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Prefeitura de Conquista representa no MPF contra governo estadual por superfaturamento

Por Lula Bonfim

Prefeitura de Conquista representa no MPF contra governo estadual por superfaturamento
Prefeitura acusa governo de superfaturamento em leitos (Foto: Divulgação)

A prefeitura de Vitória da Conquista entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o governo estadual, por supostas irregularidades no contrato firmado pelo estado com o Hospital de Clínicas de Conquista (HCC). A gestão conquistense acusa a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) de superfaturamento na contratação de leitos.

 

Segundo a prefeitura, há indícios da prática do crime de peculato, com a realização de pagamento do estado por um serviço que não foi prestado pelo hospital. Na ação, a administração explica que o governo do estado paga 180 diárias mensais a mais do que a capacidade do HCC pode oferecer, gerando um superfaturamento de R$ 1.296.000,00 ao final de seis meses de contrato.

 

Além disso, a administração conquistense acusa o governo estadual de contratar 20 leitos de UTI no HCC, mas entregar apenas 10 devidamente instalados, com os equipamentos necessários.

 

“O mais grave do malfadado contrato em análise é que, pelo que se extrai do Alvará Sanitário do Hospital de Clínicas de Conquista, contratado para disponibilizar 20 leitos de UTI Adulto, tem instalado e em funcionamento apenas 10 leitos, metade do que fora contratado e parcialmente pago”, diz a representação no MPF.

 

A ação foi assinada pelo prefeito Herzem Gusmão (MDB), além dos secretários de Administração, Kairan Figueiredo; de Saúde, Ramona Moreira; e de Serviços Públicos, Luís Paulo Santos. Também subscreve o documento o procurador jurídico da prefeitura, Edmundo Ribeiro Neto.

 


Quadro consta na representação da prefeitura no MPF (Foto: Reprodução / Secom PMVC)

 

ENFRENTAMENTO

A prefeitura de Vitória da Conquista e o governo do estado vivem um embate desde o início da pandemia. Lideradas por grupos políticos distintos, as gestões não se entendem e discutem publicamente através da imprensa, com cobertura atenta do Bahia Notícias.

 

Em abril, a prefeitura conquistense entrou com uma ação contra o governo do estado, para receber uma verba de R$ 700 mil sem que tivesse que dar contra partidas. O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas lamentou o fato e disse que não aceitaria a politização da saúde, muito menos "politicagem" (veja aqui).

 

No dia seguinte à declaração de Vilas-Boas, o secretário Kairan Figueiredo, que integra o comitê de combate à Covid-19 em Conquista, reclamou de falta de diálogo com a gestão estadual. "Infelizmente, a relação da prefeitura com o governo está enfrentando alguns problemas no combate à pandemia, justamente porque não estamos conseguindo contato com o estado, para que a gente entenda o planejamento deles", disse (veja aqui).

 

A falta de entendimento entre as gestões prosseguiu e, recentemente, a prefeitura pediu, formalmente, esclarecimentos do governo estadual acerca dos leitos contratados no HCC (veja aqui). Como resposta, Vilas-Boas voltou a reclamar de politização e criticou o prefeito de Conquista. Segundo ele, Herzem tem "desconhecimento técnico e, portanto, despreparo para lidar com o momento crítico da pandemia da Covid19 em seu município" (veja aqui).

 

Diferentemente do que se vê em Salvador, com governo do estado e prefeitura aliados durante a pandemia apesar claramente rivais políticos, o enfrentamento de gestões pulsa em grandes cidades do interior, como Conquista. Nas eleições municipais de 2020, Herzem e o MDB devem rivalizar pelo comando da cidade com um candidato do PT, que governa o estado.