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ferrovia na bahia
Um edital foi publicado nesta quinta-feira (4) para concluir as obras da chamada Fiol [Ferrovia Oeste-Leste 2], que abrange Caetité, no Sudoeste; a Barreiras, no Extremo Oeste. O valor destinado será de R$ 507 milhões, com abertura das propostas para as empresas interessadas marcada para o dia 6 de novembro.
Conforme o governo federal, a empresa vencedora ficará responsável pela execução dos serviços remanescentes para concluir o trecho de 37,5 quilômetros, subdivido em dois lotes, um de 12,3 km e outro de 23,45 km.
A Fiol 2 está com 71% de concluída, conforme informou o Bahia Notícias o presidente da Infra S.A, Jorge Bastos, durante o seminário "Ferrovias e o Desenvolvimento da Bahia", realizado na Index 2025, no Centro de Convenções de Salvador. A estimativa é que os trabalhos comecem no início de 2026, com previsão de serem concluídos em 43 meses.
A Fiol 1 que liga Ilhéus a Caetité está com as obras paralisadas e há uma possibilidade de que a Bamin, responsável pelo trecho, deixe de operar, caso semelhante ao que ocorreu com a ViaBahia, o que prevê um nova concessão para as obras do itinerário.
Já a Fiol 3 [que completa o percurso total de 1,5 mil km de extensão] continua na fase de estudos.
O Governo Federal confirmou, nesta terça-feira (12), o acordo com a VLI Logística [antiga Vale] para a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). O novo contrato permite à empresa a administração da malha por mais 30 anos, o que incluirá a manutenção da operação no trecho que liga Corinto (MG) a Campo Formoso, no Piemonte Norte do Itapicuru.
O abandono do trecho em solo baiano passou a ser alvo de especulações, o que motivou reações do setor industrial do estado, que temia consequências negativas. O acordo encerra negociações iniciadas em 2015 em um contrato que venceria em agosto de 2026. Informações obtidas pelo Bahia Notícias apontam que o investimento oficial é de R$ 4 bilhões de reais.
O BN conversou com o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o baiano Marcus Cavalcanti, que já atuou como ex-titular da Secretaria Estadual de Infraestrutura da Bahia. O engenheiro destacou que a renovação é fruto de uma negociação que teve início em setembro do ano passado.
Em entrevista, o secretário confirmou que o Ministério dos Transportes enviou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o ofício com o aceite da proposta. Após aprovação técnica da agência, o plano seguirá para análise do Ministério e, posteriormente, do Tribunal de Contas da União (TCU), em até 120 dias.
“Nós estávamos esse tempo todo discutindo com a VLI, porque a proposta dele estava muito abaixo do que nós vimos como modelo da concessão da FCA”, explica. “Nós iríamos licitar, nós modelamos uma nova licitação e [falamos] ‘vamos, se você não igualar o que nós estamos querendo, se formos ao mercado, aí renova’. Aí eles apresentaram ao Ministério de Transporte uma proposta, igual à modelagem que está feito”.
Na renovação, a VLI fica obrigada a fazer investimentos e outorgas de R$ 30 bilhões, sendo R$ 12 bilhões destinados ao trecho mineiro. A VLI também teria aceitado alterar o cronograma de pagamentos à União, mantendo o valor total previsto. A quitação do adicional de vantajosidade (R$ 400 milhões) e de indenizações (R$ 600 milhões) deve ser feita em dez parcelas anuais, antecipando receitas e reduzindo riscos de inadimplência.
Ainda segundo informações, a renovação envolve 4.138 quilômetros da malha ferroviária. Do total atual de 7.220 km, 3.082 km serão devolvidos ao governo federal. Até o momento, a VLI e o Ministério dos Transportes não se posicionaram sobre o acordo.
O secretário ainda deu mais informações sobre a proposta negociada, incluindo os gatilhos iniciais, ou seja, pontos de partida para os investimentos e ações de expansão, sendo um deles na Bahia. “No caso da Bahia, ela [a VLI] requalifica, quer dizer, troca trilho, troca dormentes em todo o trecho de Corinto e Aratu, fica mantendo e operando o trecho também até Campo Formoso e ele vai ter que disponibilizar as metas de desempenho por trecho, que a gente mudou, pela concorrência toda”, ressaltou.
Sobre o gatilho inicial da Bahia, Marcus Cavalcanti delimita que “tem os estudos, uma previsão de aumento de demanda e tem os investimentos previstos a isso, mas, a gente está garantindo uma melhoria da situação da ferrovia”.
O secretário citou ainda sobre a situação da Ponte Dom Pedro II, uma ponte automotiva e ferroviária que cruza o Rio Paraguaçu. A precariedade da infraestrutura da ponte já foi denunciada pela Defesa Civil de Cachoeira, por ferrugens, peças soltas e outras irregularidades. A ligação é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“A solução a gente vai estar definindo futuramente. Não é nesse contrato, mas existe a possibilidade de um contorno via Feira de Santana. A gente vai a partir daquele entroncamento da estrada de Santo Amaro, vai à Feira e desce contornando Pedra do Cavalo [usina hidrelétrica localizada no rio Paraguaçu, entre Cachoeira e São Félix] e entroca ali na altura de Castro Alves, de novo, uma ferrovia”, relata engenheiro. “Isso é algo para ser construído com o aporte do governo federal e não é obrigação contratual”, completa.
Caso o trecho baiano da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) seja, de fato, devolvido pela VLI [antiga Vale], operadora que controla a linha férrea, uma nova concessionária deve ser escolhida já no ano que vem.
Prestes a encerrar o contrato de 30 anos na gestão da FCA [vence em 2026], a VLI se antecipou o pedido de renovação, mas sem o trecho da Bahia. Na proposta, a concessionária propõe devolver o trecho da Bahia, pagando R$ 3,6 bi em indenizações, valor mínimo estimado para recuperação da malha, alvo de críticas por abandono há anos.
A FCA tem 7,8 mil quilômetros de extensão, com 2,3 mil km em solo baiano. Sai de Corinto, na região central de Minas Gerais; passa por Campo Formoso, no Norte da Bahia; e chega até o Porto de Aratu, na Baía de Todos-os-Santos.
Os R$ 3,6 bilhões serviriam como aporte financeiro para uma nova concessionária do trecho, como estima o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o baiano Marcus Cavalcanti. “Em caso da VLI abdicar do trecho, nós faremos uma PPP [Parceria Público-Privada] para o novo operador, que vai poder usar esse dinheiro para suportar o investimento”, disse Cavalcanti ao Bahia Notícias.
Um estudo feito pela Infra S.A, empresa pública da União, também já trabalha na procura de novos operadores para tocar a FCA na Bahia. “Nós estamos trabalhando com essas possibilidades. É um trabalho em paralelo. Caso ocorra dentro do previsto, lançamos a PPP em 2025 e as obras já começam em 2026”, acrescentou o secretário.
No próximo dia 4 de outubro, em Salvador, ocorre uma das audiências públicas que vai discutir a proposta da VLI. Mais um capítulo do imbróglio da tentativa de retomar as atividades da FCA no estado.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Valdemar Costa Neto
"Tem chance! Essa discussão será feita pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, com nossos ministros, e eles vão se entender. Não tenho dúvida disso. Queremos ver nossa situação melhorar, não piorar. Mas não acho que, por isso, o Trump vá abandonar o Bolsonaro".
Disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarou que não tem dúvidas de que o governo Lula (PT) “vai se entender” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas negociações sobre o tarifaço imposto ao Brasil.