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Rebeca Menezes
Jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Trabalhou como estagiária e repórter do Bahia Notícias até se tornar a coeditora. Além de ser Co-fundadora do site BP Money, apresenta o Bahia Notícias no Ar na Salvador FM.
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A Solar Coca-Cola, uma das maiores fabricantes do Sistema Coca-Cola do país, e a Coca-Cola Brasil, anunciaram nesta sexta-feira (12) uma ação social em parceria com baianas de acarajé para a distribuição de comida e de cestas básicas em Salvador.
A iniciativa vai distribuir 8 mil refeições gratuitas para pessoas em vulnerabilidade no entorno do Pelourinho, ao longo de dez meses, além de doar 200 cestas básicas para a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (ABAM) no período de Natal.
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Iniciativa vai distribuir 8 mil refeições gratuitas. Foto: Agogô
O anúncio aconteceu no restaurante Língua de Siri, na Gamboa, e contou com a presença de Dona Branca, empreendedora e dona do estabelecimento, Rita Santos, coordenadora nacional da ABAM, com parceiros e executivos da Coca-Cola Brasil e da Solar Coca-Cola.

Anúncio aconteceu em almoço no restaurante Língua de Siri. Foto: Agogô
Após o diretor regional da Solar Coca-Cola, Willyannedson Fernando, apresentar o projeto, a coordenadora da ABAM apontou a importância da parceria desde a época da pandemia para o apoio das baianas de acarajé. "A Coca-Cola está na vida das baianas em todos os estados do Nordeste. Eu só tenho a agradecer. Vocês não sabem como foi difícil para as baianas na pandemia, e vocês atenderam uma a uma e fizeram a diferença", relembrou Rita Santos. Segundo ela, o novo projeto vai ajudar sobretudo famílias que moram em invasões na região do Centro Histórico de Salvador. "Tem um prédio ali que tem 40 famílias. Um prédio que não tem água, não tem elevador, não tem nada", exemplificou.
“A Solar Coca-Cola tem orgulho de selar esta parceria com a Coca-Cola Brasil e com o Restaurante Língua de Siri. Nosso objetivo é manter o fortalecimento de cozinhas solidárias na nossa área de atuação, pois acreditamos que projetos como esses são essenciais para o desenvolvimento e para a segurança alimentar das comunidades onde estamos inseridos. Iniciamos agora com o Natal Solidário, mas reforçamos que nosso compromisso segue firme durante todo o ano de 2026, com energia voltada para projetos de impacto social positivo em Salvador ”, completou Alana Barros, Coordenadora de Sustentabilidade da Solar Coca-Cola.
Além do suporte à alimentação, a iniciativa em Salvador se conectará ao programa nacional Coca-Cola “Dá um Gás no Seu Negócio”, impulsionando trajetórias empreendedoras e oferecendo capacitação adaptada à realidade do território.
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) lamentou, nesta sexta-feira (12), a decisão do governo dos EUA de retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane, da lista de afetados pelas sanções previstas na Lei Magnitsky. Em nota pública divulgada em sua conta do X (antigo Twitter), Eduardo disse ter recebido "com pesar" a notícia, e sugeriu que o presidente dos EUA, Donald Trump, tomou a decisão de recuar para "defender os interesses estratégicos dos americanos, como é seu dever".
A informação da saída de Moraes da lista consta em um comunicado do governo dos EUA, que não explica, contudo, o que levou à retirada.
"Recebemos com pesar a notícia da mais recente decisão anunciada pelo governo americano. Somos gratos pelo apoio que o presidente Trump demonstrou ao longo dessa trajetória e pela atenção que dedicou à grave crise de liberdades que assola o Brasil", apontou o parlamentar.
Eduardo foi o principal articulador da sanção contra o ministro do STF. Utilizando da relação criada quando seu pai foi presidente, o deputado se licenciou do mandato em março deste ano e viajou aos EUA para tentar pressionar membros da Corte e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para conseguir a anistia de Jair Bolsonaro.
Na nota divulgada nesta tarde, Eduardo lamentou "que a sociedade brasileira, diante da janela de oportunidade que teve em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais". "A falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual", avaliou.
"Esperamos sinceramente que a decisão do Presidente Trump seja bem-sucedida em defender os interesses estratégicos dos americanos, como é seu dever. Quanto a nós, continuaremos trabalhando, de maneira firme e resoluta, para encontrar um caminho que permita a libertação do nosso país, no tempo que for necessário e apesar das circunstâncias adversas. Que Deus abençoe a América, e que tenha misericórdia do povo brasileiro", conclui o texto.
Moraes e a esposa foram adicionados em julho deste ano à lista - que prevê diversas limitações, como o bloqueio de entrada no país, bens nos EUA bloqueados, e a proibição de utilizar serviços de empresas americanas. A Lei Magnitsky foi criada visando aplicar sanções econômicas a pessoas que violam direitos humanos.
O desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano defendeu, durante sua participação no podcast JusPod na última semana, a regulamentação do uso de Inteligência Artificial nas análises de processos. Segundo o magistrado, a tecnologia tem sido essencial no trabalho judicante, mas o uso desenfreado e sem regras já tem trazido problemas para a Justiça.
"A tecnologia da informação é importantíssima, mas ela tem que ser bem cuidada, porque eu não posso ter uma IA misógina, racista... Tem que ter uma responsabilidade, ética. Hoje nós temos inteligência artificial pra tudo, então tem que ser uma coisa normatizada pelo Poder Judiciário local, para que não haja nenhum tipo de situação [equivocada]. Nós temos juízes hoje respondendo processo, ou afastados, por conta de Inteligência Artificial", alertou.
Rotondano aponta que o responsável pelo caso pode utilizar recursos de tecnologia para auxiliar no dia a dia - e analisa, inclusive, que a tecnologia da informação é "a cumieira da casa", já que hoje todos os processos são eletrônicos -, mas que no fim das contas a decisão final é do humano.
"A IA lhe dá a resposta que você quer. O juiz não pode se afastar de que ele é quem vai decidir", reforçou.
APRESENTADORES
Liderado por Karina Calixto e Matheus Biset, o JusPod - podcast jurídico do Bahia Notícias - vai ao ar quizenalmente, sempre às 19h, às quintas-feiras. Todos os episódios estão disponíveis no canal do Youtube do Bahia Notícias.
Apresentadora do JusPod - Podcast Jurídico do Bahia Notícias - desde a sua criação, em 2023, Karina Calixto é advogada. Mestranda em Direito pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa - IDP, é Especialista em Ciências Criminais pela Faculdade Baiana de Direito; Professora da Fundação Visconde de Cairú (BA); Conselheira Seccional da OAB-BA; e Presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-BA.
Já o co-host é o advogado Matheus Biset, sócio do escritório Matheus Biset Advocacia. Pós-graduado em Ciências Criminais pela Universidade Cândido Mendes – UCAM/RJ); Pós-graduado em Direito Penal Econômico pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG; e Pós-graduando em Direito Esportivo pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Membro do Instituto Baiano de Direito Processual Penal (IBADPP), é Professor de Ética, Direito Processual Penal e Prática Penal. Também é palestrante e autor do livro "Ética para OAB - Somente o Necessário para Gabaritar".
O governador Jerônimo Rodrigues quebrou o protocolo durante o evento realizado nesta quarta-feira (5), em Salvador, com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, e interrompeu a fala do francês para cobrar a tradução do discurso. O Chefe de Estado esteve na capital para participar da abertura oficial do Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com a África, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o prefeito Bruno Reis também participaram da abertura do Festival.
Macron já havia iniciado seu discurso quando o governador baiano se levantou e pegou o microfone do convidado de honra da noite, explicando: "Se nós não tivermos tradução, mesmo que simultânea, nós não vamos entender a mensagem do presidente Macron. Eu não sei se temos tradutores, mas é preciso que haja tradução da mensagem".
O evento chegou a encontrar uma tradutora para acompanhar a abertura, enquanto o francês destacava o acolhimento que havia recebido na capital baiana, reforçando os laços de seu país com o Brasil e com a África. O evento forneceu fones para a tradução simultânea, mas nem todos os presentes tinham recebido o equipamento. Após o alerta de Jerônimo, os organizadores reforçaram que os fones para a tradução estavam disponíveis.
Ao longo do dia, Emmanuel Macron também circulou pelo Centro Histórico de Salvador, ao lado do prefeito Bruno Reis, de Margareth, da presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, e do presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, além de outras autoridades.
Na véspera da COP30, o festival propõe um diálogo inédito entre África, Brasil e França, reunindo lideranças, artistas e pensadores em torno de temas como justiça territorial, inclusão social, igualdade de gênero, culturas afrodescendentes e sustentabilidade.
A Bahia já entrou no clima da estação mais quente do ano e agora ganha um reforço especial para esquentar ainda mais. A influenciadora Ju Paiva e o jornalista Edu Alves estarão à frente do “Vem Verão!”, novo programa semanal da Band Bahia, que estreia neste sábado (4), às 18h20.
A proposta é fazer um esquente para o Verão, com muita resenha, música, convidados especiais e aquele tempero baiano que o público adora. Logo no primeiro episódio, quem dá o tom da festa é a Banda Eva, acompanhada dos influenciadores Lucas Pizane e Gui Masca.
Atração leve, descontraída e com muito axé, o “Vem Verão!” será exibido na televisão para Bahia e Sergipe, além de estar disponível no canal do YouTube da emissora. A primeira temporada vai ao ar até janeiro, sempre aos sábados.
Em conversa com o BN Hall, os apresentadores adiantaram um pouco do que o público pode esperar. “Vai ser um programa de entretenimento que traz muito da nossa cultura, da nossa música, dos nossos talentos da terra. A gente quer propagar isso para o mundo, chamando, falando, fazendo um esquente para a estação mais deliciosa do mundo em Salvador”, contou Ju Paiva. “A galera pode esperar essa mistura gostosa da Bahia: música, resenha, papos com influenciadores e muito mais”, completou Edu Alves.
Para celebrar a chegada da nova atração, a dupla recebeu a imprensa, influenciadores e amigos na manhã desta quarta-feira (1º), no restaurante +5571 Beach Bar, no Farol da Barra. O encontro marcou o lançamento oficial da temporada e trouxe um gostinho da energia que o programa vai levar para a telinha.
Durante o evento, a diretora de jornalismo da Band Bahia, Zuleica Andrade, destacou a relevância do projeto. “É um programa que celebra a estação mais esperada do ano para nós, baianos. Um espaço reservado para mostrar os artistas, os criadores, os ensaios e tudo o que temos na nossa terra”, afirmou.
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Durante o primeiro dia do 3° Congresso Brasileiro de Direito Sustentável, nesta quinta-feira (11), o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Zé Trindade, detalhou um novo projeto de revitalização para o Centro Histórico de Salvador. O investimento, de R$ 1 milhão, é uma parceria dos governos federal e estadual.
Trindade afirmou que o foco da iniciativa será a recuperação e restauração de vários casarões. A estratégia do governo, segundo ele, é priorizar a ocupação residencial para dar um novo fôlego à região. “Nós entendemos, já temos ações concretas lá. Há três, quatro meses entregamos 64 unidades habitacionais no Centro Histórico e acreditamos que seja com a ocupação de pessoas, com a ocupação de moradores ali, é que realmente vai dar um grande ganho para toda aquela região”, explicou o presidente da Conder.
Questionado sobre os desafios de trabalhar em uma área com um vasto patrimônio tombado e a relação com o IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia), Trindade foi enfático ao afirmar que o diálogo tem sido produtivo. “Temos uma relação muito boa com o IPAC e com a Secretaria de Cultura do Estado. Prova disso é que nós estamos fazendo uma grande obra no Teatro Castro Alves, que é todo tombado”. Ele citou que até para remover poltronas é necessária autorização, mas que o entendimento entre os órgãos tem permitido o avanço das obras sem entraves. “Logicamente que eles têm os critérios que usam, nós mostramos também, fazemos o contraponto de alguma situação de engenharia que precisa ser feita e, usando argumentos, estamos evoluindo bem”, completou.
Ao ser perguntado acerca do projeto “Renova Centro” da Prefeitura de Salvador, Trindade destacou que o governo do estado sempre manteve presença na região. “O governo do estado nunca ficou ausente do Centro Histórico. Já de anos, de outros governos anteriores, sempre teve presente”. Ele listou intervenções estaduais já realizadas, como a requalificação de 315 ruas no Parque Presidenta Dilma, com melhorias em passeios, vias, acessibilidade e iluminação.
Por fim, Trindade deu detalhes sobre a reforma do Teatro Castro Alves. A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2026.
“Naquela parte de trás do teatro tem um prédio de 16 andares. E todo ele será reformado. Nós só vamos ficar com aquele esqueleto que é tombado, recuperando pastilhas, recuperando tudo”, afirmou. A modernização técnica do espaço permitirá que grandes espetáculos internacionais, como o Cirque du Soleil, que hoje não podem se apresentar devido a limitações de infraestrutura, possam vir à capital baiana. “Depois que o teatro estiver funcionando já em pleno vapor, nós podemos ter qualquer grande show dentro do Teatro Castro Alves para poder presentear todos os baianos e baianas”, finalizou.
Ferramentas cada vez mais comuns no dia a dia dos pacientes, os chamados "Wearables" - dispositivos como relógios inteligentes, óculos de realidade virtual e até anéis capazes de compilar informações das pessoas - se tornaram um possível aliado dos profissionais de saúde na obtenção de dados. Porém, é importante saber reconhecer quando essas informações são minimamente confiáveis. E isso traz um novo desafio para os médicos que recebem esses dados e as dúvidas de quem chega ao consultório.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o cardiologista e professor Eduardo Lapa avaliou que mesmo aqueles médicos não tão afeitos à tecnologia precisam estar preparados para avaliar esse tipo de conteúdo. "É interessante que ele saiba o quão confiável é cada instrumento. 'Ah, eu vou saber todos os relógios do mundo?'. É inviável. Mas pelo menos as principais marcas têm trabalhos publicados. Exemplo: é muito confiável esse relógio pra medir a frequência cardíaca, mas não é confiável pra ver sono", apontou.
SEPARANDO O JOIO DO TRIGO
Criador e editor-chefe do site Afya CardioPapers, uma das principais referências em Cardiologia no Brasil, Lapa se aprofundou no debate sobre a inclusão de IA no mundo da Medicina. Durante o evento Afya Summit, realizado no final de agosto em São Paulo, ele apresentou a palestra "IA na Medicina: Ficção Científica ou Realidade", em que trouxe exemplos de filmes sobre inteligência artificial para provar que muito do que se imaginava que haveria "no futuro" já é presente quando se fala do cuidado médico. Entre os exemplos, estavam equipamentos de inteligência artificial que são criados em filmes como "Homem de Ferro" e "Avatar". Para cada filme, uma tradução prática dessas experiências que já estão nos consultórios.
Em sua visão, todo médico tem que ter uma formação sólida em Medicina baseada em evidências. "Ou seja: ele tem que saber interpretar artigos científicos. Não quer dizer que ele vai virar um pesquisador, ele pode só clinicar, mas precisa separar o joio do trigo", frisou.
O especialista alertou que estudos experimentais tomam a internet, mas que para serem considerados cientificamente comprovados são necessários vários anos e um aprofundamento das pesquisas: "A ciência não dá saltos, ela tem que seguir toda uma tramitação para você ver se aquilo é eficaz e seguro".

Foto: Fábio Mendes / Divulgação / Afya
O professor crê que o ponto-chave da Inteligência Artificial é o banco de informações que a alimenta. Por isso, como plataformas como ChatGPT se alimentam de todo o banco da internet - inclusive fontes não confiáveis -, é preciso acender o sinal de alerta, já que, na Medicina, um erro pode custar caro.
"A gente lançou a IA que é alimentada só pelo conteúdo da Afya, que é curada por mais de 200 médicos especialistas. Então tende a ser muito mais confiável, porque tem toda uma equipe de humanos que já criou", sugeriu. Por isso, Lapa sugere que, no cenário ideal, sejam consideradas apenas ferramentas "treinadas" especificamente com conteúdos médicos.
Uma média de 2 médicos por cada mil habitantes, concentração de especialidades na capital e espaços de residência cada vez mais disputados, que afastam recém-formados da qualificação necessária para atendimento. O cenário da Bahia não é o ideal, mas traduz um desafio de todo o sistema de saúde do Brasil - não só no público, mas também no privado. Mas uma ferramenta tem se tornado crucial nas estratégias de interiorização do cuidado e na prevenção de doenças de base em locais distantes dos grandes centros urbanos: a tecnologia.
O Ministério da Saúde lançou, no final de maio, o programa Agora Tem Especialistas, uma iniciativa em parceria com estados, municípios e unidades privadas de saúde para reduzir tempo de espera no SUS, sejam exames, consultas ou até cirurgias emergenciais. Entre as ações desenvolvidas estão a ampliação de mutirões, o uso de unidades móveis de saúde (carretas), a aquisição de transporte sanitário e o fortalecimento da Telessaúde.
Em entrevista ao Bahia Notícias durante o Afya Summit, realizado em agosto em São Paulo, a Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, explicou como a pasta tem investido em recursos tecnológicos para alcançar os vazios assistenciais. "A gente está mobilizando toda a infraestrutura da rede de serviços da rede pública, mas também convidamos o setor privado, para somar esforços - através de trocas de impostos, de redução de dívidas... E nós temos o componente digital. A gente pensa a jornada do paciente no SUS com diferentes abordagens para melhorar a qualidade da atenção, garantir a continuidade do cuidado e reduzir tempo de espera”, detalhou.
Segundo a secretária, como não há recursos suficientes para ter especialistas em todos os locais necessários, a ideia é diminuir a necessidade de deslocamento desses pacientes sempre que possível, mas garantido a orientação médica correta. “Tanto telediagnóstico, quanto teleconsultas - em que você tem um profissional que dá uma atenção primária no local e que pode entrar em contato com um especialista para melhorar a capacidade de fazer um bom diagnóstico, discutir casos, e resolver mais rápido”.
Haddad deu o exemplo de um caso de sucesso no Ceará: entre 918 teleatendimentos, a teleregulação reduziu o deslocamento em 256 mil quilômetros. "Isso traz mais comodidade ao paciente, redução de custos, uma resposta imediata e uma orientação pro caso, com um encaminhamento mais bem feito", apontou. Já em Santa Catarina, apenas no atendimento de dermatologia, 46% dos casos foram resolvidos pela teleconsulta.
MEU SUS DIGITAL
Um outro recurso que tem recebido a atenção do MS é o aplicativo Meu SUS Digital. Uma evolução do Conecte SUS, que se popularizou na pandemia, a ferramenta deve reunir todas as informações de quem recorrer ao sistema único de saúde, com dados de exames, consultas e vacinas em um só lugar. “A gente ampliou muito essa experiência inicial que aconteceu na pandemia, quando a gente tinha, no começo, o resultado de exames de Covid-19 e as vacinas. Hoje a gente já tem os certificados de vacina muito mais ampliados - não só da Covid. Nós temos na Rede Nacional de Dados em Saúde hoje um legado de 50 anos já na rede de vacinas. O que não está na rede, deve estar em caderneta de papel. Aí, é só a pessoa levar a caderneta na Unidade Básica de Saúde e, sendo registrado no sistema, já vai aparecer no Meu SUS Digital”, comemorou.

Foto: Fábio Mendes/Divulgação/Afya
Os atendimentos clínicos das UBSs também já foram vinculados, além da inserção de novas funcionalidades. "Há muito conteúdo educacional, miniaplicativos como o 'Hemovida', a fila de transplante de órgãos - quem está esperando um transplante pode acessar o seu lugar na fila -, a caderneta de saúde da criança...", exemplificou, dizendo que haverá novidades no aplicativo "todo mês".
VAZIOS ASSISTENCIAIS
Em um estado do tamanho de um país como a Bahia, alcançar atendimento especializado em 417 municípios parece impossível. E a dificuldade também afeta o Sistema de Saúde Suplementar - que atua como um sistema paralelo ao SUS, oferecendo opções de assistência médica privada.
De acordo com um levantamento da Demografia Médica, acessado pelo Bahia Notícias, a Bahia tem hoje a razão de 2,07 médicos por 1.000 habitantes no estado - a média nacional é de 3,08 médicos por 1.000 habitantes. Os números baianos ainda indicam uma densidade de médicas inferior regionalmente: no Nordeste, a Bahia só fica acima do Maranhão. Ainda segundo o estudo, a distribuição de médicos nos municípios baianos é desigual e repete um padrão nacional, onde esses profissionais estão concentrados em centros urbanos. Em Salvador, por exemplo, há 16.934 médicos registrados, com uma razão de 6,59 médicos por 1.000 habitantes.
De acordo com o Mapeamento da Rede e dos Vazios Assistenciais na Saúde Suplementar, realizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e divulgado este ano, a Bahia tinha 31 Regiões de Saúde em 2011, mas esse número caiu para 28 em 2018 - quantidade que se manteve até 2023, último dado disponível no documento. O relatório aponta que, enquanto alguns especialistas estão à disposição em todas as regiões, como cirurgião-dentista ou clínico-geral, serviços de hemodiálise ou radioterapia não estão disponíveis nem em 10% dos municípios do estado.

Fonte: Mapeamento da Rede e dos Vazios Assistenciais na Saúde Suplementar, da ANS
Vejam dados que apontam a presença de assistências nos municípios da Bahia registrados no mapeamento divulgado pela ANS - os números consideram os Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) referentes a outubro de 2023.
- CIRURGIÃO-DENTISTA: 216 municípios (52% das cidades) - 28 regiões (100% das regiões de saúde)
- CLÍNICO GERAL: 144 municípios (25%) - 28 regiões (100%)
- MÉDICO GINECOLOGISTA E OBSTETRA: 117 municípios (28%) - 28 regiões (100%)
- MÉDICO PEDIATRA: 93 municípios (22%) - 27 regiões (96%)
- ESTABELECIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE URGÊNCIA: 90 municípios (22%) - 28 regiões (100%)
- ESTABELECIMENTOS COM INTERNAÇÃO: 76 municípios (18% das cidades) - 28 regiões (100% das regiões de saúde)
- CIRURGIÃO-GERAL: 67 municípios (16%) - 27 regiões (96%)
- SERVIÇO DE HEMODIÁLISE: 28 municípios (7%) - 23 regiões (82%)
- SERVIÇO DE QUIMIOTERAPIA: 14 municípios (3%) - 12 regiões (43%)
- SERVIÇO DE RADIOTERAPIA: 5 municípios (1%) - 4 regiões 14%
TELEATENDIMENTO E ENSINO
E a interiorização do atendimento a partir de práticas de teleatendimento também já é foco da academia. O Grupo Afya, por exemplo, conseguiu levar especialidades como neuropediatria e psiquiatria voltada para crianças e adolescentes à cidade de Abaetetuba, a 125 km da capital paraense, Belém. "A gente sabe que o número de profissionais com essas especialidades é muito reduzido, então nós tentamos agregar esses profissionais com a telemedicina, com atendimento de Belém ou até de outros estados", apontou Fagner Carvalho, professor e coordenador na Afya Faculdade de Ciências Médicas de Abaetetuba.

Foto: Fábio Mendes/Divulgação/Afya
Carvalho reforçou ainda que, mesmo com o atendimento à distância, há sempre um médico generalista presente ao lado do paciente, tanto para suporte de informações quanto para humanizar o atendimento e esclarecer dúvidas. "O olhar do especialista ajuda nos diagnósticos diferenciais, para dar a conduta adequada, e o médico que está com o paciente dá esse suporte, inclusive em relação a prescrições de receitas", completou.
O prefeito Bruno Reis (União) comentou sobre os entraves para a construção do novo Centro de Treinamento do Bahia em Salvador. Segundo o gestor, a principal dificuldade tem sido encontrar uma área plana com ao menos 200 mil metros quadrados, algo raro em uma cidade de relevo tão complexo quanto a capital baiana.
“Tive recentemente uma reunião com os representantes da SAF. A dificuldade é achar uma área de 200 mil metros quadrados plana, para atender às necessidades do Bahia. Ainda não tinham descartado Salvador, mas estavam à procura”, afirmou.
Além da limitação territorial, questões ambientais também pesaram nas discussões. A região de Pituaçu chegou a ser cogitada, mas foi descartada pelo clube justamente pelas restrições de preservação.
“As questões ambientais também dificultam, pela eventual necessidade de supressão vegetal. Estou em busca, mas não é missão fácil, está muito difícil realmente”, completou Bruno Reis.
“Mas esse tem sido o maior problema, tem que encontrar a área, não falo nem da questão do valor da área, mas uma área disponível e com essa dimensão, tendo em vista as limitações territoriais da nossa cidade”, explicou.
Com isso, e consoante a apuração do Bahia Notícias, o Centro de Treinamento do Bahia deverá ser na região da Via Metropolitana, dividindo-se entre Lauro de Freitas e Camaçari.
CT NA VIA METROPOLITANA
A região localizada na Via Metropolitana foi, de fato, a escolhida pelo Grupo City para a construção da nova estrutura do clube. A área estava sendo debatida pelo clube desde 2024, conforme noticiado pelo BN na época.
Após um longo processo de entendimento entre os entes vinculados na operação, um “acordo” teria sido firmado para a negociação avançar. Outros locais chegaram a ser estudados, com entraves para cada um. Dois deles foram ventilados, incluindo um espaço na região de Mussurunga, além do próprio espaço do estádio de Pituaçu. Ambos não caminharam positivamente.
Detalhes sobre infraestrutura e logística para acesso ao novo CT são os últimos ajustes necessários para a conclusão do acordo. Um eventual imbróglio judicial envolvendo a área também já teria sido resolvido, restando somente o anúncio por parte do Grupo City, responsável pelos investimentos. Internamente, um evento para tornar a decisão pública já estaria sendo debatido, sob a tutela do CEO do Bahia, Raul Aguirre, e de Victor Ferraz, diretor de Operações e Relações Institucionais do clube.
BAHIA DESCARTA CONSTRUÇÃO EM ÁREA QUILOMBOLA
Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF), convocou o Bahia para prestar explicações a respeito do local de construção do novo centro de treinamento do clube, entretanto, em resposta curta e objetiva, o Esquadrão negou que construiria em um local histórico, e também um espaço de preservação cultural, social e ambiental.
REORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL
Com a nova estrutura concluída, o time profissional masculino e as categorias de base se mudarão do CT Evaristo de Macedo, que passará a ser utilizado pelo time feminino e pelos projetos de iniciação esportiva.
O uso da Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais difundido no dia a dia das pessoas, e não seria diferente na Medicina. Mas quais são os riscos associados ao seu uso no consultório? Como ter a prática facilitada sem afetar a saúde dos pacientes? Afinal, robôs vão substituir os médicos? Esses são alguns dos temas presentes na segunda edição do Afya Summit, evento organizado pelo Grupo Afya no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, neste sábado (23).
Durante a abertura, o CEO do Grupo Afya, Virgilio Gibbon, apontou que o objetivo da Universidade é transformar o médico em protagonista da sua carreira, oferecer oportunidades de qualificação tanto para estudantes quanto para quem já está há muitos anos no mercado e precisa se atualizar sobre as novas tecnologias. "O impacto do nosso ecossistema no Brasil é cada vez maior. São mais de 25 mil estudantes de Medicina, de 33 instituições e 14 estados. Nossas tecnologias hoje para os médicos já têm mais de 250 mil usuários ativos mensais. Cada médico formado, cada tecnologia implementada, cada conhecimento compartilhado, reverbera muito além da sala de aula", apontou Gibbon.
Aliás, inovação foi o tema escolhido para a palestra de abertura do evento. Diretor do Medical Futurist Institute, o húngaro Bertalan Meskó apresentou, de forma remota, o painel "A saúde precisa de uma viagem a Marte", provocando o público a imaginar qual estrutura seria necessária para um atendimento médico em outro planeta - e como isso pode traduzir desafios que enfrentamos na Terra.
Segundo Meskó, para que uma experiência como essa desse certo, precisa de alguns fatores: ser um atendimento acessível, personalizado, que trabalhe a prevenção mas, sobretudo, humano. "Se você perder empatia e compaixão, você perde o coração da medicina", defendeu.
O "Médico Futurista" ainda alertou que muitos médicos têm receio de utilizar a tecnologia e as novas ferramentas, o que pode levar ao atraso do avanço no setor. "Antes você levava décadas pra desenvolver uma nova tecnologia. Hoje, você consegue novas tecnologias todos os dias, mas demora mais pra adotá-las", avaliou. Para ele, a IA já é realidade, e não vai substituir os médicos, mas pode, por outro lado, ajudá-los a gastar menos tempo com questões burocráticas e mais com o atendimento humanizado do paciente.
ACESSO À SAÚDE CADA VEZ MAIS LONGE
Durante a manhã, o evento ainda debateu como as transformações tecnológicas são chave para romper o vazio assistencial e conseguir levar atendimento de qualidade para locais sem estrutura. Presente na "Arena de Insights: A Medicina do amanhã, hoje", a Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, comentou como o poder público tem acompanhado esse movimento. "A má distribuição de assistência e de médicos não acontece só no Brasil, acontece na maior parte do mundo", lamentou. A especialista apontou, porém, que iniciativas como o projeto "Aqui Tem Especialista", do MS, visa "garantir o cuidado personalizado, e também a continuidade do cuidado". "Esse é um aspecto fundamental. Quando a gente tem a repetição de exames, tem o histórico clínico daquele paciente, e pode ter o cuidado aonde o paciente estiver, você vai oferecer atenção com mais segurança, com mais qualidade", defendeu.
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Foto: Fábio Mendes
Já no painel "Era da Inovação: o Médico entre o Digital, a Ética e a Regulação", o Afya Summit trouxe ao debate os desafios da regulamentação das plataformas de tecnologia e dos softwares utilizados na Medicina moderna. Participaram do debate nomes como Anderson Pereira, gerente de Tecnologia em Equipamentos e Softwares Médicos da Anvisa - que colocou a Agência como um parceiro das novas empresas, reforçando a importância da segurança do processo -, e a deputada federal por São Paulo Adriana Ventura, responsável pelo projeto que regulamentou a Telemedicina no Brasil.
Ventura revelou que muitos parlamentares médicos resistiram ao projeto. "Hoje parece óbvio, agora pra você colocar a regulação, teve muito escândalo. [...] Veio a pandemia depois, e aqueles médicos resistentes num primeiro momento, todos contra, se renderam. Tiveram que usar, gostaram e viraram grandes defensores", relatou. Porém, a deputada reforçou que, ao pensar em legislações, não se pode fazer textos muito engessados sob risco de o texto ficar obsoleto em pouco tempo, com o avanço tecnológico.
O FUTURO JÁ CHEGOU
Encerrando o primeiro bloco do evento, o cardiologista e diretor médico da Afya, Eduardo Lapa, apresentou a palestra "IA na Medicina: Ficção Científica ou Realidade".
Lapa trouxe exemplos de filmes sobre inteligência artificial para provar que muito do que se imaginava que haveria "no futuro" já é presente quando se fala do cuidado médico. Entre os exemplos, estavam equipamentos de inteligência artificial que são criados em filmes como "Homem de Ferro" e "Avatar". Para cada filme, uma tradução prática dessas experiências que já estão nos consultórios.
Para encerrar a manhã, Lelio Souza, vice-presidente de Serviços Digitais da Afya, trouxe três plataformas criadas pelo grupo: o iClinic, que permite a transcrição automática do que é dito pelo paciente, com inclusão no prontuário eletrônico; o Whitebook, uma IA treinada apenas por médicos, com mais de 200 especialistas, e respostas baseadas em evidências científicas; e o pré-lançamento do Afya Receita Pro, que permite a renovação, por IA, de receituários para os pacientes, que inclui a conexão a wearables como o Apple Watch, gerando as receitas até por comando de voz e enviando o documento de forma virtual.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).