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O promotor de Justiça Hugo Cassiano de Santana, foi o representante do Ministério Público da Bahia (MP-BA) durante a reunião de alinhamento realizada no auditório do Bepe, com membros da Prefeitura de Salvador, Federação Bahiana de Futebol (FBF), clubes e torcidas organizadas nesta terça-feira (14). Ele avaliou de forma positiva a adoção do modelo de torcida única nos clássicos baianos. Segundo ele, a medida tem garantido maior segurança a torcedores e profissionais envolvidos nas partidas.
"Não têm ocorrido situações graves, nem registros relevantes de violência. Essa é a nossa maior preocupação enquanto integrantes do sistema de Justiça e de segurança pública: garantir a integridade física do torcedor e dos profissionais que atuam nesses jogos", afirmou o promotor.
De acordo com Cassiano, o formato atual tem funcionado bem, especialmente pela redução de conflitos dentro e fora dos estádios. "O torcedor consegue entrar, assistir ao jogo e retornar em segurança. Também não temos registros de ataques a ônibus ou às equipes envolvidas", ressaltou.
O representante do MP-BA destacou ainda a atuação do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE), responsável pela segurança nos clássicos, e elogiou o aprimoramento das operações.
"É importante registrar o trabalho do BEPE, que vem se especializando cada vez mais na segurança desses eventos. O comando tem mostrado expertise e competência na proteção dos torcedores e dos profissionais envolvidos", completou.
Apesar da avaliação positiva, o promotor não descarta mudanças futuras. Ele acredita que, com o avanço das tecnologias de controle e monitoramento, será possível discutir o retorno das torcidas mistas em partidas de grande porte.
"Existe a possibilidade, sim, de no futuro voltarmos a ter torcida mista. Já há tecnologias e modos de atuação sendo aperfeiçoados — como o reconhecimento facial e o controle de acesso aos estádios — que podem tornar isso viável", pontuou.
Cassiano reforçou que o tema segue em debate constante entre os órgãos de segurança e fiscalização.
"Temos reuniões frequentes com o BEPE, com a Polícia Civil, por meio do NEPROT, e com órgãos municipais. O objetivo é monitorar, avaliar e, se for o caso, ajustar a política de segurança. Mas, por enquanto, o formato que tem se mostrado mais exitoso, inclusive em outros estados, é o da torcida única", concluiu.
O comandante do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe), tenente-coronel Carlos Flávio, apresentou nesta terça-feira (14) os detalhes da operação policial para o clássico Ba-Vi, que será disputado nesta quinta-feira (16), às 21h30, no Barradão, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.
A entrevista foi concedida após reunião de alinhamento realizada no auditório do Bepe, com representantes da Prefeitura de Salvador, Ministério Público da Bahia (MP-BA), Federação Bahiana de Futebol (FBF), clubes e torcidas organizadas.
De acordo com o oficial, cerca de 320 policiais estarão mobilizados para o jogo, incluindo o apoio de 100 alunos do CEFAP, que atuarão sob supervisão direta de graduados. A operação abrangerá o interior do estádio, o entorno e os principais bairros da cidade, com foco em deslocamentos de torcedores e possíveis ocorrências isoladas.
"O policiamento dos bairros ficará atento a toda movimentação das torcidas organizadas e de torcedores que, por ventura, queiram cometer atos de violência. As unidades das áreas estarão com seus efetivos atentos, e os serviços de inteligência dessas unidades farão o acompanhamento e o assessoramento das viaturas que estão na área", explicou.
"No dia do jogo nós teremos um reforço, um acréscimo a mais de policiamento, uma atenção maior voltada também aos bairros, ao entorno do estádio e às escoltas do time — no caso, o do Bahia. Entendemos que é um jogo onde deve haver o engajamento de todos os órgãos públicos e de todas as unidades da Polícia Militar", completou Carlos Flávio.

Foto: Hugo Araújo/Bahia Notícias
O comandante destacou ainda que a corporação adotou medidas para lidar com o horário da partida, marcada para as 21h30, considerado atípico para o clássico.
"Dificulta um pouco porque vamos encontrar o horário de rush. O público que se fará presente deve estar chegando por volta das 19h ao estádio. Então, haverá sim uma certa dificuldade, os acessos estarão mais congestionados, mas adotamos as providências cabíveis para que o jogo ocorra da melhor forma possível."
Flávio também explicou como será o cumprimento das medidas cautelares impostas a torcedores punidos por envolvimento em episódios de violência.
"Esses torcedores vão cumprir medida cautelar aqui na sede do Bepe: duas horas antes, durante e duas horas após a partida deverão permanecer aqui, num total de seis horas. Caso algum deles não compareça, será informado ao juízo da 9ª Vara para adoção das medidas cabíveis."
Questionado sobre o balanço das operações anteriores, o tenente-coronel afirmou que o formato de torcida única tem exigido menos efetivo e reduzido o número de ocorrências dentro e no entorno dos estádios.
"Os resultados que nós passamos é que demandamos de menos efetivo para um jogo como esse, de torcida única. Temos menos ocorrências no entorno do estádio e dentro dele. E ainda estamos avançando nas questões dos bairros, que eu sei que é um questionamento que vocês sempre fazem. Então é a evolução da Polícia Militar. Estamos debruçados para fazer com que ocorra a diminuição dessas ocorrências e avançando gradualmente junto aos órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público e os órgãos da Justiça."
Apesar do debate crescente sobre o retorno das duas torcidas ao clássico, o comandante afirmou que a decisão ainda não cabe à Polícia Militar.
"É um movimento que estamos percebendo, inclusive por parte da imprensa, mas as autoridades ainda não entendem que é o momento para isso. É uma questão de debate que vai ocorrer. Como eu sempre digo, a Polícia Militar estará pronta para cumprir a decisão que for tomada pela autoridade maior."
"Debates ainda não ocorreram. Eu creio que o debate, dentro da democracia, é sempre necessário. Todos têm o direito de se manifestar sobre um Ba-Vi com duas torcidas. Mas entendo que ainda não é o momento. Isso precisa passar por um diálogo com as autoridades responsáveis pela segurança pública, e o que for decidido, tanto a Polícia Militar quanto o Bepe estarão prontos para cumprir."
Ao comentar as ocorrências registradas em bairros afastados do estádio, o tenente-coronel descartou relação direta com o modelo de torcida única.
"Não creio que tenha ligação com isso. Acho que a situação nos bairros tem a ver com o deslocamento dos torcedores, tanto na ida quanto no retorno do jogo, e muitas vezes com o uso de bebidas alcoólicas. A rivalidade é acirrada, então é necessário que ocorra uma fiscalização muito grande em cima desses torcedores", concluiu.
Presente no evento do conselho técnico de lançamento do Campeonato Intermunicipal Ednaldo Rodrigues 2025, o tenente-coronel Carlos Flávio, comandante do BEPE (Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos), ressaltou a preparação e o compromisso da unidade com a segurança nas competições realizadas no estado.
“O BEPE, como é uma unidade especializada em policiamento de eventos, nós focamos mais na capital RMS com um braço que se estende até, vamos dizer, Feira de Santana. Contudo, o BEPE está sempre à disposição para estar orientando o policiamento em locais mais distantes do interior do estado para que esse policiamento possa atender de forma adequada a segurança na praça desportiva”, explicou Carlos Flávio.
O comandante também comentou sobre as expectativas para o andamento da competição e reforçou o papel da Polícia Militar na promoção de um ambiente seguro para os torcedores.
“A expectativa sempre é de um evento exitoso, que mobilize praticamente todo o estado da Bahia, seus municípios. A expectativa é que tenha um campeonato tranquilo. Onde as pessoas possam se respeitar com muita paz, muito congraçamento entre as equipes, e como eu disse anteriormente, a polícia militar sim vai estar presente em todos os jogos”, comentou.
Por fim, Carlos Flávio destacou a importância do alinhamento entre as forças de segurança e os organizadores do torneio para garantir o sucesso do evento.
“A parceria com a Federação Baiana de Futebol é enorme. Sempre existiu e não vejo problema algum em dar continuidade. É sempre importante que estejamos alinhados porque dessa forma é que o evento vai transcorrer de forma tranquila, com paz, como eu falei, e muito sucesso”, finalizou.
A recente briga registrada na Faculdade Unijorge, em Salvador, chamou atenção para um problema recorrente e silencioso: o impacto da rivalidade entre torcidas organizadas fora dos estádios. Na noite de quarta-feira (11), dois homens foram presos após agredirem um jovem por conta de uma jaqueta com estampa de uma torcida organizada. O caso aconteceu dentro da instituição de ensino, e um dos agressores portava uma arma de brinquedo, apreendida pela Polícia Militar. Os dois foram encaminhados à Central de Flagrantes. Apesar da gravidade, não houve disparos nem feridos graves.
O episódio, que ganhou repercussão nas redes sociais e entre estudantes da universidade, escancara um cenário já conhecido pela Polícia Militar. Segundo o tenente-coronel Carlos Flávio Góes Farias, comandante do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (Bepe), Salvador possui uma série de bairros mapeados por registrarem com frequência confrontos entre torcidas rivais.
“Essas torcidas estão distribuídas em comandos e distritos por diversos bairros. Regiões como a Avenida Suburbana, Periperi, Imbuí, Itapuã e principalmente o entorno da Arena Fonte Nova costumam demandar atenção especial do nosso efetivo”, explicou o comandante em entrevista ao Bahia Notícias.
Os conflitos, conforme o oficial, ocorrem geralmente antes ou depois das partidas, quase sempre nas vias de acesso aos estádios ou em bairros periféricos.
“Na janela de duas horas durante o jogo, o policiamento já está concentrado e dificilmente há confronto. Mas antes e após, os embates se tornam mais recorrentes”, relatou.
Apesar de circularem boatos sobre disputas territoriais entre facções ligadas às torcidas, o tenente-coronel afirma que não há confirmação oficial de envolvimento sistemático com o crime organizado.
“Recebemos alguns relatos, sim. Sabemos que há uso de substâncias proibidas por parte de alguns associados, mas não temos elementos concretos que liguem essas torcidas a facções criminosas de forma estruturada. O que há são casos pontuais, como em outros setores da sociedade”, avaliou.
A PM também acompanha com atenção os chamados “pontos de agrupamento”, locais onde torcedores se concentram antes de se deslocar para os jogos. “Esses locais variam bastante, mas normalmente estão em regiões periféricas ou próximas aos estádios. A violência entre torcedores não é comum em bairros como Stella Maris, por exemplo, mas é mais acirrada em regiões como Mata Escura e Sussuarana”, explicou o Tenente-Coronel.
BAVI COM TORCIDA VISITANTE?
Questionado sobre a possibilidade do retorno das torcidas organizadas visitantes nos estádios baianos, atualmente vetadas por questões de segurança, o comandante do Bepe afirmou que a medida continua em fase de debate entre as autoridades.
“Eu cresci vendo as duas torcidas nos estádios e acredito que isso é algo benéfico para o clima de festa. Mas, com o cenário atual, esse é um tema que precisa ser discutido com as demais instituições que compõem o anel de segurança pública do estado, além da participação de empresas privadas que administram os estádios”, ponderou.
MAPEAMENTO ESTRATÉGICO
Para lidar com os riscos, o Bepe trabalha com base em inteligência policial, mapeando áreas críticas e atuando preventivamente com patrulhamento reforçado nos dias de jogos. A presença ostensiva da PM é acompanhada por ações de monitoramento, inclusive com o uso de tecnologia e apoio de unidades especializadas.
“A atuação do batalhão não se limita ao entorno dos estádios. Monitoramos as redes sociais, usamos informações da nossa inteligência e buscamos atuar sempre antes que os conflitos ganhem proporções maiores”, explicou o comandante.
O caso na UniJorge, embora isolado, reforça a necessidade de atenção permanente da sociedade e do poder público sobre o comportamento violento de parte das torcidas organizadas, que extrapola os limites do esporte.
Treze pessoas cumpriram, na última segunda-feira (21), uma medida judicial que proíbe a presença delas em jogos do Bahia na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. O grupo foi obrigado a se apresentar na sede do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE), em Pituaçu, duas horas antes da partida entre Bahia e Ceará, e só foi liberado duas horas após o término do jogo.
A decisão foi tomada após os indivíduos serem flagrados em ações ilícitas ligadas a dias de jogos do Tricolor Baiano. A Polícia Militar, por meio do BEPE, é responsável por fiscalizar o cumprimento da medida.
Além disso, a segurança da partida contou com o apoio de unidades ordinárias e especializadas da PM, atuando nas áreas interna e externa do estádio.
Torcedores serão responsabilizados judicialmente após cometerem crimes em estádios baianos entre 2024. As informações sobre os casos foram detalhadas e atualizadas na manhã desta quinta-feira (13), pela Polícia Militar da Bahia (PM-BA).
No dia 11 de março, um indivíduo aceitou uma transação penal após invadir uma área restrita aos competidores durante uma partida em dezembro de 2024. Como punição, ele deverá comparecer ao Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE) por três meses.
Já no dia 12 de março deste ano, seis torcedores foram responsabilizados por atos de violência após o jogo entre Vitória e Cruzeiro, pela 23ª rodada do Brasileirão. Eles também deverão cumprir a medida de comparecimento ao BEPE. As ações fazem parte da Operação Clássico da Paz, que já resultou em sete prisões preventivas.
Para o clássico Ba-Vi deste domingo (17), que será realizado na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pelo jogo de ida da grande final do Baianão 2025, outros 10 torcedores estarão sujeitos à mesma determinação.
Em reunião realizada nesta quarta-feira (8), pela Polícia Militar da Bahia (PM-BA), o órgão se juntou a torcidas organizadas, e a Federação Bahiana de Futebol no auditório do Quartel do Comando Geral (QCG). A questão a ser discutida foram as estratégias para a luta contra a violência no futebol.
O Comandante do Bepe, Ten Cel PM Francisco Menezes Moreira Junior, em entrevista para o Bahia Notícias, falou sobre a implementação de câmeras nos principais lugares de confronto entre organizadas, perto dos estádios, e afirmou que, essas prevenções ajudarão a combater os casos.
"Já temos essas informações. Estamos em contato com as companhias que cobrem essas áreas, tanto é que tivemos a prisão de 10 elementos na Dorival Caymmi, no jogo entre Bahia e Corinthians, que resultou na prisão de 5 que, hoje, estão no Bepe. Essas estratégias são importantíssimas para diminuir a questão da violência. Na verdade, eu não diria nem violência nos estádios, elas estão mais fora do que dentro. As estatísticas que temos nos estádios são pequenos furtos, extravios de documentos e ocorrências que consideramos normais para grandes aglomerações", afirmou o policial.
Além disso, durante a conversa, o capitão também falou sobre a colaboração das torcidas organizadas no processo de precauções contra as turbulências no futebol.
"As torcidas organizadas estão, até o momento, punidas. A gente vem fazendo cumprir todas essas restrições e elas tem colaborado. Agora, recentemente, foi feita uma mudança na diretoria da BAMOR. Com uma cabeça nova, estamos tentando nos aproximar para tentar melhor cada vez mais essa relação, até para contribuírem a diminuição dos casos de violência no futebol", disse.
Na manhã desta sexta-feira (30) um caminhão tombou na saída do túnel da ligação Lobato/Pirajá, em Salvador.
Uma viatura do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE) está no local e realiza isolamento da região. O trânsito na região foi afetado pelo tombamento do caminhão.
Após uma briga ocorrida nas arquibancadas do Maracanã, antes do começo de Brasil x Argentina, pela 6ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, o Coronel do BEPE (Batalhão Especial de Policiamento em Estádios), afirmou que oito pessoas foram presas e que a venda de ingressos para a torcida mista, onde estavam brasileiros e argentinos, foi o grande dificultador o trabalho da segurança privada e pública, presentes no Maracanã.
"A gente percebeu que a organização do evento efetuou venda de ingressos por todo estádio de maneira mista. Isso foi um dificultador muito grande para a segurança privada. Solicitaram o apoio da Polícia Militar, que usou os meios necessários. Até o momento, estamos com oito presos conduzidos ao Juizado Especial do Torcedor e a gente conseguiu isolar o tumulto através de um isolamento físico com os policiais na arquibancada. A grande dificuldade, tanto para a segurança privada quanto para a segurança pública, foi a venda de ingressos de forma mista", comentou o Coronel.
A partida, marcada para às 21h30 desta terça-feira (21), começou com cerca de 28 minutos de atraso. Antes do começo da 6ª rodada das Eliminatórias, o Brasil ocupava a 5ª colocação com sete pontos ganhos. Já a Argentina era a líder, com 12 pontos.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.