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Canoísta britânico é suspenso após criar perfil de conteúdo adulto para financiar sonho olímpico

Por Redação

Canoísta britânico é suspenso após criar perfil de conteúdo adulto para financiar sonho olímpico
Foto: Reprodução/Instagram

A preparação para os Jogos Olímpicos de Los Angeles ganhou um episódio inusitado no esporte britânico nesta quarta-feira (4). O canoísta Kurts Adams Rozentals, vice-campeão mundial sub-23 no C1 em 2023, foi suspenso pela Federação Britânica de Canoagem após criar uma conta em uma plataforma de conteúdo adulto, utilizada como alternativa para financiar sua carreira.

 

Rozentals, de 22 anos, afirma que a decisão da federação está diretamente ligada às publicações feitas em suas redes sociais, que visavam divulgar seu perfil no OnlyFans, onde disponibiliza fotos e vídeos para assinantes. Oficialmente, porém, a entidade não detalhou os motivos exatos da suspensão.

 

"Estou sendo forçado a escolher entre as Olimpíadas e o OnlyFans. Foi a decisão mais difícil que já tomei", afirmou Rozentals, em entrevista à BBC. Segundo ele, a iniciativa surgiu após anos enfrentando dificuldades financeiras: "Minha mãe trabalhava 90 horas por semana, oficiais de justiça batiam à porta… Eu precisava encontrar um caminho para sustentar esse sonho."

 

O impacto foi imediato. Além da suspensão, Rozentals foi excluído do programa de classe mundial da Federação Britânica de Canoagem, que garante uma bolsa anual de £ 16 mil (cerca de R$ 122 mil). O atleta argumenta que esse valor está muito aquém do necessário para custear despesas com treinamentos, viagens e moradia, especialmente considerando que muitos atletas vivem em Londres — algo que, segundo ele, sempre foi inviável pela própria condição financeira.

 

Desde que passou a produzir conteúdo adulto no fim de 2023, o canoísta relata ter arrecadado mais de £ 100 mil (cerca de R$ 765 mil), valor muito superior ao oferecido pelo programa da federação. Até o momento, ele publicou 39 vídeos e mais de 100 fotos.

 

Rozentals conta que recebeu, em abril, uma ligação informando sua suspensão e a proibição de manter qualquer contato com atletas ou membros da comissão técnica da elite do esporte. "Eu congelei. Minha identidade, minha vida, é ser atleta e buscar o sonho olímpico", desabafou.

 

A Federação Britânica de Canoagem se manifestou em nota, explicando que a suspensão é uma medida preventiva, descrita como "um ato neutro, projetado para proteger todas as partes e salvaguardar atletas, funcionários e voluntários, devido à natureza da alegação". A investigação foi repassada ao serviço independente Sport Integrity, responsável por apurar casos que envolvem integridade no esporte britânico.

 

De acordo com o Código Disciplinar de Atletas, a federação lista entre as possíveis violações o "uso ofensivo de redes sociais" e "comportamento indecente, ofensivo e imoral", infrações que podem resultar em suspensão da seleção.

 

Apesar da repercussão, o caso de Rozentals não é isolado no cenário esportivo britânico. Em 2023, o saltador olímpico Jack Laugher, dono de três medalhas nos Jogos, também criou uma conta paga para fãs como estratégia de financiar sua jornada rumo a Paris, onde conquistou o bronze. À época, o pai do atleta, Dave, minimizou a questão: "Ele basicamente só posta fotos como se estivesse competindo. Nada que você não possa mostrar para sua avó."

 

A prática não se restringe aos britânicos. Outros atletas, como a paraguaia Luana Alonso (natação) e a canadense Alysha Newman (salto com vara), também aderiram às plataformas de conteúdo adulto como forma de complementar a renda e viabilizar suas carreiras no alto rendimento — cenário que levanta, mais uma vez, discussões sobre os desafios do financiamento no esporte de alto nível.