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Distantes politicamente, Bolsonaro e Jerônimo usam estratégia similar para atrair eleitores

Por Fernando Duarte

Distantes politicamente, Bolsonaro e Jerônimo usam estratégia similar para atrair eleitores
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Correndo atrás dos líderes das pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), compartilham uma estratégia em comum: usam outras figuras públicas para tentar capitalizar votos, para fazer frente a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso da corrida presidencial e ACM Neto (União) na briga pela cadeira de governador baiano. A figuração de Bolsonaro e Jerônimo, em segundo plano nas próprias campanhas, foi objeto de questionamento dos adversários e terá que ser repensada.

 

No caso baiano, a decisão judicial saiu mais cedo. Nela, ficou determinado que a campanha precisa ultrapassar o mínimo desejável para o candidato na propaganda eleitoral, que vinha sendo ocupada por Lula e por aliados, especialmente Jaques Wagner e Rui Costa, tidos como bons eleitores. Rui, inclusive, demorou a aparecer na pré-campanha e adiou um pouco a aparição como apoiador de Jerônimo e tem tentado pautar a imprensa basicamente pelas redes sociais. Por mais que seja imprescindível tornar o candidato do PT conhecido ao mesmo tempo em que o associa com imagens fortes do partido, é necessário torná-lo protagonista, algo que até mesma esta coluna já tratou.

 

Segundo informações que circulam nos bastidores, há um esforço para unificar o discurso e evitar que Jerônimo tenha que dividir os holofotes com esses nomes, na mesma proporção em que se tenta impedir que ele seja engolido pelo modus operandi de um candidato a vice com muito traquejo na cena política, como é o caso de Geraldo Jr. (MDB). Porém, na campanha de rádio e televisão, existem limites pré-estabelecidos pela legislação e isso acaba afetando a estratégia. Resta saber como esse grupo político vai lidar com essas decisões e com as próprias correções de rota ao longo da campanha - algo natural e até esperado.

 

No plano federal, Bolsonaro foi atingido por um pedido de Simone Tebet (MDB) para que a primeira-dama, Michele Bolsonaro, não seja a protagonista do enredo de campanha do candidato à reeleição. Como o presidente tem dificuldade com o eleitorado feminino, conforme exposto nas pesquisas realizadas até aqui, colocar a primeira-dama nos holofotes é uma tentativa de dissociá-lo do passado misógino e machista. A intenção foi questionada por Tebet e a Justiça Eleitoral concedeu a suspensão da propaganda - e aí a emedebista teve que lidar com a enxurrada de críticas por, na avaliação dos bolsonaristas, provocar o “eclipse” de Michele.

 

Enquanto isso, Lula e ACM Neto não recorrem a “muletas” como esses adversários. O petista, no máximo, tenta capitalizar o próprio vice, Geraldo Alckmin (PSB), para o discurso da construção de uma grande união nacional. O ex-prefeito de Salvador segue no esforço para não nacionalizar a disputa e mantém citações esparsas ao ex-senador ACM, como é possível ver até no jingle principal. Até aqui, ambos passaram bem sem a necessidade de dividir holofotes com aliados.