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Fenômeno El Niño impulsiona seca histórica na Amazônia; entenda

Por Redação

Fenômeno El Niño impulsiona seca histórica na Amazônia; entenda
Foto: Michael Dantas / Getty Images

 

 

Considerada histórica por especialistas, a atual seca registrada na Amazônia vem sendo gerada, em especial, pela ação do homem através do desmatamento. Porém, o fenômeno El Ninõ, que eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e gera o aquecimento anormal das águas, tem contribuído com o atraso das chuvas na região.

 

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá a máxima intensidade.

 

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Em oito Estados amazônicos, o déficit de chuvas entre julho e setembro foi o mais severo desde 1980. De acordo com uma pesquisa da revista científica PNAS (The Proceedings of the National Academy of Sciences), as secas aumentam os riscos de eventos em cascata ao ultrapassarem as capacidades adaptativas das florestas. Especialistas acreditam que a tendência é que os efeitos da nova seca devam permanecer na Floresta Amazônica por muito tempo. 

 

O bioma é responsável por reciclar a umidade que vem dos oceanos, produzindo até 50% das suas próprias chuvas. Com influência do El Niño, especialistas avaliam que rios da Bacia do Amazonas deverão ter uma subida tardia e lenta. A seca histórica na Amazônia ocorre dois anos após o Rio Negro registrar a maior cheia com 30,02 m. 

 

Para cientistas, apesar de a seca extrema ter influência do El Niño, ela está sendo agravada pelo desmatamento gerado na Amazônia ao longo dos anos. Em 1998, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou o monitoramento de incêndios florestais

 

No mês de setembro, foram 6.991 focos, segundo pior marca, perdendo somente para 2022 que teve 8.659. A qualidade do ar encontra-se em estado “péssimo”, o mais grave de todos, conforme o aplicativo de monitoramento “Selva”, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

 

Com os impactos nos rios, a seca tem ameaçado a navegabilidade, o transporte de cargas em Portos e a arrecadação de municípios. A seca de 2023 é somada também às ações humanas como o desmatamento, o que ocasiona a alta de emissões de dióxido de carbono na floresta, principal causador do efeito estufa. Antes do estado de seca, o bioma já havia registrado quatro ocorrências de estiagem neste século.


 

SECA OU ESTIAGEM?

Vale lembrar que estiagem e seca são dois fenômenos diferentes. O primeiro é um período prolongado de baixa pluviosidade (chuvas), ou sua ausência, no qual a perda de umidade do solo é superior à sua reposição. No caso da seca, a situação é ainda mais grave, já que se trata de um período de tempo seco, prolongado o suficiente para que a ausência, deficiência acentuada ou fraca distribuição da chuva provoque grave desequilíbrio hidrológico.

 

Ou seja, o caso da Amazônia já está sendo tratado como seca, inclusive, o governo federal divulgou, no início de outubro, que R$ 138 milhões serão enviados para o Amazonas para dragagem dos rios Madeira e Solimões, ajuda humanitária e reforço no combate a incêndios, entre outras ações.

 

A dragagem é um procedimento de escavação que ajuda a retirar os sedimentos (terra, areia, rochas, lixo) do fundo dos rios, lagos, portos, oceano e lagoas industriais por meio de diversos métodos e tecnologias.