Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Esporte

Notícia

STJD responsabiliza ex-técnico do Palmeiras e mais cinco por manipulação na Série D

Por Redação

Camisa do Patrocinense
Foto: Reprodução / Instagram (@capatrocinense)

Um inquérito do STJD que apurava a manipulação em um dos jogos da Patrocinense no Campeonato Brasileiro da Série D 2024 apontou seis nomes como responsáveis pelo esquema que favoreceu apostadores. O auditor Rodrigo Aiache Cordeiro foi quem tomou a decisão que acarretou na indiciação dos nomes para a Polícia Federal. A informação foi inicialmente veiculada pelo site ge.globo.

 

Os nomes apontados pelo tribunal aparecem no relatório de conclusão do inquérito assinado por Rodrigo Aiache. A decisão foi tomada após as investigações da Polícia Federal, que foram iniciadas depois da suspeita de irregularidades na partida entre Inter de Limeira e Patrocinense em junho do ano passado, o jogo foi vencido por 3 a 0 pelo time paulista.

 

Um dos nomes citados no relatório é o de Estevam Soares, técnico que comandou o Patrocinense na partida investigada, também é lembrado por ser o treinador do Palmeiras na campanha de quarto colocado no Brasileirão de 2004. Além de Estevam, outros nomes estão envolvidos no caso:

 

Richard Sant Clair da Silva (Richard Bala) - ex-zagueiro do Patrocinense que entrou em campo contra a Inter de Limeira;

Felipe Gama Chaves - ex-goleiro do Patrocinense que entrou em campo contra a Inter de Limeira. Hoje, está no Darmstadt, da Alemanha;

Rodolfo Santos de Abreu (Dodô) - auxiliar técnico do Patrocinense na época da partida;

Anderson Ibrahin Rocha - dirigente que assumiu gestão do futebol do clube na época;

Marcos Vinicius da Conceição - possível investidor.

 

De acordo com o auditor, as atitudes de Richard Bala, Estevam, Felipe Gama, Rodolfo Santos e Anderson Ibrahin se enquadram no artigo 242 do Código Brasileiro da Justiça Desportiva, que aponta como infração "atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende". A pena prevista no código é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de 180 a 360 dias.

 

Amderson e Marcos Vinicius devem responder pelo artigo 243, que prevê ilegalidade no ato de "dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente". A pena também é de R$ 100 a R$ 100 mil.

 

Após a conclusão do inquérito, o auditor enviou o processo para a Procuradoria de Justiça Desportiva, que vai analisar o documento. Os seis nomes acusados devem ser denunciados e julgados com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

 

No inquérito, Rodrigo Aiache detalhou a participação de cada envolvido no caso. Segundo o auditor, Anderson Ibrachin, dono da empresa Air Golden que firmou parceria com o Patrocinense em abril, "cooptava jogadores a atuar na manipulação de partidas". Em investigação da Polícia Federal, a atuação do empresário foi confirmada em mensagens coletadas.

 

Os jogadores Richard Bala e Felipe Gama entraram em campo no jogo contra o Inter de Limeira. O relatório diz que Richard fez um gol contra e Felipe "deixou" o adversário fazer o primeiro gol, sendo os dois atos considerados propositais. Após a partida, a diretoria do Patrocinense rompeu o contrato com a Air Golden.

 

Demitido logo depois da partida, o técnico Estevam teria escalado os dois jogadores a pedido de Anderson Ibrachin. O STJD afirma que o treinador tinha conhecimento do esquema após confirmação de troca de mensagens. Já o auxiliar Dodô, além de ter conhecimento da manipulação, "teria ameaçado um dos atletas do Patrocinense para que contribuísse para a manipulação do resultado", de acordo o relatório.

 

Conforme detalhado pelo documento, Marcos Vinicius era um dos investidores e foi chamado de "chefe" por Richard Bala em troca de mensagens. O atleta teria recebido de Marcos um smartphone e a quantia de R$ 5 mil como recompensa pelo cumprimento do combinado.

 

Confira o comunicado oficial da atual diretoria do Patrocinense:

O Clube Atlético Patrocinense (CAP) vem a público esclarecer aos seus torcedores e à população de Patrocínio/MG sobre as recentes notícias divulgadas pela imprensa, que associam o clube a supostos casos de manipulação de resultados em partidas. Tais matérias não correspondem à realidade dos fatos e distorcem os acontecimentos.

Durante o Campeonato Mineiro de 2024, o CAP enfrentou uma grave crise financeira, que culminou em sua desistência da competição por absoluta falta de recursos. Poucas semanas após essa decisão, às vésperas do início do Campeonato Brasileiro Série D, o clube foi procurado pela empresa AIR Agenciamento e Marketing Ltda – Agency Air Golden, representada pelo senhor Anderson Ibrahim Rocha, com uma proposta de parceria desportiva.

A empresa AIR GOLDEN ofereceu um contrato de gestão esportiva no qual se comprometia a assumir o pagamento da folha salarial dos atletas e demais despesas relacionadas às partidas. Em contrapartida, teria a prerrogativa de indicar alguns atletas para compor o elenco do clube. A proposta foi cuidadosamente analisada pelo CAP, pois os recursos oferecidos pela empresa seriam fundamentais para viabilizar a participação no Campeonato Brasileiro Série D.

O contrato foi firmado no dia 1º de abril de 2024, com vigência de seis meses, prorrogáveis por mais 24 meses, caso o clube obtivesse acesso ao Campeonato Brasileiro Série C.

No entanto, durante a disputa da Série D, o CAP identificou comportamentos suspeitos por parte de alguns atletas, indicando possíveis vendas ilegais de lances para casas de apostas. Diante disso, o clube imediatamente acionou a Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), denunciando os fatos.

Paralelamente, o contrato de gestão esportiva com a empresa AIR GOLDEN foi rescindido antecipadamente. Desde então, o CAP tem colaborado ativamente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações solicitadas, participando de audiências no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e prestando esclarecimentos no Senado Federal. Durante essas apurações, ficou evidente que o Clube Atlético Patrocinense foi VÍTIMA de um esquema criminoso conduzido pela empresa AIR GOLDEN, cujo representante, ANDERSON IBRAHIM ROCHA, também participou em sessão do Senado em agosto/2024 sobre as manipulações de resultados por meio de apostas esportivas.

Como consequência dos atos ilícitos praticados pela AIR GOLDEN, o CAP também enfrenta diversas ações trabalhistas devido à inadimplência da empresa em relação ao pagamento dos salários dos atletas e funcionários, uma obrigação que deveria ter sido cumprida pela parceira à época.

Diante do exposto, o Clube Atlético Patrocinense reitera seu compromisso com a transparência e comunica as devidas informações aos seus torcedores e à população de Patrocínio/MG. O clube aguarda a conclusão das investigações pelas autoridades competentes e espera que todos os responsáveis por esses atos sejam devidamente punidos.