Eserval Rocha é acusado de tentar dar golpe em eleições do TJ-BA
Por Cláudia Cardozo
Foto: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias
A menos de um mês das eleições para a mesa diretora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), ainda não há uma definição se os juízes de primeiro grau poderão ou não escolher o presidente da Corte mais antiga da América Latina. Em meio às discussões a propostas de se promover eleições diretas no tribunal e permitir que qualquer desembargador possa se lançar candidato, não restringindo as candidaturas aos cinco mais antigos, pesam graves acusações contra o atual presidente do TJ-BA. Na manhã desta sexta-feira (23), durante a sessão plenária judicante, a decana do tribunal, desembargadora Sílvia Zarif acusou Eserval Rocha de tentar empreender um golpe nas eleições da mesa diretora, que ocorrem no próximo dia 20 de novembro. A acusação de golpe foi endossada pelo corregedor Geral de Justiça, desembargador José Olegário Monção Caldas, visto como um dos candidatos favoritos a presidente no atual sistema de eleição. As acusações foram feitas diante da tentativa de Eserval Rocha colocar em votação a proposta que permite a eleição direta, que não estava prevista na pauta da plenária. Já a proposta que permite que qualquer desembargador possa se candidatar não foi colocada em votação a pedido antecipado dos membros do TJ-BA.
Eserval Rocha | Foto: Divulgação
Silvia Zarif | Foto: Divulgação
Jatahy Fonseca | Foto: Divulgação
Nilson Castelo Branco | Foto: Divulgação
Sentado ao lado da presidente da Comissão de Reforma do Judiciário, desembargadora Cynthia Resende, que deu parecer contrário à proposta de eleição direta, o desembargador Nilson Castelo Branco, frisou que a proposta visa democratizar a eleição da direção do TJ-BA. A desembargadora Regina Helena disse que recebeu a proposta de eleição direta em seu gabinete, assim como a contraproposta da matéria, e por isso, acredita também que todos os desembargadores já teriam uma posição acerca da eleição direta. “Eu vejo nos corredores desse tribunal a discussão acerca do tema e também verifico a urgência em esse tribunal definir como será essa eleição que vai acontecer em breve”, pontuou. O mesmo entendimento foi acompanhado por Lourival Trindade, que julga que a “matéria está por demais madura”, e que deveria ser votada para evitar o clima de “incerteza e confusão”. A postura de Lourival foi vista com estranheza por Silvia Zarif, já que Lourival é conhecido por sua postura garantista, que preza pelo devido processo legal. Em novo pronunciamento, a decana do TJ-BA disse que tem respeito ao cargo de presidente – cargo que um dia ela já ocupou. “Acho que honrei o cargo, assim como o senhor tem honrado até agora. Mas surpreender esse colegiado, trazendo uma questão de tamanha importância, inclusive tirando direito aqueles que estudaram a matéria, que estavam se preparando, que gostariam de aqui se manifestar, sobre a matéria, por escrito, inclusive, defendendo ponto de vista, eu acho que é golpe. É golpe ao colégio eleitoral vigente até a presente data, aos colegas, que estão habilitados pelo regimento atual”, acusou. Ela pediu que o pleno deliberasse a eleição direta seria votada ou não nesta sexta. Eserval disse que não poderia admitir que ela apresentasse uma questão de ordem para cassar as atribuições do presidente do tribunal.
José Edivaldo Rocha Rotondano | Foto: Divulgação
Lidivaldo Britto | Foto: Divulgação