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Luis Ganem: Se é axé, então VIVA, ou não?!

Por Luis Ganem

Luis Ganem: Se é axé, então VIVA, ou não?!
Fonte: Internet
E a música da Bahia, mais precisamente o axé, fez trinta anos. De uma passagem discreta no carnaval de 2015, sem muitos arroubos, com comemorações acanhadas, pouca manifestação ou apenas um proforma oficial entediante, passamos praticamente sem nada dizer de mais aprofundado sobre o ritmo. Digo isso, pautado pela minha ideia de modelo de comemoração, que seria de um evento aberto ou solidário, de uma grande festa, envolvendo a todos que se destacaram nesses trinta anos no carnaval de Salvador, e que fizeram o ritmo se tornar grande no Brasil, enfim, uma festa, como todas as grandes comemorações impõem. Mas, não sei por que cargas d’água, nada disso aconteceu. E para a grandiosidade da data – isso na minha ótica – acabamos apenas publicitando-a, até como forma de enganar e justificar, um já desiludido estado de espírito.
 
Mas, contudo, porém, entretanto, todavia, algo sempre pode acontecer no decorrer do período. E aconteceu. De uma ideia surgida da cabeça do jornalista, produtor musical e artístico e também especializado em música Osmar ‘Marrom’ Martins, que pensou, rabiscou, pensou de novo, projetou, discutiu e depois de definir, levou a ideia para a televisão. Eis que surgiu como num passe de mágica, o evento do canal fechado VIVA, em comemoração aos trinta anos do axé. E melhor, com todas as grandes estrelas do ritmo baiano, mais conhecido mundo afora, desde que foi dada régua e compasso a tropicália de Gil, Caetano, Gal, Bethânia.
 
Olha é tanta gente bacana que fez bonito, mas é tanta gente conhecida, que vou citar alguns e relevar a sua importância no mercado somente para termos uma ideia. Por exemplo a Banda Tono, Mariana Aydar, Lucy Alves. Não reconheceu ninguém? Nem eu! Mas por mais incrível que pareça, esses nobres desconhecidos estão fazendo parte da grade artística do programa do canal VIVA em comemoração dos trinta anos do axé.
 
Olha, até entendo que os interesses – e sempre eles – estejam acima de certas verdades, ou que certas imposições – sempre elas – impeçam que se possa fazer algo, sem que tenha que existir um fundo de arrumação. Mas, bairrismos a parte, qual a relevância que essa galera teve ou tem, nesse projeto do ritmo baiano? Até entenderia – com relutância até – se viesse a interpretar alguma música que fez parte da história do axé, algum artista já nacionalmente conhecido e já de uma certa relevância no mercado fonográfico, como por exemplo um Lulu Santos ou Seu Jorge, ou até bandas como Jota Quest, Biquini Cavadão, ou quiçá um dos metrossexuais de calça apertada nos bagos (lá ele) como Luan Santana ou Gustavo Lima. Mas fora isso, por ser um ritmo que ditou regra no mercado nacional por mais de uma década, penso eu, deveria ter tido um pouco mais de carinho por parte dos responsáveis pela produção executiva e musical do evento.
 
E até sei que vão dizer que as regras foram impostas pelo canal e que para acontecer o projeto teria que ser assim. E se assim não fosse, nada aconteceria. Até compreendo que do jeito que andam as “vacas”, magras e sem leite, que qualquer trocado ou espaço é bem-vindo. Mas, daí – e nada contra os artistas convidados – convidar estranhos no ninho musical do Brasil – tirando um ou outro convidado – acho um pouco forçado, pra não dizer, muito forçado.
 
Fora meu rosário de queixas, mais uma vez, parabéns ao Jornalista Osmar “Marrom” Martins, que pelo seu vasto conhecimento e networking, conseguiu fazer um canal de televisão  - mesmo que fechado – desse a devida relevância ao ritmo axé, e visse o mesmo, como uma das referências do Show Business nacional contemporâneo. 
 
Só espero, e aí vai do meu entendimento, já que não quiseram ou não puderam por motivos outros, chamar nomes como Marinês e sua Banda Reflexus, Pierre Onassis ou um Ademar (vocalista da Banda Furta Cor, referência inconteste da história do axé) que se possa, em pequenos insertes jornalísticos, contar do começo ao fim como se deu o surgimento do ritmo baiano, que também invadiu o mundo.

Axé!

Luis Ganem
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