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Entrevista

Justiça Federal na Bahia não deve retomar atividades em julho, diz Fábio Ramiro

Por Cláudia Cardozo

Justiça Federal na Bahia não deve retomar atividades em julho, diz Fábio Ramiro
Foto: Bahia Notícias

O juiz Fábio Ramiro assumiu a direção da Justiça Federal na Bahia no meio da pandemia, em uma cerimônia atípica, realizada por videoconferência.  O magistrado será o responsável pela condução da Justiça Federal nos próximos dois anos e o primeiro desafio é administrar o trabalho à distância e avaliar qual melhor momento para a reabertura das sedes no estado com total segurança.  

 

Durante a Live do BN no Instagram, o diretor da Justiça Federal baiana afirmou que as atividades, durante esses três meses, não foram paralisadas. E que pelo contrário, pelos dados, pode se observar que os magistrados e servidores trabalharam muito mais.  Ramiro afirma que, entre março e junho de 2019, foram proferidas 165 mil decisões judiciais, sentenças, despachos e acórdãos. Já agora em 2020, entre o dia 18 de março e 22 de junho, foram realizados mais de 140 mil atos judiciais. “Não tivemos perdas na produtividade”, destacou. O serviço que ficou prejudicado é relacionado a realização de perícias de ações previdenciárias, pois não há como realizar o procedimento de forma virtual.  

 

Os processos físicos também estão paralisados, sendo julgados os extremamente necessários. Fábio Ramiro chama a atenção para o risco de contaminação com o manuseio dos autos físicos, que é analisado por advogados, por procuradores, peritos e pelo próprio magistrado. Já na área Cível e dos Juizados Especiais, o trabalho tem sido intenso para analisar a expedição de ordens para pagamento de precatórios, julgar ações como a concessão do auxílio-emergencial e para fornecimento de medicamentos. Para atender a população mais carente, que não tem acesso a advogados, a Justiça Federal lançou um serviço de atermação online (veja aqui). 

 

Fábio Ramiro, pessoalmente, acredita que a Justiça Federal baiana não deverá ser reaberta no dia 1º de junho, diante dos dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) sobre os casos de Covid-19 no estado. A preocupação maior é de como será o retorno as sedes, com aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs), revisão dos equipamentos de informática, higienização dos ambientes - já que foi constatado mofo em móveis de algumas unidades por estarem fechadas – diante da restrição orçamentária imposta pela Emenda Constitucional 95 – a do Teto dos Gastos.  Desde 2018, a Justiça Federal atravessa graves restrições orçamentárias que a fizeram reduzir os custos de muitos insumos muito antes da pandemia.  

 

Para o retorno, o diretor tem colhido sugestões de todos os juízes federais baianos para apresentar ao presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), desembargador Ítalo Mendes. “Precisamos de uma solução do TRF que nos acolha em nossas necessidades e que elas sejam observadas”, afirma, analisando a que a situação da Bahia é muito diferente de Minas Gerais e de Pernambuco, por exemplo. Ele também ouviu o sindicato dos servidores, o Ministério Público Federal (MPF) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Tais entidades, conforme afirmou, são majoritariamente contra o retorno das atividades em julho. “Minha preocupação é com a vida. Seja ele servidor, juiz, terceirizado, advogado, uma parte, um perito, que por estar em nossas dependências, adoeça e perca a vida. Eu não me conformaria com isso”, declarou.