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Ronnie Lessa
Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco, do PSOL, e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros no Estácio, zona norte do Rio de Janeiro. Eles estavam saindo de um evento, e a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, sobreviveu ao ataque.
Após anos de uma investigação marcada por idas e vindas, a Polícia Federal encontrou algumas respostas, prendendo, no ano passado, três figuras-chave do esquema que resultou na morte de Marielle: o deputado federal Chiquinho Brazão (ex-União Brasil), seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, à época chefe da Polícia Civil do estado.
A investigação aponta que o trio foi responsável pela trama que resultou no assassinato da vereadora. A motivação, segundo as autoridades, estava relacionada à oposição de Marielle ao avanço do grupo político dos Brazão e de uma milícia associada a eles, que atuavam em áreas de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. De acordo com a Polícia Federal, os Brazão, incomodados com a postura da vereadora, encomendaram sua morte por meio de Rivaldo Barbosa, que arquitetou o assassinato e, posteriormente, tentou obstruir as investigações, que estavam sendo conduzidas sob sua supervisão.
Apesar das prisões e do avanço da investigação, as figuras acusadas ainda negam qualquer envolvimento no caso. Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa estão presos preventivamente há quase um ano, mas ainda não têm prazo definido para serem julgados. No entanto, enquanto aguardam julgamento, os Brazão continuam a obter vitórias no âmbito político e administrativo.
Chiquinho, por exemplo, mantém seu mandato como deputado federal, mesmo após um pedido de cassação ser abafado por uma aliança entre o Centrão e a direita na Câmara dos Deputados. Domingos, por sua vez, teve um pedido de impeachment negado pelo Superior Tribunal de Justiça, alegando falta de jurisprudência. As "costas-quentes" da dupla também são apontadas como fator determinante nas decisões, com membros do PSOL, partido de Marielle, afirmando que essas conexões ajudaram a barrar os processos.
Embora preso, Chiquinho Brazão segue atuando como parlamentar, apresentando propostas legislativas e mantendo seu gabinete ativo, com 24 assessores e um custo mensal de cerca de R$ 124 mil aos cofres públicos. A decisão sobre sua cassação depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda não sinalizou se levará o processo adiante. A assessoria da Casa não se manifestou quando questionada sobre o andamento do caso.
Apesar de a Polícia Federal ter encerrado as investigações sobre o assassinato de Marielle, o caso ainda não tem um desfecho total. A punição dos mandantes ainda está pendente, e a sociedade aguarda respostas. Até o momento, apenas os executores do crime foram condenados: o ex-policial militar Ronnie Lessa, responsável pelos disparos, recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto seu cúmplice, Élcio Queiroz, foi condenado a 59 anos e 8 meses. Atualmente, um recurso tenta aumentar as penas desses dois suspeitos para mais de 80 anos, mas a decisão ainda não foi tomada.
Luyara Franco, filha da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, afirmou que passou mal após escutar os pedidos de perdão de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora e Élcio de Queiroz, motorista que conduzia o carro em que estava o atirador. “Confesso que, depois de ouvir eles pedindo perdão, cheguei a passar um pouco mal, porque não acreditei no que estava ouvindo”, afirmou a jovem.
A declaração foi dada por Luyara neste domingo (3) em entrevista ao canal GloboNews. Além disso, a jovem também afirmou que não caberia a ela perdoar ou não os assassinos da mãe: “Que Deus, ou em qualquer coisa que eles acreditem, consiga resolver essa questão. Que algum dia eles consigam viver tranquilos com a escolha deles”.
VIÚVA DE ANDERSON GOMES TAMBÉM SE PRONUNCIA
Ágatha Arnaus, viúva do motorista Anderson Gomes, que estava no carro com Marielle e que também foi vítima dos assassinos, afirmou que escutar a fala de Lessa foi bastante doloroso. “Ouvir o perdão de alguém que, logo em seguida, disse que era para aliviar a consciência, doeu demais”, afirmou Arnaus, também em entrevista para a GloboNews.
A viúva também contou que foi difícil escutar todos os detalhes do crime durante dois dias. “Eram muitos detalhes sobre como planejaram e resolveram matar e, depois disso, irem ao bar beber. Não tenho como dizer que consigo perdoar algo assim”, afirmou Ágatha.
Após dois dias de júri, no dia 31 de outubro, a decisão foi lida pela juíza Lúcia Mothé Glioche, titular do 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos e nove meses de reclusão e Élcio de Queiroz a 59 anos e oito meses.
O 4º Tribunal do Júri do Rio condenou os assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes nesta quinta-feira (31). A condenação do ex-policiais militares, Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa ocorreu exatos 6 anos, 7 meses e 17 dias depois do crime, que aconteceu no dia 14 de março de 2018.
Ronnie e Élcio foram enquadrados nos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima); tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado e prestou depoimento nesta quarta-feira (30); receptação do Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime.
Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Élcio, que foi o motorista da noite do crime, foi sentenciado a 59 anos e 8 meses. O tribunal começou às 10h30 desta quarta, sendo concluído às 18h26 desta quinta.
Segundo informações do G1, apesar das penas, Lessa e Élcio podem sair antes do previsto. Os dois assinaram um acordo de delação premiada, que levou ao avanço das investigações, principalmente em relação aos mandantes.
No acordo, está previsto, entre outras coisas, que:
- Élcio Queiroz ficará preso, no máximo, por 12 anos em regime fechado;
- Ronnie Lessa ficará preso por, no máximo, 18 anos em regime fechado – e mais 2 anos em regime semiaberto.
Esses prazos começam a contar na data em que foram presos, em 12 de março de 2019 – um ano após o crime. Ou seja, 5 anos e 7 meses serão descontados das penas máximas.
Assim, Élcio pode deixar a cadeia em 2031, e Lessa iria para o semiaberto em 2037, e fica livre em 2039.
O acordo de cada réu, no entanto, pode ser anulado caso fique comprovada alguma mentira na delação premiada e que não leve à elucidação de casos.
Nesta quarta-feira (30), a estação de metrô da Lapa, no bairro de Nazaré, em Salvador, será palco para um ato em apoio ao júri popular do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. Intitulado ”Amanhecer Justiça por Marielle e Anderson”, o evento será realizado às 7h.
O ato convoca a população a se unir em busca de justiça, incentivando que os participantes levem lenços, placas e cartazes para a manifestação. Como destacam os organizadores, o caso aguarda por respostas há mais de seis anos.
O ato é organizado pelo Instituto Marielle Franco e a Casa Marielle Franco Brasil, com apoio das organizações Anistia Internacional, a Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, o Instituto Commbne, Mulheres Negras Decidem, a Associação Protetora dos Desvalidos, o Instituto Odara, a Rede Feminista de Saúde, o Movimento Negro Unificado, o Coletivo de Ação Lula Livre, Papo de Mulher, Rede de Mulheres Negras da Bahia, Movimento de Mulheres Olga Benario, Mulheres do PSOL e UBM.
Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que irão a júri popular, são acusados da execução da vereadora e do motorista, ocorrida em 14 de março de 2018. O julgamento está marcado para às 9h desta quarta-feira, no 4º Tribunal do Juri do Rio de Janeiro.
Como a ação penal tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), a audiência foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo a pedido do juiz Gustavo Kalil, que vai presidir a sessão.
Os três acusados de serem os mandantes do crime foram presos em março, negam a participação e ainda não foram julgados, são eles o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa.
Dia 30 de outubro, às 9h. Essa foi a data definida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para a realização do júri popular que vai decidir se condena os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018.
De acordo com informações da Agência Brasil, Moraes autorizou o Tribunal do Júri na comarca do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (10). A decisão confirma a realização do julgamento, que foi agendado em setembro deste ano pelo juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, que presidirá a sessão.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) solicitou a autorização ao STF porque Lessa e Élcio são réus na ação penal que tramita no tribunal sobre o assassinato e está sob a relatoria de Moraes.
Também são réus no processo que está no Supremo o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (Sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.
Ronnie Lessa é réu confesso da morte de Marielle Franco. No acordo de delação premiada, ele confirmou ter dado os tiros que mataram a vereadora e o seu motorista. Conforme o réu, o crime foi cometido a mando dos irmãos Brazão e Élcio foi responsável por dirigir o carro usado no crime.
Ronnie Lessa, ex-policial militar e assassino confesso da vereadora Marielle Franco, afirmou que não teve a intenção de matar Anderson Gomes, motorista da vereadora, assassinado junto a ela em 2018, no Rio de Janeiro. O assassino afirmou que o objetivo era atingir apenas a vereadora e que as balas que atingiram Anderson “passaram por Marielle”.
A declaração de Lessa foi dada durante o terceiro dia do depoimento virtual na ação penal aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar se os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além de outros acusados, teriam atuado como mandantes do crime.
Ronnie Lessa afirmou que atuou exclusivamente para executar a vereadora, e acredita que, por ter usado uma submetralhadora HK, o motorista também foi morto. Em seu depoimento, Lessa afirmou que não tinha a intenção de atingir Anderson, e que o plano inicial era matar apenas Marielle.
No carro ainda estava a assessora da vereadora, Fernanda Chaves, que sobreviveu. De acordo com Lessa, os tiros que atingiram Anderson teriam ‘passado’ através de Marielle. De acordo com as investigações, a arma foi fornecida por Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão.
No processo são réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele Chiquinho Brazão (Sem Partido), deputado federal, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa e o major da PM Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa. Ao todo, cerca de 70 pessoas devem depor na ação penal.
Ontem, no segundo dia do depoimento, Lessa disse também que ficou sabendo antecipadamente da operação da Polícia no Rio de Janeiro que o prendeu. Ele também afirmou que o assassinato de Marielle foi planejado de forma a não parecer um crime político para evitar a entrada da Polícia Federal no caso.
Ronnie Lessa, assassino confesso da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, teve a sua transferência para a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o ministro determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo deve monitorar as conversas, sejam elas verbais ou escritas de Ronnie Lessa com familiares e advogados na penitenciária.
Ex-policial, Lessa está preso desde 2019 e teve a transferência autorizada por Moraes como parte de um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República (PGR) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Nos depoimentos, Lessa afirma que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão foram os mandantes do crime e ainda menciona que eles contaram com a participação do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.
O acordo de delação firmado entre Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, prevê que o criminoso cumpra, no total, 18 anos em regime fechado. Como está preso desde 12 de março de 2019, Lessa ficará mais 13 anos na prisão.
A partir de 12 de março de 2037, Lessa ainda deverá cumprir mais dois anos em semiaberto, ou seja, tendo o direito de sair durante o dia e dormir à noite na cadeia.
O termo de delação foi assinado por Lessa com representantes da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público do Rio (MP-RJ), em 16 de fevereiro de 2024. Onze autoridades assinaram o acordo, além de Lessa e de seu advogado. As informações são do g1.
O acordo prevê a unificação dos processos a que Lessa responde na Justiça estadual e federal.
Os processos se referem aos seguintes casos:
- Os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves;
- O assassinato de André Henrique da Silva Souza, vulgo Zóio, e Juliana Sales de Oliveira;
- O tráfico de armas internacional, a prática de lavagem de dinheiro por integrar organização criminosa e a exploração de Gatonet na Zona Norte do Rio.
Após cumprir 20 anos de pena, Ronnie Lessa irá para o livramento condicional. A medida implica no cumprimento de ações como se apresentar diante da Justiça e não viajar, por exemplo, mesmo fora do cárcere, até a decisão de liberdade total.
De acordo com as regras estabelecidas na delação, Lessa não pode tomar nenhuma punição considerada grave enquanto estiver na cadeia. Para que a delação se mantenha, também não se pode comprovar que Lessa tenha mentido ou escondido provas que tinha em seu poder ou à sua disposição.
O que foi definido no acordo:
- 18 anos em regime fechado;
- 2 anos em semiaberto;
- 10 anos em liberdade condicional;
- Pena em presídio estadual;
- Não ficará em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
- Receberá de volta R$ 13,1 mil, sendo R$ 6,2 mil apreendidos no momento da prisão e R$ 6,9 mil no banco e que estavam bloqueados;
- Serão entregues à sua família bens apreendidos como as residências na Barra da Tijuca e no Pechincha;
- Será desbloqueada uma outra residência na Barra da Tijuca;
- Terá de volta ainda documentos pessoais exceto armas de fogo e carteiras funcionais.
Ronnie Lessa cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Lessa seja transferido para o presídio de Tremembé, em São Paulo.
Na unidade, Lessa, pelo acordo de delação, deverá ficar recolhido em uma área da unidade destinada a presos em situação especial de risco no Complexo de Tremembé.
As autoridades celebrantes do acordo também se comprometeram a realizar "esforços" junto à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária de São Paulo para que Lessa possa usar uma prótese de perna compatível com a deficiência que possui e que esteja dentro das regras da prisão.
Ronnie Lessa perdeu uma das pernas em outubro de 2009 quando uma bomba explodiu no interior do seu carro blindado. No momento da explosão, Lessa passava pela Rua Mirinduba a poucos metros do 9º BPM (Rocha Miranda).
O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, detalhou, em novos depoimentos de delação premiada, a execução do crime, no Rio de Janeiro, em 2018.
Os depoimentos foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Alexandre de Moraes retirar o sigilo das oitivas que ainda não tinham sido divulgadas. As informações são da Agência Brasil.
Em um dos depoimentos prestados no ano passado aos investigadores da Polícia Federal (PF), Lessa disse que testou a submetralhadora usada no crime para verificar se o silenciador da arma estava funcionando. Os disparos foram feitos em terreno de área dominada por uma milícia. A arma foi jogada em um córrego da região após o assassinato.
“Eu posicionei a metralhadora, engatilhei e disparei. Fiz esse disparo com uma rajada curta. Acredito que uns cinco ou seis tiros, no máximo, tenham sido disparados. Esses projeteis estão alojados na terra”, afirmou.
O ex-policial também informou que monitorou por três meses a rotina da vereadora e teve dificuldades iniciais para realizar o homicídio. Segundo Lessa, Marielle foi seguida até um bar, local que, segundo ele, era de difícil acesso, assim como sua residência.
“Essas tratativas [em] que nós não conseguimos lograr êxito, levaram a gente a procurar outros meios. Nós tínhamos a informação de um bar que ela frequentava, nós conseguimos localizar esse bar, que é na Praça da Bandeira, ali próximo, só que também [era] outro lugar de difícil. Era uma missão que se tornou difícil”, disse.
Em outro depoimento, Lessa afirmou que receberia um loteamento em troca da execução de Marielle. Segundo ele, a promessa foi feita pelo ex-policial Edmilson Macalé, que atuava em conjunto com Robson Calixto, o Peixão, outro investigado pela suposta ligação com os irmãos Brazão. Macalé foi assassinado em 2021.
“A proposta era matar a vereadora Marielle, e a proposta era que nós ganharíamos um loteamento, eram dois loteamentos em questão, um seria deles, dos mandantes”, afirmou.
A delação premiada de Ronnie Lessa jogou luz sobre mais uma morte de alguém ligado ao caso Marielle. Nos depoimentos à PF, quando foi perguntado a Lessa como ele planejou a morte de Marielle, o delator mencionou que estava “bebendo uísque” com o advogado criminalista André Luiz Fernandes Maia enquanto fazia a pesquisa. As informações são da coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
A PF não cita nos autos, mas Maia, que era conhecido como “Doutor Piroca”, foi morto um mês depois do assassinato da vereadora. O advogado foi morto no Anil, bairro na Zona Oeste do Rio de Janeiro entre Gardênia Azul e Rio das Pedras, territórios dominados pela milícia e curral eleitoral da família Brazão.
As investigações do Ministério Público na época apontaram que Maia foi morto por milicianos. O órgão ofereceu denúncia contra José Maria Alves de Carvalho, que está preso. A motivação da morte teria sido uma dívida.
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, foi acusado por Ronnie Lessa em depoimento de delação premiada de ter colocado um homem infiltrado no PSOL para obter informações sobre a vereadora Marielle Franco. Lessa, ex-policial militar e um dos acusados pelo assassinato de Marielle, afirmou que Brazão teria incumbido Laerte Silva de Lima, suposto membro de uma milícia atuante no Rio de Janeiro, de espionar políticos dentro do partido. Laerte se filiou ao PSOL em 2016, apenas 20 dias após as eleições.
De aocrdo com informações da Agência Brasil, as acusações contra Brazão surgiram no contexto da investigação da Polícia Federal, que apontou os irmãos Brazão como mandantes do assassinato de Marielle. Segundo o relatório final da PF, Ronnie Lessa teria ouvido de Domingos Brazão que o infiltrado Laerte teria descoberto que Marielle estava orientando a população a não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia.
Regina Celi, ex-presidente do Salgueiro, também estava na lista de alvos de Ronnie Lessa, conforme revelou o inquérito da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, cujo sigilo foi quebrado neste domingo (24).
De acordo com o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, Lessa monitorou tanto Marielle quanto Regina em diversos dias de fevereiro de 2018. Surpreendentemente, o ex-PM também esteve de olho em Regina Celi, utilizando o mesmo Chevrolet Cobalt prata que estava envolvido no assassinato de Marielle. O plano, no entanto, não se concretizou devido a "problemas de logística".
O projeto para atacar Regina Celi foi elaborado durante sua campanha de reeleição, quando ela buscava um terceiro mandato à frente do Salgueiro. Nesse período, Bernardo Bello, atualmente foragido da Justiça, apoiava o candidato de oposição, André Vaz.
Segundo uma delação, Ronnie Lessa realizou sete pesquisas sobre a vida da então presidente, indicando que ela já estava sendo monitorada desde 2017.
Regina Celi Fernandes Duran, conhecida como Regina Celi, foi a terceira mulher a comandar o Acadêmicos do Salgueiro. Antes de assumir a presidência, ela ocupou o cargo de primeira-dama da escola, quando era casada com Luís Augusto Duran, também conhecido como Fú.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta terça-feira (19) que a delação premiada de Ronnie Lessa foi homologada. Lessa está preso sob acusação de ser um dos executores do assassinato de Marielle Franco.
Vereadora pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marielle foi assassinada a tiros há 6 anos, junto com o seu motorista, Anderson Gomes.
A delação foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando faz uma delação, o investigado se compromete com a Justiça e com o Ministério Público a contar o que sabe sobre um crime em troca de redução da pena.
A polícia investiga quem são os mandantes da morte de Marielle. Segundo Lewandowski, após a homologação da delação, a conclusão do caso será "breve".
"Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco", afirmou o ministro da Justiça.
INVESTIGAÇÕES NO STF
Na semana passada, as investigações do caso Marielle Franco e Anderson Gomes passaram para o STF.
Isso porque, ao longo das investigações, uma pessoa com foro privilegiado no STF foi citada. Ter foro privilegiado no STF significa que a pessoa deve ser investigada diretamente pelo STF. Estão nessa condição as seguintes autoridades: presidente da República, vice-presidente da República, ministros de Estado, ministros de tribunais superiores, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e embaixadores.
QUEM É RONNIE LESSA?
Ronnie Lessa era policial militar do Rio de Janeiro. Foi expulso da corporação em razão das investigações do caso Marielle.
Ele foi preso em março de 2019. Na delação de outro acusado de ser executor do crime, Élcio de Queiroz, Lessa é apontado como autor dos disparos.
Em 2021, Lessa foi condenado a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada depois para 5 anos. O Ministério Público afirma que ele jogou as armas no mar da Barra da Tijuca.
Antes de atuar na PM, Lessa passou pelo Exército. Em 1992, como policial militar, trabalho como adido na Polícia Civil do Rio.
A partir dessa época, segundo investigadores, Lessa impulsionou sua carreira criminosa. Como muitos agentes na mesma situação, conhecia mais as ruas que os policiais civis. Destacou-se pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos.
Nos bastidores da polícia, o comentário é que essa fama chamou a atenção do contraventor Rogério Andrade, que travava uma disputa com o também contraventor Fernando Iggnácio de Miranda, e teria feito contato com Lessa.
O ex-policial militar Ronnie Lessa foi condenado pela Justiça Federal a seis anos e oito meses de prisão, por contrabando de peças de armas de fogo. A determinação da 5ª Vara Federal é um desdobramento da apreensão de peças de 117 fuzis desmontados em 2019, na Zona Norte do Rio. mm
Na ocasião, a apuração da Polícia Civil indicou que Lessa seria o responsável pelo o arsenal. Segundo publicação do G1, a sentença estabeleceu também uma pena de 6 anos e 8 meses de reclusão em regime semiaberto para o ex-militar. Ele já está preso desde 2019 por ser acusado de matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
De acordo com a decisão, foram importadas peças dos Estados Unidos em quatro casos, entre 2017 e 2018. O Ministério Público Federal (MPF) indicou em uma denúncia, que entre os itens importados estão tambores para revólveres e um trilho para fixação de luneta telescópica em armas de fogo.
A investigação da Polícia apontou ainda que Lessa comprava peças pela internet e tinha ajuda de sua filha, que morava nos Estados Unidos e enviava o material para o Brasil. O ex-policial militar negou em depoimento as acusações de contrabando, com o argumento de que não havia provas de que as peças chegaram no Brasil. Ele alegou ainda que os acessórios apresentados na denúncia do MPF são utilizados em armas de airsoft.
A determinação mostrou que “as consequências do delito também são especialmente graves” e que todas as provas apontam que “o acusado importava tais componentes com o objetivo de efetuar a montagem de armas de fogo que seriam inseridas na clandestinidade, o que afeta e coloca em risco milhares de pessoas, representando uma grave ameaça à segurança pública”.
O atual conselheiro do Tribunal de Contas do estado (TCE) do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, garantiu que não mandou matar Marielle Franco. A declaração foi dada nesta terça-feira (23) em entrevista ao portal Metrópoles, que é parceiro do Bahia Notícias.
Político de longa carreira no Rio, Brazão é citado nas apurações do caso Marielle Franco há mais de 3 anos, mas as investigações andaram pouco no período – até a entrada da Polícia Federal no circuito, em 2023. Nesta terça, repercutiu a notícia de que ele teria sido delatado pelo PM reformado Ronnie Lessa como mandante do assassinato da vereadora, em 2018, num crime que também vitimou seu motorista, Anderson Gomes. A delação ainda não teria sido homologada pela Justiça.
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, Brazão diz viver um drama injusto. “Mas não tira mais meu sono”, afirmou na tarde desta terça-feira (23/1). Para o político, “ninguém lucrou mais com o assassinato da vereadora do que o próprio PSol”. Membro de uma família de políticos, ele nega conhecer Lessa, Élcio, que confessou ter dirigido o carro para o atirador no dia do crime, e a própria Marielle. Também faz questão de dizer que nunca teve relação com milicianos.
Brazão disse ao Metrópoles não temer a investigação, e que o uso de seu nome pode ser parte de uma estratégia dos executores do crime para proteger alguém. “Outra hipótese que pode ter é a própria Polícia Federal estar fazendo um negócio desse, me fazendo sangrar aí, que eles devem ter uma linha de investigação e vão surpreender todo mundo aí.”
O ex-policial militar, Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, delatou um o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, Domingos Brazão (foto em destaque), como um dos mandantes do atentado que matou a vereadora e seu motorista. As informações são do The Intercept Brasil.
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Isso indica que o mandante do crime contra a parlamentar e o motorista tem foro especial por prerrogativa de função, também conhecido como foro privilegiado — direito atribuído a autoridades que ocupam cargos públicos.
Preso desde março de 2019, Lessa fez acordo de delação com a Polícia Federal. O acordo ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, o STJ, pois Brazão tem foro privilegiado por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
De acordo com a reportagem, o advogado Márcio Palma, que representa Domingos Brazão, foi procurado e informou que não ficou sabendo dessa informação. Disse também que tudo que sabe sobre o caso é pelo que acompanha pela imprensa, já que pediu acesso aos autos e foi negado, com a justificativa que Brazão não era investigado.
Em entrevistas anteriores com a imprensa, Domingos Brazão sempre negou qualquer participação no crime. O também ex-policial militar Élcio de Queiroz, preso por participação na morte da vereadora do Psol, já havia feito uma delação em julho do ano passado. À Polícia Federal, ele confessou que dirigiu o carro durante o atentado que chocou o país. O crime aconteceu no dia 14 de março de 2018, no bairro de Estácio, centro do Rio de Janeiro.
Ex-policial do Bope, Ronnie Lessa foi condenado em julho de 2021 por destruir provas sobre o caso. Lessa, a mulher, o cunhado e dois amigos descartaram armas no mar – entre elas, a suspeita de ter sido usada no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O ex-policial militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, fez um acordo de delação com a Polícia Federal.
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal 'O Globo', Lessa estaria dando detalhes do crime para a PF. A delação acontece após o acordo feito por Élcio Queiroz, responsável por dirigir o carro utilizado no assassinato da veradora.
Segundo a publicação, a delação de Ronnie era a peça que faltava para fechar o quebra-cabeça na investigação. A delação de Lessa, no entanto, ainda precisa ser homologada no STJ.
O chefe da Polícia Federal, Anderi Rodrigues, deu o prazo de março para a solução do crime, mês em que a morte de Marielle completa seis anos.
Em delação, ex-PM confessa envolvimento na morte de Marielle e confirma participação de Ronnie Lessa
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que em delação premiada, o ex-policial militar Élcio Queiroz confessou envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
O ministro ainda acrescentou que Élcio confirmou a participação de Ronnie Lessa no crime. "Élcio narra a dinâmica do crime, narra a participação dele próprio e do Ronnie Lessa e aponta o Maxwell e outras pessoas como copartícipes", disse Flávio Dino. Lessa está preso e, assim como Élcio, será julgado pelo Tribunal do Júri, em sessão ainda sem data marcada.
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Na manhã desta segunda-feira (24), a Polícia Federal deflagrou a Operação Élpis, que cumpriu mandado de prisão contra o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel. Suel foi condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020. De acordo com o MPRJ, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam num apartamento de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato.
Em março de 2023, o crime completou cinco anos. Desde fevereiro, o caso é investigado pela PF. Até hoje, ninguém tinha esclarecido quem mandou matar Marielle e qual a motivação da execução.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.