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Após aprovação de Lei, reumatologista aponta carência de atendimento especializado para fibromialgia no SUS

Por Redação

Após aprovação de Lei, reumatologista aponta carência de atendimento especializado para fibromialgia no SUS
Foto: Youtube Bahia Notícias

A médica reumatologista, Emanuela Pimenta avaliou a Lei que torna o paciente acometido com fibromialgia como uma pessoa com deficiência (PcD). A Legislação foi aprovada pelo Governo Federal na última quinta-feira (24). Em entrevista ao Podcast Saúde 360º do Bahia Notícias, nesta terça-feira (12), a especialista analisou sobre a Lei e alertou sobre a falta de espaços para atendimento especializado da doença. 

 

Segundo a médica, o Sistema Único de Saúde (SUS) possui uma deficiência de profissionais e de equipamentos hospitalares para receber e tratar a enfermidade. 


 

“A gente não tem ambulatório de fibromialgia, esse é um problema do SUS. Não temos locais especializados para tratar o portador de fibromialgia. Nem na reumatologista, nem na dor, os ambulatórios de dores são poucos no sistema público, então hoje é um problema de saúde pública”, observou Pimenta. 

 

A profissional refletiu ainda à respeito da necessidade da ampliação no número de médicos da área e da criação de espaços para receber pessoas que enfrentam a condição. Segundo ela, o público diagnosticado com a fibromialgia são encaminhados para especialidades médicas diferentes e acabam se acostumando com as dores, por não encontrar a atenção devida para o problema. 

 

“O grande problema é quando o paciente se acostuma. Ele se esconde através da dor. A dor passa a ser objeto para se esconder de várias coisas. Então, é muito complexo,a gente precisa realmente de um lugar, ter um local para aquele paciente ser diagnosticado, ser tratado, porque eles se acostumam. Para ele é mais fácil ir à farmácia comprar o remédio do que procurar [atendimento]. Por conta das filas enormes, ele não consegue ser atendido, passa a noite na fila. Quando consegue o médico não atende, pois esse ambulatório não é especializado. Temos uma pouca quantidade de reumatologistas no estado e não temos serviços especializados em fibromialgia. Você acaba mandando um paciente para o médico da dor,para um psiquiatra, que também é difícil de ajudar [...]”, pontuou. 

 

De acordo com Emanuela, a sanção da Lei, no entanto, pode chamar mais atenção e ser mais enxergado na área de saúde. 

 

“Talvez, com essa nova Lei, seja dada uma atenção maior, para que esse paciente tenha um centro especializado. [...] A fibromialgia é um diagnóstico multidisciplinar, não é um relatório somente de reumatologista que vai dizer que a deficiência é oculta, porque é uma dor invisível. Tem que ter muito cuidado, pois como é muito subjetivo, não existe exame que prove, não tem exame laboratorial. Nós, reumatologistas, temos que ser muito criteriosos, porque passou a ser um problema grave de saúde pública”, complementou. 

 

 

ACESSO AO DIAGNÓSTICO
A reumatologista comentou ainda sobre o diagnóstico da doença. Conforme a médica, por conta do prazo para a Lei entrar em vigor, de 180 dias, e da demanda, alguns pacientes devem encontrar dificuldade no atendimento. Para Emanuela, o público vai procurar unidades de saúde particulares para conseguir acesso ao diagnóstico. 

 

“Acredito que a maioria vai para o sistema privado, darão um jeito de conseguir juntar os amigos e vai acabar acontecendo. Os mais orientados vão procurar, vão pagar e vão para o sistema privado para tentar ter esse diagnóstico”, contou. 

 

“São 180 dias , mas você acha que vai ser rápido para conseguir médico, para organizar até espaço físico dentro das próprias unidades de saúde, que muitas vezes não tem um ambulatório. [...]”, concluiu.