Opinião: Jerônimo Rodrigues e Bruno Reis finalmente se reúnem e evitam politizar encontro

Esperado pelo menos desde janeiro de 2023, quando Jerônimo Rodrigues assumiu o governo da Bahia, a reunião entre ele e o prefeito de Salvador, Bruno Reis, finalmente aconteceu. Equipes técnicas e de secretarias mantinham contatos essenciais e, onde eram necessárias, as interações entre governo e prefeitura aconteciam. No entanto, temas essenciais foram relegados a outros planos até o momento em que se tornaram intransponíveis. O resultado: o encontro foi realizado, anunciado e celebrado, especialmente por Jerônimo.

 

Publicamente, tanto o governador quanto o prefeito evitaram falar sobre assuntos mais espinhosos. A própria coletiva de imprensa, agendada para as 16h e realizada quase três horas depois, foi ligeiramente inócua e com limitações. A justificativa foi até plausível, já que muitos pontos não tinham ainda sido discutidos pelos gestores. No máximo, houve uma troca de afagos, em um pacto de não agressão, para evitar celeumas envolvendo os dois entes.

 

Para quem se apresentava como democrata convicto (e aqui não se colocam dúvidas disso), Jerônimo prorrogou por tempo demais o momento de se reunir com o prefeito de Salvador. Diferenças políticas à parte – e elas sempre foram muitas -, foram necessários dois anos, oito meses e 27 dias para que o governador encontrasse espaço na agenda para receber o gestor da capital. Enquanto isso, em diversas oportunidades, Bruno falava em público do interesse em discutir com o governador prioridades para Salvador.

 

Na fotografia, sorrisos e boas perspectivas de que o encontro seguiu o roteiro esperado pelos participantes. Com direito a registros também dos pares equivalentes, que postaram nas redes sociais cliques dessa inédita interação para além de eventos públicos e cercados de pessoas aleatórias – a exemplo do Carnaval, quando, quase sempre, acontecem encontros relâmpagos.

 

Na bagagem, promessas de destravamento de projetos, a exemplo da Ponte Salvador-Itaparica, da integração de modais, da mudança da rodoviária e a destinação de áreas como o antigo terminal e o Detran-BA, no coração da cidade. Em resumo, ganhou a população, que, enfim, pode identificar boa vontade pública entre Jerônimo Rodrigues e Bruno Reis – juntos.