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Sampaoli explica recusa ao Santos: "Seria irresponsável da minha parte"

Por Redação

Jorge Sampaoli no comando do Sevilla
Foto: Divulgação/Sevilla

O técnico Jorge Sampaoli abriu o jogo sobre os motivos que o levaram a recusar o convite para retornar ao Santos. Em entrevista ao jornalista Lucas Musetti, do UOL Esporte, realizada na noite da última quarta-feira (20), o treinador argentino revelou que a negociação estava avançada e que as bases contratuais, com vínculo até dezembro de 2026, já estavam praticamente definidas. No entanto, a falta de condições financeiras para atender aos pedidos de reforços foi o principal fator que inviabilizou seu retorno.

 

Sampaoli afirmou que chegou a analisar profundamente a situação do clube e traçou um diagnóstico do que seria necessário para ajudar a equipe a sair da enorme crise que vive no Campeonato Brasileiro. Segundo ele, seriam necessários ao menos três reforços de peso para que o seu modelo de jogo pudesse ser implementado.

 

"Depois do jogo contra o Vasco tivemos um tempo para analisar e fazer um diagnóstico de como o time estava e que o time precisava para que pudéssemos ajudar o clube a sair da situação incômoda que está. Sinceramente, tenho um carinho muito especial pela cidade e pelo clube. Eu o amo muito e seria irresponsável da minha parte fazer algo que prejudique o clube. Então fizemos uma análise e um diagnóstico e pensamos que a equipe para chegar lá precisava de três jogadores que tivessem a possibilidade de ajudar nossa maneira de trabalhar e nosso estilo. E conversamos com alguns nomes, inclusive estivemos trabalhando, com toda a comissão técnica e, infelizmente, infelizmente são jogadores que têm um valor que o clube não tem. Por mais que eu tenha a intenção e o desejo porque, honestamente, sou grato por me chamarem, não se concretizou. Não poderia ser feito. E a verdade é que eu não poderia ajudar. Eu entendi isso, se não estaria lá."

 

Durante a negociação, surgiram rumores de que Sampaoli teria alterado a lista de reforços na reta final. O treinador, no entanto, esclareceu que a comissão técnica trabalhou com diversas possibilidades e que as mudanças ocorreram por critérios técnicos e financeiros.

 

"Fizemos uma lista muito extensa de jogadores que filtramos ao longo do tempo. E, claro, nomes iam aparecendo e descartamos alguns e depois adicionamos alguns e, honestamente eu te digo: nós tínhamos toda a intenção. Se não eu não me esforçaria para chegar ao clube. Tinha toda, toda, toda ilusão de ser capaz de ajudar o clube. Eu realmente gostaria de ajudar o clube neste momento se as condições fossem adequadas para que eu pudesse fazer algo importante. Bem, acho que havia intenções de ambos os lados, mas não, não, não podíamos. Nós pesquisamos e continuamos e continuamos procurando jogadores que, qualitativamente levantassem a equipe, ajudaram nessa busca, começamos a procurar nomes, a lançar nomes, a filtrar nomes, até que ficamos com quatro nomes. Nomes que o clube não poderia alcançar [financeiramente]."

 

Sampaoli também negou que afastaria atletas formados na base santista. Pelo contrário, ele destacou que vê o trabalho com os jovens como uma das maiores forças do clube, relembrando o modelo aplicado em sua passagem anterior, em 2019.

 

"Não, não, honestamente, eu não poderia fazer isso. Pensamos em capacitar todos. Se você lembrar da minha estadia em 2019... Tivemos um potencial, um grupo de sparrings. Trabalhamos com todos os jovens em potencial do clube em horário duplo para otimizá-los. Que eles fossem rapidamente adicionados ao time principal. Eles iam trabalhar com o grupo pela manhã e também à tarde. Para mim, aí está o verdadeiro poder do clube. A coisa mais importante que o clube tem é a possibilidade de crescimento para os jovens. Então, foi para capacitá-los e prepará-los para que estejam prontos o mais rápido possível."

 

Mesmo sem acordo, o argentino deixou claro que mantém o desejo de um dia voltar a comandar o Santos, mas reforçou que só o fará se sentir que pode contribuir de forma concreta para os objetivos do clube.

 

"Nós armamos aquele time [de 2019]. Chegamos no início, conseguimos armar em relação ao nosso modelo de jogo. Agora, o time está configurado para outro foco. Outra maneira que hoje eles estão no meio de uma situação complicada. Acho que seria irresponsável da minha parte chegar a um clube tão amado sem fornecer uma solução. Eu pensei... Meu sonho era voltar e ajudar, hein? Acertar os jogadores para que sejam inseridos rapidamente e que tenham muita hierarquia. Essa era a minha ilusão. Repito, o clube, o presidente, o diretor esportivo... Eles fizeram esforço e tiveram todo o desejo de que eu fosse porque eles tinham essa intenção. Eu gostaria de estar lá, honestamente. Fiquei empolgado com a ligação. Mas, bem, as condições não foram dadas para eu ajudar o Santos. Eu o amo muito e seria irresponsável da minha parte se eu não estivesse convencido que vou ajudar se estiver aí."

 

"Nunca se deram as possibilidades de voltar. Eu fui muito feliz, um dos lugares que mais fui feliz na minha carreira. E sei que um dia estarei de volta. Um dia vou voltar para lá. E eu gostaria que o Santos fosse tão respeitado e tão grande quanto sua história. Certamente estaremos juntos novamente. Eu sei, eu sinto", concluiu. 

 

Sem acordo com Sampaoli, o Santos avançou nas tratativas para contratar Juan Pablo Vojvoda, atualmente no Fortaleza, como substituto de Cleber Xavier. A expectativa é de que o argentino seja anunciado ainda nesta semana. Enquanto isso, quem deve comandar o Peixe no duelo contra o Bahia, neste domingo (24), pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, é Matheus Bacchi, filho de Tite e integrante da antiga comissão técnica.

 

A partida está marcada para as 16h, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, e terá a presença de Carlo Ancelotti, que acompanhará jogadores pré-convocados para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Neymar, cotado para retornar à Seleção, está suspenso do confronto.