Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Municípios
Você está em:
/
/
Geral

Notícia

Prefeitura de Conquista reclama verba para saúde e pede diálogo com governo estadual

Por Lula Bonfim

Prefeitura de Conquista reclama verba para saúde e pede diálogo com governo estadual
Secretário de Administração, Kainan Rocha (Foto: Reprodução / Blog do Anderson)

A prefeitura de Vitória da Conquista acionou, nesta terça-feira (14), o governo do estado para receber uma verba de R$ 700 mil, fruto da Portaria nº 480/2020 do governo federal. Segundo a administração municipal, a cidade tem o direito de receber os valores sem que precise dar contrapartidas. Nesta quarta (15), o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas, criticou a gestão conquistense pela ação e disse que não aceitará “politização” do caso (veja aqui).

 

Segundo o governo estadual, não há problema nenhum no repasse da verba, desde que a prefeitura de Conquista assuma o ônus da contratação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), nos mesmos moldes do acordo realizado com as gestões municipais de Salvador e Feira de Santana, também administradas por partidos adversários ao que governa o estado.

 

O secretário de Administração de Conquista, Kairan Rocha Figueiredo, conversou com o Bahia Notícias nesta quinta (16) e contestou a imposição do governo estadual, de contratação de leitos de UTI como condição para o repasse do dinheiro. “A prefeitura quer gerir a verba fruto da portaria, para investir em ações de combate à propagação do coronavírus. O aluguel de leitos de UTI para Vitória da Conquista continua sendo de obrigação do estado. Não do município. Os R$ 700 mil não foram destinados pelo governo federal para isso”, afirmou.

 

Não é de hoje que a relação entre governo estadual e prefeitura de Conquista anda estremecida. O atual prefeito do terceiro maior município da Bahia, Herzem Gusmão (MDB), foi eleito fazendo uma grande antítese ao PT, partido que governa o estado desde 2007 e administrou a cidade por 20 anos, entre 1997 e 2016. Recentemente, a gestão conquistense reclamou da lentidão com que os resultados dos testes da Covid-19 eram enviados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) em Salvador (veja aqui).

 

“Infelizmente, a relação da prefeitura com o governo está enfrentando alguns problemas no combate à pandemia, justamente porque não estamos conseguindo contato com o estado, para que a gente entenda o planejamento deles para o enfrentamento e, com isso, a gente possa construir as nossas estratégias. Em conjunto. Uma estratégia montada a quatro mãos”, disse o secretário conquistense, pedindo diálogo para chegar a um consenso.

 

Kairan disse ainda que Fábio Vilas Boas não respondeu a comunicados oficiais da prefeitura encaminhados à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).  “Em alguns declarações, o secretário estadual disse que basta o prefeito fazer uma ligação para ele. Mas o secretário de Saúde de Vitória da Conquista encaminhou dois ofícios para o e-mail oficial de Fábio Vilas Boas. Um no dia 1º de abril e outro no dia 9, solicitando uma videoconferência, para que a gente discuta o planejamento de enfrentamento ao coronavírus em Vitória da Conquista. Nós não tivemos resposta”, reclamou.

 

O secretário de Administração de Conquista, que também lidera do comitê de enfrentamento da crise no município, reclamou ainda da indefinição estadual sobre onde os infectados pela Covid-19 na cidade serão internados. “Inicialmente, ele disse que todos os pacientes de Vitória da Conquista que precisassem de leitos de UTI teriam que ser deslocados de ambulância para Salvador. Agora, ele já está dizendo que os leitos do HCC [Hospital de Clínicas de Conquista] serão para esses pacientes e que, só depois, se lotar, esses pacientes irão para Salvador”.

 

“Então nem isso a gente está sabendo, sobre o planejamento do governo do estado para a saúde em Vitória da Conquista. Se eles irão encaminhar todos para Salvador e, quando superlotar, eles usarão os leitos do HCC e do HGVC [Hospital Geral de Vitória da Conquista] ou se vão esperar primeiro lotarem os leitos de Conquista para depois encaminhar os pacientes para a capital”, encerrou Kairan.