Rodrigo Ribeiro aponta impacto do calendário nacional para temporada do Jacuipense em 2026
Por Thiago Tolentino
O técnico do Jacuipense, Rodrigo Ribeiro, analisou os desafios do calendário do futebol brasileiro para a temporada de 2026 e comentou o planejamento do clube para as competições do próximo ano. As declarações foram dadas durante o mesmo evento realizado na última terça-feira (18), no Rancho do Cupim, em Pituaçu, que reuniu dirigentes e representantes do clube.
Segundo o treinador, a redução de datas e o acúmulo de competições estaduais, regionais e nacionais impactam diretamente o planejamento das equipes, especialmente em um ano marcado pela realização da Copa do Mundo.
"Essa redução, infelizmente, é uma determinação do calendário nacional. A gente fica pressionado com o calendário estadual, ainda tem a Copa do Nordeste. Inclusive, isso foi o que gerou a necessidade da mudança do regulamento da Copa do Nordeste. O Bahia não disputa em 2026 por conta do calendário apertado. Por isso que se cria essa nova fórmula de quem disputa competição sul-americana, seja a Libertadores ou a própria Sul-Americana, não disputar mais a Copa do Nordeste. Então, é um problema do calendário nacional, que é imposto naturalmente pela CBF. E o ano de 2026 é pior ainda por conta da Copa do Mundo. Ficou tudo muito apertado", argumentou.
Rodrigo também detalhou situações específicas enfrentadas pelo Jacuipense logo no início da temporada, citando o curto intervalo entre viagens e jogos decisivos.
"O Flávio, da TVE, estava falando aqui há pouco sobre um problema já na primeira rodada. A gente vai jogar no sábado, às 18h30, em uma viagem extremamente longa. A gente só vai chegar aqui no domingo, talvez ao meio-dia ou no horário da tarde, e já joga na terça-feira contra o Vitória. Então, é um calendário muito apertado que, infelizmente, a gente não tem muito como escolher. Não tem o que fazer. A gente tem que jogar", explicou.

Foto: Cauã Maciel
Apesar do cenário, o treinador afirmou que o clube trabalha para minimizar os impactos físicos e mentais nos atletas.
"A gente vai dar a máxima condição para os atletas estarem tranquilos do ponto de vista físico e mental para que possam jogar as partidas da melhor maneira possível. A dificuldade é para a gente, mas é para todo mundo."
Rodrigo ainda destacou que os desafios logísticos atingem clubes de todo o estado, especialmente em razão da extensão territorial da Bahia.
"Todos os clubes vão passar por esse mesmo problema, ainda mais em um estado com uma dimensão territorial gigante, com clube jogando no Sul, como Porto Seguro, e depois jogando lá em cima, como a Juazeirense. A gente passa por essa dificuldade, mas o Jacuipense é o guerreiro do sertão, está acostumado com essa situação e vai se adaptar com certeza."
Apontado como o técnico mais jovem do Campeonato Baiano de 2026, Rodrigo comentou o momento da carreira e a trajetória construída dentro do clube, após passagens anteriores, como a campanha invicta com o Itabuna.
"Me sinto abençoado, é o que eu posso falar. Sou grato pela oportunidade. Muita gente está vendo o Rodrigo de agora, mas não viu o Rodrigo que chegou no Jacuipense há seis anos, que lutou, batalhou, esperou o momento, estudou, se dedicou e foi paciente. É isso que eu sempre coloco para os atletas", avaliou Rodrigo.
O treinador ressaltou a importância do aspecto humano na relação com o elenco e afirmou que a cobrança faz parte do processo profissional.
"Antes de eu pensar no atleta, eu penso no ser humano. Foi isso que eu vivi aqui no Jacuipense. Tive pessoas que me aguardaram, me esperaram e me deram condições. Primeiro eu penso na parte humana e depois cobro. Vou cobrar atleta de 16 anos ou mais velho do que eu. Eu cobro os diretores, imagine os atletas."
Por fim, Rodrigo explicou o perfil adotado pelo clube nas contratações para 2026, destacando o monitoramento contínuo e a busca por jogadores alinhados à cultura do Jacuipense.
"O Jacuipense, a partir do momento que inicia qualquer competição, já começa o processo de monitoramento. Nenhum jogador que veio é novidade. Todos fizeram boas competições em outros clubes. A gente busca atletas que respeitam o treino, a ética e entendem as nossas dificuldades. Aqui é uma família antes de qualquer coisa. A gente contrata guerreiros. Pode ter certeza que, dentro de campo, qualquer atleta vai dar não só a vida dele, mas também a dos companheiros", finalizou.
O Jacuipense disputará quatro competições em 2026 e segue ajustando o elenco e o planejamento diante de um calendário considerado um dos mais desafiadores dos últimos anos. Além do Baianão, o jacupa vai jogar a Copa do Nordeste, a segunda fase da Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro.
