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Artigos

Alex Bastos
O jumento no Nordeste: entre o abandono e a revalorização produtiva
Foto: Acervo pessoal

O jumento no Nordeste: entre o abandono e a revalorização produtiva

Nos últimos anos, tem-se debatido amplamente a suposta redução do número de jumentos no Nordeste brasileiro. Contudo, não há estudos científicos recentes nem levantamentos oficiais capazes de confirmar, com precisão, se essa diminuição realmente ocorreu, tampouco em que proporção. A ausência de estatísticas atualizadas e confiáveis impede afirmar se a população de asininos cresceu, estabilizou-se ou reduziu nos últimos anos, bem como estabelecer uma relação direta entre essa dinâmica e a reabertura dos frigoríficos de abate regulamentado, que seguem a legislação vigente e atendem às exigências do mercado internacional.

Multimídia

Angelo Almeida avalia críticas ao sistema logístico baiano e garante: “Tudo tem o porquê da coisa”

Angelo Almeida avalia críticas ao sistema logístico baiano e garante: “Tudo tem o porquê da coisa”
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Angelo Almeida (PSB), avaliou as críticas relacionadas a fragilidade do sistema de logística e escoamento de produtos e serviços na Bahia. Durante entrevista no Projeto Prisma, nesta segunda-feira (3), o gestor afirmou que “toda a crítica é construtiva”, porém destacou que a falta de investimento nacional atrasaram a evolução estadual neste sentido.

Entrevistas

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”
Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Florence foi eleito a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 2010, tendo assumido quatro legislaturas em Brasília, desde então.

casamentos

Cidades do amor: IBGE revela cidades com maior número de uniões conjugais na Bahia
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

Em algumas cidades baianas, o amor ainda está no ar. Os dados do índice de “nupcialidade” do Censo do IBGE de 2022, divulgados nesta quarta-feira (5), revelam as três cidades baianas que possuem os maiores índices de uniões conjugais, sejam elas formais ou informais. Segundo o levantamento, a Bahia possui 48% de sua população com mais de 10 anos de idade vivendo relacionamentos conjugais, registrados em cartório ou não, mas três cidades superam a média estadual e se tornam a “cidade do amor”. 

 

Na Bahia, em 2022, 193 dos 417 municípios tinham mais da metade da população de 10 anos ou mais de idade vivendo em união conjugal, mas os principais eram Feira da Mata, na região do Velho Chico, com 60,0% da população com mais de 10 anos vivendo em uniões conjugais. Em seguida, vem Brejo Velho (59,0%), na Bacia do Rio Corrente, e Rio do Antônio (58,8%), no sertão produtivo. Na lanterna dos casamentos, Anguera (40,6%) e Teodoro Sampaio (40,6%) e Tanquinho (40,4%), todas na região do Portal do Sertão, tinham os menores percentuais. 

 

Por outro lado, existem aqueles municípios em que o amor ficou mais esquecido. O mesmo levantamento do IBGE destaca as cidades que possuem o maior número de pessoas “descasadas” ou “solteironas” e Salvador é uma delas. 

 

No Brasil, a capital baiana fica de fora da “trilha do amor” e é considerada a principal entre os “descasados”, ou seja, pessoas que já viveram uniões conjugais mas não vivem mais. Esse grupo representava 23,8% da população soteropolitana em 2022, ou 511.638 pessoas. Ou seja, 1 em cada 5 moradores de 10 anos ou mais de idade em Salvador já haviam vivido em união conjugal, mas não viviam mais. 

 

A participação do grupo de “descasados” na população soteropolitana ficava discretamente acima da de Porto Alegre no Rio Grande do Sul (23,7%); em 3º lugar vinha o Rio de Janeiro (RJ) (22,7%). Quando analisadas variações de porcentagem, entre os censos de 2010 e 2022, Salvador foi a capital que teve o maior ganho de participação de pessoas “descasadas”: o índice foi de 18,3% em 2010, para 23,8% em 2022, registrando mais 5,5% pontos percentuais. 

 

Além de ter a maior proporção de “descasados”, a capital baiana possui a 2ª menor proporção, entre as capitais, de pessoas “casadas”, ou seja, pessoas de 10 anos ou mais que viviam em união conjugal. Ao todo, eram 963.209 mil baianos, sendo 44,7% da população. Nesse sentido, Salvador só ficava acima de São Luís no Maranhão (44,5%).

 

Salvador também possui uma grande população de “solteirões”, aquelas que não viviam e nunca viveram em união conjugal. Em 2022, 3 de cada 10 moradores da capital (31,5%), o equivalente a 679.425 pessoas, nunca tinham vivido em união conjugal. No entanto, o número caiu significativamente em comparação a 2010, quando os “solteirões” somavam 877.876 pessoas, ou 37,7% da população.

 

Mas para além da capital, se destacam entre os “descasados” as cidades de Almadina (27,0%), no Litoral sul; Gongogi (26,7%), no Médio Rio de Contas; e Cachoeira (26,5%), no Recôncavo baiano. Por outro lado, os menores índices de pessoas que já viveram uniões conjugais, mas não vivem mais estavam localizadas em Lagoa Real (11,6%), no Sertão baiano; Tabocas do Brejo Velho (11,2%), na Bacia do Rio Corrente; e Tanque Novo (10,3%) também no sertão baiano.

 

No caso dos “solteirões”, os municípios com maior porcentagem da população que nunca viveu em união conjugal na população de 10 anos ou mais eram Ipecaetá (38,2%), no Portal do Sertão; Mansidão (37,9%), na Bacia do Rio Grande; e Antônio Cardoso (37,3%), também no Portal do Sertão. Os menores percentuais estavam em Nova Ibiá (26,1%), Mutuípe (26,0%) e Várzea do Poço (25,4%).

Fim do romance? Bahia tem a segunda maior população de “descasados” do Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil

Ao menos um a cada 5 baianos já viveu uma união conjugal, seja um casamento formal ou não, mas não vivem mais. Essa população foi nomeada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como os “descasados”, que, na Bahia, representam ao menos 20,4% das pessoas com mais de 10 anos de idade. Os dados compõem o índice de “nupcialidade” do Censo do IBGE de 2022, divulgados nesta quarta-feira (5). 

 

Segundo o levantamento, a Bahia possui a segunda maior população de “descasados” do Brasil, com mais de 2,5 milhões de pessoas descasadas, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, que possui um índice de 21,4%. Além dos números atuais, o que chama atenção, é o crescimento deste grupo entre um censo e outro. Em 2010, os “descasados” eram 15,6%, e em 12 anos o número avançou 4,8%. O mesmo aconteceu no Brasil como um todo: Há 14 anos, o país possuía um índice de 14,6% da população e em 2022 o número chegou a 18,6%.

 

Apesar dos números, o romance ainda não foi esquecido na Bahia. O IBGE ainda contabilizou o número de pessoas que ainda vivem em união conjugal. Em 2022, quase metade dos baianos (48%) com mais de 10 anos, cerca de 5.967.653 pessoas, viviam em uma união conjugal, sejam casamentos religiosos e/ou civis ou uniões consensuais, registradas ou não. 

 

Acontece que em comparação com o país, a Bahia ainda fica atrás de outros estados na “corrida dos casamentos”. A proporção de uniões conjugais na Bahia, em 2022, ainda era a 5ª menor entre os estados (48%), ficando abaixo da média nacional, que era de 51,3%. Nesse cenário, o estado ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (48,6%), Amazonas (48,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amapá (47,1%).

 

Entre casados e “descasados” a Bahia ainda possui um grande índice de pessoas que nunca viveram uma união conjugal. Em 2022, 3 de cada 10 baianos eram “solteirões” e nunca tinham vivido uma relação conjugal, cerca de 31,0% ou 3,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais. Ao contrário dos demais grupos, o índice de “solteirões” diminuiu entre 2010 e 2022: Há 14 anos, essa população representava 37,4% dos baianos. 

 

PERFIL DAS UNIÕES CONJUGAIS NA BAHIA
Os dados do Censo ainda detalham os formatos de união conjugal na Bahia. Segundo o levantamento, a Bahia viveu um “boom” dos casamentos civis entre 2010 e 2022. Os casados apenas no civil eram pouco mais de 1 milhão de baianos há 14 anos e se tornaram 1,2 dos cidadãos do estado em 2022, saindo de 18,4% para 21,4% das uniões do estado. 

 

Em contraponto, os casamentos apenas religiosos diminuíram: eram 358.101 de baianos casados nesse modelo em 2010 (6,5%) e se tornaram 262.044 em 2022 (4,4% do total). Os casamentos que unem o civil e o religioso aumentaram numericamente, saindo de 1,624 milhão para 1,689 em 12 anos, mas diminuíram proporcionalmente, de de 29,3% em 2010 para 28,3% do total de uniões conjugais em 2022.

 

Já o número de uniões consensuais, sejam elas registradas em cartório ou não, cresceu 8,1% (de 2.536.025 para 2.740.716) e continuou predominante entre os tipos de união conjugal na Bahia, mas manteve sua participação no total praticamente estável, em 45,9%.

Casamentos registram queda pelo segundo ano consecutivo na Bahia; apenas uniões homoafetivas aumentam
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os casamentos registraram queda na Bahia, em 2023. Segundo dados das Estatísticas do Registro Civil 2023, divulgadas pelo IBGE nesta sexta-feira (16), foram realizados 57.565 casamentos civis (formais) em 2023, o que representa 4,9% a menos do que em 2022 (60.534). 

 

O recuo foi o segundo consecutivo e bem mais intenso do que o registrado entre 2021 e 2022, que havia sido de -0,9% ou menos 563 uniões. Excluindo o ano de 2020, em que se deu o início da pandemia, o ano de 2023 registrou menor número de casamentos civis realizados na Bahia desde 2013, quando haviam sido formalizadas 54.804 uniões no estado.

 

Quando analisada a capital baiana, a redução no total de casamentos foi mais acentuada: 976 a menos do que em 2022, o equivalente a -7,7%, indo a 11.622. Deixando de fora 2020, foi o menor número de uniões formais na capital baiana em oito anos, desde 2015, quando haviam sido registrados 11.332 casamentos civis.

 

Segundo o IBGE, a queda generalizada foi especialmente puxada pelas uniões heterossexuais (homem e mulher), já que as uniões formais entre pessoas do mesmo sexo aumentaram entre 2022 e 2023, especialmente os casamentos entre mulheres. 

 

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Entre os casamentos totais realizados, as uniões heterossexuais representaram 99,4% do total, porem tendo uma queda de 5% entre um ano e outro (de 60.225 em 2022 para 57.21 em 2023); enquanto os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ainda que fossem minoria, registraram um aumento de 14,2% entre um ano e outro, indo de 309 em 2022 para 353 no ano seguinte.

 

O aumento de uniões homossexuais vem registrado na Bahia desde 2018, excluindo o ano de 2020. Entre 2022 e 2023, o incremento foi puxado exclusivamente pelos casamentos entre mulheres, que passaram de 185 para 239. O número de uniões entre dois homens caiu de 124 para 114, no período.

 

Salvador registrou situação semelhante. Entre 2022 e 2023, os casamentos entre pessoas de sexos diferentes, 98,5% do total, caíram de 12.449 para 11.445 (-8,1%), enquanto aqueles entre pessoas do mesmo sexo aumentaram de 149 para 177 (+18,8%). Apenas as uniões entre mulheres cresceram, de 89 para 120, enquanto aquelas entre homens diminuíram um pouco, de 60 para 57.

 

No Brasil como um todo, foram realizados 940.799 casamentos civis em 2023, o que representou uma queda de 3,0% em relação ao ano anterior. Desses, 11.198 foram entre pessoas do mesmo sexo, que aumentaram (+1,6%) frente a 2022 (mais 176).

 

DIVÓRCIOS NA BAHIA 
Ao contrário dos casamentos na Bahia, que estiveram em queda, o total de divórcios na Bahia em 2023 foi o maior nos 14 anos da série histórica recente das Estatísticas do Registro Civil para o indicador, iniciada em 2009.

 

O crescimento percentual no número de divórcios foi de 15,4%, ficando acima do verificado no cenário do Brasil, onde o número de dissoluções aumentou 4,9% frente a 2022. A Bahia foi uma das 19 unidades federativas em que o divórcio teve alta. 

 

Salvador liderou o número absoluto de divórcios entre as capitais brasileiras. Na capital baiana, foram registrados 6.420 divórcios judiciais ou por escritura em 2023, o que configura mais 1.526 dissoluções em um ano (32,4%) em comparação a 2022, quando o total já havia crescido 45,2% frente a 2021. 

 

O aumento numérico dos divórcios contribui para a progressiva diminuição do tempo médio de duração dos casamentos. Na Bahia, em 2009, as pessoas que se divorciavam tinham ficado casadas, em média, por 18,5 anos; em 2019, as uniões, no estado, tinham durado uma média de 15,2 anos; já em 2023, os casais que se divorciaram tinham ficado juntos por 14,8 anos, em média.

 

Apesar dos números, a Bahia era, em 2023, o 9º estado em que os casamentos mais duravam, num ranking liderado por Piauí (17,5 anos), Rio Grande do Sul (16,7 anos) e Maranhão (15,8). No Brasil como um todo, os casamentos que acabaram em 2023 tinham durado, em média, 13,8 anos.

Bahia tem 2º maior no número de divórcios no Brasil; números de casamentos caem
Foto: Freepik

Os divórcios seguiram em alta em 2022, tanto na Bahia quanto em Salvador, mostrando um segundo ano de aumento, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil 2022, divulgada nesta quarta-feira (27), pelo IBGE.


No estado, foram registrados 23.712 divórcios judiciais ou por escrituras em 2022, número 23,2% superior ao de 2021 (19.244), que já havia sido 21,3% maior do que o registrado em 2020 (15.864). O aumento, entre 2021 e 2022, representou mais 4.468 divórcios realizados em um ano, no estado.


Com isso, o total de dissoluções na Bahia, em 2022, foi o maior em 4 anos e o segundo mais elevado nos 13 anos da série histórica recente das Estatísticas do Registro Civil para esse indicador, iniciada em 2009 - só ficando abaixo do número registrado em 2018 (24.952).


O crescimento percentual no total de divórcios na Bahia ficou bem acima do verificado no Brasil como um todo, onde o número de dissoluções aumentou 8,6% frente a 2021, chegando a 420.039. A Bahia teve a 7ª maior taxa de crescimento (23,2%) e o 2º maior aumento em termos absolutos de divórcios (4.468), menor apenas do que o verificado em São Paulo (5.898).


Em Salvador, foram registrados 4.849 divórcios judiciais ou por escritura em 2022, 43,8% a mais do que em 2021, quando o total já havia crescido 24,8% frente a 2020. Este segundo avanço representou mais 1.523 dissoluções em um ano.


O aumento dos divórcios contribui para a diminuição do tempo médio de duração dos casamentos. Na Bahia, em 2009, as pessoas que se divorciavam tinham ficado casadas, em média, por 18,5 anos; em 2019, as uniões, no estado, duravam uma média de 15,2 anos; já em 2022, os casais que se divorciaram tinham ficado juntos por 14,9 anos, em média.


Ainda assim, a Bahia era o 7º estado em que os casamentos mais duravam, num ranking liderado por Rio Grande do Sul (16,8 anos), Piauí (16,6) e Rio Grande do Norte (16 anos). No outro extremo, os casamentos acabavam mais cedo no Acre (10,5 anos), Rondônia (10,9) e Mato Grosso do Sul (11,6 anos). No Brasil como um todo, os casamentos que acabaram em 2022 tinham durado, em média, 13,8 anos.


CASAMENTOS EM QUEDA

Depois de ter registrado crescimento recorde em 2021, o número de casamentos civis voltou a cair, tanto na Bahia quanto em Salvador, em 2022. Na Bahia, em 2022, foram realizados 60.534 casamentos civis, 0,9% a menos do que em 2021 (61.097), o que representou menos 563 uniões em um ano.


Em Salvador, a redução no total de casamentos, em 2022, foi ainda mais intensa: -8,2%, indo a 12.598, 1.128 a menos do que em 2021.


Entre 2021 e 2022, na Bahia, embora os registros de casamentos entre mulheres e homens tenha caído, houve um aumento muito leve no número de uniões entre pessoas do mesmo sexo. Já em Salvador, os casamentos entre pessoas de sexos diferentes diminuíram, e as uniões entre pessoas de mesmo sexo ficaram estáveis.


No estado, as uniões entre mulheres e homens, que representaram 99,5% do total, se reduziram em 0,9%, de 60.794 para 60.225 (menos 569). Já aquelas entre pessoas do mesmo sexo, bem menos numerosas, tiveram variação positiva de 2,0%, de 303 para 309 - apenas 6 casamentos a mais.


Esse incremento foi puxado exclusivamente pelos casamentos entre homens, que passaram de 118 para 124, entre 2021 e 2022. O número de uniões entre duas mulheres permaneceu o mesmo nos dois anos: 185.


Entre 2021 e 2022, em Salvador, os casamentos entre pessoas de sexos diferentes, 98,8% do total, caíram de 13.577 para 12.449, enquanto aqueles entre pessoas do mesmo sexo ficaram estáveis, em 149. As uniões entre mulheres cresceram, de 78 para 89 (14,1%), mas aquelas entre homens diminuíram, de 71 para 60 (-15,5%).

Trancoso perde dezenas de casamentos após impasse com associação e setor aponta prejuízo milionário
fachada da igreja de Trancoso, no quadrado de Trancoso

O distrito de Trancoso, em Porto Seguro, pode perder o posto de um dos destinos mais procurados do Brasil – e do mundo – para a realização de casamentos. Um imbróglio judicial que envolve uma associação, um resort de luxo e diversos espaços de festas no Quadrado de Trancoso afastou dezenas de cerimônias e pode sepultar um crescimento rápido visto na região nos últimos anos.

 

O impasse começou após ações impetradas pela Associação Despertar Trancoso, que questionou eventos com som alto durante a madrugada. De acordo com representantes do setor, mesmo com tentativas de adequação, eventualmente foram proibidos eventos a qualquer horário do dia. Ao Bahia Notícias, a empresária Mannu Carvalho, que atua no setor de eventos e moradora de Trancoso, explicou como começou a disputa, que agora culminou com um movimento de diversos fornecedores para tentar derrubar a decisão judicial que atendeu aos pedidos da Despertar.

 

“A gente fazia mais de 100 casamentos por ano no Quadrado, porque as pessoas casavam na igreja e faziam comemorações naqueles restaurantes ali. Sempre foram casamentos menores, em que era mais fácil pagar com a estrutura menor”, narrou Carvalho. 

 

Em 2017, a Associação Despertar entrou com a primeira ação, pedindo o fim dos casamentos no Quadrado. Porém, um acordo garantiu que as festas continuassem desde que encerrassem até 23h. "Eu fiz alguns casamentos inclusive de manhã, e aí os noivos faziam almoço. Até que um dos lugares fez um evento e sofreu um processo não apenas cível, mas criminal também. E foi suspenso o direito de receber alvará para eventos".

 

De acordo com apuração do Bahia Notícias, a prefeitura de Porto Seguro tentou intermediar um acordo entre a associação e os espaços para liberar os eventos, já que a gestão está impedida por decisão judicial de emitir os alvarás. O próprio prefeito, Jânio Natal, teria participado das conversas, mas não houve um consenso. 

 

De acordo com a produtora, já há processos semelhantes contra 4 empreendimentos que incomodariam "um hotel no Quadrado". Carvalho conta então que a alternativa foi buscar espaços na beira da praia para a realização dos casamentos, o que temporariamente resolveu a questão, apesar da demanda por festas cair cerca de 50%. "O custo para montar uma estrutura afastava essas pessoas daqui. Só que o mesmo escritório de advocacia, usando essa decisão como referência, também conseguiu proibir uma pousada muito antiga e uma outra casa em que a gente fazia a maioria dos casamentos".

 

Casamentos na praia eram alternativa, mas também foram proibidos | Foto: Quelvin Clecio

 

Praticamente no mesmo período, um outro processo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) interditou duas barracas que também recebiam os casamentos. Assim, só restaram na região dois espaços que poderiam receber os alvarás: o Espaço L'occitane, e a Pousada Rio da Barra - que, afetada pelas chuvas e por outros fenômenos, "perdeu" uma parte da faixa de areia com a movimentação do rio e limitou ainda mais as possibilidade para quem trabalha no setor.

 

"Desde 2017, todo mundo tem muito medo de falar e queimar o mercado. Só que, com esse medo, muitos casamentos se mudaram para outros destinos, como Milagres e Itacaré, que não têm esses impedimentos. Eu ainda consegui segurar esse tempo todo porque eu moro aqui, eu sei tudo que está acontecendo e só prometo o que eu consigo entregar".

 

Mannu Carvalho deu exemplo de espaços que, sem condições de fazer as adequações sonoras exigidas, passou de 100 para 2 casamentos por ano.

 

Em seu perfil no Instagram, a Despertar reforçou que não pode proibir eventos, e que apenas buscou a Justiça para garantir o cumprimento da lei.

 

"Não é novidade que alguns atores de Trancoso que querem trabalhar fora das leis e das práticas comuns de sustentabilidade aceitas globalmente, atacam a Despertar com mentiras e informações falsas (fake news). [...] A Despertar é uma ONG Privada, sem fins lucrativos, que não tem poder para fazer ou aplicar leis, mas pode tomar medidas com base nos seus objetivos estatutários, que provocam o Poder Judiciário para falhas na atuação do Poder Público em cumprir as leis que protegem nossa comunidade ou incidentes de crimes e corrupção", defendeu o grupo.

 

"Diferente das falsas informações que circulam, a Despertar nunca objetivou proibir qualquer tipo de evento no Quadrado ou em qualquer localidade do distrito de Trancoso. Pelo contrário, a Despertar tem plena ciência que os eventos, principalmente os eventos de casamento, são de grande importância para a economia do distrito", reforçou a associação, apontando ainda que as empresas deveriam direcionar "energia e tempo" para investirem nos imóveis, garantindo o respeito à legislação.

 

 

IMPACTO MILIONÁRIO PRO ESTADO

A empresária Mannu Carvalho frisou o impacto financeiro que não só a comunidade local enfrenta, mas também fornecedores em um raio que vai da cidade de Teixeira de Freitas - que fica a mais de 220 km ao sul de Porto Seguro - até Itabuna - a quase 300 km ao norte do destino. "Eu já cheguei a fazer casamentos aqui em que o noivo investiu R$ 6 milhões. Mas, nivelando por baixo, um casamento de 150 pessoas custa em média R$ 500 mil. Além de contratarem bolo, DJ, buffet, fotógrafo, decoração, aluguel do espaço, garçons, carregadores, pessoal de limpeza... esses convidados compram passagem aérea, pegam táxi no aeroporto, jantam nos restaurantes, comem na barraca de tapioca, fazem massagem na praia, compram artesanato, usam serviços de cabelo e maquiagem. Com a demanda alta de casamentos, vinham pessoas de outras cidades pra trabalhar aqui", enumera.

 

O imbróglio impactou mesmo empreendimentos que ainda têm autorização da prefeitura para eventos. Em 2017, o hotel Bahia Bonita virou assunto nacional ao receber a cerimônia dos influenciadores Gabriela Pugliesi e Erasmo Viana. No ano seguinte, foram mais de 20 casamentos realizados no mesmo espaço. Em 2023, até o momento, foram 2.

 

ENVOLVIMENTO DE RESORT

Fornecedores do setor de eventos vieram a público, nesta quarta-feira (3), pedir apoio para um abaixo-assinado em defesa das pessoas que trabalham com as cerimônias em Trancoso. Mas se nomes como Mannu Carvalho fizeram declarações públicas, outras conversaram com o Bahia Notícias sob condição de anonimato, temendo represálias.

 

Um dos ouvidos apontou a preocupação com os pequenos comerciantes envolvidos na realização de uma festa de grande porte. "Felizmente eu não dependo dos casamentos em Trancoso. Mas imagino a pessoa com quem eu comprava quentinhas pra minha equipe em cada cerimônia que fazíamos. Era pelo menos R$ 300 pelas refeições só pra minha equipe. Imagina o impacto", lamentou.

 

Um outro ponto do impasse levantado foi o possível envolvimento do Uxua Casa Hotel e Spa nas ações judiciais. Apesar de não estar formalmente na ação, de acordo com as informações repassadas ao site, o grupo possui o mesmo escritório de advocacia da Associação Despertar, o Ferreira, Parracho e Tosati Advogados, que tinha como um dos antigos sócios um atual vereador da cidade, Vinícius Parracho - procurado pelo Bahia Notícias, o vereador disse que se afastou do quadro do escritório desde 2020. O Uxua é também um apoiador da associação que move as ações civis públicas.

 

Além disso, o resort já teria se envolvido antes em impasses com restaurantes do Quadrado que recebiam eventos. A alegação é que o barulho atrapalharia os hóspedes do Uxua, que oferece "casas de temporada tranquilas", com o mote de serem "integradas à natureza".

 

O Bahia Notícias enviou um pedido de resposta ao Uxua Casa Hotel e Spa, questionando a visão do empreendimento sobre as festas e se o grupo atuou, direta ou indiretamente, nos processos da Despertar. Em nota, o resort respondeu: "Os visitantes de Trancoso esperam que as empresas locais sejam responsáveis, que invistam em sustentabilidade e educação. É por isso que a Despertar tem muitos apoiadores e, entre eles, estão inúmeras empresas como a nossa que realizam casamentos e eventos e estão muito dispostas a fazê-lo com bom senso e de acordo com as regras ambientais que não mudaram nos últimos anos e são em grande parte federais, essencialmente as mesmas que existem em todo o Brasil".

 

O site buscou também a defesa da associação, que não respondeu até o fechamento desta matéria.

 

FESTAS EM REGIÕES TOMBADAS

A defesa da associação alega que, pelo Quadrado de Trancoso ser um centro histórico tombado, o Iphan determina que vibrações podem gerar impacto nas edificações, a depender da distância e da constituição da construção. Assim, qualquer evento que ocorresse dentro da Poligonal de Tombamento precisaria, obrigatoriamente, de expressa autorização do órgão.

 

Na ação judicial, a Associação Despertar conseguiu garantir a aplicação de multa de R$ 50 mil por cada autorização sonora emitida pela prefeitura em desacordo com a decisão, que foi confirmada pelo TJ-BA em 2018.

 

Porém este é um debate mais complexo. Porto Seguro se destaca no cenário nacional e internacional como um destino de praia, grandes eventos e participação na história nacional. Considerada o berço da nação brasileira, com a recepção das caravelas portuguesas em 1500, a cidade possui mais de cem bens históricos tombados de acordo com a gestão municipal. E muitos destes espaços convivem com grandes eventos há décadas.

 

É o caso da Passarela do Descobrimento, que recebe anualmente grandes shows como o Carnaval e o São João Elétrico.

 

Já a Vila de Caraíva tem chamado cada vez mais atenção de turistas do mundo todo, e também do mercado de eventos. Mais distante do centro da cidade, o distrito de ruas de areia e forrós conhecidos passou a ser palco de casamentos grandiosos, com o pé na areia, além de festivais de música.

 

Entre os sete templos católicos de tombados, a Igreja D'Ajuda também recebe grandes festejos. Considerado o mais antigo santuário católico do Brasil, ele é palco todos os anos a Procissão de Nossa Senhora D'Ajuda, reunindo romeiros de todo o Brasil.

 

Fontes indicaram ao site que, com a ampliação do debate nas redes sociais, o tema deve ser levado para a sessão desta quinta-feira (4) na Câmara de Vereadores da cidade.

 

Em nota, a Prefeitura de Porto Seguro confirmou ao Bahia Notícias que “o destino turístico vem sofrendo muito com a perda dos grandes casamentos, que se tornaram uma relevante atividade econômica, geradora de emprego e renda para a população local”.

 

“A suspensão das festas e eventos do Quadrado é fruto de uma Ação Civil Pública Ambiental, impetrada pela Associação Despertar, de Trancoso, através do escritório Ferreira, Parracho e Tosati advogados, resultando em mais de 100 cancelamentos de casamentos no local. Cabe à Prefeitura de Porto Seguro obedecer à decisão judicial, sob pena de multa de R$ 50.000,00 por cada infringência”, conclui a nota.

Produtora da TV Globo se casa com repórter da Record: “O amor sempre vence”
Foto: Reprodução/Instagram

O relacionamento de quase oito anos entre a produtora da TV Globo, Natalia Daumas, e a repórter da Record TV, Lorena Coutinho, deu mais um passo neste sábado (18). 

 

Em seus perfis no Instagram, as jornalistas compartilharam a cerimônia do casamento civil entre as duas. “Agora é oficial: casadas no civil. O amor sempre vence”, legendou Lorena Coutinho. “Casamos”, escreveu Natalia ao lado da data de hoje.

 

Repórter do Balanço Geral e do Cidade Alerta, Lorena conheceu a esposa, que trabalha no programa Encontro, na Record. As duas trabalharam juntas no programa Domingo Show. 

 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Sabe como os pais fingem que não têm um filho preferido? A mesma coisa acontece com os políticos. E vale tanto do lado do Soberano quanto do Cacique. Mas tem gente que corre o risco de perder o lugar. Fica de olho, DuBicho. Já a equipe do Bonitinho não sei se está muito satisfeita com o chefe. Enquanto isso, o Ferragamo é que parece que não gosta de si mesmo... Ou gosta demais, vai saber. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Nelson Leal

Nelson Leal
Foto: Divulgação

"Neto me convidou para coordenar a campanha, e acho que esse é o melhor caminho para a Bahia. Neto fez uma administração primorosa e extraordinária em Salvador, e vai promover a mesma transformação que o nosso estado está precisando". 

 

Disse o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Nelson Leal (PP) ao anunciar nesta sexta-feira (7) o rompimento com o grupo político do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e declarou apoio ao ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto
 

Podcast

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O Projeto Prisma recebe, nesta segunda-feira (7), João Roma. Ex-ministro da Cidadania, ex-deputado federal e atual presidente estadual do PL na Bahia, ele será entrevistado ao vivo, a partir das 16h, com transmissão no YouTube do Bahia Notícias.

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