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FutFestBol estreia em Salvador com homenagens e vencedores do cinema de futebol

Por Thiago Tolentino

Sala Walter da Silveira
Foto: Marina Silva / FutFestBol

O apito inicial não foi no gramado, mas sim nas telonas. Entre 6 e 10 de agosto, Salvador recebeu a primeira edição do FutFestBol – Festival de Cinema de Futebol da Bahia, evento que transformou a paixão pelo esporte em narrativa cinematográfica. As exibições ocorreram na Sala Walter da Silveira, no subsolo da Biblioteca Central do Estado, nos Barris, com entrada gratuita.

 


Foto: Divulgação

 

Ao todo, 25 produções — entre longas, médias e curtas — formaram a programação, reunindo obras premiadas e inéditas, produzidas por baianos ou sobre o futebol da Bahia. Pioneiro no Nordeste, o festival nasceu do desejo do cineasta e idealizador Lucas Semente de unir “as duas paixões populares do país” e criar um espaço fixo para o gênero no calendário cultural do estado.

 

"Essas paixões também são minhas, tanto o futebol quanto o audiovisual. Comecei a pesquisar sobre festivais de cinema de futebol e, rapidamente, descobri o Cinefoot, que nasceu no Rio de Janeiro. Olhei para a Bahia e para seu contexto histórico pulsante no esporte e pensei que uma proposta como essa teria musculatura suficiente. É isso que me motiva", afirmou Semente.

 

Segundo ele, o impacto vai além da exibição. "O maior efeito desse projeto será a formação de plateia, na difusão e promoção de filmes de um segmento que sofre com poucos espaços de circulação no Brasil. A chegada do FutFestBol é positiva e promissora, pois os produtores terão mais um espaço calendarizado, assim como o Cinefoot, para celebrar a cultura do futebol na tela de cinema."

 

A programação incluiu atividades paralelas. No dia 6, uma "resenha pré-festival" reuniu cineastas e produtores no Velho Espanha Bar e Cultura para debater os desafios de filmar futebol na Bahia. No dia 7, houve oficina de narração esportiva com Rainan Peralva, narrador da TV Bahia, para estudantes do Colégio Estadual Senhor do Bonfim. Já no dia 9, uma sessão especial com audiodescrição e Libras exibiu produções como Futebol Além dos Sentidos e Som das Redes, que retrataram a trajetória de atletas com deficiência, como Selmi Nascimento, heptacampeão brasileiro e tricampeão mundial de futebol de cegos.

 

A primeira sessão de exibições, no dia 8, apresentou Bahêa, Minha Vida, de Marcio Cavalcanti, recordista de bilheteria entre filmes de futebol no estado. A noite também celebrou os 15 anos do Cinefoot — primeiro festival do gênero na América Latina — e homenageou o cartunista, diretor e ilustrador Caó Cruz Alves, pioneiro da filmografia de futebol na Bahia.

 

Entre os destaques, esteve o documentário “NÊGO: Um Nome na História”, dirigido pelo jornalista Matheus Caldas, ex-repórter do Bahia Notícias e atualmente na TV Aratu. A produção, de acordo com a sinopse, "mergulha na trajetória centenária do Esporte Clube Vitória, narrada a partir do canto símbolo das arquibancadas rubro-negras, e resgata memórias, glórias e dores de uma torcida que nunca abandonou o clube."

 

 

Segundo Caldas, a ideia surgiu ainda na faculdade, em 2018, quando decidiu fazer do tema seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

 

"Sentia falta de um projeto audiovisual contando a história do Vitória. Foi um processo muito trabalhoso, sem orçamento, com entrevistas apenas em Salvador e muito apoio voluntário, mas acabou dando certo", contou.

 


Foto: Marina Silva / FutFestBol

 

Ele lembra que o memorial — espécie de monografia que acompanha o TCC — acabou ficando em segundo plano. "Investi tanto no documentário que tirei oito no memorial. Mas o filme repercutiu muito na faculdade, mais até que outros TCCs", revelou.

 

Mesmo após sete anos sem projetos semelhantes, o jornalista diz que a obra reacendeu seu lado criativo. "Sempre faço aquele brainstorm na cabeça. Já pensei em escrever livro, fazer outros documentários... Sempre senti falta de profundidade sobre o Vitória. Há sete anos, se você buscasse no Google os dez maiores artilheiros, acharia que era Neto Baiano, mas não era. Hoje já se encontra uma lista mais fidedigna."

 

Para ele, o impacto foi imediato e se renova com a retomada do documentário. "Muita gente me abordou para dizer como foi bacana conhecer a história do clube e reviver memórias com familiares. Espero que incentive outros a produzir materiais que mantenham viva a memória do Vitória e do futebol baiano. O Vitória não nasceu hoje, tem 126 anos de história. Quero dar minha pequena contribuição para que essa galera estude e saiba o que foi feito até chegarmos aqui", concluiu.  Confira abaixo a produção completa: 

 

 

O festival também premiou outras produções baianas. Veja lista: 

 

MÉDIA-METRAGEM

  • 1º lugar: Ser Bahêa é Mil Grau, direção de Junior Ribeiro
  • 2º lugar: União da Diva, direção de Elton Freitas
  • 3º lugar: Negô: Um Nome na História, direção de Matheus Caldas

 

CURTA-METRAGEM

  • 1º lugar: Futebol Além Dos Sentidos, direção de Luciana Queiroz
  • 2º lugar: Fonte Nova, direção de Matheus Vianna
  • 3º lugar: Donas do Baba – Torcedoras, direção de Thaís Bichara e Rodrigo Luna

 

"O FutFestBol parabeniza todos os diretores, equipes e participantes que fizeram da primeira edição um sucesso. Agradecemos a todos os amantes do cinema e do futebol por fazerem parte dessa história", declarou a organização.

 

O encerramento, no dia 10, contou com a exibição do longa O Último Jogo, de Roberto Studart, ficção que transforma uma partida entre vilarejos rivais em questão de vida ou morte. A noite ainda homenageou a produtora Sylvia Abreu, figura-chave na história do cinema de futebol na Bahia.

 

O FutFestBol – Festival de Cinema de Futebol da Bahia é realizado pela Sementes Audiovisuais, com apoio institucional da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e apoio financeiro do Governo do Estado, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.