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Promotora quer cotas raciais nas ações destinadas ao setor cultural durante pandemia

Promotora quer cotas raciais nas ações destinadas ao setor cultural durante pandemia
Promotora de Justiça Lívia Vaz | Foto: Divulgação

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) quer a adoção de cotas raciais na implementação das ações emergenciais destinadas ao setor cultural durante a pandemia do coronavírus. Para isso, enviou recomendações as Secretarias de Cultura e demais órgãos do setor cultural do Estado da Bahia e do município de Salvador. As recomendações são da promotora de Justiça Lívia Vaz. 

 

A Lei nº 14.017, conhecida como Lei Aldir Blanc, foi criada com o intuito de promover ações para garantir uma renda emergencial para trabalhadores da área e manutenção dos espaços culturais brasileiros durante o período de pandemia do coronavírus. “Como resultado do racismo estrutural, durante a pandemia, o acesso desigual a recursos e direitos tem resultado numa maior incidência da letalidade do novo coronavírus em meio à população negra brasileira”, ressaltou Lívia Vaz. Ela complementou que a situação de desigualdade já enfrentada cotidianamente por artistas negros e negras no setor cultural no país intensificou-se durante o estado de calamidade pública, requerendo especial atenção dos poderes públicos. “Portanto, é necessária a implementação de ações afirmativas raciais na execução da Lei Aldir Blanc para garantir que artistas negros e negras tenham acesso, com igualdade de oportunidades, às ações emergenciais estabelecidas pela referida lei”. 

 

O MP recomendou ainda que as Secretaria de Cultura e órgãos culturais estabeleçam regras como o fornecimento, por parte dos candidatos cotistas, de fotografia tirada especificamente para os fins previstos no edital, bem como cópia colorida do RG; a concordância do candidato cotista com a divulgação de sua imagem, para fins de controle da veracidade da autodeclaração racial; e que o resultado da seleção, antes de definitivamente homologado, seja amplamente divulgado juntamente com a divulgação das imagens dos cotistas selecionados, viabilizando, assim, eventuais impugnações de autodeclarações falsas, no mesmo prazo previsto para a interposição de recursos contra o resultado. Além disso, devem ser criadas comissões com a função específica de realizar o procedimento de heteroidentificação racial dos candidatos com base em critérios fenotípicos, avaliando o conjunto das características dos candidatos cotistas para validar ou invalidar as autodeclarações raciais impugnadas.