Guarda do filho de Marília Mendonça reacende debate sobre planejamento familiar e sucessório
A recente decisão judicial que concedeu a guarda temporária do filho da cantora Marília Mendonça ao pai, o cantor Murilo Huff, trouxe à tona um debate jurídico e emocional: quem decide sobre a guarda de crianças quando eventos inesperados, como o falecimento, ocorrem? Essa questão, que afeta muitas famílias, destaca a importância de um planejamento familiar preventivo, que vai além do aspecto patrimonial e contempla a segurança emocional e jurídica dos menores.
A guarda de filhos podem e devem ser pensada em vida. Embora seja o Judiciário quem toma a decisão final, uma declaração de vontade clara e formalizada pelos pais, por meio de instrumentos como o testamento, pode ter um impacto significativo para assegurar os interesses da criança e evitar disputas judiciais.
Muitos ainda acreditam que o planejamento sucessório trata apenas da distribuição de bens em vida. Contudo, o testamento pode se tornar um grande aliado para situações de guarda e definições sobre vínculos afetivos, como a escolha da pessoa que cuidará do menor em caso de falecimento. A ausência de um planejamento pode expor os filhos a longos processos judiciais e a incertezas no momento em que eles mais precisam de estabilidade e acolhimento.
Quando bem elaborado, o testamento não só organiza o futuro financeiro da família, mas também se transforma em um valioso instrumento de proteção para a família. Planejar não é só pensar no fim, mas proteger o amor e os relacionamentos que construímos ao longo da vida. Essa é uma mensagem clara que o caso de Marília nos deixa.
A decisão temporária que concedeu a guarda do filho ao pai, segundo especialistas, reflete a aplicação do princípio do melhor interesse da criança, que está no centro das decisões judiciais envolvendo menores. Porém, esse é um caso emblemático que evidencia a importância de conversar sobre guarda, vínculos afetivos e planejamento familiar enquanto há tempo. Planejar não é privilégio, é uma responsabilidade com aqueles que amamos. Independentemente do tamanho ou da configuração familiar, cuidar do futuro é um ato que traz segurança a quem fica.
*Dayane Araújo Sobral é especialista em planejamento sucessório e conflitos patrimoniais e familiares
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