Justiça Federal mantém prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master
Por Redação
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), através de decisão da desembargadora Solange Salgado da Silva, manteve a prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. A decisão, tomada nesta quinta-feira (20), rejeitou um pedido de liminar da defesa para colocar o banqueiro em liberdade.
Vorcaro e outros seis executivos do banco foram detidos na Operação Compliance Zero, da Polícia Federal. Eles são acusados de fraude em papéis vendidos ao BRB, banco de Brasília. Segundo as investigações, o Banco Master também vendia títulos de crédito falsos, emitindo CDBs com promessa de retorno de até 40% acima da taxa básica de juros, um valor considerado irreal. O esquema pode ter movimentado R$ 12 bilhões.
A prisão ocorreu horas após um consórcio liderado pelo Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master. O anúncio veio pouco mais de um mês após o Banco Central rejeitar a aquisição pela instituição pelo BRB. Na terça-feira, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores, interrompendo automaticamente a negociação de venda.
A defesa de Vorcaro argumentou em seu pedido de soltura que não há mais necessidade de manter o banqueiro preso, uma vez que o Banco Master foi liquidado pelo Banco Central. Os advogados informaram ter anexado ao processo "comprovantes de que o dono do Master tinha uma reunião em Dubai com investidores que comprariam a instituição". Eles também destacaram que Vorcaro está proibido pela Justiça Federal de gerir qualquer fundo ou instituição financeira e que as buscas e apreensões relacionadas a ele já foram concluídas.
Quanto ao risco de fuga, a defesa ressaltou que o banqueiro "tem esposa e filho no Brasil e, portanto, a justificativa de que ele poderia fugir não se sustentaria". Os advogados afirmaram ainda que Vorcaro "apresentou sua rota de voo de Guarulhos para Dubai, na ocasião em que foi detido pelos federais no Aeroporto de Guarulhos".
Um pedido de habeas corpus enviado pela defesa também aguarda análise no TRF1, mas ainda não tem data marcada para julgamento. Na quarta-feira (19), a Justiça Federal de Brasília determinou que todos os presos da operação permaneçam detidos na carceragem da Superintendência da PF na Lapa, em São Paulo, onde estão pelo menos sete executivos ligados ao Banco Master.
As informações são do G1.
