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Covid: 'Bronze' na aplicação, SSA é 3ª capital que menos recebeu doses proporcionalmente

Por Jade Coelho / Rebeca Menezes

Covid: 'Bronze' na aplicação, SSA é 3ª capital que menos recebeu doses proporcionalmente
Foto: Rodrigo Nunes / MS

Salvador é a terceira capital de estado que menos recebeu doses da vacina contra a Covid-19 proporcionalmente para a população. Apesar da cidade estar entre as três que mais aplicam o imunizante, ao observar o número total de doses já recebidas desde janeiro, e considerar a população da cidade com mais de 18 anos e apta a ser imunizada, a capital baiana fica no fim da lista. A situação de Salvador é melhor apenas que Maceió (AL) e Palmas (TO).

 

Esse cenário considera todas as doses já recebidas pela capital, sem distinguir 1ª e 2ª dose.

 

Um levantamento feito pelo Bahia Notícias com base em dados da distribuição de doses para as capitais até esta terça-feira (15) identificou que, se Salvador fosse aplicar todas as vacinas que já recebeu apenas como primeira dose, poderia vacinar 68% da população acima de 18 anos.

 

Numa situação completamente diferente e na outra ponta dessa lista está Vitória, capital do Espírito Santo. O número total de doses já enviadas à cidade pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) equivale a 114% da população apta à vacinação contra a Covid-19. Ou seja, caso as vacinas exigissem apenas uma dose, Vitória já poderia ter concluído a vacinação de toda sua população e sobrariam doses, enquanto a capital baiana não chegaria a 70%.

 

Imagem: Priscila Melo/Bahia Notícias

 

O levantamento pode explicar, inclusive, a "batalha" das cidades para tentar antecipar faixas etárias menores. A "briga" começou após São Luís (MA) anunciar que iniciaria esta semana a vacinação de jovens entre 24 e 29 anos. Segundo os dados do Ministério, porém, se fossem aplicadas apenas primeiras doses, na capital do Maranhão 98% do público alvo estaria protegido - 30% a mais que a cidade baiana.

 

Os dados apontam ainda outro dado preocupante: Florianópolis (SC) é a capital que menos aplicou as vacinas que recebeu. A imunização não chega a 50% - o que indica que metade das doses enviadas para lá ainda está guardada nas caixas. Ainda assim, a cidade recebeu vacinas equivalentes a 86% da sua população apta, também acima do encaminhado aos soteropolitanos.

 

Maceió, que lidera a lista das capitais que mais aplicaram as vacinas recebidas, teve o segundo pior oferecimento de doses pelo MS: o equivalente a apenas 65% da sua população acima de 18 anos.

 

DE QUEM É A "CULPA"?

Inconformado com a situação, o secretário da Saúde de Salvador, Leo Prates, foi a público reclamar que não está havendo equidade no envio de vacinas contra a Covid-19 para as capitais. O gestor pleiteou num grupo de WhatsApp, com secretários da Saúde de capitais e representantes do Ministério da Saúde (MS), que a pasta mude o critério para envio de remessas e passe a fazer a distribuição proporcional baseada na população. Um dos argumentos usados pelo gestor para defender a mudança é o fato de que 25 capitais já adotaram a vacinação por idade (entenda o caso aqui).

 

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que a distribuição é feita de forma proporcional aos estados, conforme a solicitação dos governos. Sobre a diferença de doses aplicadas em algumas capitais do país, a pasta sinalizou que a distribuição das doses aos municípios cabe aos governos estaduais. Segundo o Ministério, as gestões dos estados têm autonomia para a distribuição de doses e até possibilidade de adoção de critérios próprios.

 

"O cálculo de distribuição de vacinas é baseado na população-alvo da campanha e as doses são enviadas de forma proporcional e igualitária para todos os estados e Distrito Federal. Semanalmente, a pasta coordena reuniões tripartites, entre União, estados e municípios, para definir a estratégia de vacinação e o percentual que deve ser usado como primeira e segunda dose, a partir das entregas feitas pelos laboratórios. Vale ressaltar que a recomendação da pasta é para que os gestores locais do SUS sigam à risca as orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, para completar o esquema vacinal de todos os grupos", diz a pasta em nota enviada ao Bahia Notícias.

 

A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) informou que segue o critério determinado pelo Ministério da Saúde, que é o populacional, de acordo com cada grupo. Além disso, a pasta também considera informações da base de órgãos oficiais, como o IBGE. "Além disso são levados em consideração também dados de campanhas de vacinação anteriores", acrescentou.