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Entrevista

Mr. Dan escolhe Salvador para 2ª edição do "No Ar" e celebra Independência da Bahia com pagode

Por Eduarda Pinto

Mr. Dan escolhe Salvador para 2ª edição do "No Ar" e celebra Independência da Bahia com pagode
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

O trio Mr. Dan escolheu a capital baiana para expandir o seu projeto audiovisual “Mr. Dan no Ar” pelo Brasil. A segunda edição do projeto, iniciado em São Paulo em abril do ano passado, será gravada nesta quarta-feira (2) no Museu de Arte Moderna da Bahia. A festa acontece em meio as celebrações históricas da Independência do Brasil na Bahia, no 2 de julho. 

 

Aproveitando o pôr do sol de Salvador, o Mr. Dan no Ar é uma experiência musical ao ar livre, com clima intimista e repertório que mescla sucessos da carreira com seis faixas inéditas. Daniel, o vocalista do grupo, conta que a escolha pela capital baiana foi “natural”. 

 

“Quando a gente lançou, uns 8 anos atrás, um álbum que a gente já estava acreditando demais [Projeto Experi], em São Paulo já tinha acontecido, mas depois de São Paulo, [Salvador] foi o lugar que mais recebeu assim rapidamente”, destaca. “E quando a gente falou de fazer o projeto em qualquer outro estado, porque esse projeto a gente só fez em São Paulo, o primeiro lugar que a gente pensou foi Salvador, foi a Bahia, foi o lugar que nos acolheu diretamente assim, não podia ser em outro lugar”, completa. 

 

Com grandes shows como o “Tardezinha” de Thiaguinho, “Numanice” da Ludmilla, e a própria turnê “Legado”, que envolve a banda, em parceria com Rodriguinho e Gaab, irmão e sobrinho de Gabriel, o grupo define ainda que vem surfando em uma “boa maré” do mercado do pagode em todo o Brasil. 

 

Para o baterista e co-vocalista da banda, Bruno Estevez, “eu sinto que hoje a gente tá vivendo um grande momento no samba e no pagode, onde tem os maiores eventos em função de pagode, muitos artistas novos. Os artistas são muito fortes.”

 

É neste cenário que o Mr. Dan no Ar surge com uma proposta totalmente nova: “Faltava esse show de dia, faltava essa experiência que a gente pudesse compartilhar uma tarde. A gente fazia muito show em casa noturna, grandes eventos, mas é tudo na madrugada, na noite. E esse ‘No Ar’, a gente traz totalmente ao contrário, já pensando nisso”, conclui Daniel.

 


Vocalista da banda MR. Dan, Daniel Silva. Foto: Alana Dias / Bahia Notícias 

 

Ao Bahia Notícias, os artistas, Daniel Silva, Bruno Estevez e Fábio Souza deram mais  detalhes do projeto e da evolução do trabalho nestes 20 anos de carreira. Confira a entrevista completa: 

 

Quais as principais referências artísticas para o Mr. Dan no Ar e como vocês avaliaram a receptividade do público pagodeiro nesse último ano de trabalho?

Daniel: Eu acho que as coisas estão mudando muito. As pessoas estão se cuidando mais, a gente sente que, nas casas noturnas, as pessoas pensam duas vezes para sair numa noite. Elas querem viver bem o dia. Foi por isso que a gente propôs essa opção, porque a gente percebeu com os nossos fãs, que já tem filhos até, querem levar para ver a gente cantar, fazer um show.

 

Faltava esse show de dia, faltava essa experiência que a gente pudesse compartilhar uma tarde. A gente fazia muito show em casa noturna, grandes eventos, mas é tudo na madrugada, na noite. E esse ‘No Ar’, a gente traz totalmente ao contrário, já pensando nisso, em fazer com que mais pessoas que querem ter outro estilo de vida possam curtir também nosso som. É o que a gente vê atualmente no público.

 

Como foi a escolha da cidade para receber a segunda edição desse projeto audiovisual? Vocês têm alguma memória simbólica ou afetiva com Salvador? 

Daniel: Foi muito natural. Quando a gente lançou, uns 8 anos atrás, um álbum que a gente já estava acreditando demais [Projeto Experi], em São Paulo, já tinha acontecido, mas depois de São Paulo, [Salvador] foi o lugar que mais recebeu assim rapidamente. 

 

Eu lembro que, logo na sequência, a gente veio, tinha passado uns três meses só de lançamento e todo o repertório tava na boca da galera. Isso a gente fez a gente ficar muito surpreso, porque era um start, era um início de um trabalho onde a gente ia ter que conquistar muita coisa e aqui a gente percebeu que já foi muito aceito.

 

E quando a gente falou de fazer o projeto em qualquer outro estado, porque esse projeto a gente só fez em São Paulo, o primeiro lugar que a gente pensou foi Salvador, foi a Bahia, foi o lugar que nos acolheu diretamente assim, não podia ser em outro lugar.

 

Vocês divulgaram que a 2° edição do Mr. Dan no Ar terá seis músicas inéditas, como foi o processo criativo atualmente em meio aos diferentes shows? O que o público pode esperar desse show? 

Daniel: Sempre a gente traz elementos novos de instrumentação. No primeiro [projeto] a gente tinha duas backing vocals, nesse segundo a gente tem metais, com mais guitarra. A gente sempre tenta modificar o nosso som com algumas coisas que a gente coloca de instrumentação. 

 

Nesse lance da gente fazer a criação, a gente está fazendo um show todo final de semana e aí tem que fazer o trabalho. A gente se programa muito para estar aqui hoje. Estamos aqui trabalhando há três meses, em cima desse projeto. Para nós é bastante [complicado], porque a gente tem a nossa rotina diária normal de shows, então, a gente tem que se dividir. Eu costumo dizer que esses três últimos meses foi o que fez a gente estar muito mais “full-time”, em tudo que a gente tem feito.

 

A gente começa primeiramente a escrever, a compor as músicas, porque é um trabalho todo autoral e com bastante referência dos convidados que a gente traz. Não posso revelar mas a própria cidade influenciou a gente nisso. A gente quis trazer os metais, coisas que a gente sabe que tem identidade, tem identificação com Salvador. Os convidados também direcionam muito a gente. 

 

São dois convidados da Bahia e um de São Paulo, que a gente não pode revelar. Mas é totalmente inspirado nesse conceito da gente, das pessoas que se envolvem. Então, cada coisa que a gente vai colocando, com certeza modifica muito o nosso resultado final.

 

No que diz respeito ao tempo de carreira, muito fãs envelhecem com a banda, outros chegam durante a carreira. Como vocês fazem para se conectar com esses diferentes públicos? 

Daniel: Eu acho que o que mudou é a velocidade das coisas. Eu acho que as pessoas, antigamente a gente fazia um disco e colocava ele na praça, poderia ser gravado daqui a dois anos talvez. Hoje em dia a gente não tem mais esse ‘timming’, ou a gente tá fazendo coisas corriqueiras e rápidas e ali entregando cada vez mais, porque as pessoas estão cada vez mais conectadas. A gente entendeu muito isso.

 

Nesse projeto, a gente tenta, toda vez que a gente faz uma edição [projeto musical] depois da gravação. A gente já fez vários outros shows chamado “Mister Dan no Ar”, e toda vez a gente já grava um conteúdo. Isso faz com que as pessoas se tornem cada vez mais conectadas. 

 

O pagode é um gênero o qual, lógico, é do Brasil e está sempre aí, sempre esteve, mas existem as nuances. 

 


Baterista/percussionista e co-vocalista, Bruno Estevez. Foto: Alana Dias / Bahia Notícias 

 

Bruno: Mas eu sinto que hoje a gente tá vivendo um grande momento no samba e no pagode, onde tem os maiores eventos em função de pagode, muitos artistas novos. Os artistas são muito fortes. Espaço para as mulheres.

 

Eu acho que a gente tá num grande momento do pagode, eu acho que justamente por isso até da gente tá conseguindo tá surfando até numa maré bem boa para nós.

 

A banda Mr. Dan já tem mais de 20 anos de carreira, mas para vocês define o estilo e a musicalidade da banda e o que já mudou, evoluiu, desde a sua estreia? 

Daniel: Essa é a resposta mais difícil que a gente responde, porque realmente a gente vem de uma origem da black music, eles tocavam na igreja, música do gospel, a gente gosta muito. Os Travessos [banda em que Daniel era back vocal] já traz influências outras, uma mistura. Nunca foi um grupo só simplesmente de pagode, já fazia swing. Então, a gente tem umas coisas muito mais abrangentes e diversas. Eu diria assim que o Mister Dan é muito uma mistura de som. 

 

Bruno: A nossa formação, se você parar para analisar, é bateria, piano e baixo. Já é uma formação que não é convencional. Se você for ver, não tem os elementos do samba e pagode. 

 

Daniel: Porém, eu sempre escrevi para o pagode, então eu tenho uma linguagem. Nem sei se eu escrevi para o pagode, ou eles gravam porque gostam, porque é outra coisa, que é diferente. Às vezes eu busco o novo, mas isso faz com que a gente crie uma sonoridade só nossa. E eu acho que o lance também da Bahia receber esse trampo muito e aceitar muito bem, é porque é muito rico em cultura aqui. 

 

Quantos milhões de artistas não tem aqui que são gigantes? Então, mais do que muitos outros estados que são grandes também, eu acho que a Bahia também recebe a nossa musicalidade vendo por esse lado, assim, de que tem uma coisa diferente. A gente ainda tá encontrando. 

 

E sobre a escolha da data, no 2 de julho, foi intencional? 

Daniel: Foi escolhido exatamente esse dia, a gente queria uma data onde as pessoas pudessem estar na rua, onde iam ficar tranquilas. E um amigo falou: "Meu, é 2 de julho, Independência da Bahia”, e a gente disse: "Nossa, que forte, né?". Hoje a gente descobriu que foi porque depois de um ano, foi declarada a Independência da Bahia. 

 

Bruno: Exato. Então assim, foi escolhido mesmo essa data por a gente saber a importância. E a gente estar aqui, para nós é uma honra, nesse dia tão importante. E assim, já está tudo vendido praticamente, então a gente já está muito feliz por saber que as pessoas se propuseram a estar com a gente nesse dia também.

 

A banda Mr. Dan também está envolvida em um projeto com Gaab e Rodriguinho. O que muda entre uma personalidade artística e outra? Como as propostas de ambos os grupos se diferem? 

Daniel: O legado é até mais fácil de lidar porque a gente junta três pessoas, três gêneros, teoricamente. Então a gente entra, nós três [da Mr. Dan] com um lado musical, o Rodrigo traz um outro lado musical, Gaab também traz um lado musical. E realmente a gente reúne as três bandas. É a mistura. E quando a gente tá em cima do palco, fica um som muito louco. 

 

E estar com os meus, minha família, meu irmão, meu sobrinho, é muito fácil porque a gente se conhece. Então não tem mistério e as pessoas sentem muito isso no show. Elas falam: "Caramba, eu parecia muito natural. Parecia que conheço vocês há anos”, porque vê três pessoas ali se dando muito bem. 

 

Foi uma galera mais jovem que o Gaab carrega muito bem. O Rodrigo, por ter tido uma carreira de muito tempo, traz uma galera mais velha. A gente traz uma galera mais que gosta de muita música assim. O legal é que vem a galera desses outros trabalhos, e é soma para todo mundo. Uma galera que não me conhecia, que começou a conhecer através do Legado, muita gente veio através do legado. Tem pessoas que nem sabiam que nós éramos família.

 


Baixista e co-vocalista do Mr. Dan, Fábio Souza. Foto: Alana Dias / Bahia Notícias 

 

A Bahia é um celeiro musical muito importante, tem algum artista baiano no qual vocês se inspiram? 

Daniel: Eu gosto muito da Ivete, eu acho que ela é um fenômeno. Sempre achei. Eu acho que eu vou continuar achando por muito tempo. Ela com uma voz maravilhosa, de potência e o carisma que ela consegue transmitir em cima do palco. Eu acho surreal, assim, eu tenho muito apreço por ela. 

 

Bruno: Já eu gosto muito do Carlinhos Brown, pela representatividade e pelo meu instrumento, que eu sou baterista e percussionista. Então, eu admiro muito a história dele, o que ele fez para a cidade. Ele exporta o som da Bahia para fora.

 

Fábio: Então, seria a Ivete também. Gosto muito. Não tem como fugir. Ela inspira bastante.