Promotor do MP-BA não descarta retorno de torcidas mistas após balanço positivo: "Existe a possibilidade"
Por Hugo Araújo / Thiago Tolentino
O promotor de Justiça Hugo Cassiano de Santana, foi o representante do Ministério Público da Bahia (MP-BA) durante a reunião de alinhamento realizada no auditório do Bepe, com membros da Prefeitura de Salvador, Federação Bahiana de Futebol (FBF), clubes e torcidas organizadas nesta terça-feira (14). Ele avaliou de forma positiva a adoção do modelo de torcida única nos clássicos baianos. Segundo ele, a medida tem garantido maior segurança a torcedores e profissionais envolvidos nas partidas.
"Não têm ocorrido situações graves, nem registros relevantes de violência. Essa é a nossa maior preocupação enquanto integrantes do sistema de Justiça e de segurança pública: garantir a integridade física do torcedor e dos profissionais que atuam nesses jogos", afirmou o promotor.
De acordo com Cassiano, o formato atual tem funcionado bem, especialmente pela redução de conflitos dentro e fora dos estádios. "O torcedor consegue entrar, assistir ao jogo e retornar em segurança. Também não temos registros de ataques a ônibus ou às equipes envolvidas", ressaltou.
O representante do MP-BA destacou ainda a atuação do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE), responsável pela segurança nos clássicos, e elogiou o aprimoramento das operações.
"É importante registrar o trabalho do BEPE, que vem se especializando cada vez mais na segurança desses eventos. O comando tem mostrado expertise e competência na proteção dos torcedores e dos profissionais envolvidos", completou.
Apesar da avaliação positiva, o promotor não descarta mudanças futuras. Ele acredita que, com o avanço das tecnologias de controle e monitoramento, será possível discutir o retorno das torcidas mistas em partidas de grande porte.
"Existe a possibilidade, sim, de no futuro voltarmos a ter torcida mista. Já há tecnologias e modos de atuação sendo aperfeiçoados — como o reconhecimento facial e o controle de acesso aos estádios — que podem tornar isso viável", pontuou.
Cassiano reforçou que o tema segue em debate constante entre os órgãos de segurança e fiscalização.
"Temos reuniões frequentes com o BEPE, com a Polícia Civil, por meio do NEPROT, e com órgãos municipais. O objetivo é monitorar, avaliar e, se for o caso, ajustar a política de segurança. Mas, por enquanto, o formato que tem se mostrado mais exitoso, inclusive em outros estados, é o da torcida única", concluiu.