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Marca Bahia Notícias

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Opinião: Condenação de Bolsonaro fragiliza bolsonarismo na Bahia e movimento tende a migrar apoio integral a ACM Neto

Por Fernando Duarte

Opinião: Condenação de Bolsonaro fragiliza bolsonarismo na Bahia e movimento tende a migrar apoio integral a ACM Neto
Foto: Max Haack/ Divulgação

Já praticamente irrisório na Bahia, o movimento bolsonarista deve ficar ainda mais fragilizado após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão. Ainda que existam figuras que se vangloriem como representantes legítimos dele por essas bandas, as chances de sobrevivência em um cenário adverso ficam ainda menores. Resta saber quanto tempo eles vão resistir na penúria de não ter mais o principal líder disponível nas urnas.

 

No último dia 7, algumas centenas de bolsonaristas se reuniram no Farol da Barra, em Salvador, numa tentativa de mostrar força no apoio à anistia e ao ex-presidente. O ato demonstra que tal grupo não está completamente morto. Só que, em um contexto da Bahia polarizada por outros dois grupos políticos - o petismo atualmente liderado por Jerônimo Rodrigues e a oposição com ACM Neto -, os apoiadores de Bolsonaro tendem a ficar cada vez mais isolados e cada vez menos representativos. Principalmente se houver o cumprimento da pena a partir de dezembro, como previsto após o fim do julgamento.

 

Obviamente, haverá quem insistirá na tese que Bolsonaro é maior que a prisão, transformando-o numa espécie de mártir tal qual os petistas fizeram no episódio da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva. Essa mobilização, inclusive, pode dar um fôlego extra, evitando que haja a decretação do fim do bolsonarismo. Como a rejeição ao ex-presidente na Bahia sempre foi ampla, manter-se atrelado a Bolsonaro pode significar, no longo prazo, morrer por inanição, algo que, convenhamos, nenhum ator político almeja. É a lógica entre pular do barco enquanto é tempo ou afundar abraçado com uma figura que se mostrou individualista em diversas oportunidades.

 

Órfãos de uma liderança, não será antinatural que esse grupo migre para o representante do antipetismo na Bahia. Ou seja, ACM Neto tende a ser o beneficiário do esfacelamento do bolsonarismo por essas bandas. Por isso, já é perceptível a intensificação do discurso dos adversários de que o ex-prefeito de Salvador fora bolsonarista desde sempre. É uma mentira que, repetida muitas vezes, tem se transformado em uma verdade entre eleitores locais. Acuado em 2018 e 2022, formalmente, ACM Neto nunca aderiu a Bolsonaro com todas as suas forças e somente agora, com a federação entre União Brasil e Progressistas, assumiu pautas defendidas pelo entorno de Bolsonaro.

 

Uma espécie de atestado de que o bolsonarismo está fragilizado é a ausência de mobilização na Bahia após a condenação do ex-presidente. Depois de ameaças diversas, de que o Brasil iria parar caso o Supremo Tribunal Federal fosse por esse caminho, nada se cumpriu. No máximo, declarações de que houve "suprema injustiça" ou publicações em redes sociais. Os ativistas de sofá, então, parecem fazer mais volume em plataformas digitais do que na vida real. E a vida vai seguinte, como se estivéssemos vivendo um momento como outro qualquer. Ao que parece, os baianos viraram a página rápido. Mesmo os bolsonaristas.