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Um idoso de 75 anos foi preso em flagrante na última quarta-feira (24) em Feira de Santana, acusado do crime de exploração sexual contra um adolescente de 15 anos. As investigações tiveram início após uma denúncia feita pelo pai da vítima.
O pai do adolescente, ao verificar o celular do filho, encontrou conversas em um aplicativo de mensagens. Nessas conversas, o idoso solicitava fotos íntimas do jovem em troca de transferências de dinheiro via PIX.
Segundo informações do parceiro do Bahia Notícias, o Acorda Cidade, o idoso foi autuado em flagrante pelo crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e permanece à disposição da Justiça para as medidas cabíveis.
Em menos de 24 horas após o recebimento da denúncia, equipes da Coordenação de Apoio Tático e Técnico à Investigação (Catti/Sertão) da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/Feira de Santana) conseguiram localizar e prender o suspeito. A prisão ocorreu em uma residência no bairro CASEB.
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) publicou nesta quarta-feira (23) um decreto que institui a ação "Justiça em Rede – Infância e Juventude". A medida busca corrigir falhas críticas no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) e garantir o cumprimento de prazos legais, após o estado ocupar o penúltimo lugar no ranking nacional de eficiência em casos da infância e juventude, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O decreto, assinado pela presidente do TJ-BA, desembargadora Cynthia Maria Pina Resende, determina que magistrados e servidores adotem medidas urgentes até 19 de dezembro de 2025, com foco em três eixos principais: reavaliação de acolhimentos, documentação obrigatória e aceleração de processos de adoção.
A iniciativa surge após a constatação que milhares de crianças e adolescentes baianos permanecem em abrigos ou famílias acolhedoras além do prazo máximo de 90 dias estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sem reavaliação judicial regular.
Um dos principais problemas identificados é a subnotificação de dados no SNA, plataforma federal que monitora acolhimentos e adoções. O TJ-BA determinou que diretores de secretaria atualizem o sistema com informações como CPF das crianças acolhidas há mais de 30 dias, resultados de reavaliações e andamento de processos de destituição familiar. Juízes, por sua vez, deverão priorizar a análise de casos que já ultrapassaram o prazo legal, emitindo decisões em tempo hábil.
O TJ-BA estabeleceu prazos para as mudanças. Até o fim deste ano, todas as crianças em acolhimento institucional há mais de 90 dias deverão ter sua situação reavaliada, e aquelas sem CPF, documento essencial para acesso a políticas públicas, precisarão ser cadastradas. O descumprimento das regras do SNA já vinha sendo alvo de resoluções do CNJ.
Homem é detido na zona rural de Matina após investigação que aponta abuso de criança de 8 anos e ainda suspeita de possível envolvimento de outras vítimas na cidade do sudoeste baiano. Agentes da polícia civil da Delegacia Territorial de Matina prenderam o homem na manhã desta sexta-feira (18). A ação resultou na detenção de um homem acusado de estupro de vulnerável.
A Polícia Civil também constatou que o homem frequentemente abrigava em sua casa crianças e adolescentes sem qualquer vínculo parental. Há fortes indícios do possível envolvimento de outras vítimas, inclusive menores de idade, e os relatos estão sendo rigorosamente verificados pelas autoridades.
A investigação começou após a unidade policial receber relatos preocupantes sobre uma criança de apenas 8 anos, que começou a apresentar mudanças significativas de comportamento após ter contato com o suspeito. A vítima, em depoimento à família, relatou ter sido submetida a um ato libidinoso dentro da residência do investigado.
As informações foram confirmadas pelo Achei Sudoeste, parceiro local do Bahia Notícias. Quaisquer dados podem ser repassados de forma anônima e sigilosa, garantindo a preservação da identidade dos envolvidos, especialmente das vítimas, em total conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O investigado encontra-se custodiado na Delegacia Territorial de Guanambi e está à disposição da Justiça. A ação contou com o apoio de investigadores da 22ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin).
Uma campanha nacional voltada à promoção do acolhimento familiar de crianças e adolescentes foi lançada nesta semana por Ministérios Públicos de todo o Brasil, em uma mobilização inédita que busca dar visibilidade a uma alternativa mais humanizada ao acolhimento institucional. A ação tem origem na experiência bem-sucedida do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que criou a iniciativa há cinco anos.
O objetivo da campanha é sensibilizar a população sobre a importância de acolher temporariamente crianças e adolescentes afastados de suas famílias por decisão judicial. Diferente da adoção, o acolhimento familiar é provisório, oferecendo um lar seguro e afetuoso até que seja possível a reintegração familiar ou a definição de uma nova medida protetiva.
A proposta vem ganhando força nacional por meio do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), que reúne representantes de MPs estaduais e do Ministério Público Federal. Segundo o MP-BA, que lidera a mobilização, o acolhimento em lares substitutos fortalece vínculos afetivos e melhora significativamente os indicadores de desenvolvimento emocional, social e escolar das crianças acolhidas.
“A literatura científica já demonstrou por meio de diversas evidências que o acolhimento em ambiente familiar favorece o desenvolvimento biopsicossocial das crianças e adolescentes que precisaram ser afastadas temporariamente da sua família de origem, por uma medida de proteção. Esses benefícios se tornam ainda mais latentes na primeira infância, que abarca os primeiros seis anos de vida, pois em virtude da maior plasticidade cerebral formam-se importantes “janelas de oportunidade’, isto é períodos em que o cérebro está mais suscetível a se desenvolver, fazendo novas conexões a partir dos estímulos e experiências aos quais for submetido”, destacou a promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca).
Atualmente, estima-se que milhares de crianças e adolescentes vivem em abrigos pelo Brasil. A campanha busca informar a população sobre como funciona o acolhimento familiar e incentivar novas famílias a se cadastrarem para participar do programa, que exige formação, acompanhamento técnico e o compromisso com a função temporária e protetiva da medida.
Os interessados devem procurar o Ministério Público, a Vara da Infância e Juventude ou o Conselho Tutelar de seu município para obter mais informações e iniciar o processo de habilitação. A campanha nacional conta com vídeos, peças digitais e depoimentos de famílias acolhedoras, e será veiculada nas redes sociais e canais institucionais ao longo dos próximos meses.
Segundo o MP-BA, a iniciativa reflete o compromisso do órgão com o direito à convivência familiar e comunitária, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e reforça o papel da sociedade na proteção da infância em situação de vulnerabilidade. (Atualizada às 07h59 de 03/06/2025)
Um Projeto de Lei (PL) da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) quer estabelecer diretrizes para a comunicação da gravidez de alunas menores de 14 anos nas escolas pública e privadas do estado. A proposta foi protocolada nesta quinta-feira (10), sendo de autoria do deputado estadual Júnior Muniz (PT).
“A legislação brasileira, em especial o Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reconhece que relações sexuais com menores de 14 anos configuram, em tese, violência sexual presumida. Dessa forma, a gravidez de alunas nesta faixa etária é indicativo de situação que deve ser investigada pelo poder público, garantindo proteção integral à criança ou adolescente envolvida”, disse o deputado.
De acordo com o texto da matéria, ficaria estabelecido que as instituições de ensino, ao tomar conhecimento da gravidez, deve contactar as autoridades competentes. Assim, a comunicação ficaria a cargo do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Polícia Civil, Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Educação e dos órgãos de assistência social eventualmente envolvidos no acompanhamento da aluna.
O deputado escreve que a comunicação adotada pelas entidades deve, prioritariamente, preservar a identidade das estudantes, não exibindo a identidade fora da instituição. Segundo o PL, o não cumprimento da legislação pode acarretar advertência verbal e responsabilização administrativa dos agentes públicos, no caso das escolas estaduais.
No projeto, também foi esclarecido que a possível nova lei não dispensa a atuação das instituições de ensino na orientação e acolhimento da aluna.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu que os pais que se recusarem a vacinar seus filhos contra a covid-19 podem ter que pagar uma multa, prevista no artigo 249 do ECA, o Estatuto da Criança e do Adolescente. O tribunal levou em conta que a vacinação contra a doença foi recomendada em todo o país desde 2022.
O colegiado decidiu com base no Supremo Tribunal Federal,em que foi favorável à obrigatoriedade, desde que a vacina tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações, ou que sua aplicação seja imposta por lei. Outra possibilidade definida pelo Supremo é que haja determinação do poder público, com base em consenso científico.
De acordo com o STJ, o entendimento firmado pela Terceira Turma confirmou a multa de três salários mínimos – a ser revertida ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – aplicada aos pais de uma menina de 11 anos, no Paraná, que se recusaram a vaciná-la conta a covid durante a pandemia.
Em outra decisão recente sobre a questão, o STF considerou inconstitucional uma lei municipal de Uberlândia, em Minas Gerais, que impediu a vacinação compulsória da população e proibiu sanções contra quem não se vacinou em 2022
Um total de 239 jovens vivem em cerca de 11 unidades socioeducativas em toda a Bahia. Essas instituições são responsáveis por garantir a reinserção social de jovens que cometeram atos infracionais e cumprem medidas educativas em meio fechado, semi-fechado ou até mesmo aberto. Os dados, divulgados na última terça-feira (14) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), colocam a Bahia como a 11° maior população de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas do país, a terceira maior do Nordeste.
Mediante o estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mesmo para adolescentes privados de liberdade, “é dever da família, da comunidade e do poder público assegurar a efetivação dos direitos”, e sob esta premissa o painel do CNJ disponibiliza informações colhidas nas inspeções realizadas por magistrados em unidades de todo o Brasil.
Atualmente, no Brasil, São Paulo lidera o ranking da maior população de jovens neste cenário, com uma população de 3.939 pessoas; seguido do Rio de Janeiro, com 759; e Minas Gerais, com 719. Em termos de taxa de ocupação, as unidades baianas também apresentam um bom número, com 39,97% da capacidade utilizada e ficando em 17° lugar em comparação com os outros estados brasileiros.
Ao Bahia Notícias, o defensor público especializado em infância e juventude, Bruno Moura, explica que as medidas socioeducativas tem em vista “responsabilizar adolescentes pela prática de atos infracionais”.
“Não há dúvidas de que as medidas socioeducativas possuem característica punitiva, inclusive podem impor a medida extrema de privação de liberdade”, diz o jurista. Com relação à aplicação das medidas, Moura define:
“Com a ressalva ao direito de ir e vir, restringido pela internação, todos os outros direitos do adolescente devem ser garantidos pelo Estado durante o período de privação de liberdade, a exemplo da educação, da saúde, do lazer, do direito a participação da família, dentre outros. Estudos da psicologia demonstram o quanto nociva é a institucionalização na formação do caráter e identidade dos adolescentes”, afirma.
A legislação atual impõe que a execução das medidas em meio fechado, ou seja, em privação de liberdade, é responsabilidade dos Estados e as medidas em meio aberto ficam sob atribuição dos municípios. Na Bahia, as unidades socioeducativas são de responsabilidade do Estado, na Bahia é parte das ações da FUNDAC (Fundação da Criança e do Adolescente), autarquia vinculada a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado.
No cenário baiano, o CNJ conseguiu inspecionar todas as 11 unidades no último bimestre de 2024. Os dados obtidos demonstram o perfil dos jovens baianos que cumprem medidas socioeducativas e o nível de desenvolvimento das unidades.
Foto: Divulgação / MP-RJ
O ROSTO DA JUVENTUDE
Por meio das inspeções realizadas no último bimestre do ano, o Conselho Nacional de Justiça conseguiu montar um breve perfil dos jovens baianos que habitam ou frequentam as unidades socioeducativas.
Segundo os dados do CNJ, 172 dos 239 jovens atendidos pelas unidades estão em regime de medida de internação, ou seja, em privação de liberdade; 36 cumprem medida em internação provisória; 27 estão em semiliberdade; e outros quatro cumprem medida em internação sanção. Ao todo, são 233 meninos e 6 meninas.
Entre os jovens, 87,7% são pretos ou pardos. 108 deles foram classificados como pardos, 92 como pretos e 28 como brancos. Com relação à faixa etária, a maioria deles, 29,3%, tem entre 18 e 21 anos, sendo 65 ao total. O padrão seguem números decrescentes: 62 deles tem 17 anos (27,9%); 24,8% (55) tem 16 anos; 21 deles tem 15 anos, o equivalente a 9,5%; 5,9% tem 14 anos, ou seja, 13 adolescentes; e seis deles tem entre 12 e 13 anos.
No último bimestre de 2024, 24 jovens possuíam doenças mentais diagnosticadas, enquanto outros 23 possuíam sintomas ainda não diagnosticados. 91, o equivalente a um terço deles, fazia uso de medicação controlada e quase metade, cerca de 46,8%, tinha histórico de drogas ou álcool. Apenas um dos jovens possui filhos.
O especialista explica que parte desse perfil se dá como um reflexo social da omissão do Estado. O que ocorrer, geralmente, que jovens que já se encontram em vulnerabilidade estão mais propensos a pártica de atos infracionais e não são “protegidos” com a proteção de seus direitos.
“Verificamos no cotidiano dessas unidades são adolescentes de uma origem pobre e que apresentam um somatório de vulnerabilidades. São famílias desestruturadas, condição social precária, ausência de oportunidades, dificuldade em se manter estudando e ingresso precoce no mundo do trabalho em funções inapropriadas para a sua condição”, ressalta.
Foto: Divulgação / CNJ
O CENÁRIO
Nas inspeções do CNJ, o órgão também analisou o cenário dentro das unidades socioeducativas, considerando os profissionais que atuam na equipe técnica, regimentos internos e os protocolos utilizados nas instituições. Desta forma, foi registrado que, em novembro e dezembro, todas as 11 instituições baianas possuíam regimento interno, um projeto político pedagógico, psicólogos e assistentes sociais, índices que ajudam a compreender o atendimento dado aos jovens no local.
O levantamento aponta que nas unidades baianas, estão disponíveis um psicólogo para cada 2,13 jovens; 12,5 jovens por assistente social; 23,9 jovens por pedagogo e um total 498 agentes socioeducativos, o equivalente a 0,48 jovens por agente.
Ao Bahia Notícias, o defensor público explica que “Nas unidades socioeducativas os adolescentes devem ser acompanhados por equipes técnicas com psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, entre outros. Os jovens devem frequentar a escola, participar de cursos profissionalizantes, atividades esportivas e outras extracurriculares que sirvam para o seu desenvolvimento”.
Com relação à assistência, material e alimentação, todas as unidades fornecem materiais de higiene, realizam fiscalização com relação à qualidade e quantidade da alimentação e possuem consumo e fornecimento de água permanente. No entanto, no que diz respeito ao ensino, apenas seis das 11 unidades possuem salas de aula e oferecem ensino profissionalizante. Cerca de 88,7% dos jovens em atendimento tem acesso a estes serviços.
No âmbito da saúde, todos os jovens possuem acesso interno - dentro das unidades - ou externo ao serviço, porém 212 deles vivem nas seis unidades que possuem atendimento interno. Todas as jovens possuem atendimento ginecológico e o único jovem LGBTQ+ contabilizado também tem acesso a atendimento especializado. Com relação a atividades físicas, 234 jovens tem acesso a oficinas esportivas.
Com relação a possíveis violações de direitos, Bruno conta que dentro das próprias unidades ou órgão gestores, no caso da FUNDAC, existem sistemas de denúncia e apuração de possíveis casos de violência. Além disso, “Os casos de violação de direitos dentro das unidades possuem um controle externo exercido pelos órgãos do sistema de justiça que atuam na área da infância e juventude e dentro dessas unidades como a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário”, conclui.
O Bahia Notícias entrou em contato com a FUNDAC (Fundação da Criança e do Adolescente), para compreender como é feita a gestão das unidades socioeducativas baianas, mas não obteve resposta, até o momento desta publicação.
Neste sábado (13) é celebrado os 34 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no contexto das comemorações o Instituto JusEsperança lança campanha para popularização de mudanças recentes, por meio da Lei nº 14.811/2024, para reversão de violências contra crianças e adolescentes. Essas mudanças visam fortalecer a prevenção e o combate à violência sexual e a outras formas de violência.
Desde 1990, o ECA busca garantir os direitos das crianças e adolescentes. As novas diretrizes geram expectativas sobre o aumento da eficácia do Sistema de Garantia de Direitos.
Para a advogada, professora de Direito e pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e fundadora do Instituto Jus Esperança, Anhamoná Brito, “a consolidação dessas conquistas depende da popularização das informações junto a diferentes atores e compromisso das instituições do sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes para incorporação da nova ordem”. Na linha dos diretamente envolvidos, destaca a importância da colaboração da comunidade escolar, das forças de segurança pública e da rede socioassistencial para o cumprimento das novas obrigações.
Entre as principais mudanças introduzidas no ECA e em outras normas a partir da Lei 14.811/2024 estão: medidas de proteção em estabelecimentos educacionais; a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual; a criação de um banco de antecedentes criminais; novos tipos de crimes; protocolos sobre violência nas escolas; e a proteção a crianças e adolescentes desaparecidos.
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam que, até maio de 2024, foram registrados cerca de 700 crimes de exploração e abuso sexual na Bahia. “O JusEsperança trabalha em apoio a divulgação e a implementação das novas diretrizes para combater os casos de assédio sexual e outros crimes contra a dignidade das crianças e adolescentes”, observa Anhamoná.
“No início do ano, os movimentos e setores em defesa dos direitos de crianças e adolescentes conseguiram aprovar uma nova lei que trouxe algumas adequações importantes, como a elevação de rigores penais em caso de violência sexual; maior severidade nos casos de divulgação, armazenamento, produção e consumo de material pornográfico com crianças e adolescentes; tipificação de crimes de bullying e ciberbullying; a exigência da criação de uma política nacional de prevenção e proteção a abuso e exploração sexua, de cunho participativo, responsabilidades compartilhadas entre entes e instituições, além de orçamento para operacionalidade; medidas para reversão de crimes ocorridos nos ambientes escolares e outras providências. Estas mudanças precisam ser popularizadas, para que a sociedade adote um comportamento diferenciado, inclusive na vigilância de seu cumprimento. Além disso, precisamos que os entes federal, estaduais e federais aprovem mecanismos que assegurem sua efetividade em diferentes áreas de abrangência da lei, principalmente no aspecto sócio-assistencial, de saúde, segurança publica e educação”, afirmou a professora.
Aproveitando o aniversário do ECA, o JusEsperança encaminhará resumo informativo sobre a nova lei para todos os conselhos municipais de crianças e adolescentes do país, além de disponibilizar material gratuito para acesso e divulgação no próprio site e redes sociais da organização.
“Nosso objetivo é fomentar as ações e mudar essa realidade através da educação para direitos humanos, como uma aliada da luta pela reversão de diferenças, desigualdades e opressões que ainda incidem sobre crianças e adolescentes de todo o Brasil ", ressaltou a ativista.
Veja abaixo mais detalhes sobre as inovações com a Lei nº 14.811/2024:
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Medidas de proteção em estabelecimentos educacionais: Estabelecimentos de ensino agora possuem novas diretrizes para prevenir e enfrentar a violência.
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Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual: Criada de forma participativa, esta política inclui um plano nacional revisado a cada dez anos e planos locais a cada três anos, com a participação dos conselhos e do Ministério Público. As ações abrangem as três esferas de governo e são monitoradas por metas, indicadores e financiamento específico.
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Novos crimes de Bullying e Ciberbullying: O Código Penal foi alterado para incluir os crimes de bullying e ciberbullying, com penas mais severas para a intimidação sistemática virtual, que podem chegar a quatro anos de reclusão e multa.
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Banco de Antecedentes Criminais: Instituições que trabalham com crianças e adolescentes devem manter um banco de dados atualizado semestralmente, contendo certidões de antecedentes criminais de todos os colaboradores.
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Novos crimes hediondos: A produção, aquisição, armazenamento de material pornográfico, tráfico de pessoas, sequestro, cárcere privado, e instigação ao suicídio ou automutilação envolvendo crianças e adolescentes foram classificados como crimes hediondos.
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Protocolos sobre Violência nas Escolas: Torna-se obrigatória a criação de protocolos conjuntos de saúde e segurança com a participação da comunidade escolar para proteger contra todas as formas de violência no ambiente escolar.
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Proteção a crianças e adolescentes desaparecidos: A comunicação à autoridade pública sobre desaparecimentos é obrigatória, com penalidades de reclusão de 2 a 4 anos e multa para responsáveis que omitirem tal informação.
O Senado discutirá uma Sugestão Legislativa idealizada por um cidadão cearense que propõe mudanças no Estatuto da Criança do Adolescente (ECA) para impedir o acesso de menores de 18 anos a determinados eventos culturais. “Essa ideia legislativa é para por o fim em exposições que fazem apologia a pedofilia, zoofilia e até descriminação religiosa. Assim como também obrigatoriamente exigir idade mínima para participar de tais apresentações, evitando que crianças sejam expostas a nudez ou coisas relacionadas a sexualidade”, diz texto, que contou com 21.500 apoios, e foi proposto por André Fernandes, sob alegação de que “atualmente temos visto inúmeras exposições ‘culturais’ extrapolando essa liberdade e muitas vezes ferindo o ECA”. A discussão se dá após recentes incidentes polêmicos, como o fechamento da exposição “Queermuseu”, que foi rechaçada por grupos como o MBL, por supostamente fazer apologia à pedofilia e zoofilia, embora o Ministério Publico tenha avaliado a mostra e afastado tais acusações (clique aqui e saiba mais).
Além dos filmes infantis (leia aqui), as peças de teatro são uma ótima opção para quem está procurando atividades para fazer com as crianças neste feriado. Nos próximos dias, uma montagem infatil com drags no elenco, uma peça carioca de mímica que discute o vício em jogos e outra que faz um paralelo com a política brasileira através de personagens animais entram em cartaz pela cidade. Confira a programação de algumas peças infantis que ficam em cartaz neste feriado:
“Cin-DRAG-Rela” no Teatro Vila Velha
Foto: Reprodução / Youtube
“O Cordel de Maria Cin-DRAG-Rela” faz sua última apresentação do ano no Festival Vilerê, no Teatro Vila Velha. A trama, uma releitura nordestina e drag da história de Cinderela, mostra a protagonista Cindragrela escrava da sua madrasta, mas contando com a ajuda dos seus amigos animais para mudar sua vida quando o filho de um poderoso coronel da região decide fazer um forró para conhecer as moças da cidade. A peça discute temas como a misoginia junto ao público infantil. Os personagens femininos são feitos por atores homens e os masculinos por atores mulheres. O espetáculo será apresentado em sessão única nesta quinta-feira (12), às 11h. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
“ECA! Quanta Sujeira” no Teatro Martim Gonçalves
Foto: Divulgação
No Dia das Crianças, o diretor teatral Guilherme Hunder estreia o espetáculo infanto-juvenil “ECA! Quanta Sujeira” no Teatro Martim Gonçalves. À peça que discute a conservação do meio ambiente, terá sessão dupla nesta quinta-feira (12) com sessão dupla, às 11h e 16h. A montagem fica em cartaz nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro (sábado, 11h, e domingo, 16h e 18h). A história apresenta três animais importantes para cadeia alimentar: um rato (Douglas de Oliveira), uma barata (Genário Neto) e uma mosca (Sabrina Bispo). Os personagens partem em busca da terra prometida, o tão sonhado lixão onde a “felicidade”. Na terra tão sonhada, já habitada por toneladas de lixo, o Rato nomeia-se presidente e começa a instituir leis que proíbem a coleta seletiva. Estas ações geram uma insatisfação na população que deseja a reciclagem dos materiais orgânicos e não orgânicos. A peça faz paralelos com a política nacional. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
“Avesso” no Teatro Martim Gonçalves
Foto: Divulgação
Livremente inspirada na animação “Divertida Mente”, a montagem “Avesso”, escolhida como melhor espetáculo infanto-juvenil no prêmio Braskem de Teatro 2016, segue em cartaz neste feriado no Teatro Martim Gonçalves, localizado no bairro do Canela, nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro. As sessões ocorrem aos sábados, 16h, e domingo, às 11h. O valor da entrada é R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Na trama que discute política, valores e diversidade, uma cidade é dominada pelo medo e seus moradores se veem paralisados devido à força do sentimento. “Ao longo do processo criativo de ‘Avesso’, o mais instigante e valioso foi buscar artifícios para tratar deste assunto tão relevante na atualidade para o público infantojuvenil”, comenta o diretor do espetáculo, Guilherme Hunder.
“O menino que virou robô de videogame” na Caixa Cultural Salvador
Foto: Divulgação
A CAIXA Cultural Salvador apresenta uma curta temporada, durante o feriado, do espetáculo carioca “Victor James - o menino que virou robô de videogame”. A peça, que une teatro, mímica e humor, tem sessões de 12 a 15 de outubro (quinta-feira a domingo) e também nos dias 21 e 22 do mesmo mês (sábado e domingo), sempre às 15h. No dia das crianças (12) e no sábado (21), ocorrerão sessões extras, às 17h. O enredo se constrói a partir de um garoto que passa seus dias em frente a um jogo de vídeo game, negando café, almoço, jantar, banho e estudo. Sonhando com as sensações de ter os poderes dos personagens do game, Victor finalmente se transforma em um dos seus bonecos, passando a viver experiências nada agradáveis dentro da prisão que é uma tela de computador. Sentindo na própria pele o que seus bonecos virtuais sentem, ele passa a descobrir seus limites. Os ingressos são vendidos a partir das 9h do primeiro dia de apresentação, para todas as sessões de cada semana: quinta-feira (12) e sábado (21). As vendas acontecem na bilheteria da própria CAIXA Cultural Salvador, no Centro.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.