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Prisão preventiva de Binho Galinha foi decretada ainda em agosto após justiça considerar prática continuada de crimes

Por Redação

Prisão preventiva de Binho Galinha foi decretada ainda em agosto após justiça considerar prática continuada de crimes
Foto: Reprodução / Redes Sociais

A prisão preventiva do deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como "Binho Galinha" (PRD), e de mais nove integrantes de uma organização criminosa que atuava em Feira de Santana e região, foi decretada em 19 de agosto de 2025. A medida, assinada pela juíza Márcia Simões Costa, da Vara Criminal e Crimes contra a Criança e o Adolescente da comarca, atende a pedidos da Polícia Federal no âmbito do Inquérito Policial desdobramento da Operação "El Patron", dando origem a "Operação Estado Anômico", deflagrada na manhã desta quarta-feira (1º).

 

A determinação da magistrada incluiu mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em endereços residenciais e uma empresa, nas cidades de Salvador, Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos. Apesar do cumprimento de parte dos mandados, o deputado não foi localizado e é considerado foragido.

 

A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas, revelou uma extensa rede criminosa dedicada à exploração de jogos de azar, jogo do bicho, agiotagem, extorsão, lavagem de capitais, receptação qualificada, tráfico de drogas e formação de organização criminosa armada. Segundo a autoridade judiciária, as provas colhidas demonstram que o grupo, sob a liderança de "Binho Galinha", não apenas mantinha atividades ilícitas há anos, como também se reorganizava continuamente para burlar a ação da Justiça, mesmo após operações policiais anteriores.

 

A decisão, com 25 páginas, analisou minuciosamente a situação de cada investigado, aplicando os rigorosos requisitos legais para a decretação da prisão preventiva. Para a maioria dos alvos, a magistrada reconheceu a presença do "fumus commissi delicti", ou seja, indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes, bem como o "periculum libertatis", que é o perigo concreto que a liberdade dos acusados representa para a ordem pública e para a instrução criminal.

 

No caso específico do deputado "Binho Galinha", a decisão enfrentou a questão de sua imunidade parlamentar. A juíza fundamentou que a prisão é cabível porque os crimes de organização criminosa e lavagem de capitais são de natureza permanente, configurando uma situação equiparável ao flagrante de crime inafiançável, exceção prevista na Constituição Federal. A magistrada também destacou que a competência para processar o caso é do juízo de primeiro grau, pois a maioria dos ilícitos é anterior ao mandato ou não guarda relação com as funções parlamentares.

 

Além do líder, foram decretadas as prisões de Mayana Cerqueira da Silva, apontada como peça-chave na administração dos negócios ilícitos mesmo sob prisão domiciliar; João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, filho do casal, acusado de embaraçar as investigações mediante destruição de provas; e Cristiano de Oliveira Machado, identificado como o operador financeiro central do grupo após o bloqueio das contas dos líderes.

 

A decisão também determinou a prisão de cinco policiais militares da ativa: Allan Silva e Silva, Wildson Nunes de Oliveira, André Santos da Silva, Thiago Almeida Santos e Geisiel Pereira dos Santos. As investigações os vinculam a atividades de segurança armada para a organização, intimidação de vítimas, cobrança de dívidas mediante violência e escolta de cargas ilícitas. O documento ressalta que a condição de agentes da segurança pública agrava a gravidade das condutas, por representar um desvirtuamento da função institucional. Além deles, Muller Santos Souza, também integra a lista para prisão preventiva, ele era o responsável pelas atividades de agiotagem.

 

A juíza ainda autorizou amplas medidas de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, com determinações específicas para apreensão de dispositivos eletrônicos, acesso a dados em nuvem, arrombamento de cofres e apreensão de bens de valor. Foram deferidas, ainda, medidas cautelares patrimoniais, determinando o bloqueio de bens no valor de um milhão de reais para cada um de nove investigados e para a empresa Transdigo Transportes Ltda, suspeita de ser usada para lavagem de dinheiro. As atividades econômicas desta empresa foram suspensas.

 

A decisão afirma que houve uma persistência das atividades criminosas mesmo após a deflagração da Operação "El Patron", em dezembro de 2023. A magistrada enfatizou a necessidade da medida extrema da prisão preventiva como único meio capaz de desarticular o grupo, garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal, face ao poder de intimidação e à capacidade de reestruturação demonstrada pela organização.

 

BINHO GALINHA X STF
O deputado estadual, ingressou com um agravo regimental no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi rejeitado por unanimidade. Ele buscava anular provas obtidas no âmbito da Operação El Patrón.

 

A Primeira Turma do STF é formada pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.