Plenária do TJ-BA aprova turno único de trabalho nas unidades de Justiça de 1º grau
Por Joaquim Castro
Foto: Divulgação / TJ-BA
O Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) aprovou nesta quarta-feira (23), em caráter de implantação imediata, o chamado “turnão” para atendimento nas unidades da Justiça de primeiro grau da Bahia. A mudança trata da implantação do novo horário de trabalho para sete horas ininterruptas nas unidades judiciárias, com período determinado das 8 às 15 horas. A Resolução de Turno Único já tinha sido aprovada por unanimidade em sessão ordinária do Tribunal Pleno em junho de 2013, e precisou ser adiada para que se fossem feitos aperfeiçoamentos. A mudança mantém os horários de funcionamento dos protocolos judiciais e dos serviços de distribuição de 1º e 2º grau no período das 8 às 18 horas, e dos juizados especiais entre 7 e 19 horas, em dois turnos de trabalho de 6 horas ininterruptas. Os servidores efetivos cumprirão jornada de 30 horas semanais em turno ininterrupto de 6 horas, salvo quando a lei estabelecer duração diversa. Já os ocupantes de cargos comissionados e os que exercem funções gratificadas terão jornada de trabalho mínima de 7 horas ininterruptas. A resolução, que tem caráter de implantação imediata, definiu também que as audiências designadas para data posterior ao início de sua vigência serão realizadas nas datas previstas. Apenas em situações excepcionais, devidamente justificadas, será admitido o agendamento de novas datas.
O corregedor-geral José Olegário Caldas avaliou a resolução como uma valorização do trabalho do servidor público. Foto: Nei Pinto/ TJ-BA
Manifestação da Amab em frente ao Fórum Ruy Barbosa nesta quarta-feira (23) (Foto: Amab)
A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) concorda com a resolução que implantou o 'Turnão' no âmbito do Tribunal de Justiça da Bahia. Segundo a presidente da Amab, a juíza Marielza Brandão, esta decisão faz parte da pauta de reivindicações da associação desde o ano de 2013. A Amab realizou na manhã desta quarta-feira (23) uma manifestação em frente ao Fórum Ruy Barbosa com a intenção de reivindicar melhores condições de trabalho para os servidores e magistrados. “Visto as dificuldades que os servidores públicos enfrentam, destacando o número reduzido de trabalhadores para atender à população, essa foi uma decisão acertiva”, disse a juíza. Sobre a manifestação, ela destacou que a intenção é conscientizar a população de que a Amab está em luta de melhores condições de trabalho para os servidores e, conseqüentemente, o benefício para o público que necessita dos serviços da justiça. “A atenção dada por um juiz aos processos é como um atendimento a crianças necessitadas. Quando há muitas crianças necessitando do mesmo atendimento, como é possível selecionar qual necessita mais?”, deu exemplo. “O acúmulo de processos é reflexo da baixa quantidade de servidores e condições de trabalho ideais para que o serviço seja prestado com qualidade, e os juízes estão em luta por essas melhores condições”, concluiu Marielza.