Alexi Portela critica gestão de Paulo Carneiro no Vitória: 'Não ouve ninguém'
O ex-presidente do Vitória, Alexi Portela, criticou o atual mandatário Paulo Carneiro. Ele disse que o dirigente não tem ouvido ninguém. O Rubro-Negro está mergulhado numa crise tanto financeira, com salários atrasados, quanto técnica, ocupando a 14ª colocação na tabela de classificação da Série B com 20 pontos, um a mais da zona de rebaixamento à terceira divisão.
"Infelizmente, a democracia foi um baque muito grande no Vitória, que não estava preparado. Na época, dois presidentes desastrosos não foram bem. O Vitória está pagando o preço por essas duas administrações. O Vitória não tem recursos, apesar que acho que Paulo fez coisas que eu não faria. O Vitória tem uma folha de pagamento muito alta para o nível de jogadores que tem. Acho que subir é muito difícil e temos que lutar agora para se manter na Série B", afirmou em entrevista à Rádio Metrópole FM. "Paulo Carneiro manda no futebol. Isso eu não aceito. Acho que ele entende muito de futebol, mas não é só ele que entende e está errando muito esse ano. O que estou falando aqui, já disse a ele. E as vezes ele não ouve, tudo que estou falando. Acho que ele tinha que ouvir mais e não fazer só da cabeça dele, porque está errando muito. Essa é a minha preocupação. Ele está fazendo contratações que eu não faria, está renovando contrato de jogadores que eu não renovaria. E o clube não tem dinheiro. Se eu tivesse dinheiro e pudesse arriscar... Mas só tem bala de prata, não tem dinheiro. Hoje o clube é totalmente deficitário. Não foi ele que causou esse problema, mas a partir do momento que a gente assume, temos que ter capacidade de resolver", continuou.
Alexi ainda ameaçou não comparecer mais nas reuniões da cúpula com o presidente. Segundo ele, os encontros estão servindo apenas para a atual diretoria apresentar as decisões em andamento. "Eu ia ontem na reunião, mas Paulo não estava lá. Íamos ver com ele quais são as dúvidas, ajudar no que ele precisa ou não precisa. Mas não vou mais para reunião ouvir o que ele fez ou deixou de fazer. Ou a gente senta para discutir e participar ou estou fora. Não quero só ouvir o que ele vai fazer, a maioria das reuniões foram para ele falar o que ia fazer. A gente tem que participar e ouvir se ele quer nossa ajuda ou não", ameaçou. "A gente tem que respeitar o regime presidencialista do clube. Mas tem que acertar. Não vou ficar dando amém para os erros dele", completou.
O Vitória começou a temporada mantendo técnico Geninho, contratado no ano passado e evitou o rebaixamento à Série C. Porém, o comandante foi demitido durante a paralisação do futebol em meio à pandemia do coronavírus. Para o lugar, o auxiliar Bruno Pivetti foi efetivado ao cargo, mas acabou sendo mandado embora no último 7 de outubro e no mesmo dia contratou Eduardo Barroca.
"Desde o início, eu não teria colocado Pivetti como treinador. Acho que o Vitória teria que ter um treinador como Geninho. Foi uma briga no ano passado para trazer Geninho, conversei muito com ele que cedeu para trazer o treinador dele. Ele queria um treinador mais moderno, que trabalhe com laptop, powerpoint. Eu gosto de treinador que vá para a beira do campo como Geninho, mais antigos, que não é o perfil dele. Infelizmente todos os treinadores que ele trouxe nessa situação não deram certo. Eu não sei, mas acho Barroca uma incógnita. Não sei se seria o treinador para o Vitória. Mas está aí e espero que dê certo. Sinceramente, espero que a gente tenha uma nova postura em campo. Não pode ter a maneira que o Vitoria está jogando. Repare quantas partidas está tomando gol antes dos 10 minutos. Isso não existe. Não adianta ter posse de bola. Ele diz que tem mais de 70%, mas posse de bola atrás, trocando passes entre o goleiro e o zagueiro não adianta. Tem que ter objetividade lá na frente. Quantas vezes o Vitória chuta a gol, isso que é importante", comentou.
Sem vencer há sete partidas, o Vitória entra em campo na próxima sexta-feira (30), às 19h15, para enfrentar o Brasil de Pelotas, no Barradão, pela 19ª rodada da Série B.