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Opinião: Ana Paula depende muito de si para se manter na vice em 2024

Por Fernando Duarte

Opinião: Ana Paula depende muito de si para se manter na vice em 2024
Foto: Valter Pontes/ Secom-PMS

Ana Paula Matos é uma vice-prefeita que pode se manter na chapa de Bruno Reis mesmo que a conjuntura política sofra algumas mudanças. Tal qual ACM Neto em 2016, que trocou de vice ao seu bel prazer, Bruno deve ter uma prerrogativa similar, mas no caminho de manter no posto quem ele já escolheu em 2020. Por isso, ela vive sob certa tranquilidade, fazendo o que foi escalada para fazer enquanto espera as definições sobre o futuro.

 

Na última semana, Carlos Lupi e Félix Mendonça Jr. voltaram a endossá-la para permanecer como vice. Ainda que, no passado, faltasse certo nível de respaldo político a Ana Paula, o coro do PDT em torno dela diminui essa sensação. Quem ainda rema um pouco contra a maré é o deputado federal Léo Prates, que não desistiu inteiramente de querer ser vice pensando em 2028. No entanto, não seria razão para dor de cabeça para Bruno Reis. Então, dentro do pró prio partido, a vice não teria grandes entraves.

 

Quem mais pode assustá-la é a fome do Republicanos. O partido é quem mais tem defendido publicamente o desejo de ter o posto, especialmente após ter indicado Ana Coelho para o cargo análogo na tentativa de ACM Neto ser governador em 2022. Potencializado pelo alcance da Igreja Universal do Reino de Deus, a sigla adota essa estratégia de sempre exigir mais para tentar obter espaços futuros. Então, caso Bruno cumpra os acordos e consiga aplacar as demandas em caso de reeleição, também podem ser facilmente contornadas as tensões.

 

Outro que tentou engrossar o pescoço foi o Progressistas. Todavia, o secretário de Governo e aliado mais próximo da prefeitura dentro do PP já descartou uma guinada radical ao ponto de romper em caso de não ter o pedido pela vice atendido. Tal qual o Republicanos, a ganância do PP é alinhada a nacos do governo - afinal, o partido nasceu para "dar governabilidade" independente de quem esteja na cadeira. Também vai na mesma linha de que tudo pode ser negociável, desde que eles estejam sentados à mesa principal.

 

Entre os partidos, quem mais poderia gerar tensão pela vice é o PL e seu tempo de rádio e televisão. Entretanto, sem uma candidatura viável para enfrentar Bruno, é muito difícil conseguir identificar formas do partido exigir compor a chapa com o prefeito. Apesar de ser um monstro político para fundo eleitoral e tempo nos meios de comunicação, o PL não tende a priorizar a candidatura de Bruno, então dar espaço demais a ele pode criar uma serpente que pode mordiscá-lo no virtual segundo mandato sem grandes constrangimentos.

 

Como favorito, Bruno Reis deve manter a liberdade de escolha e isso é o que mais pesa a favor de Ana Paula. Ela é de confiança, não se torna um risco iminente de golpe e pode até eventualmente concluir o mandato, caso ele deseje alçar outros voos em 2026. Pesa contra ela, todavia, o argumento de que o vice pode ser automaticamente alçado a condição de candidato em 2028. A não ser que ela queira bancar uma possível sucessão de Bruno, ela se tornaria uma peça bem relevante no xadrez político soteropolitano. De mansinho, Aninha, como é conhecida, ocupou lacunas que cobrad criadas não o fizeram. Ela e Bruno aguardam os desdobramentos dos adversários - e dos aliados - para definir qual será o futuro dos dois.