o governo brasileiro vê com "grave preocupação" a realização de operações militares terrestres do exército de Israel no Sul do Líbano. Na nota, o Itamaraty condena o que chamou de "violação ao direito internacional" por parte de Israel, e exigiu que o governo israelense interrompa imediatamente as incursões terrestres e os ataques aéreos a zonas civis no Líbano.
Apesar de ter sido divulgado já no meio da tarde, o comunicado do Itamaraty não cita a nova etapa dos conflitos no Oriente Médio, agora com o envolvimento do Irã. Nesta terça, as forças militares do Irã realizaram um ataque com pelos menos 180 mísseis contra Israel, e alguns projéteis causaram impacto direto no sul e centro do país, mas não houve feridos até o momento.
O governo do Irã afirmou que atacou Israel em resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Já o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse que o ataque iraniano terá consequências. Líderes e representantes de governos de todo o mundo se pronunciaram condenando o ataque e a escalada do conflito no Oriente Médio.
No seu comunicado, o Itamaraty reafirma a defesa do "pleno respeito" à soberania e à integridade territorial do Líbano. Segundo o comunicado, o governo brasileiro faz um apelo a todas as partes envolvidas para que exerçam máxima contenção e para que alcancem, com urgência, uma situação de cessar-fogo permanente e abrangente.
"Recordamos a necessidade de cumprimento da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em particular, o chamado à completa cessação de hostilidades entre Israel e o Hezbollah e ao respeito à Linha Azul, bem como conclama a comunidade internacional para que se valha de todos os instrumentos diplomáticos à disposição a fim de conter o agravamento do conflito", afirma a nota do Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores afirma ainda que a Embaixada em Beirute continua a monitorar a situação dos brasileiros no Líbano, aos quais continua a prestar assistência consular emergencial. O governo brasileiro também reiterou o alerta para que todos deixem as áreas conflagradas, sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tanto, procurem deixar o território libanês por meios próprios.
Mais cedo, em rápida entrevista na Cidade do México, ao chegar para a solenidade de posse da nova presidente mexicana Claudia Sheinbaum, o presidente Lula conversou com a imprensa e fez críticas ao governo israelense. O presidente brasileiro disse lamentar profundamente as ações de Israel no Oriente Médio.
"O que eu lamento profundamente é o comportamento do governo de Israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral de fazer com que Israel sente em uma mesa para conversar ao invés de só saber matar", disse Lula.
Até as 18h10 desta terça, o presidente brasileiro ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre o aumento da tensão no Oriente Médio com o ataque do Irã a Israel, e a promessa das forças israelenses de contra-atacar.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizou um discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidades (ONU) nesta sexta-feira e afirmou que o seu país “está vencendo”.
Quando subiu ao palco do plenário das Nações Unidas, um grande número de delegações foi visto saindo do salão, bem como vaias puderam ser escutadas quando o chefe de governo israelense se aproximou do púlpito. A desordem foi tão fora dos padrões da assembleia que o presidente da sessão precisou pedir silêncio às delegações.
Durante a abertura de seu discurso, Netanyahu afirmou que estava indo ali para “esclarecer as coisas” e afirmou que gostaria de se defender das “mentiras e calúnias” que escutou. “Meu país está em guerra, lutando por sua vida. Devemos nos defender desses assassinos selvagens. Nossos inimigos buscam não apenas nos destruir, eles buscam destruir nossa civilização comum e nos devolver a uma era sombria de tirania e terror”, afirmou.
Conforme a CNN Brasil, o primeiro-ministro discursou enquanto o seu país continuava a atacar alvos do Hezbollah, grupo fundamentalista islâmico, no sul do Líbano, em meio a temores de que os ataques pudessem se transformar em uma guerra regional de grandes proporções.
ATAQUES AO IRÃ
Em seu discurso, Netanyahu ainda tentou jogar a culpa pelo conflito no maior inimigo de Israel na região, o Irã. Segundo ele, Israel estava se defendendo contra os iranianos em sete frentes diferentes.
“Não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar. E isso é verdade para todo o Oriente Médio. Longe de serem cordeiros levados ao matadouro, os soldados israelenses lutam com uma coragem incrível”, afirmou Netanyahu.
O chefe de governo israelense terminou a sua participação na Assembleia-Geral das Nações Unidas afirmando: “Tenho outra mensagem para esta assembleia e para o mundo fora deste salão: estamos vencendo”.
O Governo Brasileiro, por meio do Ministério de Relações Exteriores, confirmou, nesta sexta-feira (27), a morte de uma adolescente brasileira no Líbano, em meio aos conflitos com Israel. Atualmente o conflito já registra mais de 700 mortes, segundo as autoridades libanesas.
O Itamaraty detalhou que a jovem brasileira Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú em Santa Catarina, foi morta no Sul do Líbano após um bombardeio aéreo. Relatos de familiares apontam que a adolescente estava acompanhada do pai, de nacionalidade libanesa, em casa, na última segunda-feira (23).
A adolescente se tornou a segunda vítima brasileira atingida pelos intensos bombardeios aéreos israelenses na região. A Embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência à família da adolescente.
O Governo Brasileiro expressou condolências à família e ressaltou que busca a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades.
Em um discurso de quase 20 minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 79ª Assembleia da Organização das Nações Unidas, em Nova York, com críticas à própria entidade, aos países que fomentam guerras e gastam bilhões nos conflitos, aos que não se comprometem com a reversão da emergência climática mundial e até mesmo, de forma indireta ao bilionário Elon Musk. Durante o discurso de Lula, a transmissão mostrou que na comitiva brasileira estavam a primeira-dama Janja, e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira.
Ao abrir a reunião, Lula fez uma saudação especial ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, presente à Assembleia da ONU. O presidente brasileiro falou sobre os confrontos envolvendo Israel, o grupo palestino Hamas e que agora chegaram também ao Hezbollah e ao Líbano. Segundo afirmou Lula, o direito de defesa passou a ser direito de vingança.
"Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo", afirmou.
Lula também citou a guerra entre Ucrânia e Rússia, e falou da dificuldade de se chegar a um acordo que interrompa o conflito. Neste momento da fala do presidente brasileiro, a transmissão mostrou que o presidente da Ucrânia, Zelensky, acompanhava atentamente o discurso. Lula também falou sobre os gastos com armamentos militares em contraposição ao que é investido para a erradicação da fome no mundo.
"2023 ostenta o triste recorde do maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Os gastos militares globais cresceram pelo nono ano consecutivo e atingiram 2,4 trilhões de dólares. Mais de 90 bilhões de dólares foram mobilizados com arsenais nucleares. Esses recursos poderiam ter sido utilizados para combater a fome e enfrentar a mudança do clima. O que se vê é o aumento das capacidades bélicas. O uso da força, sem amparo no Direito Internacional, está se tornando a regra. Na Ucrânia, é com pesar que vemos a guerra se estender sem perspectiva de paz. O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento", disse.
A dificuldade da ONU em se impor na solução de conflitos mundiais também esteve presente no discurso de abertura da Assembleia. Lula lembrou do Pacto para o Futuro assinado por líderes mundiais, mas criticou a falta de força política da ONU para transformar o discurso em medidas efetivas.
"Adotamos anteontem, aqui neste mesmo plenário, o Pacto para o Futuro. Sua difícil aprovação demonstra o enfraquecimento de nossa capacidade coletiva de negociação e diálogo. Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamos em círculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes. Nem mesmo com a tragédia da COVID-19, fomos capazes de nos unir em torno de um Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde. Precisamos ir muito além e dotar a ONU dos meios necessários para enfrentar as mudanças vertiginosas do panorama internacional", destacou Lula.
Em relação ao problema da emergência climática enfrentada por todo o mundo, o presidente brasileiro cobrou maior compromisso de todos os países no enfrentamento da questão que, segundo ele, já não é mais algo a ser solucionado em um futuro próximo. "O planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está farto de acordos climáticos que não são cumpridos. Está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que nunca chega", pontuou.
O presidente Lula elencou situações em todo o mundo que mostram o drama das mudanças climáticas, e que evidenciam a necessidade de uma ação urgente e conjunta das nações. Lula não deixou de citar acontecimentos recentes no Brasil, e reconheceu que é preciso fazer muito mais para prevenir as catástrofes ambientes.
"O negacionismo sucumbe ante às evidências do aquecimento global. 2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna. Furacões no Caribe, tufões na Ásia, seca e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa deixam um rastro de morte e destruição. No Sul do Brasil, tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto. O meu governo não terceiriza a responsabilidade e nem abdica da sua soberania. Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer muito mais", afirmou o presidente.
Nesse ponto de seu discurso, Lula aproveitou para elencar ações realizadas pelo seu governo para o combate aos crimes ambientais.
"Além de enfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental. Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e como o crime organizado. Reduzimos o desmatamento na Amazônia em 50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030", disse.
O presidente também fez críticas veladas ao empresário norte-americano Elon Musk, dono da rede social X. Lula disse que as plataformas digitais devem se submeter às leis de cada país, e completou dizendo que a liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras".
"O futuro de nossa região passa sobretudo por construir estado sustentável, eficiente, inclusivo e enfrente todas as formas de discriminação. Que não se intimida ante indivíduos, corporações e plataformas digitais que se julgam acima da lei. A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras. Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital", colocou o presidente.
Na parte final de seu pronunciamento, em nova estocada na ONU, o presidente brasileiro voltou a defender a necessidade de uma reforma no organismo internacional, e destacou que nunca na história uma mulher ocupou o principal cargo de comando das Nações Unidas.
"Inexiste equilíbrio de gênero no exercício das mais altas funções. O cargo de Secretário-Geral jamais foi ocupado por uma mulher", criticou Lula.
Uma outra crítica feita por Lula às nações se relacionou ao embargo econômico a Cuba. Para o presidente brasileiro, a população do país é que paga o preço desse bloqueio. "É injustificado manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais, que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis", afirmou o presidente.
Ao final de seu discurso, o presidente Lula voltou a defender mudanças no Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, exclui países da América Latina e da África. Lula pediu que haja espaço para a discussão mais abrangente de reformas na entidade.
"Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo. Exigirá enorme esforço de negociação. Mas essa é a nossa responsabilidade. Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global. A vontade da maioria pode persuadir os que se apegam às expressões cruas dos mecanismos do poder. Neste plenário ecoam as aspirações da humanidade. Aqui travamos os grandes debates do mundo. Neste foro buscamos as respostas para os problemas que afligem o planeta. Recai sobre a Assembleia Geral, expressão maior do multilateralismo, a missão de pavimentar o caminho para o futuro", concluiu o presidente brasileiro.
O Ministério da Saúde do Líbano afirmou que ao menos 356 pessoas foram mortas e mais de 1.246 ficaram feridas nesta segunda-feira (23) após Israel lançar um ataque aéreo amplo contra o país.
Pouco antes dos ataques, as forças de defesa de Israel enviaram alerta à população civil do Líbano para que se afastassem imediatamente de posições e depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.
Ainda conforme a pasta, entre as vítimas dos ataques estão 24 crianças, 42 mulheres e diversos profissionais de saúde. Segundo o governo de Israel, entre as vítimas estava um comandante do alto escalão do Hezbollah, Ali Karaki.
CRONOLOGIA DOS ATAQUES
Durante a manhã, Israel atacou regiões do sul e do leste do Líbano, e mais tarde voltou a bombardear a capital do país, Beirute, que já havia sido alvo de ataques na última sexta-feira, que deixaram 14 mortos.
Com os bombardeios, esta segunda-feira se tornou o dia mais sangrento do país em mais de 18 anos, desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. Segundo os israelenses, cerca de 800 alvos do grupo foram atacados nesta segunda-feira.
O primeiro-ministro libanês Najib Mikati denunciou um suposto “plano de destruição” executado por Israel. “A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos de um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libanesas”, afirmou Mikati, em comunicado no qual pede à ONU e a países influentes que tentem dissuadir a agressão.
O Ministério do Interior do Líbano afirmou que o país converterá escolas em abrigos nas cidades afetadas. Já o Ministério da Saúde ordenou que as cirurgias eletivas sejam canceladas, para que as unidades de saúde tenham espaço para receber os feridos nos bombardeios.
O experiente armador norte-americano, Patrick Beverley, de 36 anos, assinou, na última semana, um contrato com o Hapoel Shlomo Tel Aviv, de Israel. Após 12 anos atuando na NBA, o jogador volta à Europa para jogar em um país que está em guerra contra a Palestina. Em seu podcast, “The Pat Bev Podcast”, ele comentou sobre sua decisão de se mudar para o exterior e se juntar ao clube israelense, apesar das preocupações com a segurança devido aos conflitos armados em andamento na região.
"A segurança é importante", disse Beverley. "Se uma bomba explodir, eu vou embora. Mas a maioria dos nossos jogos da EuroCup são disputados na Bulgária".
Apesar das notícias sobre os conflitos, Beverley afirmou desconhecer a insegurança em Tel Aviv. Entretanto, o Hamas (grupo terrorista), afirmou nesta terça-feira (13) que atacou a região com dois foguetes. Berveley já se apresentou ao clube, mas a temporada europeia de basquete ainda não foi iniciada.
"Não tenho conhecimento de nenhum lugar inseguro em Tel Aviv agora. Meu antigo companheiro de equipe me disse que em cada apartamento há uma sala de bombas, e ele a usava para pendurar roupas. Ele ficou lá três ou quatro meses na temporada passada, e nada aconteceu", disse.
Diante das acusações de que teria aceito dinheiro sujo para jogar em Israel, Beverley negou veementemente e afirmou que sua decisão foi baseada exclusivamente em critérios esportivos.
"Houveram comentários de que aceitei dinheiro sujo, isso e aquilo, e quero que as pessoas saibam que minha decisão é sempre baseada no basquete. Tenho familiares e amigos que morrem em Chicago todos os dias e ninguém fala sobre isso, mas quando tomo a decisão de jogar basquete, todos agora são como os especialistas mais inteligentes do que está acontecendo no mundo. É a coisa mais engraçada para mim. Estou falando com um americano que jogou lá; ele diz que é o paraíso. Ele foi à praia todos os dias, seis horas por dia, e não teve nenhuma experiência ruim".
Beverley viajou para a Bulgária para se juntar aos seus novos companheiros de equipe no último sábado, 10 de agosto, para o início do training camp.
O sorteio da categoria até 73kg do judô masculino nas Olimpíadas de Paris 2024 rendeu um momento um pouco diferenciado. O sorteio definiu que o judoca argelino Messaoud Dris iria ser adversário do israelense Tohar Butbul, entretanto, Dris se recusou a lutar.
O fato já tinha acontecido nos Jogos de Tóquio, quando Fethi Nourine, também da Argélia, se recusou a lutar contra Butbul. Na época, Norine se justificou afirmando que "a causa palestina é maior que nós".
"Treinei muito para estar nos Jogos Olímpicos, mas a causa palestina é maior que nós", declarou Fethi.
Nourini foi suspenso por 10 anos pela Federação Internacional de Judô. Messaod Dris diz "estar ciente" da punição que o aguarda .
As manifestações políticas contra Israel podem surgir ao longo de toda a duração dos Jogos Olímpicos, sendo que o judô é um dos principais alvos dessas protestos.
Isso ocorre porque é um dos esportes em que os israelenses têm se destacado bastante: o judô rendeu seis das treze medalhas que o país já conquistou.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou, nesta quarta-feira (22), que ordenou a retirada imediata de seus embaixadores na Irlanda e na Noruega. Esta ação se deu em resposta à decisão dessas nações de reconhecerem formalmente o Estado palestino.
De acordo com o governo palestino, atualmente 146 dos 193 Estados-membros da ONU já expressaram o reconhecimento do Estado. No entanto, analistas da CNN afirmaram que esta não é uma atitude comum quando se trata dos governos do oeste europeu.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a decisão de reconhecer o Estado palestino minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para liberar os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza. “Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos, a remoção do Hamas e o regresso dos reféns”, afirmou Katz.
Também nesta quarta-feira (22), o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez afirmou que o conselho de ministros do país vai reconhecer o Estado independente palestino na próxima terça-feira (28)
A procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu a prisão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, bem como do líder do Hamas Yahya Sinwar. Os juízes do TPI devem agora avaliar os pedidos de prisão relacionados a crimes de guerra.
Além do primeiro-ministro israelense e do líder do Hamas, o ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant e duas outras lideranças do Hamas tiveram sua prisão requisitada pela procuradoria. De acordo com Karim Khan, promotor-chefe do tribunal, em entrevista para a CNN, os líderes do Hamas são acusados de “extermínio, assassinato, tomada de reféns, estupro e agressão sexual durante a detenção”, enquanto que os líderes israelenses devem responder por “causar extermínio e usar da fome como método de guerra”.
Os pedidos contra os políticos israelenses marcam a primeira vez que o Tribunal tem como alvo o principal líder de um aliado próximo dos EUA. No mês passado, em face de relatos de que o promotor-chefe do TPI estava considerando esta linha de ação, Netanyahu afirmou que qualquer mandado de prisão do TPI contra altos funcionários do governo e militares israelenses seria “um ultraje de proporções históricas”.
Em resposta aos comentários do primeiro-ministro, Khan afirmou que “ninguém está acima da lei”. Israel não é membro do TPI. No entanto, o tribunal afirma ter jurisdição sobre áreas afetadas pela guerra, uma vez que os líderes palestinos concordaram formalmente a formar vínculos com o tribunal em 2015.
Um evento da Igreja da Católica neste sábado (18), em Verona, na Itália, registrou um momento emocionante, quando o Papa Francisco abraçou dois homens, um israelense e um palestino, vítimas da guerra do Oriente-Médio.
O israelense Maoz Inon teve os pais assassinados pelo Hamas e o palestino Aziz Sarah perdeu o irmão, morto pelo exército de Israel. “A nossa dor, o nosso sofrimento nos aproximaram, nos levaram a dialogar para criar um futuro melhor”, contou a dupla ao Papa no palco do evento “Arena da Paz. Justiça e Paz se beijarão”.
Como relata o Vatican News, neste momento o Papa Francisco deixou o discurso de lado. “Creio que diante do sofrimento desses dois irmãos, que é o sofrimento de dois povos, não se possa dizer nada. Eles tiveram a coragem de se abraçar. Por favor, façamos um pequeno momento de silêncio, porque não se pode falar demasiado disto, mas sentir…E olhando o abraço destes dois, cada um, do seu coração, reze ao Senhor pela paz e tome uma decisão interior de fazer algo para acabar com as guerras”.
No evento, o pontífice ouviu testemunhos dos mais variados países e respondeu a perguntas relacionadas ao tema da paz.
Uma assembleia da ONU realizada nesta sexta-feira (10) aprovou uma resolução que reativou a candidatura da Palestina a Estado-membro da organização. O texto votado concede mais direitos e privilégios à região.
O texto foi aprovado com 143 votos a favor, entre eles o do Brasil, nove contra, e 25 abstenções. Entre os votantes contrários à aprovação estavam Argentina, Israel e os Estados Unidos. Essa decisão se dá em meio ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas que já causou cerca de 35 mil mortes e uma crise humanitária em Gaza.
A resolução determina que a Palestina está qualificada para adesão como membro e recomenda que o Conselho de Segurança da ONU seja favorável a essa inclusão. Além disso, a medida também estipula “direitos e privilégios em pé de igualdade com os Estados-membros da ONU”.
O Gabinete de Guerra de Israel vai realizar uma reunião neste domingo (14) para decidir se fará uma resposta ao ataque do Irã. As informações foram divulgadas pela agência Reuters, via G1, citando uma autoridade do governo israelense.
O encontro que deve debater um possível ataque ao Irã está marcado para às 9h30 deste domingo, horário de Brasília.
Israel foi alvo de um ataque inédito do Irã na noite deste sábado (13), madrugada de domingo pelo horário local. Mais de 300 artefatos, incluindo drones e mísseis, foram lançados contra o país.
As Forças de Defesa de Israel informaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. No entanto, a imprensa do Irã comunicou que mísseis conseguiram furar a proteção israelense
O ataque iraniano deste sábado é uma resposta ao bombardeio de Israel à embaixada do país na Síria.
Poucas horas após o ataque, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se reuniu com membros do governo do país e das Forças Armadas para discutir o caso. Netanyahu também conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Militares do Irã ameaçaram uma ofensiva ainda maior caso Israel decida contra-atacar. O governo iraniano também disse que pode atacar bases dos Estados Unidos caso Washington apoie uma retaliação israelense.
A Itália, que ocupa a presidência rotativa do Grupo dos Sete, marcou uma reunião virtual com os demais membros do grupo neste domingo (14) para discutir o ataque do Irã a Israel. Além dos EUA e da Itália, o grupo ainda inclui Canadá, França, Alemanha, Inglaterra e Japão.
A primeira-ministra italiana afirmou na rede social X (antigo Twitter) que o governo italiano "reitera sua condenação dos ataques iranianos contra Israel".
Já o Conselho de Segurança da ONU disse que vai se reunir em caráter emergencial neste domingo (14) às 17h (horário de Brasília) para tratar da questão.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil elogiou, em nota publicada neste sábado (30), a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais conhecida como Corte de Haia, que determinou que Israel adote medidas adicionais para garantir o fornecimento de serviços básicos e assistência humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza.
“O governo brasileiro saúda a adoção, em 28 de março, pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), de novas medidas cautelares, no âmbito do processo instaurado pela África do Sul contra Israel, com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.” A CIJ é o principal órgão jurídico das Nações Unidas (ONU) que julga denúncias de crimes contra Estados. Na última quinta-feira (28), a Corte emitiu decisão, por 14 votos contra dois, exigindo que Israel adote medidas cautelares adicionais para evitar a degradação da vida do povo palestino.
De acordo com informações da Agência Brasil, o Itamaraty recordou que as medidas determinadas pela CIJ têm “caráter vinculante”, o que significa que os países signatários da ONU concordaram em respeitar as decisões do Tribunal.
Ainda segundo o MRE, “o governo brasileiro espera que [as medidas] possam resultar em urgente alívio humanitário para Gaza e em ambiente de diálogo político que permita um cessar-fogo definitivo, a libertação imediata de todos os reféns e a retomada de negociações para a solução de dois Estados”.
O governo brasileiro ainda lembrou que a fome instalada em Gaza matou “ao menos 31 pessoas, entre as quais 27 crianças, por má nutrição e desidratação, conforme relatório recente do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários”.
Entre as medidas determinadas pelo Tribunal, está a cooperação plena com a ONU para a prestação desimpedida, e em grande escala, de assistência humanitária e prestação de serviços básicos, aumentando os pontos de passagem terrestre à Gaza, que devem ficar abertos pelo tempo que for necessário.
O órgão ainda exige que os militares israelenses não cometam atos que violem os direitos dos palestinos e que o governo de Israel apresente ao Tribunal um relatório sobre as medidas que adotou para cumprir a ordem da CIJ. A resposta de Israel deve ser apresentada até o dia 28 de abril.
De acordo com a decisão, “as catastróficas condições de vida dos palestinos na Faixa de Gaza deterioraram-se ainda mais, em particular devido à prolongada privação generalizada de alimentos e outras necessidades básicas a que os palestinos em Gaza foram submetidos”. Além disso, a Corte afirmou que “os palestinos em Gaza não enfrentam mais apenas o risco de fome, conforme consta do Despacho de 26 de janeiro de 2024, mas a fome está instalada”.
Mulher é flagrada enquanto furta e rasga bandeira de Israel em agência de turismo no interior baiano
Uma mulher foi flagrada furtando e rasgando uma bandeira de Israel, no portão de uma agência de turismo, em Lençóis, destino turístico na Chapada Diamantina. A ação, que ocorreu no último sábado (16), foi registrada por câmeras de segurança no local.
A Polícia Civil informou que o caso é investigado como furto e discriminação sofrido pelo dono da agência, o israelense Ofer Mauhnoom. Conforme os dados contidos no boletim de ocorrência, a bandeira foi recuperada. As investigações seguem tentando localizar a suspeita.
Os registros da câmera mostram o momento que a mulher chega na frente da agência de turismo, puxa a bandeira, presa no portão do estabelecimento, que acaba rasgando. Em seguida, ela a enrola nos braços e deixa o local.
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Ao G1, Ofer Mauhnoom, relatou que mora no município a cerca de 15 anos, juntamente com a família. Ele conta que já teve que trocar a bandeira três vezes neste ano devido a ataques.
“Os ataques começaram a mais ou menos dois meses. Das outras vezes eu troquei a bandeira e a gente procurou a polícia. Nós nos sentimos abraçados pela comunidade de Lençóis. Temos certeza que não são os moradores que fazem isso”, disse Ofer Mauhnoom.
Ainda segundo ele, nas outras vezes, pintaram a bandeira com tinta vermelha, durante a madrugada, quando a agência de turismo estava fechada.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou de “imoral” e “ilegal” a ação de Israel na Faixa de Gaza. Em discurso na Cisjordânia, o chanceler brasileiro informou que o Brasil manterá a contribuição para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA).
As declarações foram feitas em visita à Cisjordânia, na primeira etapa da visita ao Oriente Médio. Neste domingo (17), Vieira reuniu-se em Ramallah com o chanceler palestino, Riyad al-Maliki, e com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para discutir a guerra na Faixa de Gaza.
“Vou dizer de forma alta e clara: é ilegal e imoral retirar o acesso das pessoas à comida e à água. É ilegal e imoral atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda. É ilegal e imoral impedir os doentes e feridos de assistência de saúde. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos”, disse Vieira em discurso na capital da Autoridade Palestina. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, a utilização da fome e da sede como armas de guerra representa “punição coletiva” e o rastro de destruição e de morte na população inocente não será esquecido. Durante o discurso, Vieira foi aplaudido de pé. Na cerimônia, o chanceler recebeu, em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o título de membro honorário do Conselho dos Curadores da Fundação Yasser Arafat.
Para Vieira, a manutenção das contribuições à UNRWA é essencial para manter a ajuda a mais de 5 milhões de refugiados palestinos. O chanceler agradeceu às Nações Unidas pela rapidez na investigação das acusações de que 12 integrantes da agência teriam participado dos ataques terroristas de 7 de outubro, em Israel.
Segundo o Itamaraty, Abbas agradeceu o empenho e a amizade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a Palestina. O presidente da Autoridade Palestina também agradeceu a coragem de Lula em assumir papel de referência global em defesa dos palestinos na atual crise e o apoio do governo brasileiro à admissão da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante o encontro com Maliki, informou o Itamaraty, o chanceler palestino elogiou a atuação de Lula, ao descrever “a situação como ela é” e destacou que o presidente brasileiro foi um dos primeiros líderes “a agir em defesa dos civis desde a primeira hora”. Maliki manifestou preocupação com os riscos de uma ação militar em Rafah e relatou o aumento da violência de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia.
Em seguida, participou da cerimônia na Fundação Yasser Arafat. Coube ao primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Shtayyeh entregar o título em homenagem ao presidente Lula.
No último compromisso do dia, Vieira e Shtayyeh se reuniram para tratar da crise em Gaza e em outros países do Oriente Médio. Os dois discutiram estratégias conjuntas para tornar a Palestina membro pleno das Nações Unidas.
A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual comparou a incursão militar do governo de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto promovido pelo nazismo, foi fruto de um contexto de indignação com as mortes causadas pela guerra na região. Quem apresentou essa justificativa foi o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao comparecer nesta quinta-feira (14) à Comissão de Relações Exteriores do Senado.
A comparação feita por Lula, feita durante viagem à Etiópia em fevereiro, teve ampla repercussão no Brasil, e provocou fortes críticas ao presidente. A declaração levou um grupo de 140 deputados a assinar um pedido de impeachment do presidente, e analistas políticos inclusive dizem que a fala de Lula foi uma das causas que levaram à queda de sua aprovação, conforme demonstrado em pesquisas divulgadas nos últimos dias.
“Hoje já são 32 mil mortos e 73 mil feridos em gaza, 70% dos quais mulheres e crianças. Do lado israelense, além dos 1.112 mortos do ataque terrorista do Hamas em outubro, já morreram 251 soldados. Quantas vidas mais serão perdidas até que todos atuem para impedir o morticínio em curso? É nesse contexto de profunda indignação que se inserem as declarações do presidente Lula, são palavras que expressam a sinceridade de quem busca preservar e valorizar o valor supremo que é a vida humana”, disse o chanceler aos senadores da Comissão.
Ainda na defesa do posicionamento do presidente Lula, o ministro das Relações Exteriores afirmou no Senado que o governo de Benjamin Netanyahu estaria violando o direito humanitário internacional ao não permitir a entrada de suprimentos e alimentos na Faixa de Gaza. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças estariam morrendo de fome diariamente em Gaza.
“Sem sombra de dúvida, o bloqueio à ajuda humanitária no contexto atual de fome e falta de insumos médicos em Gaza consiste em uma violação do direito internacional”, afirmou o chanceler brasileiro, acrescentando que “o governo do primeiro-ministro de Israel continua dificultando sistematicamente a entrada de caminhões com ajuda humanitária nas fronteiras com Gaza”.
Em sua explanação inicial, o ministro Mauro Vieira afirmou que cerca de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária internacional aguardam aprovação do governo de Israel para entrar em Gaza, sendo mais da metade dessa carga de alimentos. Vieira confirmou que parte da ajuda humanitária enviada pelo Brasil para Gaza, composta 30 por purificadores de água, foi retida pelas forças israelenses.
“O que podemos fazer, e continuaremos a fazer na nossa linha atual, é denunciar a decisão unilateral israelense de bloquear recorrentemente a entrada de ajuda humanitária e seguir trabalhando com os países vizinhos e os organismos internacionais em favor da abertura de corredores humanitários”, declarou.
Mauro Vieira compareceu à Comissão de Relações Exteriores atendendo a convite feito pelo presidente do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em resposta a questionamento de Calheiros, o chanceler disse que o Brasil condenou o ataque terrorista do Hamas a Israel em outubro de 2023, assim como condena a reação militar israelense em Gaza, que considera desproporcional.
“Nossa mensagem foi sempre essa: apoio à operação de retirada de brasileiros que desejam retornar; apoio a todas as iniciativas para que não faltasse água, luz, remédios e hospitais em Gaza; apelo por corredor humanitário, pelo cessar fogo, pela retomada das negociações e pela liberação dos reféns. É preciso condenar e repudiar a atrocidade do ataque terrorista sofrido por Israel no dia 7 de outubro. Sim, Israel tem o direito de defender sua população, mas isso tem de ser feito dentro de regras do direito internacional. A cada dia que passa, no entanto, resta claro que a reação de Israel ao ataque sofrido tem sido extremamente desproporcional e não tem como alvo somente aqueles responsáveis pelo ataque, mas todo o povo palestino”, concluiu o ministro.
Cumprindo agenda em Salvador nesta sexta-feira (8), onde se reúne com pré-candidatos do Partido Liberal (PL) e apoiadores na Igreja Batista Caminho das Árvores, na Pituba, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que “a maioria esmagadora do povo brasileiro está com o povo de Israel”. Neste sábado (9), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro receberá a Comenda 2 de Julho em evento no Centro de Convenções de Salvador, na Boca do Rio.
Bolsonaro também revelou ter recebido uma carta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao qual ele comemorou a coincidência de também ser capitão do Exército. “Ele me convidou para visitar o seu país. Ele quer que eu vá naquela região do conflito, ou melhor, do massacre, da covardia. A região do terrorismo praticado pelo Hamas contra Israel”, disse.
No discurso, o ex-mandatário da República contou já ter visitado a região do conflito, em 2018, “quando era apenas deputado e duas vezes como presidente”. Bolsonaro também dedicou tempo para contextualizar a situação político-econômica do país do Oriente Médio.
“Se vocês olharem para o Estado de Israel, vocês vão entender que ele só existe por um milagre de Deus. Um pedaço de terra que é menor do que o menor estado brasileiro, que é o estado de Sergipe. Que não tem uma gota de petróleo, não tem terras agricultáveis, não tem água em abundância, não tem um clima aprazível e não chove como chove aqui”, resumiu.
Em evento da Petrobras, nesta sexta-feira (23), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou sua posição sobre a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Lula é crítico a atuação de Israel. Desta vez, no entanto, o presidente não usou a palavra Holocausto, ou fez comparações com o governo nazista da Alemanha na Segunda Guerra.
"Eu quero dizer para vocês que eu não troco a minha dignidade pela falsidade. E quero dizer para vocês que eu sou favorável à criação do Estado palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado palestino, viver em harmonia com Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças", disse o presidente.
Em um segundo momento, Lula pediu para que as pessoas não tentassem fazer interpretações sobre o que ele disse quando esteve em agenda internacional em Addis Ababa, capital da Etiópia.
"Não tentem interpretar a entrevista que dei na Etiópia, leiam a entrevista. Leia a entrevista em vez de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. O que está acontecendo em Israel é um genocídio. São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas. E não está morrendo soldado, está morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio", completou Lula.
A declaração de Lula foi durante a cerimônia do programa "Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos", no Museu de Arte Moderna do Rio.
DECLARAÇÃO DE LULA
No domingo passado (18), Lula classificou como "genocídio" e "chacina" a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula, durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia.
Em reação, Israel declarou Lula persona "non grata" no país. O termo é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. Desde então, a fala vem tendo repercussão interna e externamente.
O comércio entre Brasil e Israel cresceu cerca de 130% no período entre 2021 e 2022, com 85% das exportações concentradas em produtos como petróleo, carne bovina, milho e soja, de acordo com dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Porém, a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando as ações militares israelenses na Faixa de Gaza à Alemanha nazista gerou um desgaste entre os países.
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Com a escalada das tensões entre Tel Aviv e Brasília, o Bahia Notícias procurou especialistas para analisar se a ponte comercial entre Brasil e Israel pode vir a ruir dependendo da intensidade dos tremores gerados pela declaração do presidente, que ecoou por todo o mundo. Na opinião do doutor em Ciências Sociais e especialista em Relações Internacionais, Luís Antônio Costa, a fala de Lula gerou um desgaste do ponto de vista diplomático, mas um rompimento econômico é improvável e, caso ocorra, na queda de braço quem perde é Israel.
“Do ponto de vista econômico não há comparação entre Brasil e Israel. O Brasil pode sobreviver, dada sua potência econômica, em meio a um fim das relações diplomáticas evoluindo para o fim das relações comerciais, o que não é automático. Os contratos são válidos e, mesmo caindo as relações diplomáticas, é possível manter as trocas comerciais. Mas caso houvesse o transbordamento para as relações econômicas, o Brasil pode com certeza sobreviver, deixando de comprar os fertilizantes, inseticidas e insumos da indústria química de Israel. O Brasil tem relações econômicas com centenas de países pelo mundo e diversifica os seus mercados consumidores e fornecedores”, afirmou o Luís Antônio, destacando que quem sai perdendo, verdadeiramente, com o fim dessa relação, é a economia israelense que está sofrendo com a guerra.
Após a declaração de Lula, ocorrida no último domingo (18), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou embaixador no Brasil para "uma dura conversa de repreensão". No dia seguinte (19), o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, declarou Lula como “persona non grata”. Ao mesmo tempo, o grupo extremista Hamas agradeceu o presidente brasileiro pela fala contra o governo de Israel. Na visão do economista, doutor em Relações Internacionais e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, Tel Aviv já deixou claro que não vai recuar do ponto de vista diplomático. Ele não vê ganhos na postura do Brasil em "bater de frente" com Israel, mas acredita que somente os próximos dias definirão se as relações com o governo isralelense serão, ou não, cortadas.
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“Israel é a única democracia do Oriente Médio. Tem ao lado as principais democracias do mundo e, infelizmente, eu não vejo ganhos para o Brasil nesse tipo de conflito. Se a gente vai cortar relações, eu acho que os próximos dias vão mostrar. Mas não acredito que vai normalizar totalmente as relações até que haja algum tipo de pedido de desculpas. E, aparentemente, isso não vai existir no Brasil. Do ponto de vista econômico, as relações do Brasil com Israel são muito pequenas. A gente está falando de entre US$ 600 milhões a 800 milhões anuais, e nós exportamos para Israel basicamente produtos primários”, afirmou o economista.
O Brasil comprou US$ 2,1 bilhões de bens e serviços de Israel em 2022, sendo que 54% foram adubos e fertilizantes. Além disso, mesmo com as exportações de petróleo entre as nações terem começado apenas em 2021, já se transformaram no principal item da exportado em 2022, passando de US$ 1 bilhão. O valor equivale a 56,7% dos embarques totais de US$ 1,8 bilhão.
Justamente por isso, o doutor em Geografia e Pesquisador Político da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Antônio Lobo, também não acredita que deva ocorrer o rompimento das relações econômicas entre Brasil e Israel, porém, se esse cenário se concretizar, a economia brasileira como um todo não seria afetada, uma vez que a maioria das negociações econômicas empresariais entre os países é feita no âmbito comercial privado.
“Esse comércio muito provavelmente não vai ser afetado, porque as empresas israelenses e as empresas brasileiras que têm suas trocas comerciais consolidadas, não vão deixar de manter esses laços comerciais, econômicos e empresariais por conta desse imbróglio diplomático. Então, a tendência é que essas relações comerciais não sejam afetadas. Para se ter uma ideia, em 2023, R$ 2 bilhões em trocas comerciais foram celebradas entre Brasil e Israel, e os israelenses levam vantagem nesse processo. Israel tem um superávit de aproximadamente R$ 1 bilhão nessas trocas comerciais. Então, se houver um rompimento, do ponto de vista econômico comercial, Israel vai ser o mais afetado, e eu não acho que o empresariado e o governo israelenses vão querer um rompimento econômico comercial com o Brasil”, destacou o especialista.
AFINAL, O BRASIL PERDE EM ALGO?
A resposta é sim. O Brasil possui uma série de acordos na área tecnológica com Israel. A Força Aérea Brasileira (FAB), por exemplo, possui projetos que dependem de tecnologia israelense e que podem acabar indo “por água abaixo” caso o Tel Aviv rompa laços com Brasília. “O Brasil tem um conjunto grande de acordos de tecnologia com o Israel, de diversos pontos, desde de salinização, sistemas de segurança até alta tecnologia. Se a gente tiver uma queda na relação econômica, esses acordos vão ser desfeitos, transferências de tecnologia vão deixar de existir, e o Brasil fica para trás e sem um grande parceiro na área de desenvolvimento. Somos importadores de produtos de alta tecnologia. Nesse sentido, o Brasil perde muito mais do que Israel. Perderemos um parceiro na área de tecnologia e segurança que, para nós, hoje é fundamental, dado o nível de segurança pública alarmante que o Brasil está”, disse Igor Lucena.
De acordo com Antônio Lobo, a crise entre os dois países poderá ter impactos no setor aeronáutico. A exemplo do que ocorreu na Colômbia após entoar crítica à postura de Israel na Faixa de Gaza, e agora não terá mais apoio logístico para a frota de caças Kfir fabricadas pela Israel Aerospace Industries (IAI), o Brasil também pode sofrer uma espécie de retaliação.
“A FAB e a Embraer [Empresa Brasileira de Aviação] desenvolveram um avião de transporte militar chamado KC-390. Uma parte da tecnologia utilizada pela aeronave também é fornecida por empresas de tecnologia militar de Israel. Então, se o governo israelense resolver impedir que essas empresas continuem fornecendo essa tecnologia, isso geraria um problema produtivo para a Embraer conseguir produzir novos aviões de transporte militar. O KC-390 que é uma jóia da coroa que a Embraer tem exportado para vários países do mundo e é uma aeronave muito procurada no mercado”, afirmou o doutor em Geografia.
Aeronave KC-390 | Foto: Divulgação / FAB
Segundo o portal especializado Aeroin, o principal afetado seria a AEL Sistemas, uma subsidiária da israelense Elbit Systems que tem 25% de participação na Embraer. A empresa fabrica a suíte eletrônica do cargueiro Embraer KC-390 e é responsável por fazer o display do caça Gripen da FAB. Antônio Lobo, completa que, apesar da possível interferência israelense no acordo, diferentemente da Colômbia, o Brasil está mais seguro do ponto de vista contratual.
“Uma medida que o Benjamin Netanyahu tomou já há alguns meses foi cortar o fornecimento de equipamentos e de tecnologia militar para a Colômbia. Só que a Colômbia compra diretamente e tem contratos celebrados de forma direta com empresas israelenses. No caso do Brasil e do caça Gripen é diferente, porque o contrato do Brasil é com a Suécia. Porém, a Suécia depende de tecnologia israelense em alguns componentes do caça. A Colômbia estava mais vulnerável. O Brasil não está tanto, mas o Estado de Israel pode sim atrapalhar bastante”, afirmou o especialista.
Mohammed Khattab, árbitro assistente palestino FIFA com participações em importantes competições, foi morto junto com sua esposa e seus quatro filhos em um bombardeio realizado por Israel na cidade natal de Khattab, Deir Al-Balah, no litoral da Faixa de Gaza, na madrugada desta quinta-feira (22).
Khattab estava no quadro da FIFA desde 2022, e era um dos 14 palestinos que possuia o reconhecimento da entidade máxima do futebol. Além da esposa e filhos, mais de 25 pessoas que morreram no bombardeio faziam parte da família de Khattab.
Deir Al-Balah é uma das cidades que mais sofreram bombardeios de Israel desde 2001, e também uma das cidades que registrou apoio ao Hamas nas eleições de 2005. Um relatório divulgado pela Federação Palestina de Futebol em dezembro de 2023 apontou que 85 atletas e pessoas do esporte palestino perderam suas vidas durante os ataques sofridos pelo país na guerra. Desses mortos, a maior parte eram futebolistas.
Desde o início da guerra, doze países árabes enviaram uma carta à FIFA pedindo a expulsão de Israel. O argumento era exatamente o assassinato de pessoas ligadas ao futebol, como jogadores, treinadores e árbitros: Bahrein, Iraque, Kuwait, Líbano, Omã, Palestina, Catar, Arábia Saudita, Síria, Iêmen e Emirados Árabes Unidos assinam o documento.
Vale lembrar que no ano de 1974, em movimento também liderado por países árabes, Israel foi expulso da AFC (Confederação Asiática de Futebol). Desde então o país foi acolhido pela UEFA.
Conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, eleições nos Estados Unidos, resistência do fenômeno da polarização na política, assuntos bilaterais e cooperação em medidas para aceleração do emprego. Estes foram alguns dos temas presentes no encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Antony Blinken, secretário de Estado do governo Joe Biden nos Estados Unidos.
Blinken chegou ao Brasil nesta terça-feira (20) para participar de reuniões dos ministros de países do G20 no Rio de Janeiro. Antes da cúpula do G20, o secretário norte-americano foi ao Palácio do Planalto, nesta quarta (21), para o encontro com Lula.
“Foi uma ótima reunião. Sou muito grato ao presidente pelo seu tempo. Os Estados Unidos e o Brasil estão fazendo coisas muito importantes juntos, estamos trabalhando bilateralmente, regionalmente, mundialmente. É uma parceria muito importante e somos gratos pela amizade”, disse o secretário Antony Blinken à imprensa, após a reunião com Lula.
Questionado sobre o conflito na Faixa de Gaza, Blinken não respondeu questionamentos feitos pela imprensa. Mais cedo, ao chegar no Palácio do Planalto, o secretário foi perguntado sobre a guerra, mas não fez comentários.
O encontro entre Lula e Blinken durou quase duas horas. Participaram da reunião a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, e o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim.
Na conversa com Lula, o secretário de Estado enfatizou o apoio norte-americano à presidência do Brasil no G20 e a parceria Brasil-EUA pelos direitos dos trabalhadores. Blinken manifestou também suporte à cooperação na transição para a energia limpa e conversou sobre as comemorações do bicentenário das relações diplomáticas entre o Brasil e os EUA, completados neste ano de 2024.
Durante a sessão de fotos na abertura da reunião, o secretário norte-americano, que veio pela primeira vez ao Brasil, comentou que a “temporada das primárias está bem encaminhada”, ao responder pergunta do presidente brasileiro sobre a disputa entre Biden e Donald Trump.
“É um longo caminho”, disse Blinken, explicando que a situação política nos Estados Unidos está muito polarizada, e que “as pessoas já se decidiram”.
Segundo afirmou o secretário a Lula, “dos nossos 50 estados, há apenas seis ou sete que estão realmente em competição. Portanto, você verá que quase toda a campanha provavelmente se concentrará em seis ou sete estados. Estados como a Pensilvânia, como Michigan, como Wisconsin, como Nevada”, disse o diplomata americano.
“Há uma batalha por um segmento muito restrito do eleitorado”, completou Blinken.
Após o encontro com Lula, Blinken seguiu para o Rio de Janeiro, onde participará da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20. O secretário norte-americano segue depois para Buenos Aires, onde vai se reunir com o presidente argentino Javier Milei para discutir questões bilaterais e globais.
O entorno de Lula avalia a possibilidade de o presidente prestar um tipo de esclarecimento ao povo judeu no Brasil. O tom, defendem pessoas próximas a Lula, não deve ser de desculpas, mas de explicação da fala em que comparou a atuação de Israel na guerra contra o Hamas ao Holocausto.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, alguns aliados chegam inclusive a defender que Lula consulte lideranças judaicas no Brasil, assim como fez nas eleições com evangélicos, para avaliar o melhor tom para o esclarecimento.
Lula, entretanto, só irá de fato se explicar caso o assunto não arrefeça nos próximos dias e a pressão no Congresso Nacional aumente.
O pedido de impeachment de Lula chegou a 124 assinaturas, mesmo número de apoiadores que assinaram o pedido de impeachment contra Dilma em 2015. O clima, porém, evidentemente, é outro.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, criticou a posição adotada pela diplomacia brasileira em relação à guerra entre Israel e Hamas. Durante culto na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, em São Paulo, neste domingo (18), ele afirmou que “o maior erro é apoiar grupo terrorista”. O ministro é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, localizada em Brasília.
A declaração de Mendonça aconteceu horas depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparar o conflito Israel-Hamas com o holocausto e as ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus. "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", cravou Lula.
Segundo informações da CNN Brasil, no culto de domingo, Mendonça narrou um encontro que teve com o embaixador do Brasil em Israel. “Eu fiz uma colocação para o embaixador: ‘Embaixador, nossa diplomacia é marcada por uma busca de equilíbrio e imparcialidade. O senhor não acha que se talvez nós caminharmos mais nesse sentido, ao invés de endossarmos uma petição da África do Sul acusando Israel de genocídio, seria o melhor para sermos um agente de paz?”, contou.
O ministro então relatou o que ouviu do embaixador: “E ele me respondeu: ‘No mundo de hoje, não há espaço para o cinza. Ou é preto, ou é branco. E o país tomou sua posição.'”
Mendonça então acrescentou: “Em resposta [ao embaixador], eu tomei a minha posição: eu defendo a devolução de todos os sequestrados. E acho que o erro maior é apoiar um grupo terrorista que mata crianças, jovens e idosos gratuitamente. Eu e você, como cristãos, somos chamados a tomar posição em tudo na vida.”
André Mendonça chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em julho de 20221. Ele foi qualificado como “terrivelmente evangélico” pelo político. Antes do STF, ocupou o Ministério da Justiça e a Advocacia-Geral da União no governo Bolsonaro.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O que está acontecendo hoje no Brasil com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos EUA é, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao abrir nesta terça-feira (26) a segunda reunião ministerial do seu governo durante o pronunciamento que abriu o encontro, sobre o tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.