Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Robson Wagner
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Foto: Divulgação

A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade

Em busca de alguma explicação para o cenário político atual no Brasil, fui encontrar ecos não nos palanques, mas nas Escrituras.

Multimídia

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador
A vereadora Marcelle Moraes (União Brasil) afirmou que considera prioridade para Salvador a criação de uma casa de acolhimento voltada para protetores de animais. Segundo ela, em entrevista ao Projeto Prisma, Podcast do Bahia Notícias, o equipamento é necessário para garantir o suporte a quem cuida dos bichos e enfrenta dificuldades por conta da atividade.

Entrevistas

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias
O parlamentar afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que “as condições atuais são melhores do que há quatro anos”, quando o grupo foi derrotado pela chapa do Partido dos Trabalhadores, em 2022. 

amazonia

Queimadas impulsionam desmatamento na Amazônia em 92%
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O desmatamento da Amazônia atingiu a marca de 960 km² em maio de 2025, o número representa um aumento de 92% em relação ao mesmo mês de 2024. Na análise, realizada a partir dos dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), foram apresentados nesta sexta-feira (6), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em Brasília. As informações são da Agência Brasil. 

 

No período acumulado, de agosto de 2024 a maio de 2025, essa alta foi de 9,1% na comparação com os mesmos meses no ano anterior. No detalhamento dos dados, 51% do desmatamento decorrem de incêndios florestais, 48% de corte raso e 1% de mineração.

 

O ministro em exercício do MMA, João Paulo Capobianco, afirma que o aumento é resultado de incêndios ocorridos nos meses anteriores, mas é evidenciado algum tempo depois, quando a vegetação seca e morre. “Esse incêndio florestal de grandes proporções, relacionado a uma alteração climática, não é um desmatamento ocorrido em maio. Ele é uma floresta incendiada a tal ponto que chega agora como uma floresta colapsada”, explica.

 

A análise dos dados de focos de incêndios no país reforça a tese: nos últimos cinco anos os focos de incêndio em vegetação nativa se mantinham na média de 10% do total do que alcançava o território nacional.

 

Em 2024, esse índice subiu para 13,5%. Nos primeiros meses de 2025, 23,7% dos focos de incêndio no país atingiram vegetação nativa, enquanto que em áreas com desmatamento consolidado ou de anos anteriores recentes o fogo esteve menos presente na comparação com os anos anteriores.

 

Enfrentamento
No que diz respeito ao enfrentamento aos incêndios, o ministro alegou que vem trabalhando em um processo de articulação federativa para que o problema seja enfrentado pelo conjunto de atores de todas as instâncias governamentais, iniciativa privada e sociedade organizada.

 

Capobianco destacou, ainda, ações do governo federal de enfrentamento a incêndios e ao desmatamento, como a aprovação da lei que criou a Política Nacional do Manejo Integrado do Fogo; o investimento de R$ 825 milhões no fortalecimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); e outros R$ 405 milhões para os bombeiros de municípios na Amazônia, além do Programa União com Municípios.

VÍDEO: Após senador dizer que ela "não merecia respeito", Marina Silva se retira de audiência em comissão
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Após discussões acaloradas com alguns senadores durante audiência da Comissão de Infraestrutura, nesta terça-feira (27), e de ter sido insultada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se retirou da sessão. A audiência da comissão tinha como objetivo debater a possível criação de unidades de conservação marinha na região Norte.

 

As confusões começaram quando o tema do debate passou a ser a BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus. As controvérsias se deram em torno do papel do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) nos processos de licenciamento. 

 

O senador Omar Aziz (PSD-AM) insinuou que haveria lentidão por parte do órgão, o que afetaria o andamento de projetos de infraestrutura considerados prioritários. Aziz acusou Marina de travar o desenvolvimento do país:

 

“A senhora atrapalha o desenvolvimento do país. Lhe digo isso com a maior naturalidade do mundo”, afirmou. “Tem mais de 5 mil obras paradas por causa dessa conversinha ‘governança’, nhe nhe nhe”, completou Aziz, fazendo um deboche. 

 

Em resposta, Marina Silva rebateu, argumentando que o problema é ignorar estudos ambientais sérios: “Desde o processo em que vem se discutindo a estrada, a primeira coisa que tem é uma corrida de grilagem”, afirmou. 

 

A ministra do Meio Ambiente também defendeu a necessidade da realização de avaliações estratégicas sobre as obras e criticou a demora do governo anterior em resolver alguns impasses.

 

Quando interrompida pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), a ministra reagiu: “O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou”. 

 

O senador respondeu Marina: “Me respeite, ministra. Se ponha no teu lugar”. 

 

Logo depois, foi a vez do senador Plínio Valério (PSDB-AM) discutir com a ministra do Meio Ambiente. O senador afirmou: "Olhando para a senhora, estou falando com a ministra, e não com uma mulher", disse. “Eu sou as duas coisas”, respondeu Marina. "A mulher merece respeito, a ministra, não", rebateu Valério.

 

Na sequência Marina Silva respondeu o senador: “O senhor que disse que queria me enforcar”. A ministra se referiu a uma fala do senador amazonense em março deste ano, quando ele disse em um evento a seguinte frase: “A Marina esteve na CPI das ONGs: seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”.

 

 

A ministra então exigiu que o senador se desculpasse com ela: “Se não me pede desculpa, eu vou me retirar”. Plínio Valério não recuou, e, logo após, a ministra se levantou e deixou a comissão. 

 

“Eu não fui convidada por ser mulher”, declarou ao sair. 

Piloto desaparece na Amazônia após queda de avião; último sinal foi na fronteira do Brasil com Guiana
Foto: Instagram

Equipes de resgate estão em operação para tentar localizar o piloto Marcelo Noronha Muniz, de 58 anos, desaparecido desde a manhã da quarta-feira (16), após decolar da pista de garimpo Olímpia, no município de Oriximiná, oeste do Pará, em um avião de pequeno porte modelo Cessna 182, matrícula PT-IVN.

 

A aeronave desapareceu em uma área próxima à aldeia Kaxuyana-tunayana, que fica perto da fronteira entre Brasil e Guiana. Segundo a família do piloto, o destino era a pista conhecida como "Nova", localizada a cerca de 61 quilômetros do ponto de origem.

 

De acordo com os familiares, o profissional fazia transporte de alimentos para uma área próxima de onde saiu. Após a queda da aeronave, o piloto chegou a se comunicar com a família e colegas através de uma antena de internet via satelite.

 

Uma aeronave SC-105 Amazonas da FAB e aviões de apoio foram deslocados para auxiliar na missão, e no domingo (20), a FAB reforçou a operação com decolagem a partir de Boa Vista (RR). 

 

Na terça (22), bombeiros de Santarém devem alcançar o local após trajeto terrestre e fluvial de cerca de seis horas.

 

O g1 Pará informou que a Polícia Civil está investigando o caso, e que foi identificado o possível último acesso do piloto, na data de 16/04 à internet via satélite. 

 

A polícia encaminhou um ofício à empresa Starlink na tentativa de conseguir a localização exata da aeronave. Até a última atualização dada pelo veículo, nesta segunda-feira (21), a empresa não havia respondido.

 

A Prefeitura de Oriximiná acompanha o caso e enviou equipes da Defesa Civil, bombeiros civis e moradores experientes em buscas na selva. 

Ex-Chelsea, Malouda inicia carreira no exército francês aos 44 anos e publica fotos na Amazônia
Foto: Reprodução/Instagram

Florent Malouda, ex-jogador do Chelsea, resolveu explorar outra profissão aos 44 anos. Nas últimas semanas, o franco-guianense iniciou uma nova fase ao ingressar no exército francês.

 

O ex-meio-campista se alistou no Terceiro Regimento de Infantaria Estrangeira (3º REI) da Legião Estrangeira do Exército Francês, unidade conhecida por suas operações em selvas equatoriais. A notícia foi revelada nesta quinta-feira (23), por meio das redes sociais do próprio Malouda, surpreendendo muitos de seus fãs.

 

Em sua publicação, Malouda compartilhou detalhes sobre a preparação necessária para integrar as forças armadas. O ex-jogador passou um período de treinamento na Floresta Amazônica, em sua terra natal, a Guiana Francesa.

 

 

“Passando pela Amazônia em meu território natal, pude fazer um curso de iniciação com o 3º Regimento de Infantaria Estrangeira. Agradeço ao 3º REI por este momento de coesão e por estes valores de espírito de equipe diante das adversidades. Esses são valores essenciais no esporte de alto nível”, escreveu Malouda em suas redes sociais.

 

O 3º REI é a unidade mais condecorada da Legião Estrangeira e é responsável por missões em ambientes de selva. Agora, Malouda faz parte de um programa que permite que civis contribuam com a instituição militar francesa.

 

CARREIRA VITORIOSA NO FUTEBOL

Florent Malouda iniciou sua carreira como jogador no Châteauroux, da França. Após ganhar destaque no futebol francês, ele se transferiu para o Lyon, em 2003. Em quatro temporadas, foi peça-chave da equipe multicampeã francesa, o que o levou a ser contratado pelo Chelsea em 2007.

No clube inglês, Malouda jogou por seis anos e conquistou importantes títulos, incluindo a Champions League de 2012, a Premier League de 2010 e três Copas da Inglaterra (2009, 2010 e 2012).

Agora, longe dos gramados, Malouda abraça um novo desafio, demonstrando que os valores adquiridos no esporte podem ser aplicados em diferentes áreas, inclusive na vida militar.

Brasil tem maior número de incêndios em 14 anos; Câmara teve enxurrada de projetos sobre o tema, mas nenhum foi votado
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dados consolidados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o Brasil teve em 2024 o maior número de focos de incêndios em seus principais biomas desde o ano de 2010. Neste ano, foram 278.299 focos de incêndio apurados pelo sistema BDQueimadas do Inpe, número que nos últimos 14 anos só perde para os 319,4 mil incêndios verificados em 2010. 

 

Em relação ao ano passado, houve um aumento de 46,5% na quantidade de queimadas, já que em 2023 foram registrados 189,9 mil incêndios nos biomas brasileiros. O maior índice de queimadas já registrado pelo Inpe aconteceu em 2007, quando foram contabilizados 393,3 mil focos de incêndio. 

 

A quantidade de queimadas neste ano de 2024 também superou o pior ano durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo anterior teve no ano de 2020 o seu pior momento em incêndios, com 222,7 mil focos detectados,  que, na época, havia sido o mais alto registro em dez anos. 

 

Agora em 2024, a Amazônia foi o bioma que mais registrou focos de incêndio. Foram 140.346 queimadas apuradas pelo Inpe no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2024, o que corresponde a 50,4% do total. 

 

Depois da Amazônia, o Cerrado aparece como o bioma com o maior número de incêndios, com 81.468 focos (29,3%). Logo depois vem a Mata Atlântica, com 21.328 focos (7,7%), a Caatinga, com 20.235 focos (7,3%), o Pantanal, com 14.498 focos (5,2%), e por último o Pampa, com 424 focos (0,2%). 

 

Os dados do Inpe mostram que o mês de setembro foi o pior em números totais de focos de incêndios registrados no ano de 2024. Ao total, foram 83.154 queimadas no mês de setembro, contra 68.635 incêndios apurados em agosto, o segundo pior mês do ano. Esses dois meses juntos representaram cerca de 55% do total de focos de incêndio nos biomas brasileiros em 2024.

 

O aumento significativo das queimadas a partir de agosto alimentou intenso debate no Congresso e entre autoridades do governo federal no segundo semestre do ano passado. O foco dado pelos parlamentares a esse tema dos incêndios pode ser atestado pela quantidade de projetos que deram entrada no protocolo da Câmara desde o início do mês de agosto, e que continuaram sendo protocolados pelos deputados até o final do ano. 

 

Segundo levantamento do Bahia Notícias, até o final de 2024, nada menos que 82 projetos foram protocolados para legislar sobre o assunto dos incêndios. A maioria das proposições deram entrada nos meses de agosto e setembro. Em outubro, com a redução das queimadas após o início mais intenso das chuvas, o volume de propostas já teve forte baixa, que acabou sendo ainda maior em novembro e dezembro.

 

A maioria dos projetos apresentados pelos parlamentares busca alterar artigos da Lei de Crimes Ambientais, de 1998, ou mesmo o Código Penal, para modificar as penas do crime de provocar queimadas em áreas de mata ou florestas. As proposições têm como objetivo o aumento das penas, tanto para a forma dolosa quanto para a culposa do crime de incêndio, com propósito de, por um lado, desencorajar essa prática, e por outro, punir de forma mais severa aqueles que, intencionalmente ou por negligência, contribuem para a degradação do meio ambiente.

 

As propostas dos deputados federais também objetivam a mudança na lei para o aumento das penas nos casos em que o crime é cometido com o intuito de obtenção de vantagem econômica, ou quando gera perigo à vida e à saúde das pessoas. Os deputados defendem que esse aumento de pena responde à necessidade de as autoridades diferenciarem a gravidade de cada conduta, para com isso garantir que crimes com maior potencial lesivo recebam punições proporcionais ao seu impacto. 

 

No auge dos incêndios, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu que as propostas teriam tramitação acelerada. Lira defendeu também na ocasião outras ações, como a destinação de mais recursos para combater os incêndios criminosos. O presidente da Câmara participou de uma reunião no dia 17 de setembro convocada pelo presidente Lula com autoridades dos três poderes, para tratar do assunto das queimadas. 

 

Ao falar na reunião, Lira afirmou que há um sentimento forte de preocupação na Câmara dos Deputados com o combate mais ostensivo aos incêndios criminosos. 

 

"Se tiver uma possibilidade de a gente rever gastos efetivos direcionados muito fortemente para o enfraquecimento, monitoramento dessas organizações, é muito fácil construir textos e aprovações no Congresso Nacional que flexibilizam até o arcabouço para que esse recurso chegue a um combate efetivo a essas pessoas que cometem esse crime de maneira organizada", disse o presidente da Câmara na ocasião.

 

Apesar dos discursos sobre a necessidade de respostas do Poder Legislativo, principalmente em relação aos incêndios criminosos, nenhum dos projetos chegou a ser debatido ou mesmo votado em 2024 pela Câmara dos Deputados. Apenas duas propostas em meio aos 82 projetos protocolados no segundo semestre avançaram de alguma forma no ano passado.

 

O PL 3339/2024, do deputado Gervasio Maia (PSB-PB), que altera a Lei de Crimes Ambientais e o Código Florestal para, entre outros assuntos, aumentar penas para crimes de incêndio em floresta e de poluição de qualquer natureza, chegou a ser levado ao plenário. No mês de outubro, os deputados aprovaram no plenário requerimento para apreciação urgente deste projeto, mas depois disso a proposta não foi mais colocada em pauta. 

 

Outro projeto, o PL 3469/2024, do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), também foi objetivo de requerimento de urgência aprovado no plenário, no mês de novembro. O projeto tem o objetivo de promover um aumento da capacidade de resposta do Poder Público frente às ocorrências de incêndios florestais, mas também não teve o mérito apreciado pelos deputados até o final do ano.
 

VÍDEO: Em coletiva de imprensa, Joe Biden anuncia investimentos no Fundo da Amazônia e “adentra” floresta
Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o aporte de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia durante a visita a Manaus, no Amazonas, neste domingo (17). Após seu pronunciamento, o democrata fez um ato simbólico e “adentrou” a floresta amazônica.

 

Veja o momento:

 

 

O anúncio de investimentos foi feito durante a agenda de Biden no Museu da Amazônia (Musa), onde ele se reuniu com lideranças indígenas da Amazônia brasileira e cientistas. O novo investimento elevará o total de contribuições dos EUA ao Fundo Amazônia para US$ 100 milhões.

 

"A luta contra a mudança climática vem sendo a causa da minha presidência. Não é preciso escolher entre economia e meio ambiente. Nós podemos fazer as duas coisas", destacou Biden em pronunciamento no Museu.

 

O aporte de mais US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia foi o segundo anunciado pelo governo Biden. Em 2023, no começo do governo Lula, um primeiro repasse de US$ 50 milhões foi anunciado na retomada do fundo, que havia sido desativado durante o mandato de Jair Bolsonaro.

Biden anuncia visita à Manaus e reunião com lideranças indígenas na Floresta Amazônica
Foto: Erin Scott / Official White House

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anuncia agenda em Manaus, capital do Amazonas, no dia 17 de novembro. Conforme divulgado na quinta-feira (7) pela secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, o líder americano visitará a Floresta Amazônica e se reunirá com líderes locais, indígenas e outros atores que trabalham na preservação e proteção do ecossistema.

 

Segundo o governo norte-americano, esta será a primeira visita oficial de um presidente dos Estados Unidos à região. Antes do comunicado oficial, Biden telefonou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para confirmar a viagem, que também inclui a participação dele na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19. As informações são da Agência Brasil. 

 

"No Rio de Janeiro, o presidente Biden se reunirá com o presidente Lula, à margem do G20, para reforçar a liderança dos EUA em direitos dos trabalhadores e crescimento econômico sustentável. Durante o evento, o presidente Biden destacará a proposta dos EUA para os países em desenvolvimento e liderará o G20 para trabalhar em conjunto no enfrentamento de desafios globais compartilhados, como a fome e a pobreza, mudanças climáticas, ameaças à saúde e a dívida dos países em desenvolvimento", informou Jean-Pierre, em declaração aos meios de comunicação.

 

Além do Brasil, Biden vai cumprir outra agenda na América Latina. A parada será em Lima, no Peru, de 14 a 16 de novembro, para se encontrar com a presidente do país andino Dina Boluarte, e participar da cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC).

 

Luta Contra a Fome
Durante a conversa com Lula, o presidente dos EUA  confirmou ainda a decisão de seu governo em aderir à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do Brasil na presidência rotativa do G20. O projeto, lançado em julho, visa canalizar recursos para programas e projetos que visam ao enfrentamento a esses dois problemas persistentes no planeta.

Deputados apresentaram em setembro mais de 70 projetos para restringir apostas e punir quem promove incêndios
Foto: Montagem com imagens de arquivo da Agência Brasil

O mês de setembro, encerrado na última segunda-feira (30), foi marcado por intensos debates no mundo político em torno de dois assuntos principais: a proliferação descontrolada de incêndios em diversos estados, que bateram recorde histórico para o período, e a explosão em todo o país das apostas online nas chamadas bets, empresas que exploram os jogos e que estão em processo de regularização pelo governo federal. 

 

Na questão dos incêndios, geralmente o mês de setembro possui a condição de ser o pior período da temporada anual de queimadas no Brasil. Neste ano de 2024, entretanto, os de incêndios, especialmente nos biomas da Amazônia e do Pantanal, deixaram evidente a gravidade da situação. De acordo com o Programa Queimadas, do INPE, setembro se encerrou com mais de 80 mil focos de incêndios, índice 30% acima da média histórica para o mês e mais de quatro vezes o total do mesmo período no ano passado. 

 

Já em relação às bets, o assunto gerou forte reação de parlamentares, de autoridades do governo, de ministros de tribunais superiores e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que promoveu reunião ministerial para buscar soluções ao crescimento descontrolado das apostas online. Dados divulgados pelo Banco Central sobre registros deixados por beneficiários de programas sociais, que teriam gastado cerca de R$ 3 bilhões em jogos somente no mês de agosto, e um estudo da Confederação Nacional do Comércio, de que em um ano a população brasileira despendeu quase R$ 70 bilhões com as bets, levaram deputados e senadores a afirmar que vão priorizar a votação de projetos que restrinjam a atuação das bets.

 

Com a volta dos trabalhos do Congresso Nacional após o primeiro turno das eleições municipais, a partir da próxima semana, esses dois temas deverão dominar os debates e provavelmente a pauta de votações nas comissões permanentes e no plenário. Proposições que abordam esses dois temas podem acabar "furando a fila" nas prioridades de deputados e senadores, apesar de uma pauta extensa de projetos e temas em discussão já aguardar desde agosto o retorno das atividades

 

A urgência em torno desses dois temas pode ser atestada pela quantidade de projetos que tratam sobre incêndios e apostas e que deram entrada no protocolo da Câmara dos Deputados somente no mês de setembro. Segundo levantamento do Bahia Notícias, até a última segunda (30), nada menos que 37 projetos foram protocolados para legislar sobre o assunto dos incêndios. Outros 34 projetos foram apresentados no mesmo período a respeito do tema das bets. 

 

Em relação aos incêndios, a maioria dos projetos busca alterar artigos da Lei de Crimes Ambientais, de 1998, ou mesmo o Código Penal, para modificar as penas do crime de provocar queimadas em áreas de mata ou florestas. As proposições têm como objetivo o aumento das penas, tanto para a forma dolosa quanto para a culposa do crime de incêndio, com propósito de, por um lado, desencorajar essa prática, e por outro, punir de forma mais severa aqueles que, intencionalmente ou por negligência, contribuem para a degradação do meio ambiente.

 

As propostas dos deputados também objetivam a mudança na lei para o aumento das penas nos casos em que o crime é cometido com o intuito de obtenção de vantagem econômica, ou quando gera perigo à vida e à saúde das pessoas. Os deputados defendem que esse aumento de pena responde à necessidade de as autoridades diferenciarem a gravidade de cada conduta, para com isso garantir que crimes com maior potencial lesivo recebam punições proporcionais ao seu impacto.

 

Um dos projetos apresentados com essa previsão de aumento de pena foi o PL 3424/2024, de autoria da deputada Rosangela Moro (União-SP), esposa do senador Sérgio Moro (União-PR). A deputada quer modificar o art. 250 do Código Penal, para aumentar a pena atribuída ao crime de incêndio, assim como elevar a pena da majorante, quando o incêndio atinge lavoura, pastagem, mata ou floresta. 

 

Ronsagela Moro afirma, em sua proposta, que atualmente o Código Penal impõe pena de três a seis anos de reclusão para aqueles que dolosamente praticarem incêndios, com uma causa de aumento de pena de um terço, para algumas situações, como a do incêndio causado em lavoura, pastagem, mata ou floresta, entre outras. Nesse caso, em havendo  condenação, as penas aplicadas podem permitir que o réu inicie o cumprimento da pena em regime aberto, "o que não é compatível com a gravidade da conduta e com a magnitude dos danos provocados", diz a deputada.

 

Existem propostas também, como o PL 3469/2024, do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), que tem o objetivo de promover um aumento da capacidade de resposta do Poder Público frente às ocorrências de incêndios florestais. Outras, entre elas o PL 3485/2024, do deputado Welington Prado (Solidariedade-MG), que cria e regulamenta a profissão de Brigadista Florestal, para que haja a devida valorização e estímulo a esses profissionais. 

 

Além dos projetos que devem ter tramitação acelerada, o próprio presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), defendeu outras ações, como a destinação de mais recursos para combater os incêndios criminosos. Lira participou de uma reunião em 17 de setembro convocada pelo presidente Lula com autoridades dos três poderes, para tratar do assunto. 

 

Ao falar na reunião, Lira afirmou que há um sentimento forte de preocupação na Câmara dos Deputados com o combate mais ostensivo aos incêndios criminosos. "Se tiver uma possibilidade de a gente rever gastos efetivos direcionados muito fortemente para o enfraquecimento, monitoramento dessas organizações, é muito fácil construir textos e aprovações no Congresso Nacional que flexibilizam até o arcabouço para que esse recurso chegue a um combate efetivo a essas pessoas que cometem esse crime de maneira organizada", disse o presidente da Câmara na ocasião.

 

O presidente da Câmara também quer tornar mais célere a apreciação de projetos sobre as apostas esportivas ou em cassinos online. Arthur Lira já agendou uma sessão deliberativa para a próxima terça (8), no plenário, e pediu para a assessoria da Mesa Diretora fazer um levantamento das propostas sobre o tema.

 

Lira, que não aparece no plenário desde meados de agosto, tem falado nos bastidores que pode pautar já nos próximos dias alguns dos projetos já protocolados que, por exemplo, proíbem beneficiários de programas sociais de utilizarem os recursos em apostas esportivas on-line. Outras proposições que obrigam as empresas a moverem ações contra o vício no jogo também estão na mira para entrar na pauta das votações.

 

A proibição do uso de recursos de benefícios sociais, como o Bolsa Família, para apostas online está presente em diversos projetos apresentados no mês de setembro. Um dos primeiros a propor, no mês passado, a restrição do uso de cartões de créditos e de contas do Bolsa Família para apostas, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), diz que as bets estão "endividando famílias e comprometendo o consumo". Ele também avalia que o Congresso errou ao não regulamentar as regras para as restrições de publicidade das apostas online. 

 

Parte dos projetos apresentados na Câmara proíbe publicidade de casas de apostas e impõe regras para que influenciadores digitais façam propagandas de plataformas do setor. Quem apresentou proposta nessa direção foi a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Em declaração recente ao jornal Folha de S.Paulo, a deputada petista disse que é necessário que os parlamentares analisem novamente o tema das bets ainda neste ano, e que façam "avaliação crítica" do que ocorreu no país desde a aprovação do projeto, no final do ano passado.

 

"Subestimamos os efeitos nocivos e devastadores sobre o que isso causa à população brasileira. É como se a gente tivesse aberto as portas do inferno, não tínhamos noção do que isso poderia causar", disse a presidente do PT. 

 

Em setembro, a deputada Gleisi Hoffmann protocolou na Câmara o PL 3518/2024, que busca vedar ações de comunicação, de publicidade e de marketing das chamadas apostas de quota fixa. A proposta de Gleisi objetiva alterar o projeto das bets aprovado em dezembro de 2023 para impor restrições severas à propaganda das empresas de apostas, com a descrição inclusive das sanções a quem desrespeitar essa norma. 

 

Ainda sobre a questão da propaganda das bets, o deputado Leo Prates (PDT-BA) apresentou o PL 3738/2024, para regular a publicidade das empresas de apostas esportivas e jogos on-line em outdoors em todo o território nacional. O projeto do deputado modifica artigos das leis aprovadas em 2018 e 2023 pelo Congresso Nacional para regulamentar as apostas.

 

Segundo Leo Prates, o Brasil é o país em todo o mundo em que a incidência de pessoas que usam bets cresceu mais vertiginosamente nos últimos anos. Para o parlamentar baiano, o crescimento das apostas online vem assumindo proporções gigantescas e alarmantes no Brasil, não só pelos dados de movimentação financeira dessas empresas, muitas delas atuando de maneira irregular, mas também pela maneira como elas têm afetado a vida dos cidadãos. 

 

"Em vista do crescimento abusivo das propagandas e uso indiscriminado de casas de apostas eletrônicas, as chamadas bets, torna-se mister regulamentar as propagandas dessas instituições de apostas em todo território nacional. É pacífico que a sociedade precisa adotar medidas legais em prol da saúde pública", argumenta Leo Prates. 

 

Há também propostas apresentadas por deputados relacionadas à prevenção à ludopatia, que é o vício em jogos. É o que abrange o PL 3745/2024, do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA). A proposição do deputado baiano tem como objetivo reduzir o impacto negativo do mercado de apostas online na saúde e renda dos brasileiros, atenuar a dependência dos apostadores e os transtornos associados ao jogo. 

 

Segundo Elmar Nascimento, sua intenção central ao apresentar o projeto foi a de estabelecer mecanismos de proteção ao apostador contra a dependência e os distúrbios relacionados ao jogo online, atividade que vem crescendo de forma desenfreada no Brasil nos últimos meses.

 

"A legislação vigente foi fundamental para criar um ambiente favorável à entrada de novas empresas interessadas em explorar o mercado brasileiro. Ademais, o acesso simples e facilitado ao mercado de apostas, notadamente, os jogos online, tem levado ao aumento nos casos de dependência, transtorno do jogo patológico e problemas financeiros graves, atingindo principalmente os jovens, que são mais adeptos à tecnologia representando grande parte dos consumidores de apostas online", argumenta o líder do União Brasil em sua proposição.

 

Entre as propostas sugeridas por Elmar Nascimento também está a de proibir apostas nas bets entre 21h e 6h. Elmar incluiu ainda no texto uma regra determinando que a operadora de apostas suspenda imediatamente a conta do usuário nos casos "em que se identifique risco alto de dependência e transtornos do jogo patológico". 

 

Muitas das propostas que tratam sobre incêndios e bets deverão figurar na pauta das próximas sessões deliberativas da Câmara dos Deputados. Para a sessão já agendada para a próxima terça, o deputado Arthur Lira deve reunir os líderes dos partidos para definir o que já entrará em pauta na próxima semana. 
 

Setembro termina como pior mês em queimadas no ano; Bahia possui 2ª maior quantidade de incêndios atuais
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dados divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o mês de setembro bateu todos os recordes neste ano em relação à quantidade de focos de incêndios em todo o país. Segundo boletim do Inpe, em setembro foram 83.157 queimadas, número bem superior ao que havia sido registrado em agosto (68.635 focos).

 

Em todo o ano de 2024, foram 210.208 focos de incêndios apurados pelo Inpe, principalmente nos biomas do Cerrado e da Amazônia. O pior ano em queimadas desde que foram iniciadas as medições, em 1998, foi 2007, com 393,9 mil focos de incêndios registrados. 

 

No ano passado, a quantidade de queimadas havia caído em relação ao ano anterior. Segundo o Inpe, 2023 teve 189,9 mil focos de incêndio, contra 197,6 mil registrados em 2022, último ano do governo Bolsonaro. Neste ano, com a forte seca e as altas temperaturas, a quantidade de incêndios voltou a subir e o número total ainda pode se aproximar da marca de 250 mil queimadas.

 

O mês de setembro, que costuma registrar o pico de queimadas no Brasil, teve o maior número de focos de incêndios desde 2010. Naquele ano foram contabilizados 109.030 focos, contra as 83.157 queimadas deste ano. O número de 2024 já mostra um aumento de 78% em relação ao ano passado, quando o país registrou 46.498 pontos de fogo em setembro. 

 

Nesta segunda (30), a Bahia seguia como o estado com o segundo maior índice de focos de incêndio, com 133 queimadas, só perdendo do Pará, com 134 focos. Em todo o país, os números atualizados mostravam no fechamento do mês de setembro 966 focos de incêndio que ainda permaneciam ativos. 
 

Estudo aponta que a América do Sul está ficando mais quente, seca e inflamável nas últimas décadas
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Um estudo divulgado pela revista científica ‘Communications Earth & Environment’ apontou que a América do Sul está ficando mais seca, quente e inflamável durante as últimas cinco décadas.

 

Conforme a revista, por trás deste aumento há uma explicação clara: as mudanças climáticas. É este o processo que intensifica os períodos de seca e aumentado a temperatura no subcontinente, resultando em condições mais favoráveis a incêndios florestais em muitas regiões.

 

O estudo traz números atualizados até o ano de 2022, e apontas que os dados de temperatura, precipitação e ocorrência de incêndios nos últimos 50 anos na América do Sul. O estudo aponta uma frequência e gravidade maiores, especialmente nas regiões do norte da Amazônia, do nordeste do Gran Chaco (área que abrange parte do Pantanal) e na região do Lago Macaraibo, na Venezuela.

 

Nestas regiões, entre os anos de 1971 e 2000, as condições quentes, secas e inflamáveis ocorriam menos de 20 dias por ano, ao passo que, nas últimas duas décadas, entre 2001 e 2022, as condições aparecem até 70 dias por ano, ou seja, quase um triplo do cenário anterior.

 

Ainda conforme o estudo, quando são comparados os dois períodos, é visto que o número de dias quentes aumentou em cerca de 60 dias por ano na Amazônia e na Bacia de Macaraibo. Paralelamente a isso, foi observado que as condições secas aumentaram mais de 50 dias por ano nas regiões do Pantanal e na Bacia do Macaraibo.

 

Somente no Estado do Amazonas, desde agosto deste ano, todos os 62 municípios do estado estão em emergência ambiental devido à estiagem severa e ao aumento dos focos de incêndio na região. Segundo a Defesa Civil (DC) do estado, mais de 300 mil pessoas já sofrem com os impactos da seca que atinge o estado e tem isolado comunidades no interior.

Presidente do Ibama diz que "estrutura de guerra" para combater incêndios tem maioria de indígenas e quilombolas
Fonte: Redes sociais Ibama

Uma verdadeira "estrutura de guerra" foi mobilizada nos últimos dias e continua em ação para combater dezenas de focos de incêndios em diversas regiões do país, e indígenas e quilombolas formam a maioria dos brigadistas que lutam para debelar o fogo que neste ano já causou perdas 33 vezes maiores que as computadas entre janeiro e setembro do ano passado. A afirmação foi feita pelo presidente nacional do Ibama, Rodrigo Agostinho, em entrevista ao Bahia Notícias. 

 

Agostinho destacou que mais de 3,2 mil brigadistas ligados ao Ibama e ICMBio, atuam junto a bombeiros dos estados para o combate aos incêndios. Desse corpo de brigadistas, 50% são indígenas contratados pelo governo federal, e 20% são quilombolas, que são convocados a esse trabalho por conhecerem melhor as áreas de matas e florestas.

 

"A gente está com um número recorde, 3245 brigadistas, entre Ibama e ICMBio. São brigadistas federais, que pela legislação, devem atuar em áreas federais. O governo tem um entendimento de que os incêndios não têm dono, então nós estamos atuando inclusive em áreas que deveriam ser cobertas pelos órgãos estaduais e pelos órgãos municipais. Dessas brigadas, 50% são indígenas contratados pelo governo federal, 20% são quilombolas, são pessoas que sabem andar nas matas, são pessoas que estão combatendo os incêndios no Brasil todo. É uma estrutura de guerra, e em muitos estados estamos trabalhando junto com os bombeiros dos governos locais, que têm efetivo muito maior", disse ao BN.

 

A criação de brigadas com a presença de indígenas e quilombolas é resultado de um Acordo de Cooperação Técnica do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Ibama, com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O objetivo é aliar técnicas de combate ao fogo e o conhecimento ancestral de manejo do fogo dos representantes de comunidades tradicionais.  

 

Além da participação das comunidades indígenas na contenção dos incêndios, o presidente do Ibama destacou a importância da criação das chamadas brigadas comunitárias voluntárias. Segundo um levantamento realizado pelo IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), já foram identificadas mais de 200 brigadas voluntárias criadas desde o ano passado e que são voltadas para a prevenção e combate de incêndios florestais. Agostinho disse que o Ibama apoia e estimula essas iniciativas. 

 

"Estamos vendo uma tendência nos últimos anos de algumas fazendas criarem as suas brigadas, assim como as associações, principalmente de áreas onde temos cobertura vegetal maior, também criando as suas brigadas voluntárias ou brigadas comunitárias. A gente está vendo alguns municípios, independente da estrutura de bombeiros, também criando as suas brigadas, e isso é muito importante, porque, com as mudanças climáticas, eventos como esse tendem a se tornar cada vez mais frequentes, e eu acho que é muito importante que a gente possa endereçar soluções para isso, ter uma estrutura de pronta reposta", afirmou Rodrigo Agostinho.

 

O presidente do Ibama disse ainda que essas brigadas comunitárias são capazes de responder de forma mais rápida e efetiva a um incêndio florestal ou de mata nativa. "Não faz sentido sair com um brigadista de Brasília para apagar um incêndio no Piauí, por exemplo, se tiver uma brigada próxima que pode fazer rapidamente o primeiro combate, e aí já controlar e não deixar virar um grande incêndio", concluiu Agostinho.
 

Lula e Macron participam de conversa com indígenas e visitam Amazônia nesta terça-feira
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da França, Emmanuel Macron, e Luiz Inácio Lula da Silva cumprirão uma extensa agenda bilateral nesta semana no Brasil. Os compromissos dos líderes terão temas na área de meio ambiente, reforma dos organismos multilaterais, defesa, entre outros. 

 

As atividades se iniciam quando Macron desembarca nesta terça-feira (26) em Belém, onde será recebido por Lula. Na capital do Pará, o encontro será por volta das 15h30 desta terça, onde eles vão de barco da Marinha, para a Ilha do Combu, na margem sul do Rio Guamá, para acompanharem a  produção artesanal e sustentável do cacau na região de Floresta. O Palácio do Itamaraty informou que a ideia é que Lula mostre ao líder francês a grandiosidade da questão amazônica e as possibilidades de desenvolvimento econômico sustentável existentes. 

 

O chefe da nação brasileira, quer mostrar também que a Amazônia não é apenas uma grande área de floresta, mas um local habitdo por uma grande população, com cerca de 25 milhões de moradores, que depende da própria floresta para a sua sobrevivência. 

 

Eles ainda terão encontro reservado com representantes indígenas. Na reunião, está prevista a entrega, pelo presidente francês, de uma condecoração ao líder indígena da etnia Kayapó e expoente mundial da causa indígena, Raoni Metuktire

 

De hoje até a próxima quinta-feira (28), o francês passará pelas cidades de Itaguaí no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.   

 

"Uma visita de três dias para um chefe de Estado não é usual. Isso é um indicativo da importância da relação entre Brasil e França, do intercâmbio e do interesse profundo em diversas áreas", disse a embaixadora Maria Luísa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores, em conversa com jornalistas na última semana, via Agência Brasil. 

Amazônia bate recorde de focos de incêndio para o mês de fevereiro, mostra Inpe
Foto: Christian Braga / Greepeace

 

A Amazônia enfrenta um recorde de focos de incêndio para o mês de fevereiro. Com 2.924 pontos de queimadas identificados pelas imagens de satélite até o último dia 26, a quantidade é a maior desde o início da série histórica, iniciada em 1999.

 

No segundo semestre de 2023, algumas regiões da floresta, como as do Estado do Amazonas, tiveram picos de incêndios. Embora tenha baixado pela metade o desmatamento em 2023, o insucesso na prevenção de incêndios tem pressionado o governo, que prometeu ter a proteção ambiental como uma de suas principais bandeiras. As informações da CNN.

 

Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio Ambiente ainda não se manifestou. Na comparação com todo o mês de fevereiro do ano passado (734 focos), a Amazônia registra alta de 298% de focos de incêndio em um ano. O número deste ano pode aumentar até o fechamento do mês na quinta-feira. Os dados são atualizados todos os dias pelo Inpe.

 

A pior situação é registrada no estado de Roraima, onde a fumaça chegou a encobrir partes da capital, Boa Vista, e trechos da RR-206, rodovia estadual. Nesta semana, uma comitiva de ministros – entre eles Marina Silva (Meio Ambiente), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) – estará na capital roraimense para inaugurar um espaço de coordenação das ações na Terra Indígena Yanomâmi.

 

Na semana passada, um balanço do governo federal mostrou que o número de mortes de indígenas na reserva, a maior do tipo do País, aumentou um ano após Lula decretar emergência de saúde na região. Um dos principais problemas da região é o domínio de algumas áreas pelos garimpeiros ilegais.

 

Na maior parte da Amazônia, a estação seca começa em julho, com ápice em agosto, e vai até outubro. Nessa época, a vegetação e a matéria orgânica no solo ficam propícias à queima. Esse fator, somado ao ar menos úmido, espalha as chamas com mais rapidez e dificulta o combate.

Desmatamento na Amazônia registra maior queda do ano em novembro, aponta levantamento
Foto: Divulgação / Polícia Federal

A Amazônia registrou a maior queda na taxa de desmatamento de todo o ano, de acordo com o levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), consolidado a partir do monitoramento por satélites. 

 

Os dados indicam que a perda de vegetação foi de 116 quilômetros quadrados (km²), 80% a menos do que a área calculada em 2022, quando atingiu 590 km². Esse também foi o menor patamar de desmatamento alcançado em novembro deste 2017. 

 

LEIA TAMBÉM

 

No acumulado de janeiro a novembro, o desmatamento teve redução de 62%, passando de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km², a menor derrubada para o período desde 2017. A taxa ainda preocupa, já que representa 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia. As informações são da Agência Brasil.

 

O Imazon observa que o Pará, o Amazonas e Mato Grosso são os estados onde há mais casos, quando analisado o período de janeiro a novembro deste ano. Apesar de terem registrado quedas significativas no desmatamento, as três unidades federativas respondem por 74% da área devastada. Rondônia, Acre e Maranhão também registraram redução. Além disso, a organização constatou aumento no desmatamento em três estados: Amapá (240%), Tocantins (33%) e Roraima (27%). 

 

DEGRADAÇÃO

O Imazon também acompanha os avanços ou recuos relacionados à degradação florestal provocada por queimadas ou pela extração madeireira, além dos índices de desmatamento, ou seja, a perda total da vegetação nativa.

 

Em novembro, pelo segundo mês consecutivo, a degradação teve aumento na Amazônia, passando de 739 km², em 2022, para 1.566 km², este ano. Uma alta de 112% de um ano para o outro.

 

O estado mais afetado pela degradação foi o Pará, que concentrou 70% desse dano ambiental em novembro, seguido de Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%). Ao longo do ano, também houve aumento na degradação em fevereiro, março, maio e outubro.

 

De janeiro a novembro, a degradação também diminuiu. O dano ambiental passou de 9.127 km², em 2022, para 5.042 km², em 2023, uma redução de 45%. Nesse caso, a redução foi menor do que a do desmatamento. O fator a que se atribui a queda foram as queimadas no Amazonas e Pará, que alarmaram todo o país, já que a fumaça chegou densa a municípios como Manaus e Santarém.

Na COP-28, Barroso defende cooperação mundial para redução dos efeitos das mudanças climáticas
Foto: STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, participou neste domingo (10) de dois eventos relacionados à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Na principal conferência ambiental do mundo, Barroso defendeu em suas falas a necessidade da busca por uma solução transnacional para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

 

Pela manhã, o presidente do STF palestrou no painel “Mudança do Clima e Juízes: Perspectivas Judiciais sobre a Litigância Climática”, ao lado do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e do embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil na COP-28.

 

Neste evento, que despertou grande interesse do público e registrou plena lotação, participaram presidentes de Supremas Cortes de diversos países.

 

O presidente da Suprema Corte brasileira apresentou as principais dificuldades para o avanço na agenda climática: o negacionismo de alguns setores da sociedade, o curto prazo dos ciclos políticos e a necessidade de soluções globais e coordenadas.

 

O ministro apresentou os motivos pelos quais os tribunais, ao redor do mundo, têm decidido sobre o mérito de ações que envolvem a mudança do clima, incluindo o direito de gerações futuras a viverem num ambiente sustentável. Barroso elencou ainda algumas decisões recentes de tribunais internacionais que consideraram a adequada proteção do meio ambiente como um direito fundamental e constitucional.

 

No segundo evento da programação oficial, na parte da tarde, o ministro falou sobre a proteção da Amazônia no Pavilhão do Brasil, ao lado de Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

 

Barroso falou sobre o papel do Poder Judiciário na defesa da Amazônia, incluindo o cumprimento das políticas públicas de desenvolvimento sustentável na região.

 

“A mudança climática – e, consequentemente, o aquecimento global, o risco ambiental – tem sido identificada como o mais relevante problema ambiental do século XXI e uma das questões definidoras do nosso tempo. Inúmeros autores têm se referido ao tema como ‘a tragédia dos comuns’, significando uma situação na qual os indivíduos em geral, agindo com atenção apenas ao interesse próprio, comportam-se, na utilização de recursos escassos, de maneira contrária ao bem comum”, afirmou Barroso na cúpula sobre a Amazônia.

 

O presidente do STF mencionou ações julgadas no STF sobre a região Amazônica, em favor do cumprimento de direitos fundamentais e da Constituição brasileira. “O grande desafio para o direito público nessa matéria é a necessidade de soluções transnacionais, que envolvam a cooperação de todos os países. Isso porque os fatores que afetam o meio ambiente e o clima na Terra, como a emissão de gases estufa e o desmatamento, produzem consequências que não respeitam fronteiras”, completou o presidente do STF.

Após criticar acordo com Mercosul, Macron anuncia verba para Amazônia: “Estamos determinados a preservar as florestas”
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou neste sábado (2), nas redes sociais, que irá repassar 500 milhões de euros, cerca de R$ 2,68 bilhões, para preservação da Amazônia nos próximos três anos. 

 

“Com o Brasil, estamos determinados a preservar as florestas. Nos próximos três anos, a França dedicará 500 milhões de euros à sua preservação”, disse Macron. A declaração veio acompanhada de uma foto dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião bilateral na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), nos Emirados Árabes. Confira:

 

 

De acordo com a Agência Brasil, o anúncio foi feito horas depois de Macron ter criticado o acordo Mercosul União Europeia, que chamou de “incoerente” e em relação ao qual disse ser “totalmente contra”. Ele afirma que o acordo, que vem sendo negociado há décadas, está sendo “mal remendado” na tentativa de ser fechado.

 

“[O acordo] não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado e que desfaz tarifas”, acrescentou.

 

Pouco após a fala, que ocorreu em seguida a uma reunião bilateral, o presidente Lula disse que seu homólogo francês tem o direito de se opor. “A França sempre foi um país mais duro para se fazer acordos, porque a França é mais protecionista”, afirmou Lula.

 

Na manhã deste sábado (2), também o Reino Unido anunciou a destinação adicional de 35 milhões de libras (cerca de R$ 215 milhões) para o Fundo Amazônia, além dos 80 milhões de libras (R$ 500 milhões) que já havia anunciado em maio.

MPF pede que governo do Amazonas detalhe ações de combate a incêndios
Foto: Michael Dantas

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal que o governo do Amazonas detalhe as ações tomadas, desde 2019, para combater as queimadas e os incêndios florestais. A iniciativa ocorre após a capital Manaus sofrer com a nuvem de fumaça que cobriu a cidade, em outubro, e deteriorou a qualidade do ar.

 

LEIA TAMBÉM

 

Na ação, a instituição pede que o governo apresente documentos e provas demonstrando que não houve omissão e que as medidas adotadas foram suficientes para enfrentar os fenômenos climáticos.

 

“No presente caso, o MPF busca a obtenção de documentos que estão em poder do ente público, cujo conhecimento é necessário para o exercício de suas funções institucionais, especificamente na defesa do meio ambiente, a revelar a finalidade da prova, imprescindível para justificar ou evitar o ajuizamento de futura ação”, diz o pedido, apresentado na terça-feira (7), e que dá o prazo de cinco dias úteis, após a citação, para o governo estadual apresentar os documentos ou contestação.

 

O MPF informou que acompanha, há dois anos, as políticas estaduais relacionadas ao desmatamento e às queimadas no Amazonas. Segundo o órgão, cabe ao governo demonstrar que essas políticas não devem levar à responsabilização do Estado “pelos danos ambientais e climáticos derivados da poluição atmosférica que atingiu níveis alarmantes a partir do mês de outubro de 2023.” Isso inclui o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amazonas.

 

No pedido, o MPF afirma que o governo estadual reconhece que a média de execução do Plano de PPCDQ 2020-2022 foi de apenas 43% e que menos da metade das ações planejadas foram devidamente executadas e que não há evidências de que as medidas adotadas para a prevenção, controle e combate às queimadas no estado foram suficientes e adequadas.


CONSEQUÊNCIAS
O MPF diz ainda que um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstrou que, nas áreas mais afetadas pelo fogo na Amazônia, o número de crianças internadas com problemas respiratórios dobrou e que o número de mortes infantis por essas doenças cresceu em cinco dos nove estados da Amazônia Legal.

 

O MPF afirmou ainda que a população de Manaus também sofre com sintomas causados pela fumaça como ardência nos olhos, falta de ar e cansaço.

 

“Esse cenário sinaliza que há uma execução deficiente do plano, ocasionando danos ambientais decorrentes da poluição causada pelo fogo, com efeitos nocivos à saúde da população, em especial o aumento de doenças respiratórias relacionadas à fumaça”, diz o MPF.

 

No pedido, o MPF reconhece que o cenário de mudança climática foi agravado com o fenômeno do El Niño, que têm potencializado seus efeitos com a ocorrência de eventos climáticos extremos e também citou uma fala do governador atribuindo a causa da nuvem de fumaça à queimadas em outros estados, especialmente no Pará.

 

“Apesar do fenômeno natural, segundo os especialistas, por ser uma floresta tropical úmida, não existe fogo natural na Amazônia. Ou seja, o principal vetor dos incêndios na região é o desmatamento”, finaliza o MPF.

 

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria Estadual de Comunicação do Amazonas, mas, até o momento, não obteve retorno.
 

Fenômeno El Niño impulsiona seca histórica na Amazônia; entenda
Foto: Michael Dantas / Getty Images

 

 

Considerada histórica por especialistas, a atual seca registrada na Amazônia vem sendo gerada, em especial, pela ação do homem através do desmatamento. Porém, o fenômeno El Ninõ, que eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e gera o aquecimento anormal das águas, tem contribuído com o atraso das chuvas na região.

 

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá a máxima intensidade.

 

LEIA TAMBÉM

 

Em oito Estados amazônicos, o déficit de chuvas entre julho e setembro foi o mais severo desde 1980. De acordo com uma pesquisa da revista científica PNAS (The Proceedings of the National Academy of Sciences), as secas aumentam os riscos de eventos em cascata ao ultrapassarem as capacidades adaptativas das florestas. Especialistas acreditam que a tendência é que os efeitos da nova seca devam permanecer na Floresta Amazônica por muito tempo. 

 

O bioma é responsável por reciclar a umidade que vem dos oceanos, produzindo até 50% das suas próprias chuvas. Com influência do El Niño, especialistas avaliam que rios da Bacia do Amazonas deverão ter uma subida tardia e lenta. A seca histórica na Amazônia ocorre dois anos após o Rio Negro registrar a maior cheia com 30,02 m. 

 

Para cientistas, apesar de a seca extrema ter influência do El Niño, ela está sendo agravada pelo desmatamento gerado na Amazônia ao longo dos anos. Em 1998, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou o monitoramento de incêndios florestais

 

No mês de setembro, foram 6.991 focos, segundo pior marca, perdendo somente para 2022 que teve 8.659. A qualidade do ar encontra-se em estado “péssimo”, o mais grave de todos, conforme o aplicativo de monitoramento “Selva”, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

 

Com os impactos nos rios, a seca tem ameaçado a navegabilidade, o transporte de cargas em Portos e a arrecadação de municípios. A seca de 2023 é somada também às ações humanas como o desmatamento, o que ocasiona a alta de emissões de dióxido de carbono na floresta, principal causador do efeito estufa. Antes do estado de seca, o bioma já havia registrado quatro ocorrências de estiagem neste século.


 

SECA OU ESTIAGEM?

Vale lembrar que estiagem e seca são dois fenômenos diferentes. O primeiro é um período prolongado de baixa pluviosidade (chuvas), ou sua ausência, no qual a perda de umidade do solo é superior à sua reposição. No caso da seca, a situação é ainda mais grave, já que se trata de um período de tempo seco, prolongado o suficiente para que a ausência, deficiência acentuada ou fraca distribuição da chuva provoque grave desequilíbrio hidrológico.

 

Ou seja, o caso da Amazônia já está sendo tratado como seca, inclusive, o governo federal divulgou, no início de outubro, que R$ 138 milhões serão enviados para o Amazonas para dragagem dos rios Madeira e Solimões, ajuda humanitária e reforço no combate a incêndios, entre outras ações.

 

A dragagem é um procedimento de escavação que ajuda a retirar os sedimentos (terra, areia, rochas, lixo) do fundo dos rios, lagos, portos, oceano e lagoas industriais por meio de diversos métodos e tecnologias.

Brasil e Bolívia lideram lista de países com maior perda de cobertura florestal na Amazônia
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Brasil e a Bolívia lideram o ranking de perda florestal da Floresta Amazônica, tanto em número absoluto quanto em número proporcional ao total da vegetação que está em cada território. Os dados foram divulgados pela Global Forest Watch, que mostram que o Brasil registrou 8,46% de perda nas duas últimas décadas. 

 

A Bolívia obteve uma perda de bioma, em 9,06% entre 2002 e 2022, sendo o país que mais perdeu cobertura florestal original do bioma. 

 

O termo "Perda florestal" indica a remoção ou mortalidade da cobertura arbórea, por diferentes motivos, além do desmatamento. Essa perda pode estar relacionada a diferentes fatores, como queimadas, danos decorrentes de fenômenos naturais, entre outros.

 

"Brasil e Bolívia têm tido as maiores taxas de perda de floresta", disse Jefferson Ferreira-Ferreira, coordenador de ciência de dados do World Resources Institute Brasil (WRI Brasil), responsável pela plataforma Global Forest Watch.

 

O Brasil obteve registro negativo por conta da área total perdida. "Não percentualmente, mas historicamente o Brasil é o que mais perde floresta em toda a Amazônia em área total", explicou.  A média de floresta brasileira perdida de 2002 a 2022 foi de 1,3 milhão de hectares por ano. 

 

No ano passado, o número chegou a 1,69 milhão de hectares, registrando um dos piores resultados desde 2017, que totalizou 1,96 milhão de hectares de floresta a menos que no ano anterior. 

 

Os dados compilados se deram através de colaboração entre a Universidade de Maryland, a Google, a USGS e a Nasa. As imagens utilizadas foram do satélite Landsat para mapear a perda de cobertura de árvores anual a uma resolução de 30 × 30 metros.

Nasa pretende ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia

O administrador da agência espacial americana (Nasa), Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos. A Nasa pretende ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento do desmatamento da floresta amazônica e em ações de preservação. As informações são da agência Brasil.

 

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente na reunião, afirmou que, em breve, Lula deve conversar com o presidente norte-americano Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de hoje. A assessoria da Presidência confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer, provavelmente, esta semana.

 

“Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento”, declarou Bill.

 

O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.

 

Em outro exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a agência espacial tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.

 

Amanhã, Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

DiCaprio elogia gestão de Lula e critica de Bolsonaro em novos dados sobre desmatamento na Amazônia
Foto: Reprodução / Instagram

Leonardo DiCaprio fez uma nova publicação elogiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desta vez, ele divulgou novos dados sobre a queda do desmatamento na Amazônia em abril deste ano. O ator também os comparou com os de abril do ano passado e aproveitou para criticar a gestão de Jair Bolsonaro (PL).


No post, feito no Instagram, o astro compartilhou uma montagem que indica a queda do desmatamento em 2023.  "Sob Lula, o desmatamento da Amazônia em abril de 2023 foi 68% menor que em 2022", escreveu Leonardo.


Ele também colocou na legenda um texto sobre os dados divulgados na última sexta-feira (30), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais."A queda ocorre após 2 meses de maior desmatamento em fevereiro e março, mas ano a ano, o desmatamento ainda caiu 40% geral".


No momento seguinte, o texto afirma que Bolsonaro havia reduzido a fiscalização contra o desmatamento na Amazônia.  "Muitos estão dando algum crédito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois ele começou a restabelecer políticas para proteger a Amazônia e os direitos indígenas após assumir o cargo. O presidente anterior, Jair Bolsonaro, os enfraqueceu e o desmatamento atingiu seu nível mais alto em 15 anos sob sua administração", finalizou DiCaprio.
 

Em festival de Paris, Lula diz que países mais ricos devem financiar preservação de florestas e cita 'dívida histórica'
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula (PT) disse nesta quinta-feira (22), que os países mais ricos têm “dívida histórica” e devem financiar a preservação de florestas, como a Amazônia. O discurso do presidente aconteceu no festival “ Power Our Planet”, no Campo de Marte, em Paris. 

 

Em sua fala, o presidente afirmou que “ não foi o povo africano que poluiu o mundo, não é o povo latino-americano que poluiu o mundo”. Lula ressaltou em seu discurso que a poluição se deve por conta dos países que “fizeram a revolução industrial”. 

 

"Na verdade, quem poluiu o planeta nestes últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a revolução industrial e, por isso, têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta Terra", explicou o presidente.

 

Lula foi convidado pela banda Coldplay a participar e discursar no evento, que conta com shows e discursos de líderes mundiais.

 

Em seu pronunciamento, o petista reafirmou o compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, e prometeu que fará "todo e qualquer esforço" para "manter a floresta em pé".

 

"A Amazônia é um território soberano do Brasil, mas ao mesmo tempo ela pertence a toda a humanidade. E, por isso, faremos todo e qualquer esforço para manter a floresta em pé".

 

O presidente brasileiro também convidou o público a viajar ao Brasil em 2025, quando a cidade de Belém receberá a conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP 30.

 

"E queria terminar convidando vocês que ouvem falar da Amazônia todo o dia, que acham que a Amazônia é o pulmão do mundo, para comparecer ao Brasil. Em 2025, iremos fazer a COP 30 num estado da Amazônia para que todos vocês tenham a oportunidade de conhecer de perto o ecossistema da Amazônia, a riqueza da biodiversidade, a riqueza dos nossos rios", apontou.

 

"E que possam compartilhar com o povo brasileiro da preservação das nossas florestas e responsabilizar os países ricos para financiar os países em desenvolvimento que têm reservas florestais, porque não foi o povo africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo", concluiu.

 

A participação de Lula no evento faz parte da agenda de compromissos do presidente na Europa. Nesta quinta, ele já se reuniu com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez. 

 

Amanhã o presidente segue para  participação de eventos da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, além de um almoço com o presidente da França, Emmanuel Macron

Lula e Papa Francisco falam sobre paz mundial e fome em encontro no Vaticano
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se encontrou com o Papa Francisco, nesta quarta-feira (21), em uma audiência no Vaticano. Na ocasião, os principais assuntos debatidos foram a redução da fome, pobreza no mundo, preservação ambiental e busca pela paz mundial. 

 

O encontro dos dois aconteceu após uma conversa por telefone realizada no dia 31 de maio. No diálogo, o presidente destacou a atuação da igreja Católica no Brasil pela preservação da Amazônia e na luta contra as forças que atacam a floresta. 

 

No Vaticano, Lula convidou Francisco a visitar o Brasil novamente, para assistir à tradicional festa do Círio de Nazaré, em Belém, no Pará, no mês de outubro. A primeira viagem internacional do pontífice após assumir o cargo, em 2013, foi para o Rio de Janeiro.

 

A primeira-dama junto com o presidente entregou ao Papa um retrato da Sagrada Família feito pelo artista pernambucano J. Borges e uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia.

 

O Papa Francisco, por sua vez, presenteou o casal com uma obra em bronze, produzida no próprio Vaticano, com a mensagem "A paz é uma flor frágil. Estamos em tempos de guerra e a paz é muito frágil”, disse ele ao presidente Lula.

 

Em seu perfil no Twitter, o presidente Lula agradeceu ao religioso “pela audiência no Vaticano e a boa conversa sobre a paz”.

Lula quer política unificada para a região amazônica
Foto: TV Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, neste domingo (21), uma política unificada dos países amazônicos. Em agosto, será realizada, em Belém, a Cúpula da Amazônia, evento que reunirá os chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). A informação é da Agência Brasil.

 

Para Lula, é preciso uma política séria, que envolva também os povos indígenas, para evitar o desmatamento na região e, ao mesmo tempo, garanta a sobrevivência das 28 milhões de pessoas que lá vivem. “Eles têm direito de viver, de trabalhar, de comer, de ter acesso a bens materiais que todos nós queremos. E, por isso, precisam explorar não desmatando. Explorar a riqueza da biodiversidade para saber se podemos extrair a possibilidade de desenvolver uma indústria de fármacos, de cosméticos, por exemplo, para gerar empregos limpos”, disse.

 

“Não queremos transformar a Amazônia em um santuário da humanidade”, acrescentou o presidente durante conversa com jornalistas em Hiroshima, no Japão.

 

No país asiático, Lula participou do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7, reunião de líderes de sete das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

 

O presidente cobrou que os países ricos cumpram os compromissos assumidos no âmbito internacional, como a doação de US$ 100 bilhões ao ano para que países em desenvolvimento preservem suas florestas. “Em todas as COPs [Conferências do Clima das Nações Unidas] as pessoas falam que vão doar US$ 100 bilhões. Nós estamos aguardando”, disse.

 

Para Lula, é preciso uma nova governança global mais representativa, com punição para os países que não cumprirem os esforços nas questões climáticas.

 

“Ou todos nós entendemos que o barco é um só, que o planeta é redondo, ou entendemos que uma desgraça que vier vai pegar todo mundo de calça curta. Os cientistas estão nos prevenindo, então é importante termos clareza de que nós seremos os responsáveis de nos salvar ou de nos matar”, disse.

 

As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Nesta edição, além do Brasil, foram convidados Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, Índia, Indonésia, Comores e Ilhas Cook. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também esteve em Hiroshima e participou da sessão de debates que teve o tema “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”.

 

Desde a última sexta-feira (19) no país asiático, o presidente também teve uma extensa agenda de encontros bilaterais, com reuniões com 11 chefes de governo e de entidades.

 

“Saio [do Japão] mais otimista do que nunca. A chance do Brasil estabelecer parcerias fortes na área comercial, cultural e política é muito grande”, disse Lula. “As pessoas gostam muito do Brasil, estão muito felizes com a volta da democracia no Brasil e com a volta do Brasil ao cenário internacional”, completou o presidente, citando que ainda este ano tem agendadas duas viagens a países da África e uma viagem à Índia.

Petro volta atrás sobre confirmação do resgate de três crianças e um bebê na Amazônia
Foto: Reprodução/Redes sociais

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se retratou nas redes sociais nesta quinta-feira (18), após confirmar, de maneira errada, o resgate de três crianças e um bebê de 11 meses na selva amazônica depois de sofrerem um acidente de avião.(Veja aqui).

 

No Twitter, Petro declarou que apagou a publicação que confirmava a busca e pediu desculpas pelo equívoco.“Decidi excluir o tuíte porque as informações fornecidas pelo Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar (ICBF)  não puderam ser confirmadas. Sinto muito pelo que aconteceu”, esclareceu.

 

O presidente também informou que as Forças Armadas e as comunidades indígenas continuarão com buscas "incansáveis".  “Neste momento não há outra prioridade a não ser seguir em frente com a busca até encontrá-los. A vida das crianças é o mais importante”.

 

Segundo a imprensa local, as Forças Armadas e a empresa proprietária da aeronave que caiu afirmaram que não foi possível localizar ou estabelecer contato com as crianças, de 13, 9 e 4 anos, além do bebê, de 11 meses.

 

Já parentes das vítimas, criticaram as entidades públicas e privadas por darem a eles "expectativas falsas" acerca de seus familiares.

 

O ICBF — órgão responsável pela proteção de menores no país—, também afirmou que ainda não houve contato oficial com as crianças.

 

Apesar da falsa informação, índicios da presença as crianças foram encontrados pela equipe de resgate.

 

No perfil do Twitter das Forças Armadas colombiana, a publicação confirmando o resgate ainda não foi apagada.

 

Confira:

 

Três crianças e um bebê foram resgatados na floresta amazônica da Colômbia após 17 dias
Foto: Reprodução/Redes sociais

Três crianças e um bebê de 11 meses foram encontrados e resgatados nesta quarta-feira (17)na floresta amazônica da Colômbia após mais de duas semanas que o avião no qual viajavam caiu. Segundo a Folha de S. Paulo, as menores passaram 17 dias sozinhas em área de selva.

 

Segundo o governo da Colômbia, as crianças foram encontradas com a ajuda de um cão farejador e a confirmação do resgate foi feita pelo presidente colombiano, Gustavo Petro. "Após buscas árduas feitas por nossos militares, encontramos com vida as quatro crianças que desapareceram em um acidente de avião em Guaviare. Uma alegria para o país", escreveu o político nas redes sociais.

 

A queda foi resultado de um acidente onde três adultos, incluindo o piloto, morreram. Os corpos foram encontrados na aeronave, monomotor Cessna 206, na província de Caquetá, no sul do país. 

 

O avião decolou com sete pessoas a bordo na madrugada do último dia 1º de Araracuara, na Amazônia colombiana, com destino a San Jose del Guaviare, cidade no estado do Guaviare, na região central. Pouco depois, um sinal de alerta de socorro foi emitido com falha no motor, logo em seguida desapareceu dos radares.

 

Confira:

 

 

 

 

Alertas de desmatamento na Amazônia reduzem quase 68% em abril
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 67,9% em abril deste ano ante o mesmo mês de 2022, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta sexta-feira (12). Com informações da Agência Brasil.

 

Segundo o Greenpeace, foram identificados 329 quilômetros quadrados com indícios de desmatamento, a menor taxa dos últimos três anos.Em abril do ano passado, os alertas ultrapassaram mil quilômetros quadrados, de acordo com a organização.

 

De acordo com informações do Inpe, em janeiro e fevereiro de 2023, os alertas somaram 489 quilômetros quadrados.

 

Os estados com o maior número de registros de desmatamento em abril foram o Amazonas, o Pará e Mato Grosso.

 

Especialistas indicaram que o dado é um bom sinal, no entanto, ainda não se pode afirmar que há uma tendência de redução da derrubada da floresta tropical.

 

Entre os fatores que podem explicar a queda estão ações adotadas pelo governo federal, como combate ao garimpo ilegal, exploração de madeira e aumento da fiscalização, com aplicação de multas e embargo de áreas, e também a cobertura de nuvens .

 

“É muito importante ter um trabalho integrado entre diversos órgãos, atuando no comando e controle no chão da floresta. Mas é preciso promover inovações tecnológicas, legais e infralegais, considerando que a destruição da floresta hoje é operacionalizada por meios tecnológicos inovadores. Além disso, é preciso atuar diretamente na fiscalização de instituições financeiras que têm coparticipação direta no aumento do desmatamento”, ressalta o porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.

Banco Mundial alerta para dano permanente do desmatamento na Amazônia
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Banco Mundial defendeu que a revisão do modelo de crescimento da Amazônia possibilitará maior proteção da floresta e da biodiversidade. O documento “Equilíbrio Delicado Para a Amazônia Legal Brasileira: Um Memorando Econômico”, divulgado pela instituição nesta terça-feira (9), aponta que o desmatamento na região está atrelado a atividades como a pecuária, a ampliação da fronteira agrícola e a mineração.

 

Segundo a publicação, o incremento do desmatamento poderia levar a floresta a um ponto onde não seria mais possível reverter seus efeitos nocivos. As informações são da Agência Brasil.

 

A instituição aponta que o desmatamento coloca em risco o valor da floresta em pé no Brasil, estimado em mais de 317 bilhões de dólares por ano. Esse valor seria equivalente, segundo o documento, a até sete vezes o valor estimado da exploração privada ligada à agricultura extensiva, à exploração madeireira ou à mineração.

 

O chamado “valor da floresta em pé” se refere ao dinheiro que circula pela exploração de serviços como o turismo ou a produção de produtos não madeireiros, além do armazenamento de carbono.

 

“Enquanto bem público, o valor da floresta tropical brasileira inclui seus serviços ecossistêmicos, os quais, somente para a região da América do Sul, são estimados em 20 bilhões de dólares anuais. Esses serviços incluem a chuva necessária para a agricultura da região e a proteção contra a erosão do solo e os incêndios”, diz o estudo.

 

“Os valores públicos globais associados à floresta em pé são ainda maiores, principalmente devido ao papel da Amazônia Legal como sumidouro de carbono: o valor anual do armazenamento de carbono é estimado em 210 bilhões de dólares, com o valor de opção e existência ligado à biodiversidade e cobertura florestal somando outros 75 bilhões de dólares. Os valores de uso privado sustentável da floresta em pé são estimados em 12 bilhões de dólares anuais. Portanto, o custo da inação é alto, tanto na Floresta Amazônica quanto nos outros biomas da Amazônia Legal”, acrescenta.

 

Elaborado ao longo de três anos, o material diz ainda que o aumento de renda da população da Amazônia Legal tem relação direta com uma maior proteção da floresta, modos de vida tradicionais e redução do desmatamento. Para tanto, o documento destaca a necessidade de fomentar um maior crescimento da produtividade, tanto no Brasil quanto nos estados amazônicos.

 

Para o banco, esse aumento da produtividade nas áreas rurais e urbanas exigirá uma transformação estrutural. O estudo defende que a redução da pobreza na região deve estar atrelada a um modelo de desenvolvimento não se apoie apenas na extração de recursos naturais.

 

“O sucesso de longo prazo no combate ao desmatamento exigirá uma transformação estrutural mais ampla da economia, que reduza o foco na fronteira agrícola, por meio do fortalecimento dos setores de manufatura e serviços”, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, durante a apresentação do documento.

Inpe: desmatamento aumenta no Cerrado e cai na Amazônia
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O desmatamento aumentou no Cerrado e caiu na Amazônia Legal, no acumulado de janeiro a abril de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) coletados a partir do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponível na plataforma TerraBrasilis [http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/]. As informações são da Agência Brasil.

 

No caso da Amazônia, a área perdida foi de 1.132,45 quilômetros quadrados (km2) este ano, um número cerca de 41% menor do que o medido entre janeiro e abril do ano passado (1.967,69 km2), mas equivalente ao desmatamento ocorrido em 2021 (1,153,27 km2) e 2020 (1.204,15 km2).

 

Já o desmatamento no Cerrado entre janeiro e abril de 2023 foi o maior dos últimos cinco anos, alcançando 2.133 km2, segundo o Deter. O valor é cerca de 14,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (1.886 km2). Considerando apenas o mês de abril, os alertas de desmatamento são 31% maiores este ano, na comparação com 2022.

 

Alerta

 

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lembrou que o Deter faz um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura vegetal na Amazônia e no Cerrado. Esse levantamento é considerado o principal instrumento de fiscalização e controle do desmatamento e da degradação florestal, realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ambientais. Apesar disso, a plataforma não tem a finalidade de medir com precisão as áreas desmatadas, o que é feito pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), elaborado pelo Inpe anualmente.

 

“Não é possível, dada a escala da análise e a cobertura de nuvens que interferem nessas medições, assegurar que esses números sejam definitivos. Entretanto, constituem importante ferramenta de planejamento e aprimoramento das ações para combater o desmatamento ilegal nesses biomas. Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima determinou rigorosa apuração dos alertas identificados pelo Deter, a fim de verificar se foram desmatamentos autorizados pelos Estados, visto que compete a eles emitir autorizações de supressão de vegetação nativa. O MMA determinou, ainda, a verificação das bases legais das autorizações emitidas, bem como a ação imediata do Ibama no sentido de autuar e embargar as áreas desmatadas sem autorização”, disse a pasta.

 

Repercussão

 

Organizações ambientalistas repercutiram os dados do Deter. Para o WWF-Brasil, o resultado em relação à Amazônia pode indicar uma reversão na tendência da destruição do bioma, mas ainda é cedo para saber se tal mudança vai se consolidar. “Recebemos os números de abril como sinal positivo, mas infelizmente ainda não podemos falar em tendência de queda de desmatamento na Amazônia. Os números estão num patamar muito alto e a temporada da seca, favorável ao desmatamento, não começou”, afirma Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil.

 

Já em relação ao Cerrado, a situação é considerada muito alarmante. Cerca de 80% dos alertas de desmatamento ocorreram em áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o chamado Matopiba, região que é, atualmente, principal fronteira de expansão agrícola no Brasil e uma das grandes frentes de destruição de biomas do mundo. Nas últimas décadas, o Cerrado perdeu mais de 50% de sua cobertura vegetal original. O bioma é o principal responsável pela segurança hídrica do país, por abrigar importantes bacias hidrográficas e os maiores reservatórios de abastecimento de água das grandes cidades. Além disso, depende do regime de chuvas estável para garantir produtividade na própria atividade agrícola.

 

O MMA informou que aumentou o número embargos de uso de área desmatada ilegalmente em 216% desde janeiro. Já a apreensão de produtos oriundos de infrações ambientais aumentou 210%, segundo a pasta.

 

“No Cerrado e demais biomas (exceto Amazônia) houve aumento de 169% dos autos de infração de janeiro a abril em relação à média na gestão anterior. O número de embargos de uso de área desmatada ilegalmente no Cerrado e demais biomas aumentou 198% e as apreensões de produtos oriundos de infrações ambientais aumentaram 154% no mesmo período”, destacou a pasta.

 

Ainda segundo o governo federal, em maio será concluída a nova fase do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), restituído por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já em julho, o MMA deve iniciar a atualização do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), que “permitirá a ampliação e intensificação dos esforços do governo federal, em parceria com os governos estaduais e a sociedade, para combater o desmatamento no bioma”.

Di Caprio vai apoiar cacica na luta pelos direitos dos povos indígenas da Amazônia
Foto: Reprodução / Redes sociais

Após encontro realizado durante a COP26, em Glasgow, na Escócia, o ator Leonardo Di Caprio se comprometeu a ajudar na luta pelos direitos dos povos indígenas da Amazônia se tornar apoiador do Instituto Juma, criado pela brasileira Juma Xipaia, cacica da aldeia Kaarimã, no Pará. A informação é da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo.

 

Segundo a publicação, Juma é a primeira mulher a se tornar cacica de uma aldeia do Médio Xingu. Desde 2017, quando descobriu um esquema de corrupção envolvendo empresas de assistência a indígenas na região, começou a ser ameaçada de morte e foi alvo de cinco atentados. Ela chegou a receber oferta de exílio na Suíça, depois de denunciar a situação às Nações Unidas, mas preferiu permanecer no Pará.

 

Agora na COP26, ela tem denunciado os impactos da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. Ainda de acordo com a coluna, em conversa com Di Caprio, Juma falou de como a usina tem comprometido a biodiversidade da região e o modo de vida dos povos originários. O ator conheceu o Xingu em 2004, e desde então prometeu apoiar ações do Instituto Juma.

Filme brasileiro sobre indígenas da Amazônia é selecionado para o Festival de Berlim
Foto: Divulgação

O filme brasileiro “A Última Floresta”, que retrata a luta de indígenas de uma aldeia Yanomami na Floresta Amazônica para se proteger de garimpeiros invasores, foi selecionado para o Festival de Berlim 2021.

 

Dirigido por Luiz Bolognesi, que assina o roteiro com o escritor, xamã e líder Davi Kopenawa Yanomami, o longa-metragem integrará a mostra Panorama. 

 

 

Além deste filme, o Brasil será representado com o seriado "Os Últimos Dias de Gilda", que já havia sido anunciado para compor a mostra Berlinale Série (clique aqui e saiba mais). Realizado este ano em formato virtual, o Festival de Berlim acontece entre os dias 1º e 5 de março.

Em nova leva de personagens, Brasil terá uma Mulher-Maravilha para chamar de sua
Foto: Reprodução / Twitter @thedcnation

A DC Comics anunciou nesta quinta-feira (15) uma nova leva de personagens e quadrinhos futuristas - e uma delas será brasileira. Batizada de Yara Flor, da Amazônia, a nova personagem será uma das integrantes do universo da Mulher-Maravilha. 

 

Ela vai estrear em uma minissérie ao lado do novo Super-Homem, após ser escolhida para ser a nova amazona heroína. Ainda sem previsão de lançamento, a produção será escrita por Joëlle Jones.

 

A nova personagem, no entanto, não vai substituir a titular da pasta, assim podemos dizer, já que Diana Prince, após uma rápida passagem pelo Nordeste do Brasil (relembre aqui), vai emplacar a saga Immortal Wonder-Woman.

 

Ambas novidades integram o DC Future State, projeto que terá os primeiros lançamentos já em janeiro de 2021 e terá periodicidade mensal e bimestral. Segundo a editora, até fevereiro saberemos a programação completa de títulos e a previsão de quando cada um será disponibilizado para o público.

 

"DC Future State destaca os maiores super-heróis do mundo em novos papéis, com novos personagens assumindo seus mantos icônicos. DC Future State apresenta uma incrível variedade de talentos criativos, combinando escritores e artistas premiados com novas vozes do mundo da TV, filmes e animação. Em março de 2021, a programação regular do título DC é retomada, continuando os enredos existentes de 2020 e introduzindo novos arcos para o ano", anunciou a empresa de quadrinhos no seu site.

Contra queimadas na Amazônia, Leonardo DiCaprio apoia campanha 'Defund Bolsonaro'
Foto: Divulgação

Inimigo público do governo Bolsonaro de longas datas por críticas à gestão ambiental brasileira (clique aqui e aqui), Leonardo DiCaprio mais uma vez se posicionou, desta vez endossando a campanha “Defund Bolsonaro” [desfinancie Bolsonaro].

 

O ator e ativista ambiental compartilhou, nesta quarta-feira (9), um vídeo publicado pela Associação dos Povos Indígenas do Brasil no Twitter, pregando um boicote a setores do agronegócio que segundo a instituição, estariam ligados às queimadas na Amazônia, juntamente com o governo federal.

 

"A Associação dos Povos Indígenas do Brasil pergunta a todos os cidadãos, governos e empresas em todo o mundo 'De qual lado você está: Amazônia ou Bolsonaro?'”, questiona a organização, em texto compartilhado por DiCaprio.

 

Em inglês, o vídeo da campanha iniciada por ativistas brasileiros e voltado ao público internacional mostra como o consumo na Europa pode ter relação com as queimadas. 

 

Doc mostra Bolsonaro dizendo a ambientalista Al Gore que quer explorar Amazônia
Foto: Reprodução / YouTube

O documentário "O Fórum", que mostra os bastidores do Fórum Econônico Mundial, em Davos (2019), estreou na última quinta-feira (20) e uma cena chama a atenção: uma conversa entre o presidente Jair Bolsonaro com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos durante o governo Clinton, Al Gore, sobre a exploração da floresta amazônica. 

 

Durante o diálogo, o estadunidense revela que estão profundamente preocupados com a situação do desmatamento da Amazônia. E prossegue: "Lamento trazer essa questão em uma reunião informal, mas é algo que me toca profundamente". 

 

Em resposta, o presidente brasileiro afirma que a floresta "não pode ser esquecida" e que, devido à quantidade de riquezas, tem a intenção em "explorá-la junto com os Estados Unidos". Então Al Gore rebate: "Eu não entendi muito o que você quis dizer". 

 

 

Al Gore é conhecido pelo trabalho em prol do meio ambiente. Em 1993, escreveu “A Terra em Balanço”, em que fala sobre o aquecimento global e, inclusive, cita a luta do seringueiro acreano Chico Mendes, assassinado em 1988.

 

É dele também o filme “Uma Verdade Inconveniente”, que em 2007 lhe rendeu o Oscar de melhor documentário. No mesmo ano, ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela luta contra o aquecimento global.

 

GAFE NO ENCONTRO
Durante o encontro entre Jair Bolsonaro e Al Gore, uma breve conversa sobre outra parte da história recente brasileira chegou a acontecer. Em um vídeo de divulgação do documentário "O Fórum", o estadunidense aparece comentando que é um grande amigo de Alfredo Sirkis, ex-militante da resistência armada ao regime civil-militar no Brasil. Al Gore não sabia da oposição entre Bolsonaro e o ecologista brasileiro.

 

Jair, que é capitão da reserva, diz que "lá atrás" foi um "inimigo do Sirkis na luta armada" e alega que "a história recém passada dos militares foi muito mal contada".

 

FILME SOBRE BASTIDORES
Dirigido pelo alemão Marcus Vetter, "O Fórum" é um registro sobre o Fórum de Davos. Nele, o cineasta mostra detalhes dos passos de Donald Trump no encontro de líderes globais, o enfrentamento de ambientalistas e da jovem Gretha Tumberg, além da participação de Bolsonaro em meio a críticas sobre a política de preservação da Amazônia brasileira pelo governo federal. 

 

A produção está disponível nos catálogos dos serviços de streaming Apple TV+, Vivo Play, Google Play, Now e Looke. Veja o trailer:

 

Leonardo DiCaprio critica Bolsonaro por queimadas na Amazônia e negacionismo
Foto: Divulgação

Figura non grata para Jair Bolsonaro pelo ativismo ecológico que confrontou a gestão do país em 2019, o ator Leonardo DiCaprio voltou a criticar o presidente brasileiro por causa do desmatamento na Amazônia e pelo negacionismo. 

 

“Dados preliminares indicam aumento de 7% em agosto. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está sob pressão internacional para conter os incêndios, mas ele duvidou publicamente da gravidade deles no passado, alegando que oponentes e comunidades indígenas foram os responsáveis", escreveu o artista no Instagram, junto com uma notícia do jornal britânico The Guardian. 

 

“Os incêndios florestais na Amazônia no ano passado foram devastadores o suficiente, mas com o clima mais seco este ano até agora, assim como a pandemia do coronavirus que matou mais de 99 mil brasileiros, há uma preocupação crescente de que o desmatamento em andamento não esteja recebendo atenção suficiente”, acrescentou DiCaprio, que ano passado foi acusado, sem provas, por Bolsonaro de fazer campanha contra o Brasil e “colaborar com as queimadas”. 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

From The @Guardian: The number of fires burning in Brazil's Amazon in July was up 28% on the same month last year, according to data from Brazil's space research agency INPE. Early numbers for August also show a 7% increase. Brazil's president, Jair Bolsonaro, is under pressure internationally to curb the fires, but he has publicly doubted the severity of them in the past claiming opponents and indigenous communities were responsible. Last year's Amazon wildfires were devastating enough, but with the weather being drier this year so far, as well as the Coronavirus pandemic which has killed more than 99,000 Brazilians, there is growing concern that the ongoing deforestation isn't getting enough attention. . . . . . . #Brazil #Amazon #Rainforest #Wildfires #Deforestation

Uma publicação compartilhada por Leonardo DiCaprio (@leonardodicaprio) em

Após ataques a DiCaprio, Mark Ruffalo critica 'políticas (não) ambientais' de Bolsonaro 
Foto: Divulgação

Após o presidente Jair Bolsonaro insinuar, sem apresentar provas, que Leonardo DiCaprio estaria envolvido em queimadas na Amazônia (clique aqui e saiba mais), o ator Mark Ruffalo defendeu o colega e criticou a postura do governo brasileiro.


“Bolsonaro e sua turma usam como bode expiatório as mesmas pessoas que protegem a Amazônia dos incêndios que ele próprio permitiu que acontecesse”, comentou o artista em suas redes sociais. “Pergunte a si mesmo: o que mudou recentemente no Brasil para que isso aconteça agora? Bolsonaro e suas políticas (não) ambientais”, questionou o ator.
 

DiCaprio nega doação a ONGs que Bolsonaro acusa de provocar queimadas na Amazônia
Foto: Cia Pak / UN / Fotos Públicas

Após ser acusado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) de apoiar as queimadas na Amazônia, o ator Leonardo DiCaprio negou que tenha feito qualquer doação a Organizações Não-governamentais (ONGs) apontadas por investigadores brasileiros.

 

"Embora mereçam apoio, nós não financiamos as organizações citadas", disse o astro de Hollywood em nota publicada pelas agências AP e Reuters.

 

Segundo informações do G1, no texto, o ator ressalta que sente orgulho de grupos que protegem ecossistemas. DiCaprio é engajado na causa ambiental. "O povo brasileiro está trabalhando para salvar seu patrimônio natural e cultural", declarou.

 

O presidente do Brasil fez duas declarações sobre o ator. Primeiro em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, quando disse que "DiCaprio está colaborando aí com a queimada na Amazônia". Depois, ao se encontrar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, nessa sexta-feira (29), ele repetiu as críticas.

 

"Quando eu falei que há suspeitas de ONGs, o que a imprensa fez comigo? Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia", acusou (saiba mais aqui). Até o momento, Bolsonaro não apresentou provas de que o ator possa estar envolvido no aumento das queimadas que atingiram a região no último mês de julho.

Sem provas, Bolsonaro acusa DiCaprio de colaborar com queimadas na Amazônia
Foto: Reprodução / Facebook

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, nesta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro acusou o ator Leonardo DiCaprio de contribuir para os incêndios ocorridos na Amazônia. “Primeiro me atacaram na questão de derrubada na Amazônia. Depois vieram as queimadas, me acusaram de ser conivente. Falei que suspeitava de ONG's, pronto. A imprensa comendo meu fígado pelo Brasil, disseram que era irresponsabilidade... Bem, a casa caiu”, declarou o chefe do executivo.


Sem apresentar provas, o presidente ironizou supostas doações realizadas pelo artista para a ONG WWF-Brasil, que segundo ele seria responsável por incêndios criminosos na região. “Uma ONG contratou 70 mil por uma foto de queimadas. Então o que o pessoal da ONG fez? O que é mais fácil? Tocar fogo no mato, tira foto, filma, a ONG divulga, faz campanha contra o Brasil, entra em contato com Leonardo DiCaprio e ele doa 500 mil dólares para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tacando fogo. Ô Leonardo DiCaprioa, você está colaborando com a queimada na Amazônia, assim não dá!”, disse Bolsonaro, sugerindo que as pessoas deixem de fazer doações para ONGs.


Para sustentar as acusações, o presidente citou ainda a prisão preventiva de quatro brigadistas da organização Brigadas de Alter do Chão do Pará, acusados de terem iniciado incêndios florestais na região. Eles, no entanto, foram postos em liberdade provisória, nesta quinta-feira (28), após o Ministério Público Federal apontar que no inquérito que investiga o caso não havia qualquer elemento que apontasse a participação deles ou de ONGs nas queimadas (clique aqui). 

Diretora de filme sobre Amazônia, Christiane Torloni critica competência de Ricardo Salles
Foto: Reprodução/Instagram

Após de dedicar ao documentário "Amazônia: O Despertar da Florestania" por cinco anos, a atriz e diretora Christiane Torloni fez duras críticas à maneira como o governo Bolsonaro tem lidado com as queimadas na região. O longa de 108 minutos da Globo Filmes, tem a artistas e Miguel Przewodowski como diretores.

 

"É inacreditável como as coisas se desconstituíram. Cada dia que passa, o filme parece mais ter sido feito por encomenda. É impressionante como não existe ninguém que saia indiferente do cinema. Estou muito orgulhosa. As pessoas estão se emocionando. Durante muito tempo, a população se blindou em relação a essa questão da Amazônia", disso em entrevista ao portal Uol.

 

A atriz, que conheceu os problemas enfrentados na região Norte do país durante a produção do filme, comentou as recentes queimadas e teceu questionamentos sobre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "A indicação dele é uma mensagem clara que o governo deu. Não tem milagre nesse sentido. Se você pega os depoimentos que foram dados desde o primeiro momento pelo ministro do Meio Ambiente, você vê o histórico que ele tem, você acha que essa pessoa é ministrável? Ele tem a expertise necessária para estar nessa pasta?", disse.

 

A reportagem do Uol lembra que o presidente Jair Bolsonaro disse no mês de agosto que as reservas indígenas atrapalham o desenvolvimento do país e que ele não fará demarcação de terras durante seu governo. Sobre isso, Christiane acredita que os eleitores de Bolsonaro são coniventes com tudo o que está acontecendo.

 

"Quem votou no atual presidente da república sabia o que ele iria fazer. Se tem uma coisa de que não é possível acusá-lo é de ter mentido sobre isso. Agora, as pessoas dizem que não foi bem assim. Ele foi claro e taxativo. Por isso, quem faz parte de qualquer tipo de instituição, ONG ou iniciativa nesse sentido já estava preocupadíssimo durante a campanha eleitoral, caso ele fosse eleito", afirmou a global.

Wagner Moura diz que Bolsonaro é 'imbecil' e 'autorização tácita a tudo o que existe de ruim'
Foto: Divulgação

Durante participação no Festival de Veneza como ator de “Wasp Network”, filme dirigido pelo francês Oliver Assayas, o baiano Wagner Moura falou sobre a obra, que conta a história real de um grupo de cubanos que fugiu da ilha para resistir ao governo de Fidel Castro, e também comentou o quadro político e social do Brasil. 


"Este filme, por exemplo, eu fiz porque queria trabalhar com o Olivier Assayas e também porque acho fascinante a história. É um filme em que você olha e há um equilíbrio. Você vê, por exemplo, cubanos derrubando aviões americanos que entraram no território de Cuba", disse o ator, em entrevista ao Uol. "Houve uma injustiça no julgamento desses cubanos [espiões]. Foi tudo movido por ódio, porque a comunidade cubana de Miami é pior do que os bolsonaristas. É um ódio gigante", afirmou Wagner Moura, que na obra interpreta um dos exilados cubanos.


O artista destacou ainda não ter medo de ficar associado excessivamente a filmes com temática política e revelou que suas críticas sobre Jair Bolsonaro têm lhe rendido hostilidades e até ameaças de morte de apoiadores do presidente brasileiro. "Dizem que vão me matar o tempo todo. Eu dei uma entrevista na Austrália e falei que estava com medo de voltar ao Brasil, mas fui mal interpretado. É que é o seguinte: o Brasil é um país em que você tem um presidente que autoriza a barbárie. A existência dele é uma autorização tácita a tudo o que existe de ruim", avalia o baiano. "Quando alguém me ameaça é porque se sente autorizado, mesmo que não por uma lei, mas pela postura do líder da nação. Ele empodera as pessoas na sua mediocridade, na sua desnutrição intelectual e humana", afirma.


Para Wagner Moura a recente tragédia do desmatamento na Amazônia, que atraiu protestos e os olhos de todo o mundo para o Brasil, é consequência do comportamento e das ideias propagadas por Bolsonaro. "Por que estão queimando a Amazônia agora? Porque tem um presidente que é um imbecil que dá autorização tácita para o desmatamento, para o assassinato de indígenas, para a chacina nas favelas, para a destruição da cultura. Eu nunca vi na minha vida, nem na época dos militares, houve um projeto de destruição como agora”, disse o artista, que criticou também a tentativa de censura e enquadramento da produção cultural no país, para alinhar aos valores do presidente. "Mas a gente [os artistas e a arte] não vai acabar nunca. Ele pode dar um golpe forte, não só no cinema, mas na cultura em geral, mas não vai acabar com ela. Eu vejo que, em momentos de distopia, a cultura reage. Por isso mesmo que ele quer acabar com a cultura: ela é a primeira manifestação de reação à brutalidade e ao autoritarismo".

Gisele agradece veto de Temer a MPs que ampliam desmatamento: ‘continuamos de olho!’
Foto: Divulgação

Por meio de suas redes sociais, Gisele Bündchen agradeceu ao presidente Michel Temer pelo velo às Medidas Provisórias (MPs) que previam a ampliação da área de desmatamento na Amazônia (clique aqui e saiba mais). “Obrigada por vetar as MPs Exmo Sr. Presidente Michel Temer, mas continuamos de olho!”, escreveu a uber model, no Twitter, nesta terça-feira (20). Na publicação ela postou ainda uma imagem com o seguinte texto: “Embora o veto das Medidas Provisórias (MPs) tenha sido uma vitória e tenha evitado a redução de florestas na Amazônia e Mata Atlântica nesse momento, o risco ainda poderá voltar na forma de Projeto de Lei (PL). Não podemos aceitar retrocessos nas políticas socioambientais do nosso país, seja em forma de MPs ou PL. Pois a nossa vida depende da saúde do nosso planeta!”. 

 

Luiz Fernando Carvalho produz nova minissérie baseada em livro de Milton Hatoum
Foto: Canal Brasil
Comandada por Luiz Fernando Carvalho, a Rede Globo está produzindo uma nova minissérie chamada “Dois Irmãos”. Gravada em Itacoatiara, cidade ribeirinha da Amazônia, e em uma reprodução de uma aldeia libanesa e na Manaus do século XX, ambas criadas nos estúdios do Projac, a minissérie começou a ser produzida desde a última semana, segundo informações do O Globo. A produção é uma adaptação do livro homônimo de Milton Hatoum, feita por Maria Camargo e por Carvalho, e contará com dez episódios.  O casal de libaneses Zana e Halim são as figuras centrais da história, além de seus filhos gêmeos Omar e Yaqub. O enredo trata a variedade e os hábitos de qualquer história de imigração, misturando as culturas muçulmanas, cristãs, francesa, espanhola e mais toda a variedade cultural que havia no país da época, cruzando diferentes histórias e vidas. Algumas personagens atravessarão enredo, da infância ao fim da vida, sendo interpretados por diferentes atores em fases distintas. Uma delas será Zana, poderosa matriarca que será interpretada por Gabriela Mustafá, Juliana Paes e Eliane Giardini. Halim, seu marido, também será interpretado diferentes atores, sendo eles Bruno Anacleto, Antonio Calloni e Antonio Fagundes. Além deles, os gêmeos serão interpretados por Mateus Abreu na infância e Cauã Reymond na vida adulta.  A história trata de uma tragédia, onde os irmãos têm uma relação de grande rivalidade, sendo um deles superprotegido pela mãe, que sente um amor quase incestuoso pelo filho. Como no livro, há um narrador que conta a história em linha cronológica. Carvalho disse que, dessa vez, decidiu voltar ao gênero do realismo para construir a série, que ainda não tem previsão de quando irá ao ar.
David Beckham grava documentário para BBC na Amazônia
Foto: Reprodução / Instagram
O ex-jogador David Beckham, astro da seleção inglesa e de clubes como Manchester United, Real Madrid e Milan, passou duas semanas no coração da floresta amazônica para gravar um documentário de 90 minutos sobre a vida na selva brasileira. O filme é produzido pela rede britânica BBC e fez com que o astro e três amigos tivessem de acampar, cozinhar e pescar durante a jornada. Segundo Helen Jackson, produtora de conteúdo da BBC Worldwide, o documentário fará com que o público experimente a vida na selva por meio do ex-jogador. Durante o período, Beckham visitou o território Yanomami e pediu a permissão do xamã Davi Kopenawa para entrar na terra indígena. O ex-atleta se mostrou interessado pelas causas ambientais e preocupado com o futuro da comunidade.
Em trailer de 'Rio 2', araras Blu e Jade levam filhotes para a Amazônia
A sequência do filme "Rio", dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, ganhou seu primeiro trailer. Nele, o casal de araras Blu e Jade decide abandonar o Rio de Janeiro e se mudar para a Amazônia com seus três filhotes, para que aprendam a viver na natureza.
 
Em "Rio 2", a família de Jade e Blu tem uma vida domesticada perfeita no Rio, mas Jade decide que as crianças precisam aprender a viver como verdadeiros pássaros e insiste para que a família se aventure na floresta. Enquanto tenta se ambientar na nova vizinhança, Blu se preocupa com a possibilidade de perder Jade e os filhos para o chamado da natureza. 
 
Também estão de volta no longa o buldogue Luiz, o tucano Rafael, os periquitos Pedro e Nico e o vilão, a cacatua Nigel, que agora tem como novos parceiros uma perereca e um tamanduá. A nova aventura está prevista para estrear no Brasil no dia 28 de março, uma semana antes que nos Estados Unidos e Europa. 
 
Na versão em inglês, Andy Garcia e o cantor Bruno Mars se juntam ao elenco do primeiro filme, que conta com Anne Hathaway, Jesse Eisenberg, Rodrigo Santoro, Will.i.am, Jamie Foxx, Bebel Gilberto e outros. Confira o trailer em inglês:

Sequência de 'Rio' se passará na Amazônia
As novas aventuras da sequência do filme de animação “Rio” não se passarão na cidade maravilhosa. Em “Rio 2” a Amazônia será o cenário das aventuras do papagaio Blu. A notícia foi dada pelo ator Rodrigo Santoro, que participou do primeiro filme ao dublar o cientista Túlio. O ator deve retornar ao papel. A direção continuará sendo assinada pelo brasileiro Carlos Saldanha.
 
Ainda não há outras informações sobre o filme, que deve ser lançado em 2014. Os atores Anne Hathaway, Jesse Eisenberg e Jammie Foxx também devem reprisar as dublagens de Jade, Blu e Nico na versão norte-americana.
Alice Braga contracena com Gael Garcia Bernal em filme na Amazônia
A atriz Alice Braga vai atuar junto com Gael Garcia Bernal em um filme argentino chamado “O Ardor”. A brasileira já contracenou com o galã anteriormente em “Ensaio Sobre a Cegueira”, de Fernando Meirelles. A trama do filme gira em torno de um índio xamã e da filha do dono de uma modesta plantação de tabaco, que é sequestrada por um grupo que se dedica a desmatar a floresta depois de matarem a seu pai. As gravações começam em março de 2013 e ainda não há previsão de lançamento. 
Família de Chico Mendes receberá indenização da Globo
A família do seringueiro Chico Mendes, morto em 1988, ganhou na justiça o direito de receber indenização por danos materiais causadas pela Rede Globo, que exibiu em 2007 a minissérie "Amazônia - De Galvez a Chico Mendes". Os familiares de Mendes pediram R$ 23,2 milhões como indenização, mas a juíza Ivete Tabalipa determinou que a Globo pague 1% dos lucros obtidos pela série. A mesma juíza já havia condenado a Globo a indenizar a família de Wilson Pinheiro, seringueiro também retratado na produção. 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Afinal, quantos ovos você come? O Cacique parece estar bastante interessado no assunto. Mais do que isso: mostrou que sabe tudo de conta! Enquanto isso, tem gente economizando ao invés de comprar um guarda-roupa novo. Mas sem salvação mesmo está nosso Cunha, que decidiu entrar numa briga de gigantes. Outro clima bom é pros lados de Camaçari. Acho que o único no paraíso por enquanto em solo baiano é Ronaldo do Buzu. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Capitão Alden

Capitão Alden

"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".

 

Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.

Podcast

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia
O presidente do Partido Verde (PV) na Bahia, Ivanilson Gomes, é o entrevistado do Projeto Prisma na próxima segunda-feira (4). O programa é exibido no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h, com apresentação de Fernando Duarte.

Mais Lidas