Justiça arquiva inquérito contra Roni após seis anos; ex-atacante do Fluminense celebra fim de processo
Por Redação
Depois de seis anos de batalha judicial, o ex-atacante Roni, ídolo do Fluminense, vive sem a iminência do perigo. O inquérito aberto em 2019 contra ele na "Operação Episkiros", da Polícia Civil do Distrito Federal, foi arquivado pelo Ministério Público de forma definitiva no fim de julho.
"Estou muito bem, conseguimos superar todos os percalços, as coisas tristes que aconteceram. Me sinto tranquilo, feliz. Sempre fui um cara bem resolvido com as minhas coisas, consciente das minhas ações. Não vai ser esse momento, que marcou tristemente a minha vida, que vai me deixar para baixo, muito menos vai ser uma mancha", declarou em entrevista ao ge.globo, a primeira após a decisão.
Roniéliton Pereira Santos, hoje com 48 anos, chegou a ser preso em maio de 2019 durante Botafogo x Palmeiras, no Mané Garrincha, em Brasília. A operação, coordenada pela Polícia Civil, investigava supostas fraudes nos borderôs de jogos para reduzir custos com impostos e aluguel. O ex-jogador foi solto no dia seguinte, após prestar depoimento.
A investigação apurava indícios de associação criminosa, falsidade ideológica, estelionato majorado e sonegação fiscal em 18 partidas realizadas entre 2015 e 2017. Entretanto, após análise, o Ministério Público concluiu que não houve crime tributário ou fraude. A Receita Federal também informou que não havia débitos em aberto contra os investigados.
"Foi um episódio muito lamentável, que me fazia desacreditar nas pessoas. Foi muito difícil explicar para meus pais, minhas filhas, minha esposa. Mas todos sabiam da minha índole, do meu caráter. No dia do jogo, cheguei lá e fiquei até sem acreditar no que estava acontecendo", recordou.
Segundo ele, os impactos foram mais emocionais do que financeiros. O caso trouxe dificuldades nos negócios, inclusive quando tentou se inscrever em curso da Fifa para se tornar agente. "Acho que foi um impacto muito mais emocional do que financeiramente falando. A gente sempre procurou outras alternativas. Me senti muito acolhido pelo meio do futebol", disse.
Com o arquivamento, o material apreendido foi restituído. "Só queria justiça. Quero colocar um ponto final nessa história. Que foi divulgada nacionalmente e não teve fim. Vou seguir a minha vida, trabalhando com as minhas empresas, no meio do futebol. Não devo nada a ninguém."
Revelado pelo Goiás, Roni teve três passagens marcantes pelo Fluminense (1997-2000, 2001-2002 e 2009) e também vestiu as camisas de Atlético-MG, Flamengo, Cruzeiro e Santos. No total, disputou 492 jogos oficiais, com 171 gols anotados. Pela seleção brasileira, atuou em quatro partidas, três delas na Copa das Confederações de 1999, marcando dois gols.
Fora dos gramados, Roni comanda a empresa “Roni 7”, especializada em levar jogos a diferentes praças do país, além de atuar com bilheteria, programas de sócio-torcedor, shows e agenciamento de atletas.