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'É um estelionato que se faz com os alunos', diz Luiz Viana sobre novos cursos de Direito

'É um estelionato que se faz com os alunos', diz Luiz Viana sobre novos cursos de Direito
Foto: Angelino de Jesus / OAB-BA

De 2018 até o último dia 10 de abril deste ano, foram criadas 52 mil novas vagas em faculdades de Direito do país, autorizadas pelo Ministério da Educação. Com isso, o número de vagas foi elevado em 20%, totalizando 313 mil no país. Em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, o MEC fechou o sistema para a abertura de graduações de Direito para formulação de uma nova regulação. Em 2014, a pasta criou regras mais rígidas para autorizar o curso, como exigência de conceito 4 das universidades. Em 2017, as regras foram revistas no governo Temer. Atualmente, o Brasil tem 1,2 milhões de profissionais inscritos nos quadros da OAB.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no início deste ano pediu a suspensão da abertura das vagas, sob o argumento que não é exigido um padrão de qualidade. Ao jornal Folha de São Paulo, o vice-presidente da OAB, Luiz Viana, declarou que o fato “é um estelionato que se faz com os alunos e suas famílias”. Viana ainda disse que a Ordem só deu parecer favorável em dois de 652 pedidos nos últimos anos para autorização ou renovação de graduações. Dos mais de 1,5 mil cursos existentes, a OAB só recomenda 161. Viana ainda questiona a perspectiva profissional dos futuros formados, pois o índice de aprovação no Exame da Ordem, que permite o exercício da advocacia, não passou de 16% na edição mais recente.

 

Na mesma matéria, Rodrigo Capelato, diretor-executivo da entidade das mantenedoras de ensino superior, afirmou que o bloqueio de novos cursos cria uma reserva de mercado para as instituições que já têm autorização. O MEC assegura que as autorizações só são concedidas após atendimento de uma série de condições e que os pareceres da OAB são opinativos. Ainda diz que a qualidade dos cursos é fiscalizada após autorização. O historiador Marco Aurélio Vannuchi, da FGV, afirma que há “relatos de bacharéis subempregados desde o Império”.