Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Entrevistas

Colunistas

Despedida do verão, com pop de Faustão e Retro80, agita a sexta-feira da Green House

Despedida do verão, com pop de Faustão e Retro80, agita a sexta-feira da Green House
Foto: Divulgação
As últimas sextas-feiras de verão estão sendo aproveitadas até o último minuto por baianos e turistas. Pensando nisso, a The Green House programou duas festas que prometem agitar o fim de semana do Rio Vermelho. 

Professor da Uneb lança livro didático sobre indígenas da Bahia na Independência

Professor da Uneb lança livro didático sobre indígenas da Bahia na Independência
Foto: Arquivo Pessoal
Os maiores símbolos da independência na Bahia são as figuras do caboclo e da cabocla. Eles estão presentes no desfile do 2 de julho, no Monumento da Praça do Campo Grande e no Chafariz do Largo dos Aflitos. Os adereços, as vestimentas, as armas e os traços fisionômicos não deixam dúvidas: essas figuras são indígenas. E embora estejam presentes na memória da Independência na Bahia, sabe-se muito pouco sobre a história da sua participação na luta pela emancipação do Brasil.

Podcast Pagode por Elas estreia 2ª temporada com personalidades e profissionais da música

Podcast Pagode por Elas estreia 2ª temporada com personalidades e profissionais da música
Foto: Beatriz de Paula
A segunda temporada do podcast Pagode por Elas, projeto que integra a plataforma de mesmo nome que conta com conteúdos especializados nas mulheres do pagode baiano, contará com convidados especiais para dar continuidade ao debate que fomenta a nova década da música. Em formato de videocast, as hosts Joyce Melo e Beatriz Almeida, co-fundadoras da Pagode Por Elas, recebem personalidades da música e profissionais do mercado fonográfico para debater caminhos de inclusão das mulheres na indústria musical.

Entrevistas

Viúva de Zelito, Telma Miranda celebra homenagens e cita saudade: “É um segundo luto”
Foto: Acervo Pessoal

A perda do “Rei do Forró Temperado” Zelito Miranda deixou os corações nordestinos mais tristes em agosto do ano passado. Neste ano, o São João da Bahia homenageia o forrozeiro que tanto contribuiu para a cultura e inovação dos festejos juninos do Nordeste. 

 

Se aos fãs Zelito dedicou 35 anos de sua arte, a Telma Miranda, sua esposa, foram 43 anos de companheirismo e amor, que resultaram em duas filhas, Clarisse e Luiza Miranda, e no tradicional projeto “Forró no Parque”. 

 

Em conversa com o Bahia Notícias, Telma Miranda contou os bastidores da homenagem oferecida ao artista. Em março deste ano,  o diretor da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), Diogo Medrado, anunciou a novidade para Telma. 

 

“No mês de março, logo após o Carnaval, Diogo Medrado me ligou e me convidou pra ir lá na pra me comunicar, pra falar que a ideia do governo era fazer essa grande e linda homenagem a Zelito Miranda”.

 

Telma também desabafou sobre como a família está depois de quase um ano sem o forrozeiro e revelou o futuro do projeto Forró no Parque, comandado por Zelito durante 13 anos, no Parque da Cidade. 

 

“Um vazio enorme (…) Tudo lembra Zelito dentro de casa. Esse São João está sendo um segundo luto, tão forte e tão presente a lembrança dele, e ao mesmo tempo cheio de alegria”.  

 

Confira a entrevista completa:

 

Zelito sempre esteve atento à importância de valorizar o São João da Bahia além do Nordeste. Você acha que isso influenciou a homenagem?

Zelito sempre foi a pessoa que esteve à frente do São João da Bahia, lá no início quando ainda não se fazia São João no formato do governo da Bahia apoiar o São João, Zelito foi a pessoa que pensou nisso e apresentou o projeto para que fosse feito um São João no formato do pacote turístico que trouxesse pessoas pra Bahia. Foi ele que levou o projeto e a ideia, a partir desse momento ele sempre esteve à frente junto à Secretaria de Turismo tanto para o Brasil todo, inclusive para fora do Brasil pra vender o nosso com o produto turístico. Com isso Zelito Miranda como forrozeiro sempre foi cada vez mais forte. Esse ano infelizmente Zelito não está com a gente, não está participando desse São João. 

 

Como você recebeu a novidade de que Zelito seria o grande homenageado deste São João?

No mês de março, logo após o Carnaval, Diogo Medrado me ligou e me convidou pra ir lá na Sufotur pra me comunicar, pra falar que a ideia do governo era fazer essa grande e linda homenagem a Zelito Miranda. Eu fiquei muito emocionada naquele momento ali em frente a Diogo e ele falando em nome do governador, em nome dele… foi muito emocionante pra mim e pra minha família ficamos muito felizes. 

 

Como foi a reunião com a Sufotur?

Eu sempre fui a empresária de Zelito, além de ser esposa por 43 anos, eu sempre lidei com a antiga Bahiatursa, era eu que sempre estava organizando o show de Zelito. Então eles me chamaram para compartilhar essa ideia e saber em que formato eu gostaria que fosse feita essa homenagem. Achei muito lindo e respeitoso da parte deles.  

 

Zelito sempre defendeu a priorização de artistas locais de forró durante o São João. Isso foi acertado na reunião? 

A grade de artistas não, porque é uma coisa maior. Diogo sabia do pensamento de Zelito e o palco que vai ter o nome ‘Zelito Miranda’ vai receber os cantores mais ligados à linha de Zelito, ao forró mais tradicional.

 

Quanto ao projeto Forró no Parque, existem planos para dar continuidade?

Esse ano eu fiz o Forro no Parque em tributo a Zelito Mirando, convidei Del Feliz para ser o anfitrião, foram três edições em março, abril e maio com muito sucesso, todo mundo indo homenagear Zé. Pretendo dar continuidade, fazer o ano que vem e sempre, porque Zelito adorava o Forró no Parque. Tenho certeza de que onde ele está, está feliz com essa continuidade.

 

A ideia do Forró no Parque foi sua, não foi?

Criei junto com ele mas tive a ideia ‘Zé, vamos fazer o forro ali no Parque da Cidade,  domingo, 11 horas manhã?’ E ele: ‘Você é maluca, não vai dar certo' (risos). Naquela época o Parque era meio abandonado e pensei em fazer de manhã para ser seguro para as pessoas irem e foi um sucesso desde a primeira edição lá em 2010.

 

Para além das homenagens públicas do legado de Zelito Miranda, como a família lembra de Zelito dentro de casa? 

Um vazio. Um vazio enorme. Agora só moramos eu e minha filha mais nova. Zelito e eu tivemos duas filhas, Luiza e Clarisse, Clarisse é a mais velha, que teve bebê, que coincidentemente nasceu no dia 30 de agosto, mesmo dia do aniversário de Zelito. Isso foi muito significativo para a gente aqui de casa porque o dia 30 de agosto seria um dia triste, sem comemoração, mas agora a gente vai comemorar do jeito que ele gosta, com alegria. A casa grande virou um vazio muito grande, tudo lembra Zelito aqui dentro de casa. A gente escuta o som dele, lembra dele tocando violão, assistindo televisão, gostava de novela, de ir ao supermercado… eu tive que aprender a fazer as compras da casa.

 

Como está sendo para você essa época sem Zelito?

Ele era muito presente, amoroso, apaixonado pelas filhas, muito carinhoso comigo. Esse São João está sendo um segundo luto…passar por isso de novo. Tão forte, tão presente a lembrança dele. E ao mesmo tempo cheio de alegria, porque é muito importante ver Zelito na rua, ver outdoor, ver as homenagens na televisão, receber sua ligação. Isso abala muito a gente positivamente. Saudade enorme, mas a gente fica feliz sabendo o quão ele foi importante para essa memória do forró, para que o forró siga presente. 

 

A ausência de Zelito mudou todo seu cotidiano nesse período junino?

E um grande vazio eu não estar hoje como fui ano passado ao BN com ele, divulgando o São João. Hoje, Zelito já estaria na estrada viajando, fazendo shows, na correria. Enquanto ele não acabava o último show e chegava no hotel, eu ficava acordada conversando com ele, com a equipe… ocupava muito meu tempo. E esse ano eu estou aqui, em casa, sentada, fazendo outras coisas. Uma falta enorme. Não é um vazio só físico, e emocional, não consigo mensurar o que a gente está sentindo.

Compositor de Gusttavo Lima, Léo Santana e Claudia Leitte, Brenno Casagrande aposta que pode "chegar mais longe"
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

O baiano Brenno Casagrande, de 28 anos de idade, traz consigo um currículo recheado de hits nacionais interpretados por artistas que vão de Gusttavo Lima, Luan Santana, Léo Santana, Claudia Leitte até Pedro Sampaio.

 

 

Desta vez, o Brenno compositor arrisca interpretar suas letras e lança sua carreira musical apostando no single "Passarinho", canção inspirada numa “uma relação pequena mas muito bonita”. 

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, o artista compartilhou suas impressões e confessou que não cantaria metade das músicas que já compôs. Brenno também revelou seus anseios ao ter como inspiração seu pai, o compositor Paulo Jorge, autor de um dos maiores hits da música baiana: “Vai sacudir, vai abalar”.


“Em quantidade já tenho até mais que ele, só que eu não sei se minhas músicas farão sucesso daqui a 30 anos, como a dele faz”, conta.


Breno também revelou qual seu gênero musical preferido, artista favorito e bastidores das composições que já fez. Confira a entrevista completa. 

 

 


Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

 

O que faz um compositor querer interpretar suas letras?

Na verdade, a minha composição se deu totalmente como um atalho para minha voz. Eu pensava: “Como vou ser cantor, se eu não criar uma música?” E agora eu decidi que existe essa possibilidade de cantar minhas próprias músicas e fazer sucesso com elas. 

 

E por que o você não deu voz às músicas que já presumiam sucesso?

O artista Brenno é diferente do compositor Brenno. O compositor Brenno não tem gênero, não tem preferência musical. Eu escrevo de tudo. Tenho músicas com Léo [Santana], Luan [Santana], Gusttavo [Lima] e a maioria das músicas que eu escrevo para o mercado, eu não cantaria enquanto artista. 

 

Por quê?

Não que elas não sejam legais, mas elas não conversam com o universo que eu escolhi cantar. E os artistas já têm o holofote, gravam e fazem sucesso com essa música que talvez o compositor não fizesse o mesmo sucesso por causa do alcance. 

 

Muitos compositores reclamam de problemas com interferência nas composições, direitos autorais… Você já passou por isso?

Já passei por essas situações, mas consegui resolver de uma maneira tranquila. As coisas são resolvidas no diálogo, alguns artistas realmente cometem essa falha, mas às vezes essas falhas vêm da produtora, da gravadora e não do próprio cantor. 

 

Se pai é compositor de um dos maiores sucessos do axé music, você sente pressão com comparação?

Já senti (risos). Eu tenho muitas músicas de sucesso, em quantidade já tenho até mais que ele. Só que eu não sei se minhas músicas farão sucesso daqui a 30 anos, como a dele faz. “Vai sacudir, vai abalar” é um hino do Carnaval, e mais outras músicas que atravessaram décadas. É uma baita herança que meu pai deixou pra gente (risos). Espero que aconteça com as minhas músicas.

 

   
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

 

Você tá lançando Passarinho. Qual a história da música?

Comecei essa música em outubro de 2019, fiz o refrão dela e postei no Instagram, aí Felipe Pezzoni mandou mensagem perguntando se já estava pronta, eu terminei a música na hora e mandei pra ele. Aí veio a pandemia e ele acabou não gravando. Quando foi ano passado, eu lembrei dessa música, finalizei ela e postei no meu Instagram. Luan Santana, Gabriel Elias e Vitão comentaram. Eu pensei: ‘tem algum mistério nessa música’ (risos). E é uma composição muito especial para mim. 

 

Do que fala a música?

Foi um amor que eu tive, uma relação pequena mas muito bonita que eu vivi. E como essa pessoa foi para longe, voou, eu decidi colocar o nome de Passarinho. Mas foi uma história feliz, não teve final mas foi feliz.     

 

Suas músicas se dividem muito entre o sertanejo, o axé, o pagode… Qual seu gênero favorito?

O sertanejo (risos). No sertanejo eu consigo colocar um pouco do que eu sou como cantor, me permite uma letra mais poética. Os outros gêneros é mais balanço, mais festa, mais dança, não dá para colocar uma poesia mais rebuscada e como eu gosto dessas letras bonitinhas, o sertanejo me deixa mais à vontade nesse quesito. 

 

Além desse lançamento, quais são suas perspectivas para o futuro?

Quero lançar três singles, uma marca para uma festa e deixar que o universo traga o que tem que acontecer, porque no final das contas o universo é sábio, ele dá o que a gente precisa, nos oferece as portas que a gente precisa entrar. Fazer muita música, fazer as pessoas felizes com meu som e mostrar o Brenno cantor, que eu acho que pode chegar mais longe que o compositor (risos). 

 

Algum artista em vista para futuras parcerias?

Como cantor quero muito gravar com Jau, sou muito fã. Tive na casa dele, a gente trocou uma ideia legal sobre esse possível feat, inclusive Jau foi o primeiro artista a gravar uma composição minha [Fronteira do Impossível]. O som dele me inspira muito, é meu artista favorito.

 

E o Brenno compositor?

Agora vai ter um lançamento do Felipe Amorim, a gente entrou com algumas músicas no DVD do Luan Santana, tem Zé Vaqueiro, Xand Avião, Claudia Leitte, Kart Love, Thiago Aquino, muita gente.

De motivo de chacota a fenômeno do arrocha, Aldiran detalha o Unha Pintada e sua trajetória
Foto: Divulgação

Nascido no Povoado Barroca, zona rural do município de Simão Dias, em Aracajú (SE), Aldiran nunca imaginou que sua atitude de pintar as unhas ia no futuro se tornar o nome de uma das maiores bandas de arrocha do Nordeste. 

 

Se hoje a manicure masculina ainda é uma polêmica na sociedade, no interior do estado de Sergipe, anos atrás, Aldiran lembra do espanto de quem o encontrava, mas diz que sempre lidou bem com as reações. 

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, o cantor também revelou sobre o difícil momento que viveu quando precisou realizar uma hemodiálise em 2021 devido a problemas renais e precisou cancelar os shows no São João de 2022.

 

Aldiran também revelou os bastidores do projeto “Unha Prime”, que reúne artistas do arrocha de todo território nacional. Confira: 

 

Você sempre comenta sobre a origem do nome da banda. Neste ano, muitos artistas foram alvo de críticas por usar a unha pintada e você já usa as suas há muitos anos. Como foi para você naquela época? 

Tenho toda certeza que o Unha Pintada é um projeto de Deus. Antes mesmo de fundar [a banda], na época do colégio eu já pintava as unhas. Nunca consigo decorar se era Cristian ou era Ralf. Era um dos dois que pintava a unha do dedo mindinho. E eu resolvi extravasar, extrapolar, pintar tudo. Pintava até as unhas dos pés. 

 

E qual foi a reação dos colegas?

No colégio foi motivo de chacota. Já era conhecido na roça como "Doidinho".  Depois resolvi cantar, começar um projeto. Cantava no grupo dos outros e tentava bolar um nome para montar o meu próprio grupo. Só que no colégio eu já era conhecido como unha pintada, todo mundo esqueceu meu nome de batismo, que é Aldiran. [Pensei] “Eu vou cantar para os meus amigos, então eu vou deixar como eu sou mais conhecido”. No início foi muita curiosidade, muita chacota, muito preconceito. Mas graças a Deus foi devido a essa curiosidade que gerou perante a comunidade, perante a minha cidade, que eu fui ficando conhecido.

 

Qual foi a sua reação ao perceber que os homens que vão para os seus shows pintam as unhas?

"Essa loucura, esse algo bizarro se tornou popular. Todo mundo que ia para o show de Unha Pintada queria se parecer comigo, deixava uma barbinha, colocava um boné… antes eu usava chapéu e bota de vaqueiro e a galera também ia caracterizada e a onda da unha pintada foi pegando. E eu fico muito alegre que isso foi se popularizando e hoje, graças a Deus, é praticamente normal um homem com a unha pintada. 

 

Quando você percebeu que o Unha Pintada era um sucesso?

E se eu te disser que ainda não percebi? A galera pede pra eu cantar, eu coloco no repertório e aí galera adere a minha interpretação. Tem algumas músicas do próprio Luan Santana que eu interpreto, que a galera pensa que a música é minha e o CD pipoca, estoura. E eu fico muito feliz com esse carinho do público.

 

Como funciona esse contato com os artistas para regravar as músicas? 

Geralmente quando eu gravo as músicas eu sempre procuro falar o nome dos donos. “Sucesso de fulano de tal”, eu sempre procuro dizer de quem é. Porque geralmente gera um pouco de ciúme em determinada região se a música chegar na minha voz, o artista dono da música vai sentir um pouco enciumado. Aí é necessário que fale. Também ter essa parceria com outros artistas para que a gente possa se fortalecer cada vez mais. 

 

Você passou por um período muito complicado esse ano, entre abril e junho, e precisou até cancelar alguns shows no período junino. O que aconteceu?

Eu peguei uma jornada de shows muito grande e peguei algumas regiões da Bahia aqui frias pra caramba, principalmente na divisa de Minas. Peguei uma gripe muito forte e fui insistindo nessa gripe e cumprindo os shows. Mas chega uma hora que o físico não aguenta. Eu fiquei bem ruim mesmo, muita dor de cabeça, tava tossindo muito, a garganta já tava praticamente retalhada e eu tive que cancelar alguns shows pra poder recuperar um pouco. 

 

Algumas pessoas se preocuparam por causa do susto com o problema renal do ano passado. Então não teve relação?

Foi só uma gripe, eu estava tossindo muito e a garganta inflamou. Como cantor trabalha com a garganta, o meu instrumento de trabalho estava defasado. Eu tive que cancelar alguns shows para poder retornar na semana seguinte. 

 

Falando sobre o Unha Prime, como surgiu a ideia de fazer uma festa que reúne apenas artistas de arrocha? 

Na verdade, a gente procura fortalecer o estilo. Acho que isso deveria ser uma prioridade de quem faz o estilo do arrocha. Eu sou sergipano, mas o arrocha é da Bahia, surgiu aqui, tudo começou aqui. Então eu procuro sempre em minhas parcerias estar fortalecendo o estilo para que a gente possa abranger o Brasil inteiro, popularizar ainda mais. Muita gente ainda precisa conhecer e reconhecer o ritmo arrocha. Então eu procuro fortalecer isso. Seja nos eventos, seja nas entrevistas, mas sempre fortalecer o estilo. Eu canto a arrocha, eu sou arrocheiro!

'Ó Paí Ó 2': Vinícius Nascimento comemora sequência do filme e relembra cena de morte

Por Antônia Fernanda / Erem Carla

'Ó Paí Ó 2': Vinícius Nascimento comemora sequência do filme e relembra cena de morte
Foto: Paulo Victor / Bahia Notícias

Soteropolitano da gema, nascido e criado no Pelourinho, o ator Vinícius Nascimento está novamente usando as ruas do centro histórico da cidade para mais um trabalho que, sem dúvidas, será um dos mais importantes de sua carreira. Aos 24 anos de idade, o jovem está entre os atores que participarão do filme ‘Ó Paí Ó 2’, dirigido pela cineasta e roteirista baiana Viviane Ferreira. 

Apesar da pouca idade, o baiano possui uma bagagem profissional vasta e participação em grandes obras nacionais, como o filme "Entre Irmãs (2017)", o curta-metragem "Doido Lelé (2009)", o filme "À Beira do Caminho (2012)" e "Ó Paí Ó (2007)". Neste último, Vinícius deu vida a "Cosme", seu primeiro trabalho como ator, aos 7 anos de idade. 

"Eu olho minha vida de antigamente, eu olho para hoje, e sou muito grato por tudo que aconteceu. Agradeço a Deus, aos Orixás pelo que fizeram na minha vida. Nesses 17 anos de carreira eu não fiz nada sozinho, lógico. Todas as pessoas que passaram na minha vida foram importantes de certa forma", diz, ao refletir sobre sua carreira.

Durante entrevista para o Bahia Notícias, o ator falou sobre os seus trabalhos profissionais, rotina durante as gravações, desafios e a importância do filme 'Ó Paí Ó' para o centro histórico da capital baiana. 

"Eu fui em um evento e uma mulher de Fortaleza me falou: 'Poxa, eu quis conhecer Salvador porque eu assisti Ó Paí Ó'. Então, sim, depois do filme o turismo foi um pouco mais movimentado. Tem gente que olha pra mim e fala: 'Poxa, eu assisti o filme, fui visitar o Pelourinho e pensei que o elenco ia estar por lá'. Mas isso é bom, porque a história foi contada do jeito certo. O filme retrata bem um pouco da história que aquele lugar trazia", comenta Vinícius.

 

O roteiro de 'Ó paí Ó 2' foi escrito por Elísio Lopes Jr, Daniel Arcade, Igor Verde e Viviane Ferreira com colaboração de Luciana Souza, Bando de Teatro Olodum e Rafael Primot, e pesquisa de Dodô Azevedo. 


Confira entrevista completa:

Você começou sua carreira de ator muito cedo, desde os 7 anos de idade, e aos 9 anos já ganhou um prêmio... Como foi ser premiado como "Melhor Ator'' no curta-metragem "Doido Lelé (2009)"?
Eu vim degustar do que é ser um ator premiado depois de muito tempo após o prêmio. Depois, quando eu tinha uns 16 ou 17 anos, porque quando eu estava na juventude, quando eu era criança, para mim estava tudo certo, não estava fazendo tanta diferença enquanto pessoa, enquanto ator, porque eu não tinha medido a dimensão daquilo ainda. Então, hoje, quando eu olho para tudo que passou... Eu tive a sorte de ser escolhido pelo universo para estar passando por certas coisas. Hoje eu sou feliz e grato pelas coisas que aconteceram na minha vida. Esse prêmio veio para que eu me valorizasse enquanto ator e as pessoas também entendessem que é possível pessoas pretas, de Salvador, de comunidade, passarem por coisas que eu passei.


Foto: Divulgação I Curta ‘Doido Lelé'


Você acredita que isso -  prêmios de 'Melhor Ator', no 4º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino e 'Melhor ator Coadjuvante', no Cine PE - refletiu positivamente em toda a sua carreira como ator? Abriu portas para você?

Abriu portas, sendo bem sincero. Eu sou muito grato a esse (‘Melhor Ator Coadjuvante’, pelo filme ‘À Beira do Caminho', de 2012) prêmio específico, porque isso é oriundo de um trabalho de equipe. Nós atores não trabalhamos só, não fazemos um filme sozinhos. Por trás das câmeras tem dezenas de profissionais para cada setor daquele set. Então, se resultou no processo final eu ter ganhado um prêmio como melhor ator coadjuvante, foi porque eu bati bola com o João Miguel, Dira Paes, com Ângelo... Com certeza eu tive uma boa direção com o próprio Breno Silveira, que pra mim foi uma pessoa essencial na minha carreira, me deu diversas oportunidades, me dirigia de uma forma muito sábia.

"Á Beira do Caminho" é minha vida. Foi um prêmio que quando eu soube que fui indicado e ganhei, eu já tinha maturidade. (...) Hoje, eu entendo que foi algo muito importante para mim e sou grato a Breno, porque foi um cara muito importante na minha vida. Hoje ele não está mais entre nós. Mas só em eu ter degustado com sabedoria todos os momentos que eu vivi próximo a ele e que resultou em uma premiação como essa, por exemplo, eu sou um cara muito feliz por isso. 


Filme ‘À Beira do Caminho’ | Foto: Divulgação



Como foi participar de um dos maiores filmes do país, "Ó Paí Ó", e ser um dos atores de destaque?

Quando eu fui descoberto para fazer parte do elenco do filme, eu estava brincando na rua mesmo, literalmente como uma criança qualquer do Centro Histórico. Eu fui nascido e criado no Pelourinho. Eu gosto muito de fortificar isso. Ali é uma comunidade, as pessoas são unidas e acontece de tudo como um bairro qualquer. (...) Eu estava brincando na rua quando a Monique Gardenberg (diretora da obra) passou e me viu descendo as escadarias (da Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo). Isso virou até cena do filme. Eu descia com o meu irmão. Ela passou, viu aquela cena e me pediu para descer de novo. Foi falar com minha mãe, me convidou para fazer o filme e aí ela 'desembolou' com minha mãe. Eu lembro que um ou dois dias depois eu já estava com o elenco fazendo leitura de roteiro, pessoas que eu via na televisão eu estava vendo pessoalmente… Eu estava levando muita coisa na brincadeira. As pessoas conduziram do jeito certo. 

Como foi depois que você viu o resultado de 'Ó Paí Ó', a galera abraçando, o seu primeiro filme ser um dos maiores sucessos do cinema brasileiro? 

A minha mãe foi muito importante para mim neste processo. Em muitos momentos eu era conhecido na rua, eu fui famoso naquela época, meu rosto ficou marcado em muitos lugares, o filme bombou demais, estouro de bilheteria... O carro ia me buscar na escola para eu gravar, eu parava a escola. Quando eu voltei, voltei dando autógrafo no caderno da galera. Mas com medo de me corromper pela fama precoce. Eu tive muito puxão de orelha da minha mãe para que isso não subisse para minha cabeça.

Depois do sucesso do filme ‘Ó paí Ó’ você acredita que houve uma mudança na visão que a galera tinha de Salvador, e (o sucesso do filme) abriu portas para os artistas do Pelourinho?
Eu considero o Pelourinho o principal cartão postal de Salvador. Se você vier em Salvador e não for no Pelourinho, você veio em Salvador errado. 

Eu fui em um evento e uma mulher de Fortaleza me falou: 'Poxa, eu quis conhecer Salvador porque eu assisti 'Ó Paí Ó'. Então, sim, depois do filme o turismo foi um pouco mais movimentado. Tem gente que olha pra mim e fala: 'Poxa, eu assisti o filme, fui visitar o Pelourinho e pensei que o elenco ia estar por lá'. Mas isso é bom, porque a história foi contada do jeito certo. O filme retrata bem um pouco da história que aquele lugar trazia.

 

Do início da história até o fim eu posso bater na mesa e afirmar que muitas coisas que passaram no filme de fato acontecem no Pelourinho. Até a cena final, que é muito triste. 

 

Você reencontrou o elenco para gravar a sequência do filme... Como é o clima, os bastidores?

Eu tenho postado parte dos bastidores em meu Instagram e as pessoas têm pedido mais a toda hora. Eu não sou um cara de internet, eu sou muito off para essas coisas, mas eu estou me fazendo presente agora. Peço desculpas às pessoas, mas eu tento. 

As pessoas têm acompanhado, tem sido um processo muito gostoso como sempre. Aquele elenco é muito unido, tem um entrosamento, acho que a gente tem muita coisa para mostrar.
 


Foto: Reprodução/Instagram

 

Qual foi a sua reação quando surgiu o convite para fazer a sequência?

Esse namoro é antigo, da volta deste filme. O filme estava para voltar desde muito tempo, o namoro, as propostas, as possibilidades de volta são existentes desde 2019. 

Quando nós soubemos de fato que tinha algo sendo preparado, ficamos muito felizes. Eu fiquei em êxtase. Para mim, é algo muito rico tanto como artista, quanto pessoa, quanto morador do Pelourinho também. Estamos usando o Pelourinho como cenário principal para fazer as gravações e isso acaba mexendo com a imagem do lugar e, para mim, isso é bom. Mexe com as pessoas, mexe com o mercado, com o turismo. Cada um vai se beneficiando de certa forma. 


Me fale sobre o seu lado dublador. A preparação é a mesma, a dificuldade é maior?

Quando eu recebi o convite para dublar 'A Era do Gelo' foi algo muito... Deu aquela agonia por dentro, porque eu não sabia como funcionava o processo. Eu sempre tinha participado de processos audiovisuais com câmeras, estava envolvido em set, e eu não sabia como é que seria no processo de dublagem, ainda mais de um projeto tão grande. Eu fui com medo. A gente foi fazendo, achei bem tranquilo, inicialmente falando. Mas dublar é algo bem mais complicado que para atuar. É algo mais preciso, embora a gente esteja atuando de certa forma. 

Agradeço muito a experiência, faria de novo tranquilamente, eu acho (risos). Mas admiro muito os profissionais da área, porque dublar não é brincadeira, não. 

Como foram as gravações para a 2ª Temporada de Dom, série original Amazon em língua não-inglesa mais assistida ao redor do mundo?
Foi minha primeira experiência fora do país como ator. Eu contracenei com pessoas falando outras línguas. Pra mim, foi algo muito grandioso, muito rico enquanto artista. Quando eu recebi a notícia de aprovação, eu fiquei muito feliz. (...) Eu estudei muito o personagem. 

A gente que está ali no dia a dia do Pelourinho lida com muitos turistas. Vem gente de todos os lugares do mundo. Tem gente ali no Pelourinho que você não dá nada, mas fala não sei quantos idiomas, porque ele está ali no centro de Salvador.

Você já viveu algo nas gravações e depois teve que usar a experiência no dia a dia?
Na vida diária da nossa espiritualidade a gente acaba mexendo com alguns tipos de energias. Quando eu vivi o processo de 'Entre Irmãs', meu personagem era filho de um açougueiro que foi assassinado. Ele era o cangaceiro mais jovem, o mais novo do bando de Carcará, e manjava das facas, de cortar bichos, de caçar e usar o alimento para alimentar o seu bando. Então, isso na minha vida diária, junto a minha religião (Candomblé), foi importante por essa troca de energia com a natureza. Foi uma forma de associar um laboratório que eu fiz com a minha vida. 


Foto: Divulgação I Filme ‘Entre Irmãs’


 


Foto: Divulgação I 'Entre Irmãs'

 

Se você não fosse ator, o que você estaria fazendo agora? 
Para ser bem sincero, eu olho minha vida de antigamente, eu olho para hoje, e eu sou muito grato por tudo que aconteceu. Agradeço a Deus, aos Orixás, pelo que fez na minha vida. Nesses 17 anos de carreira eu não fiz nada sozinho, lógico. Todas as pessoas que passaram na minha vida foram importantes de certa forma.

Dan Miranda explica 'nova fase' do Ara Ketu: 'Precisa estar sempre evoluindo' 
Foto: Divulgação

Com 42 anos de existência, o Ara Ketu, quando toca, continua deixando todo mundo pulando que nem pipoca. Prestes a completar cinco anos comandando os vocais da banda, Dan Miranda conversou com o Bahia Notícias sobre a evolução musical e a renovação que o grupo está apostando.

 

“Na verdade é uma fase que eu posso até usar o termo ‘Tecnológica do Ara Ketu’, porque é uma banda que tem 42 anos, mas independente da idade cronológica precisa estar sempre evoluindo”.

 

Apostando em parcerias musicais com artistas de brega funk e sertanejo, como ‘Onda do Amor’, nova música de trabalho com Gabi Martins, Dan ainda explicou por que não enxerga os novos ritmos como ameaça a gêneros tradicionais como o axé music. 

 

“Eu tenho uma opinião diferente de algumas pessoas, alguns colegas inclusive acham que eu deveria ser mais radical”. 

 

Durante o papo, o vocalista da Ara Ketu também falou sobre tendências musicais na internet, coreografias, novas parcerias e música para o Carnaval 2023. 

 

Confira a entrevista completa: 

 

Vamos começar falando um pouco desse lançamento com Gabi Martins. Como foi que aconteceu o contato entre vocês?

Na verdade já tínhamos conversado no Ara Ketu e estávamos convidando algumas pessoas para fazer participações [nas lives] durante a pandemia. O primeiro foi Ávine Vinny e depois demos uma estagnada no processo por causa da pandemia, passamos a lançar outras coisas do Ara Ketu, fizemos releituras, mas sempre com essa vontade de fazer os feats. Surgiu essa música através de Adson Santana, nosso diretor musical, e a ideia de chamar Gabi foi de Cristiano e Kadu. Foi uma grata surpresa ela ter aceitado o convite porque ela disse que também tinha vontade de gravar com o Ara Ketu. 

 

Vocês reforçam que essa música marca uma nova fase da Ara Ketu, que fase é essa?

Na verdade é uma fase que eu posso até usar o termo ‘Tecnológica do Ara Ketu’ porque é uma banda que tem 42 anos, mas independente da idade cronológica precisa estar sempre evoluindo. Hoje a gente usa muito essa questão tecnológica musical, o mundo todo usa, e o Ara Ketu, embora com 42 anos, está participando dessa evolução tecnológica musical. Então para gente é um prazer também ter a participação de uma cantora de sertanejo com todos esses aparatos que a gente já queria usar, hoje tem espaço para usar e estamos usando.

 

Você completa cinco anos à frente de Ara Ketu em dezembro, o que você sentiu mudar na banda com o passar desses anos?

Uma das grandes mudanças do Ara Ketu é justamente a gente está tentando colocar uma cara mais nova na banda, mas preservando também o antigo. Acho que hoje é a grande mudança do Ara Ketu. O Ara Ketu tem participações em alguns discos antigos com artistas da música popular mas não tinha com artistas sertanejos, hoje já tem e com certeza virão mais novidades com outros artistas também. 

 

Muito se discute que a chegada desses novos ritmos às vezes fazem com que as bandas mais tradicionais, como as bandas de axé, percam espaço em grandes eventos, como o Carnaval por exemplo. Você enxerga esse conflito?

Eu tenho uma opinião diferente de algumas pessoas, alguns colegas inclusive acham que eu deveria ser mais radical, mas eu acho que toda e qualquer manifestação de cultura, principalmente a musical, é bem vinda. Acho que tudo é cíclico, as gerações estão aí para consumir o que eles gostam e cabe a gente que proporciona para eles [público] enquanto produto, produzir uma coisa que eles também consumam. Então por que não ter essa mistura de ritmos, de colegas de outros segmentos musicais para somar junto com a gente? O Ara Ketu continua mantendo a essência mas a gente faz algumas músicas modernas na batida da gente e eu acho que não tem porque não fazer. Isso só enriquece a nossa música e a nossa história enquanto banda. 

 

Como você disse, são 42 anos de Ara Ketu e a banda vem se mantendo com o passar dos anos. Como é feito o trabalho de manutenção e conquista de novos públicos?

Estamos passando por essa manutenção agora e está dando certo. Modernizando algumas coisas e preservando o que já tinha no Ara Ketu que é pegar uma história gigantesca com muitos sucessos, uma história já antiga e dá uma cara nova, mantendo e preservando o que a gente já encontrou. Usando percussão nova, um pouco de percussão eletrônica, arranjos mais modernos, mas não deixando de preservar o que a gente já encontrou. 

 

Entre essas coisas mais modernas, existe uma forte pressão das músicas virem acompanhadas de coreografias. Como a banda trabalha isso?

Inclusive nessa música com Gabi tem uma coreografia simples que nós fazemos, que embora simples, é muito legal. Isso é super importante, hoje existe essa necessidade do mercado de ter uma coreografia, fazer uma dancinha, uma brincadeira… e a gente tá seguindo também esse caminho.

 

O Ara Ketu já misturou brega funk, forró, sertanejo… qual outro ritmo a gente pode esperar na mistura com o Ara?

Podem esperar vários (risos). A gente tá pensando algumas parcerias super interessantes, que ainda são segredo (risos), mas a gente vai anunciar em breve. Vai ter muita novidade boa, uma música já para o Carnaval que vai ter uma dancinha também que com certeza vai ficar na cabeça da galera. 

 

E como está essa preparação do Ara Ketu para o Carnaval de 2023?

Estou malhando e dormindo um pouco mais, porque esse ano o Carnaval promete. O Ara Ketu é uma banda que toca muito fora de Salvador, fora da Bahia e por onde nós passamos no Brasil inteiro é todo mundo falando que vem para o Carnaval de Salvador. Existe uma demanda reprimida por causa da pandemia, desse processo de dois anos que todos nós passamos em casa sem poder fazer festa, sem poder aglomerar e eu tenho certeza que vai ser um Carnaval espetacular para todo mundo. 

Tatau inicia nova fase e reflete sobre o axé: 'Precisa suar a camisa para ressurgir'

Por Antônia Fernanda / Erem Carla

Tatau inicia nova fase e reflete sobre o axé: 'Precisa suar a camisa para ressurgir'
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

Com quase quatro décadas de carreira, o cantor e compositor Tatau aposta no samba para nacionalizar e marcar o início de uma nova fase profissional. Seu mais recente lançamento é a música "Brincante", um dueto com Péricles. Segundo o baiano, a canção se aproxima aos sucessos da nova geração, protagonizada por artistas como os cantores Dilsinho e Ferrugem.


Em entrevista ao Bahia Notícias, Tatau falou com entusiasmo sobre o novo projeto, relembrou a "treta" com Ivete Sangalo e refletiu sobre os quase 40 anos de carreira. De bônus, o artista ainda respondeu qual sua música preferida entre os seus mais variados trabalhos de sucesso. 


"O axé precisa suar a camisa para ressurgir, ter mais força, mais gás...Eu sei que minha geração está meio cinquentona, que as coisas mudam, a energia é outra. Mas a gente precisa puxar lá do fundão essa energia que eu sei que existe", diz Tatau. 

Você se juntou a Péricles para a canção “Brincante”, seu mais recente lançamento. Como surgiu essa parceria?
É uma música que eu precisava levar ela às pessoas de um jeito extremamente diferente. Eu preferi convidar pessoas que tivessem o perfil que se encaixassem no que eu pensava de exploração dessa canção. Ai eu pensei em um cara que é muito além do que voz, ele (Péricles) é espírito quando canta. Um cara levíssimo no mercado.

‘Brincante' é uma certa mutação de vários artistas. Ela tem um pouco de Dilsinho, Ferrugem, Pericão, Sorriso Maroto...O samba não é algo novo na minha vida. Só que do nível que eu estou trazendo agora, num contexto extremamente moderno, porque ela tem essa sonoridade, ela tem exatamente os caminhos que essa turma tem traçado. 


O que podemos esperar dessa nova fase de Tatau?
Hoje o passado me serve muito mais para eu dar um aperto de mão, do que um abraço. Eu prefiro muito mais dar um abraço no que andou, do que o que passou. Também tem o entendimento de que eu caminhei, né? Apesar desse mercado devorador, e dessa situação tecnológica que para a gente que é mais velho é muito difícil...Eu me pergunto como é que a gente conseguiu. É como se você realizasse o desejo de fazer com alguém que você muito admira.


Você tem quase 40 anos que está nesse mundo da música. E nessa trajetória você tem protagonizado momentos incríveis e deixado sua marca no axé music. Qual a sua maior realização durante essas quatro décadas? E qual sua canção preferida das que você compôs?
Não é fácil responder isso. É difícil porque eu não sei se vou conseguir ser correto na minha opinião. Quando a gente termina de escolher uma canção parece que termina escolhendo uma fase da vida. Aí você termina escolhendo uma e deixando outro momento de sua carreira de fora, que também foi muito importante, que te trouxe até aqui. 


Mas eu diria assim...por ela abraçar a cultura da Bahia, acredito que 'Protesto Olodum' seja a música mais importante da minha carreira. Ela é uma música premiadíssima, ganhou carnaval, ganhou o Festival do Olodum, fez parte da trilha sonora do 'Ó pai, Ó'. É uma música [que está] entre as 10 mais importantes da nossa terra. Ela é na verdade a primeira música que eu considero um documentário. Ela tem esse lugar especial no meu coração. Ela me mostrou a  Bahia como compositor.

Nova fase, novos projetos....E o Carnaval? Já pode adiantar algo para gente? 
Posso soltar que 60% do meu Carnaval está fechado fora do estado. E a gente está na fase de 'namoro' aqui com a nossa terra (Salvador), porque a gente acha importante fazer aqui também. A gente quer ter essa oportunidade de mostrar aos baianos um pouco do nosso projeto.

O axé music tinha, na ocasião em que você comandava o Ara Ketu, uma notoriedade imensa, todos os holofotes estavam voltados para vocês. Hoje, você sente falta dessa atenção ao gênero?
Eu diria que o Axé continua sendo o Axé. Mas nessa época ele estava sozinho. Hoje, olha quantos outros gêneros a gente termina dividindo a atenção. O pagode tem uma força absurda, o arrocha que é nosso também, tanta gente bacana que a gente vê. A gente também vem dividindo as atenções com outros estilos que não são de origem de criação da gente, mas que são consumidos, como o piseiro.

Eu acho que existe um cochilo no nosso seguimento. Acho até que o axé é uma música de entrega. Se não for assim, ele termina passando para as pessoas uma personalidade que não é nossa. O axé sempre foi música de energia. O axé precisa suar a camisa para ressurgir, ter mais força, mais gás...Eu sei que minha geração está meio cinquentona, que as coisas mudam, a energia é outra. Mas a gente precisa puxar lá do fundão essa energia que eu sei que existe.

Em 2010 você virou notícia em todo o país por se recusar a cantar a música "Lobo Mau", no Carnaval, alegando que a canção seria um incentivo a pedofilia…
Eu acho que faltou um entendimento à parte dessas pessoas nessa época. Inclusive, eu quero deixar bem claro que Ivete comigo foi espetacular. Na época, ela já tinha uma expertise de como funcionava a indústria de venda de jornais e revistas, e eu era meio verde nessas coisas. 

Naquele ano eu fazia uma campanha sobre 'abuso sexual contra criança e adolescente'. E, sinceramente, eu não me sentia à vontade para cantar essa canção, porque eu vestia a camisa dessa campanha e fui, literalmente, para a avenida vestido. A música virou um sucesso danado e as pessoas começaram a me pedir para trocar. Eu não tinha nem tirado [a música do meu repertório] porque sinceramente, ela não existiu. Eu não gosto de pegar o meu espaço, espaço de respeito e ficar improvisando. Para mim, eu faço bem feito ou nem faço. 

Eu lembro que estava em Brasília quando me falaram dessa história. E eu: 'Meus Deus, o que foi isso?'. Me pediram para explicar, eu expliquei, só que a explicação saiu no final do jornal. 

Ivete é uma grande minha amiga há 500 anos. Talvez, dessa área de cantores, eu fui um dos primeiros declaradamente a ser fã dela, antes mesmo dela fazer parte da Banda Eva...Ela continua minha amiga. 

São 7 anos fora do Ara Ketu e até hoje sua imagem é relacionada a banda. Isso te incomoda?
Nunca me incomodou. Até porque a minha história com o Araketu sempre foi uma história de me orgulhar, foram 24 anos à frente, e eu sei que não é fácil. Tanto que as pessoas em alguns lugares me chamam de ‘Tatau do Ara ketu’. É um sobrenome que eu carrego ainda.

Mas deixando bem claro que eu não tiro vantagem disso. Sei que o Ara Ketu hoje tem um grande cantor que é meu amigo, o Dan Miranda. Um cara que eu tenho carinho e respeito. Minha história com Araketu foi máxima, lá foi minha escola.

Podemos esperar uma parceria de Tatau com o Ara ketu?
Na música pode tudo. Eu sempre fui aberto. Na época de Larissa eu já queria fazer essa parceria, mas infelizmente não deu.

Você ainda ganha dinheiro com compondo músicas?
O mercado está muito mais competitivo, mas eu ainda continuo fazendo as minhas canções com o mesmo entusiasmo de antes. É algo que nasceu comigo. Eu sei que sou intérprete,  mas eu gosto de compor na mesma intensidade de cantar. Algumas músicas eu mandei recentemente para alguns artistas. 

Você já escreveu muita música para artistas do gênero sertanejo, arrocha. Já considerou em algum momento ir para esse segmento?
Minha vida é axé, no máximo eu vou até o samba, que é um segmento que eu gravei muito...Eu sou 99% axé e o 1% são as outras coisas.

Ouça 'Brincante':

Adepta a 'dancinhas', Mari Antunes diz que Babado Novo não sofreu impacto do Tik Tok
Foto: Marina Nadal / Bahia Notícias

Há 11 anos à frente do Babado Novo, Mari Antunes comanda o projeto audiovisual em comemoração aos 20 anos de aniversário da banda, rodeada de artistas numa mistura de gêneros musicais, proporcionando um verdadeiro Carnaval antecipado. Em entrevista ao Bahia Notícias, ela admitiu que nem ela havia se dado conta de que liderava o grupo há tanto tempo.

 

“Eu falo: 'meu Deus do céu, eu achava que só tinha cinco'. O negócio passou rápido demais. A gente perde a noção do tempo”, confessa a artista.

 

A cantora ainda contou os bastidores do projeto e opinou sobre a influência das redes sociais na divulgação das músicas. “Esse novo universo, do Tik Tok, não foi algo que chegou para mim de uma forma impactante, porque eu já fazia esses tipos de dança”.

 

Mari também revelou como recebeu a notícia da possibilidade de mudança do circuito Barra-Ondina no Carnaval de 2023 e comemorou a turnê internacional da banda. 

 

Confira a entrevista completa: 

 

Qual é a sensação de estar à frente de um projeto de 20 anos de uma banda tão tradicional como a Babado Novo?

Eu falo: ‘meu Deus do céu, eu achava que só tinha cinco'. O negócio passou rápido demais. A gente perde a noção do tempo, mas eu me sinto muito feliz de fazer parte do projeto, de ter destaque no mercado fonográfico que é a banda Babado Novo, dona de uma história tão linda. 

 

Como foi a produção do projeto? 

Quando a gente pensou em gravar esse projeto audiovisual, foi em forma de comemoração e, por incrível que pareça, a parte mais difícil foi a escolha do repertório. É um projeto com 18 faixas e nós lançamos o primeiro single inédito com duas grandes cantoras que eu tenho grande admiração, que são Gabi Martins e Mc Danny. 

 

Inclusive, esse single chegou com uma mistura de ritmos que estão sendo muito utilizados por causa do ‘boom’ das dancinhas nas redes sociais. O axé sempre fez músicas coreografadas. Você acha que o axé tem dificuldade de alcançar esse público? 

De jeito nenhum! Na verdade, esse lance da dança, dos swings, já é muito bem impresso no nosso ritmo. O axé tem uma licença poética para mergulhar e passear em diversos ritmos porque o axé é uma mistura de ritmos, e a gente sabe fazer isso muito bem. 

 

Então entrar nessa nova onda não foi uma adaptação para você?

Desde que eu entrei no Babado Novo, as músicas sempre foram muito dançantes. Eu amo dançar, então sempre teve muita coreografia. Esse novo universo, do Tik Tok, não foi algo que chegou para mim de uma forma impactante porque eu já fazia esses tipos de dança, então foi de uma forma muito natural, é meu natural. Eu estou dando continuidade a esse segmento, já que é uma plataforma que está ajudando nós cantores. A gente tem que estar se atualizando, mergulhando e, eu faço isso de uma forma muito natural porque adoro uma dancinha! (risos). 

 

Você acha que o público que acompanha o Babado vem se modificando nesses 11 anos que você está à frente da banda? 

Sim. Porque na verdade a gente não estacionou lá atrás. E por isso que, na hora de definir o repertório, decidimos vir também com essa renovação. Porque a música não para. A gente precisa renovar, incluir. Eu sou do tipo ‘bora incluir, fazer, reinventar?’, e o público vai junto com esse novo mercado. 

 

Os fãs mais antigos também se adaptam bem às novidades?

Existe também o lado do saudosismo. Por isso a gente faz essa mistura dos grandes clássicos que fizeram muito sucesso e não podem faltar de jeito nenhum. A gente relembra isso nos shows e é fantástico, mas com as novidades também, se não a gente para no tempo. Por exemplo, vamos lançar um EP com cinco músicas. Serão releituras com músicas desde a fundação do Babado até músicas da minha entrada como “Bateu, ficou”, “15 Mil Por Mês”, “Te amar é Preciso” e “Geral Vai no Chão”. 

 

Você recebeu muitos convidados nesse projeto. Ainda tem algum artista baiano na lista das pessoas com quem você sonha colaborar?

“Tem muitos! Ivete, com Claudinha [Leitte] eu queria muito e já gravei, quero muito gravar com ela [Ivete] ainda. Nossa agenda ainda não bateu, mas vai bater! E queria muito gravar com Xanddy do Harmonia [do Samba]. 

 

O Babado retornou de uma turnê internacional recentemente, como foi essa experiência fora do país?

Foi maravilhoso! Já estão querendo que a gente volte de novo, então até o final do ano a gente volta. Encontrei o Jacaré (veja aqui), a comunidade brasileira lá é insana, todo mundo na vontade. Eu acredito que a gente volte para o Canadá ainda esse ano e em agosto a gente já faz Europa também. 

 

E como estão os planos para o Carnaval de 2023? Muitas novidades?

Nós pretendemos colocar o Bloco UAU! mais uma vez na Avenida, porque lançamos o UAU! aqui e veio a pandemia. Foi maravilhoso, foi a primeira vez no circuito, um retorno incrível que superou as nossas expectativas de vendas, de alegria e parou. Então agora que vem o carnaval vamos colocar esse bloco de novo. Tava pretendendo vir também com um outro bloco além do UAU! aqui no circuito do Carnaval e fazer também outras cidades, que sempre tem essa demanda. Inclusive já temos alguns vários pedidos, que o povo tá na vontade (risos). 

 

E já pode adiantar qual será o figurino escolhido para a folia? 

Começamos a tocar no assunto do figurino, mas foi a primeira conversa, ainda não decidimos nada. Mas eu quero um negócio que marque, que seja um babado forte. É o retorno, né?!

 

A possibilidade de mudança do circuito Dodô (Barra-Ondina) para a Boca do Rio foi discutida entre os artistas? Como você recebeu essa novidade?

Chegou aos meus ouvidos assim: ‘Mari, e aí?’, e eu respondi: ‘e aí, eu não sei (risos)’. Eu acho que qualquer medida que for tomada será muito bem pensada. Existe uma cultura de ser na Barra e com toda aquela logística lúdica que tem naquele circuito, mas eu acredito que ninguém vai querer mudar se não for para melhor. As expectativas vão ser sempre as melhores, então que seja feita de uma forma responsável. O que importa é eu estar em cima desse trio rasgando tudo (risos). 

 

Antes do Carnaval ainda podemos esperar novidades da Babado Novo?  

Até dezembro a gente tem muita música para lançar com as cápsulas do projeto audiovisual de ‘20 Anos da Babado’. Então música vai ter o tempo todo, mas como eu sou uma pessoa que já me conheço e invento coisa demais, acho que até dezembro já vou inventar diversas outras coisas além desse DVD. Mas a cada mês a gente pretende vir com uma novidade. A programação de lançamento é um single inédito, depois um EP com cinco músicas, depois mais single inédito e ainda vamos ter Gabily, depois Felipe Pezzoni e Durval. 

Adelmario Coelho fala sobre vaidade, princípios profissionais e tradições juninas
Foto: Divulgação

A chegada do mês de junho no nordeste traz consigo não somente a sensação térmica de frio, como a ansiedade de acender uma fogueira e se esquentar ao som do forró. 

 

A festa tradicional da região não deixa a desejar em nenhum quesito e o Bahia Notícias conversou com um dos maiores nomes no que diz respeito ao quesito musical do evento: Adelmario Coelho. 

 

No bate-papo descontraído, Adelmario falou sobre suas expectativas com a chegada da festa após dois anos de pandemia e até revelou alguns princípios que tem com sua equipe. “Ninguém bebe nem fuma”.

 

O artista também conversou sobre vaidade e o período no qual trabalhou no Polo Petroquímico de Camaçari, que antecedeu sua carreira musical. “A gente tinha um emprego com um salário muito bom, poderia nem pensar em outra coisa.”

 

Adelmario ainda opinou sobre as atrações musicais das festas de São João. “Existem cidades que cometem esse abuso, eu diria que é um abuso.” Confira a entrevista completa: 


Confirmado em mais de 30 festas de São João nos municípios baianos, ainda dá para sentir um frio na barriga?

São 28 anos de carreira, e a cada ano a gente vai aprendendo, vai se profissionalizando também né? Eu considero que a vida é um aprendizado. Esse ano agora de 2022, justamente depois de dois anos sem nossas atividades, gera uma expectativa muito grande.  

 

E quais são essas expectativas depois de dois anos sem festa por causa da pandemia?

Para esse reencontro, claro que já depois que houve a segurança da cobertura vacinal, segurança sanitária para que todos pudessem tocar de uma certa forma a sua vida e nós já estamos aí no que eu chamaria de um pré-aquecimento pro São João e isso vem nos dando ritmo também porque você ficar parado dois anos não é uma coisa simples. 

 

Inclusive, durante as lives no São João passado, você precisou adiar uma apresentação porque acabou positivando para Covid-19 e fez questão de explicar a situação (veja aqui). Como é a sua relação hoje com os seus fãs?

Ah, de muita sinceridade, muita honestidade. E nós temos uma equipe de quase 40 pessoas e eu fiz questão que todos fossem testados para ter realmente uma margem de segurança e o único que positivou fui eu. Mas é isso mesmo, qualquer um que tivesse positivado iria se afastar. 

 

E como foi esse período para você? 
Eu não estava sentindo nada que me comprometesse fisicamente, fiz até um cooper de 20 km um dia antes. Tava sentindo um incômodo na cabeça, um resfriadinho… Achei que estava com princípio de crise de sinusite. Testei em dois laboratórios e os testes deram positivo. Abortamos tudo e deixamos para quando Deus quisesse. 

 

Foto: Divulgação

 

E como funciona essa relação com seus fãs nas redes sociais?

Essa comunicação que nós temos pelas redes sociais é muito valiosa. E realmente empatia de ambos os lados, eu tenho meus fãs como guia da minha trajetória, do meu caminho artístico.

 

Pelas suas redes percebe-se que você faz questão de compartilhar com os seguidores essa rotina de saúde. Você acha que hoje, mais do que antes, existe uma cobrança para que o artista se mostre visualmente mais saudável?

Eu acho que buscar qualidade de vida, estar com a saúde mental bacana… Porque você tem um compromisso e uma responsabilidade muito grande como pessoa, sendo uma pessoa pública, de levar um bom exemplo. Então tudo que eu acho positivo na minha vida eu transfiro e compartilho com as pessoas que me seguem.

 

E como é essa relação de saúde com sua equipe? Todos seguem essa linha saudável?

Eu tenho algumas regras aqui muito claras. Eu não quero condenar absolutamente ninguém. Mas nós temos padrões aqui de qualidade de vida, ninguém bebe na minha equipe, ninguém fuma, ninguém. 


Existe uma preparação física especial para o período junino?

Eu não faço uma preparação, digamos, pontual, de ano em ano. É o ano todo, há muitos e muitos anos eu procuro realmente me preparar. É imprescindível que você tenha um bom condicionamento físico, conclua pelo menos essa etapa de desgaste, muitas calorias são perdidas ali. E fora as variáveis que acontecem no planejamento pra você fazer mais de trinta cidades só no mês de junho. É preciso que você tenha muito cuidado com horários, temperatura, trânsito e imprevistos. É uma dinâmica considerável e grandiosa para se chegar até ao produto final que é realmente ao show. 

 

Existem algumas curiosidades sobre você que as pessoas não conhecem. Como por exemplo que você foi do exército e trabalhou no Polo Petroquímico. 

Trabalhei 20 anos no Polo Petroquímico. Meu sonho mesmo era ser do exército. Eu tenho uma adoração pela força nacional. Quando eu saí do Barro Vermelho (distrito de Curaçá, norte da Bahia), eu falei para meus pais aos 17 anos: vou para Salvador servir o exército porque tenho esse desejo, tenho vontade de ser militar. Cheguei a ser cabo no Exército. 

 

Depois você foi para o Polo Petroquímico em Camaçari?

Isso. Não tinha nada a ver com música ainda. Eu não tinha essa intuição, nem tinha planejamento pra isso. Eu sempre admirei a cultura forrozeira, principalmente o forró como um dos meus gêneros preferenciais. Mas nunca idealizei me tornar um representante dessa cultura. 

 

E como surgiu essa vontade de cantar forró?

Quando eu estava no Polo sentia aquela saudade doída de encontrar um forró e encontrei em Itapuã um restaurante que tinha um trio de forró: sanfona, zabumba e triângulo. E quando eu descobri me mandava para lá nos finais de semana e inventei de querer dar umas canjas lá enquanto tomava uma cervejinha com minha esposa. Em 1994 eu já estava no polo e fui passar o São João em Caruaru e inventei de gravar uma música que eu tinha feito em homenagem ao meu Barro Vermelho. 

 

E sua esposa reagiu bem a novidade?

Ela ficou sem entender porque no Polo a gente tinha um emprego com um salário muito bom, poderia nem pensar em outra coisa. Mas eu disse para ela: aqui é só para levar pros amigos, mostrar a minha rapaziada e aí começou. Quando eu entrei no estúdio o cara me propôs a gravar um vinil e eu gravei 10 músicas, trouxe pra cá, mostrei e a galera recebeu com muito carinho. Mas eu segurei meu emprego do Polo (risos). Somente depois de seis anos a música me puxou mesmo e eu tive que escolher entre a música e o Polo. E sou grato a todos esses cominhos que eu passei desde o exército, rodar táxi em Salvador, trabalhar 20 anos no Polo Petroquímico de Camaçari até estar na música hoje há 28 anos. 

 

Foto: Divulgação

 

Um assunto que vem sendo discutido é o aumento de bandas com gêneros musicais diversos no São João. O que você acha sobre isso?

Eu só acho que deve ter uma dosimetria muito identificada com a cultura popular nordestina. Nós estamos falando de festas juninas. Então o que é que tradicionalmente na gastronomia você espera encontrar numa festa junina? Licor, amendoim, canjica… Você não admite ir em uma festa junina e ter por exemplo uma buchada! Existe uma gastronomia que identifica a cultura, então musicalmente o que identifica a cultura no São João é o forró. O que existe hoje em alguns municípios é que essa dosimetria é completamente errada. Ao invés de você ter, por exemplo, 90% de forrozeiro, você tem o inverso, 90% de outro gênero musical e bota ali, para enganar algumas pessoas, uns forrozeiros. Cidades que cometem inclusive esse abuso, eu diria que é um abuso. [As pessoas] Gostariam de ter ali naquele momento, porque depois você tem 11 meses para ter essas oportunidades [ouvir outros gêneros]. Eu não sou radicalmente contra.  Que você possa até atender o público com uma, duas, três atrações, mas que prevaleça a força do movimento. Eu acho que há uma inversão muito muito séria da cultura com responsabilidade, eu acho que os gestores é que tem maior responsabilidade. Até com a história do país, com a história da cultura. São os gestores que têm. 

 

E o que a gente pode esperar de Adelmario nesse São João? 

Me preparando muito mais porque a demanda é muito grande. Como eu te falei, considero que esse ano seja um dos melhores São João de todos os tempos. Eu percebi que cidades que não faziam absolutamente nada estão buscando esse momento para festejar. Claro, tem as cidades tradicionais. A Bahia é o melhor e maior mercado de São João do Brasil porque é um estado grandioso, são 417 municípios. O Nordeste realmente vai se transformar num grande arraial pode ter certeza disso e isso nos deixa muito feliz e com uma expectativa muito grande!
 

 

O artista ainda separou sua música favorita de São João para indicar aos leitores do Bahia Notícias. 

“Olha Pro Céu”, de Luiz Gonzaga, e se for minha “Não Fale Mal do meu País” (risos).

No Queen Stars, Katha Maathai conta vivências como drag queen no interior da Bahia
Fotos: André Medina e Gau Saraiva

Foi soltando a voz e entregando performances coreografadas que Katha Maathai se tornou um dos destaques da primeira temporada do Queen Star Brasil, reality drag da HBO Max apresentado por Luisa Sonza e Pabllo Vittar. Baiana, nascida em Teixeira de Freitas, Katha revelou, em entrevista ao Bahia Notícias, as dificuldades enfrentadas por drag queens que vêm do interior.  


 
Segundo ela, que já faz arte drag desde 2018, o que falta para as drag queens do interior é oportunidade, como a de poder se apresentar em casas de show LGBTQIA+, já que no interior do estado não há espaços desse segmento. “Drag queens da capital tem mais oportunidades de fazer show, de conhecer gente importante que levam até outros meios de trabalho. Então essa é a palavra: oportunidade. Para nós que somos do interior é difícil de fazer show”, explica Katha. 

 


 
Sobre o Queen Stars Brasil, a artista disse estar feliz por ter feito parte da primeira temporada do programa, podendo transmitir seu trabalho para todo o Brasil, além de conhecer estrelas como Pabllo Vittar, Luisa Sonza, Diego Timbó, Vanessa da Mata, Thiago Abravanel e entre outros famosos que marcaram presença no decorrer dos episódios. 


 
Soltando a voz no reality e mostrando seu gingado baiano, Katha disse ao BN que sua drag possui referências nacionais e internacionais, como Michael Jackson, Rihanna, Beyoncé, Pabllo Vittar, Luisa Sonza e Glória Groover. “Desde que me entendo por gente sempre quis ser artista e minha alegria é conseguir tocar as pessoas de alguma forma, mudar a vida delas de alguma maneira”, afirmou. 

 


(Foto: Divulgação / HBO Max)


 
O que você poderia nos falar sobre a experiência de fazer parte do Queen Stars Brasil? 

Estou muito feliz de estar no Queen Stars Brasil, ainda mais nós que somos cidade pequena trabalhando com arte drag, é uma coisa muito escassa, lugares para fazer shows, materiais para se montar, mas conseguimos. Estar chegando para o Brasil e conhecer estrelas maravilhosas como a Pabllo Vittar, Luisa Sonza, os jurados Diego Timbó, Vanessa da Mata, o Thiago Abravanel e toda aquela galera que teve por lá foi incrível, e agora está aí para o Brasil e para o mundo ver esse programa maravilhoso. 


 
Como surgiu seu contato com a arte drag?

Meu contato com a arte drag foi em 2018, em dezembro de 2018 eu realizei minha primeira apresentação como drag, e antes disso trabalhava com música e eu nunca tinha pensado em me montar. Um amigo meu, o John, havia me convidado para participar de um evento que ocorreu na Câmara da cidade de Teixeira de Freitas em comemoração dos 70 anos da declaração dos Direitos Humanos. Lá ele fez um discurso sobre diversidade e eu cantei "Indestrutível" da Pabllo” e aí me tornei e estou até hoje sendo drag queen.


 
Como é ser drag queen no interior da Bahia?

Acho que a palavra principal é oportunidade. Drag queens da capital tem mais oportunidades de fazer show, de conhecer gente importante que levam até outros meios de trabalho. Então essa é a palavra: oportunidade. Para nós que somos do interior é difícil de fazer show, aqui mesmo em Teixeira de Freitas não tem uma casa LGBTQIA+ que possamos dizer: “Vão ter shows”. Tem algumas festas que conseguimos nos apresentar, mas é muito difícil mesmo. De capital você já tem boates voltadas ao público LGBTQIA+, voltadas para o público drag que consegue fazer shows de fato e ter uma renda mensal com isso. 

 

Quais referências você atribui a sua drag? 
Eu como referência principal, de artista masculino, trago o Michael Jackson, sempre foi uma referência para mim de voz e de performance, é o que levo para minha vida: ‘Quero ser assim como ele algum dia’. De artistas femininas, tem a Beyoncé, tem a Rihanna, que são artistas incríveis que conseguem entregar tudo que nós queremos, seja em clipes, em performances ao vivo, shows… aqui do Brasil tem a Pabllo, a Luísa, a Gloria Groove, que são artistas que vêm ultrapassando barreiras com a arte delas e chegando a cada vez mais longe, a Pabllo e a Glória, ,principalmente, que são LGBTs, que são drag queens, estão rompendo a bolha dessa forma que vemos hoje em dia. isso pra mim é gratificante ver e serve de inspiração para o meu trabalho.

 

O que você busca transmitir ao público através da sua drag?
Busco transmitir verdade, o amor que tenho pela arte… desde que me entendo por gente sempre quis ser artista e minha alegria é conseguir tocar as pessoas de alguma forma, mudar a vida delas de alguma maneira. Sempre que vejo, principalmente com o programa agora indo ao ar, as pessoas chegando, vindo por mim ficando felizes de verdade pelo o que eu estou fazendo e por onde estou chegando e isso é gratificante para mim. 

 

Sobre estar no meio de diversos artistas conceituados no Queen Stars Brasil, como foi essa experiência?
Primeiro que eu falei a todo mundo que eu fingia costume. Perto de tanta gente famosa, perto de tanta gente que a gente vê na televisão e que a gente admira tanto. Estar no meio deles foi maravilhoso. Um aprendizado incrível, um palco gigantesco. Tanto os jurados que estavam lá de fato como jurados fixos quanto os jurados convidados foram maravilhosos. Eu lembro que toda vez que a gente ia pra gravar. A gente começava a cantar todo mundo junto música dos jurados convidados que era incrível. Isso acabou não indo pro ar, mas foi lindo de ver e assim. A união de tantas meninas, tanto dos jurados quanto com a gente quanto da Pablo e da Luísa com a gente era lindo de ver.


 
Entre as apresentações que já foram exibidas, qual você teve mais dificuldade e qual você mais se orgulha? 
Olha, vou citar a que mais me orgulha e a que mais me deu trabalho. Agora já temos sete episódios. A que mais me deu trabalho foi a do sétimo episódio que foi “Sangue Latino” do Ney Matogrosso. Eu não conhecia a música. Conheci lá no programa e pra mim foi um desafio porque a música tem algumas repetições. Mas não são repetições assim… são algumas coisas de letra mesmo que se você perder uma palavrinha você não consegue chegar lá na frente, sabe? E ao decorrer do tempo do programa foi tanta coisa que foi batendo na cabeça da gente a pressão de estar em uma competição, tudo isso acabou fazendo algumas coisas que vocês vão ver lá. Não vou dar spoiler. Mas foram muito importantes para um desfecho. Digamos assim. 


 
A que eu mais me orgulho assim, são duas na verdade que são “We Found Love" da Rihanna que eu sou super fã. Que foi uma das que mais me representou artisticamente. No programa de ter cantado essa música é “Taradinha” da Lexa que eu conheci lá também no programa , mas que tipo casou super com minha personalidade, com minha pessoa e todo mundo fala dessas duas apresentações como sendo as minhas melhores apresentações, então eu fico muito feliz com isso e também acho isso. 


 
Como ocorre a seleção das músicas no programa?
Foi pedido uma lista pra gente de músicas que a gente gosta ou gostaria de cantar no programa. A partir disso, foi escolhido. As que foram pro ar não foi escolhidas por nós, mas foi com base no que a gente mandou de inspiração pra cantar no programa.


 
Ainda temos alguns episódios do reality pela frente para serem exibidos, mas mesmo sem sabermos se você está entre as ganhadoras do Queen Stars, quais são os seus próximos projetos?
Então, vou contar em primeira mão pra vocês uma novidade gigantesca que vim preparando há muito tempo. No último fim de semana eu acabei de gravar meu clipe novo, vem música aí. Meu primeiro projeto, assim, autoral de fato. Eu vim de uma música sobre a pandemia no final de 2020, duas participações como feat em músicas de amigos meus. Agora estou voltando ao meu trabalho solo oficialmente pós Queen Stars com minha música de trabalho que vai sair no próximo mês. Provavelmente, data eu não vou ainda dizer, porque a gente tá ainda estudando o melhor dia, mas vem música aí. Eu estou com o projeto de fazer um EP após essa música. Então vem muitas novidades. 


 
No programa vocês tinham que soltar a voz e era cobrado uma certa técnica. Como surgiu a sua história com a música, você já cantava antes?
Então, eu trabalho com música aqui na minha cidade desde 2014. Já fiz barzinho, fiz muitas coisas. Sempre foi assim essa coisa de aprender sozinho, nunca fiz aula de música, tá? De canto, nem nada. Mais estudando pela internet mesmo, alguma coisa ou outra fazendo algumas coisas, enfim… é quando eu comecei a trabalhar como drag, com um palco mesmo foi assim bem naturalmente, mas nunca fiz aula nem nada. Sempre foi ali na raça.

 
 
Se tivesse que dar uma dica para quem sonha em ser uma Queen Star, qual conselho você daria?

Trabalho duro, foque no que você ama, principalmente porque a partir disso você vai conseguir fazer coisas maravilhosas. Tenha foco, essa é a principal palavra. Você tendo foco, objetivo no que você quer pra sua vida você vai chegar longe. Jamais desista porque assim, a gente sabe que é difícil. É muito difícil, ainda mais sendo drag, sendo gay. No meu caso sendo uma pessoa preta. É difícil chegar a lugares grandes e que ouçam a nossa voz. Mas independente de tudo isso, não pode desistir jamais porque uma hora o universo escuta nossa voz. Uma hora a gente chega nesses lugares e eu estou provando isso agora. Então assim, viva intensamente cada segundo e foque no seu objetivo que você vai muito longe.

 

 

Thiago Aquino relembra trajetória e revela sonho de tocar em trio elétrico

Por Antônia Fernanda

Thiago Aquino relembra trajetória e revela sonho de tocar em trio elétrico
Foto: Divulgação

Vivendo o melhor momento da sua carreira, o cantor baiano Thiago Aquino possui milhões de plays na plataforma 'Sua Música'. Atualmente, ele é o artista da Bahia mais executado no streaming, ocupando a 2º posição entre os "mais ouvidos" (veja aqui). 

Em entrevista para o Bahia Notícias, o feirense contou que, apesar do sucesso nos últimos dois anos, ele possui treze anos de carreira entre altos e baixos. Hoje, Thiago lota casas de shows e é dono de cinco álbuns de sucesso lançados no período de dois anos, durante a pandemia. Mas no início da carreira o dono do hit "Casamento Cancelado" também chegou a cantar em barzinhos para um público entre 10 a 20 pessoas. 

"A gente já viveu muitas coisas, tocamos para 10, 20 pessoas ou até 5 mil, mas nada é igual ao que a gente está vivendo hoje, porque antes não tínhamos reconhecimento, a galera não parava para tirar foto... Hoje, a gente fica feliz pelo carinho, da gente poder deitar na cama e ver que valeu a pena todo o esforço que fizemos para chegar onde chegamos", revela o cantor. 

 


Foto: Reprodução/Instagram

Estamos há dois anos sem Carnaval por causa da pandemia. Como foi para você, apesar de não ter sido um carnaval de rua, poder ter participado desses eventos e sentir um pouco da energia da época?
É um sonho para qualquer artista tocar no carnaval de Salvador. Eu sempre tive um sonho de puxar um trio, de ver aquela multidão atrás do trio. Só que dessa vez foi diferente, a gente conseguiu fazer alguns shows no Carnaval, como o de Guarajuba. 

Mas, saber mesmo como é o Carnaval de Salvador, ter aquele prazer de puxar um trio nesse ano, infelizmente, a gente não teve essa oportunidade, mas quem sabe ano que vem não estaremos aí puxando uma multidão no carnaval. 

Para o ano que vem já estão à venda alguns camarotes, passaportes, abadás... E você, já recebeu alguma proposta para cantar no Carnaval?
De primeira, não. Mas já vi por alto o Camarote da Skol, pelo que eu fiquei sabendo. Mas algo certo, eu ainda não sei. Tem algumas conversas [em andamento].

Como você conseguiu driblar a pandemia e emplacar diversas músicas de sucesso e estar entre os cantores mais ouvidos? 
Foram muitos altos e baixos. Quando a gente estava conseguindo chegar lá, [os números da] pandemia aumentavam e a gente tinha que voltar e pensar: 'Vamos lançar um CD'. Graças a Deus a gente conseguiu lançar quatro CDs 'pipocados'. Tanto que está difícil de tocar nos nossos shows, porque os shows tem duração de 1h20, e a gente já está com cinco CDs na boca do povo. E para [tocar] tudo em um show só não tem como. Tem gente que quer escutar a música do 1º, 2º e 3º CD. Para tocar todos a gente tem que fazer metade das músicas. 

Em dois anos você conseguiu lançar cinco discos. Como foi esse processo?
A pandemia fez com que a galera consumisse mais o som dentro de casa, não na rua. Então a galera estava consumindo tanto que nas plataformas digitais os números estavam crescendo muito. O primeiro CD que a gente lançou em 24h ele subiu com 80 mil players. A gente tem CD que está com 28 milhões. E o que lançamos há um mês está com 8 milhões.

A música tem que ir atualizando... Com a pandemia, em 4 e 4 meses a galera já estava querendo coisa nova...Quem sabe daqui a uns quatro ou cinco meses a gente não está lançando o 5.0 do projeto 'Só Pedrada'.

Hoje em dia as pessoas consomem uma música e daqui a um mês já estão consumindo outras. Você acha que isso é um ponto positivo ou negativo para o artista?
A gente tem que sempre lançar coisas novas. Além de lançar o CDs, eu uso muito as redes sociais, como o Instagram. Se eu gosto de uma música, eu vou no estúdio, gravo e faço um vídeo de 60 segundos, e a galera já fica no show: 'Cadê tal música?'. Mas são coisas aleatórias que eu só posto no Instagram, eu não coloco no repertório. De vez em quando eu vou atualizando. Mas não tem como colocar no repertório os vídeos aleatórios que postei no Instagram. 

NOVO PROJETO
Mas dá para fazer o repertório todo em um projeto que vamos lançar agora, o 'Thiago Aquino Exclusivas', para cantar todos os CDs. Vão ser 3h de Thiago Aquino em cidades diferentes da Bahia. Já tem data marcada para Salvador, Feira de Santana...Vamos lançar em breve todas as datas. 

Qual foi a sensação de lotar um show em outro estado, como em São Paulo? (confira aqui)
A gente já tinha ido para São Paulo há uns seis meses atrás e a recepção não foi igual a essa. Mas voltamos agora, fizemos show para 7, 6 mil pessoas. Todas as casas que a gente passou ficaram lotadas. 

O que mudou do Thiago Aquino que tocava em barzinhos de Feira de Santana, para o Thiago que hoje que é um dos maiores cantores do estado?
São trezes anos na caminhada. A gente já viveu muitas coisas, tocamos para 10, 20 pessoas ou até 5 mil, mas nada é igual ao que a gente está vivendo hoje, porque antes não tínhamos reconhecimento, a galera não parava para tirar foto... Hoje, a gente fica feliz pelo carinho, da gente poder deitar na cama e ver que valeu a pena todo o esforço que fizemos para chegar onde chegamos.

Sua música está fazendo sucesso em toda Bahia, já toca em outros estados. Mas você sente que existe algum tipo de preconceito com o gênero, como para ocupar espaço na TV aberta, por exemplo?
Eu creio que não. Hoje as coisas estão diferentes. A gente ainda não chegou a ter um contato para chegar nas emissoras maiores. Não tentamos ainda por causa da agenda, que está superlotada... Mas hoje é diferente, o arrocha está sendo aceito em outros estados, como fomos [aceitos] em São Paulo, Sergipe...

Com a possibilidade do São João acontecer com um público maior, você já tem shows marcados para essa época?
Ainda não. Não posso te responder isso porque eu não fico com a agenda. Apenas próximo ao mês de junho que eu vou saber as cidades que vou tocar no São João.

Curtas e venenosas

Ilustração de uma cobra cor mostarda com listras amarelas, boca aberta exibindo a língua
A gente não consegue ter um segundo de paz. Meu pai do céu, quem pediu a confirmação da Micareta de Feira? Passa ano, entra ano, e eu volto aqui para reclamar dessa festa que não faz a menor falta no calendário baiano. Quem sabe já não serve de cenário para o DVD da Bagaceira. É uma boa oportunidade de ter um público mínimo. Inclusive, fica essa pergunta no ar: o DVD saiu ou não sai? A mulher prometeu uma mega produção com dois dias de gravação em São Paulo e sumiu. Outro que deu um zig foi Tio Bell. Com mais de 70 anos, quis prometer mais de 10 horas de show. É óbvio que adiou para se preparar. A ala geriátrica do Aliança está toda empenhada em fazer o evento acontecer. Isso eu garanto. Alguém para o La Morte com essas músicas que só têm uma frase. Ninguém aguenta mais; A sensação que passa é o La Morte é tipo uma criança em processo de alfabetização, sabe? Repete 10x a frase que aprendeu naquele dia para fixar. Leia Mais!