OAB-BA aprova criação do piso salarial ético para jovens advogados
Por Cláudia Cardozo
Proposta é R$ 2 mil para 20h e R$ 3,5 mil para 40h. Fotos: Angelino de Jesus/OAB
O Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) aprovou nesta sexta-feira (13), por maioria de votos, a criação do piso salarial ético para jovens advogados. A discussão sobre a inclusão ou não dos jovens advogados associados no rol dos beneficiados pelo piso salarial ético tomou conta de toda a sessão realizada nesta manhã. Para alguns conselheiros, o advogado associado não pode ser confundido com o advogado contratado como empregado. Como o debate ultrapassou o horário da sessão, ficou definido que os valores do piso salarial e a inclusão ou não dos associados, será definida na próxima sessão, a ser realizada no início do mês de abril. O Pleno do Conselho foi realizado no Sheraton Hotel, com participação do Conselho Consultivo de Jovens Advogados. De acordo com o presidente do Conselho, Luiz Gabriel Neves, a proposta é que o conselho aprove o piso salarial de R$ 2 mil para jornada de trabalho de 20 horas semanais, e de R$ 3,5 mil para 40 horas. No início do ano, o presidente da seccional, Luiz Viana, ao Bahia Notícias, afirmou que a expectativa é que a proposta do piso, que já é estudada pela comissão há mais de um ano, fosse votada na primeira sessão de 2015, que foi realizada em fevereiro. Na ocasião, o Pleno decidiu remarcar a votação para esta sexta, para que os jovens advogados pudessem participar. Entretanto, a divergência sobre a inclusão dos associados e os valores adiou o resultado final da proposição para abril. Ao Bahia Notícias, Luiz Gabriel Neves afirmou que os membros do conselho consultivo têm conversado com os conselheiros seccionais para sensibilizá-los sobre a importância de incluir os associados no piso salarial. “Eu entendo que a OAB, através do Conselho Pleno, terá a sensibilidade de conduzir a votação no sentido do que nós apresentamos. Confio plenamente no conselho, de que vai ter a sensibilidade de aprovar o piso salarial sem deixar de fora o advogado associado. Vai ser decepcionante para mim e para classe de jovens advogados se o associado não for contemplado. Sem a inclusão, o piso salarial será simbólico. Para mim, pessoalmente e institucionalmente, será decepcionante”. Sobre a demora e constantes adiamentos no julgamento da criação do piso salarial, Luiz Gabriel minimizou a situação e disse que isso é uma questão histórica, pois antes o tema era “assunto proibido” na Ordem. “Em outras gestões, nunca foi discutido o piso salarial. Eu me lembro que o ex-presidente da OAB se manifestou contrário ao piso, e eu me senti proibido de falar do assunto dentro da OAB”, afirma Luiz Gabriel, que na época, já integrava a comissão de jovens advogados.