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Família Vorcaro interrompe pagamento de terreno de R$ 70 milhões no sul da Bahia em meio à crise do Banco Master

Por Redação

Família Vorcaro interrompe pagamento de terreno de R$ 70 milhões no sul da Bahia em meio à crise do Banco Master
Foto: Reprodução/@outeirodabrisas_oficial no Instagram

Empresas ligadas à família de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, suspenderam o pagamento das parcelas de um terreno de R$ 70 milhões localizado entre Caraíva e Trancoso, no sul da Bahia. A aquisição, destinada a um projeto hoteleiro de luxo com aeroporto privado, ocorre no momento em que o banco enfrenta uma crise de liquidez, necessitando de recursos para honrar compromissos com investidores. As informações são da Folha de S. Paulo.

 

As empresas compradoras, AFC Holding e M.Participações, que integram uma extensa rede empresarial da família Vorcaro, ingressaram na Justiça e interromperam os pagamentos. Elas alegam que os vendedores, o ex-casal Massimo Moretti e Sueli dos Santos Moretti, não cumpriram a obrigação contratual de assinar a escritura de cessão de 50% dos direitos sobre a área do aeródromo, fundamental para o projeto.

 

De acordo com o escritório de advocacia que representa os Vorcaro, o cartório recusou a inclusão de cláusula sobre o aeródromo devido à incapacidade dos compradores de comprovarem a titularidade da área. Na ação judicial, as empresas pedem indenização por perdas e danos, inclusive por lucros cessantes, e defendem o recálculo do valor total do negócio caso a documentação não seja apresentada. Eles estimam que a retirada do aeródromo do projeto cause um impacto de R$ 15 milhões.

 

Os compradores afirmam, em nota para a Folha, que "estão aptos a realizar o pagamento das parcelas caso os vendedores apresentem a documentação faltante".

 

Em resposta apresentada à Justiça, os vendedores sustentam que a escritura é uma "obrigação comum e bilateral", conforme o contrato, e que o valor da cessão do aeródromo foi estimado em R$ 100 mil, sem impacto no valor total da venda dos terrenos. Eles se declararam surpresos com as contestações após dois anos de negociações e auditorias e apresentaram um "instrumento de cessão de direitos" para resolver a pendência. Os compradores, no entanto, consideraram a medida uma tentativa "atabalhoada" que revelou impedimentos possivelmente intransponíveis.

 

A apólice de seguros da transação foi contratada com a Pottencial Seguradora, controlada pela família Géo, que tem negócios em sociedade com Daniel Vorcaro. As empresas dos Vorcaro notificaram a seguradora para que a apólice não fosse executada em favor dos vendedores e foram atendidas.

 

A Pottencial Seguradora informou, em nota, que "o processo está em regulação e que a empresa está seguindo com a análise do sinistro da apólice do seguro garantia contratada". A seguradora acrescentou que "para o término da análise desse sinistro, precisa avaliar os detalhes de todo o contrato envolvido na apólice e se suas respectivas obrigações foram cumpridas".

 

A corretora Finlândia, que intermediou o seguro e também pertence à família Géo, afirmou que "como parte da nossa responsabilidade de intermediação, recebemos o comunicado de sinistro da beneficiária da apólice e o mesmo foi direcionado à seguradora para as devidas tratativas".

 

A reportagem não obteve retorno de Massimo Moretti. Sua ex-mulher não quis se manifestar. Daniel Vorcaro também não se pronunciou após ser contactado por sua assessoria.

 

O Banco Master precisa captar cerca de R$ 300 milhões em outubro para manter o fluxo de pagamentos de seus CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e pouco mais de R$ 1 bilhão nos meses de novembro e dezembro. Enquanto busca alternativas para evitar uma intervenção do Banco Central, Daniel Vorcaro tem negociado empresas, participações societárias e imóveis.