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Polícia de São Paulo investiga denúncias de assédio e abuso Contra professor da USP

Por Redação

Alysson Mascaro
Foto: Reprodução / livrarialeonardodavinci no YouTube

A Polícia Civil de São Paulo iniciou um inquérito para investigar denúncias de abusos e assédios supostamente praticados por Alysson Mascaro, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O procedimento foi aberto a pedido do Ministério Público estadual no dia 6 de junho e está sob responsabilidade da 1ª Delegacia Seccional de Polícia.

 

A investigação policial foi deflagrada após o Ministério Público receber, no início de dezembro, uma denúncia anônima baseada em reportagens veiculadas na imprensa que continham relatos de supostas vítimas. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do estado (SSP), a polícia "realiza a oitiva de testemunhas e o cumprimento de ofícios". A pasta afirmou que "os trabalhos avançam para o completo esclarecimento dos fatos".

 

Procurada desde terça-feira (28) para se manifestar sobre o caso, a advogada de Mascaro, Fabiana Marques, não retornou aos contatos. Conforme a reportagem, a defesa do professor não responde a seus questionamentos desde maio.

 

Em publicação nas redes sociais datada de 30 de novembro, véspera da divulgação pública das acusações, Alysson Mascaro declarou ser "vítima de crime cibernético, sofrendo um processo de perseguição por pessoas que, se escudando no aparente anonimato no ambiente virtual desde meados de 2023, vêm buscando atacá-lo em sua honra". No texto, ele afirmou que "tal grupo de pessoas vem perpetrando acusações inverídicas para ferir sua imagem pública, buscando descredibilizar suas posições em detrimento do debate aberto acerca de sua luta concreta e de suas ideias amplamente difundidas por meio de sua vasta obra teórica e luta política".

 

No âmbito do Ministério Público, o caso foi inicialmente enviado à Procuradoria da Justiça do Patrimônio Público e Social, para avaliar se a USP cometia irregularidades na apuração interna. O órgão entende que o rito administrativo segue seu curso normal. Contudo, diante da presença de indícios de condutas criminais graves nos relatos, como assédio sexual e estupro, a denúncia foi remetida à 2ª Promotoria de Justiça Criminal, que requisitou a abertura da investigação pela Polícia Civil.

 

Paralelamente ao inquérito policial, o caso é discutido internamente na Faculdade de Direito há mais de oito meses. Em 12 de fevereiro, a instituição instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o docente, a pedido da Procuradoria Geral da USP. Um relatório preliminar da universidade apontou indícios de materialidade nas acusações contra Mascaro. O regimento interno da USP estabelece um prazo inicial de 90 dias para a conclusão de um PAD. A penalidade máxima prevista é a demissão, cabendo também punições como repreensão, suspensão e multa, conforme o estatuto dos servidores públicos do estado.

 

Quando contactada, a Faculdade de Direito informou que os dados sobre o caso estão sob sigilo. Alysson Mascaro é advogado e professor associado da instituição desde 2006.

 

Alunos e ex-alunos que acusam o professor de abuso sexual relataram à reportagem que ele atraía vítimas para seu apartamento oferecendo conselhos acadêmicos. Um deles, convidado por Mascaro para uma conversa em 2022, narrou ter sido coagido a ficar de cueca e a abraçar o professor. Segundo o relato, Mascaro teria dito estar imitando a maneira como filósofos e seus discípulos se relacionavam na Grécia Antiga.

 

As informações são da Folha de S. Paulo.