Projeto prevê Olimpíadas e Paralimpíadas na Rede Municipal de Ensino em Salvador

Um Projeto de Lei prevê a criação das Olimpíadas e Paralimpíadas Estudantis na Rede Municipal de Ensino em Salvador. De autoria da vereadora Cristiane Correia (PSDB), presidente da Comissão de Educação, a proposta é que alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Municipal tenham acesso à competição, que ocorreria anualmente.

 

"A ideia é não só estimular a prática esportiva, como também todos os valores agregados do trabalho em equipe, do desenvolvimento motor, a melhoria do relacionamento interpessoal... todos os valores que são inerentes à prática", afirmou Correia, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

O PL nº239/2021 foi protocolado na última quinta-feira (15) e publicado na edição desta segunda-feira (19) do Diário Oficial da Câmara. Inicialmente, ele precisa ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Caso isso aconteça, ele segue para uma Comissão Técnica especializada, para que sejam discutidos o orçamento e os benefícios que o projeto pode trazer para os alunos. O prazo inicial para a Prefeitura regulamentar a medida é de 60 dias, contados a partir da data da publicação. Isso ocorrerá se o projeto for aprovado no Plenário da Câmara de Vereadores, e se o texto não sofrer alteração. 

 

"Existem estudos que provam que os adolescentes que praticam qualquer tipo de atividade física têm melhor desempenho escolar, são mais participativos e melhoram o relacionamento interpessoal. E tem uma questão muito comum. O índice de violência entre jovens que praticam atividade física é menor. Se o jovem está na prática esportiva, está longe do tráfico, diminui a possibilidade de ele ser fisgado pelo crime, que bate a sua porta todos os dias", destaca a vereadora responsável pelo projeto.

 

Uma pesquisa realizada em 2018 por neurocientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, indica que crianças e adolescentes que praticam esportes com frequência têm desempenho 20% superior em relação aos alunos sedentários.

 

Segundo a Gazeta do Povo, ao todo, 80 crianças de 6 a 10 anos foram analisadas pelo estudo "Estimulação motora, função executiva e atenção". Elas foram divididas em dois grupos: o primeiro realizou atividades físicas, e o segundo teve aulas de Educação Física duas vezes por semana na escola, com duração de 50 minutos, durante sete meses. O resultado foi o número de 20% citado acima.

 

Vale lembrar que as aulas presenciais já estão suspensas em Salvador desde o dia 16 de março de 2020 (lembre aqui). Prometendo vacinar 75% dos trabalhadores da Educação com a primeira dose, o prefeito Bruno Reis decretou a volta às aulas semipresenciais para o dia 3 de maio (veja aqui). Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) se recusou a cumprir a medida enquanto toda a classe não estivesse imunizada em duas doses contra a Covid-19 (leia aqui).

 

Para o diretor de Esportes da Prefeitura, Felipe Lucas Lima, a ideia de estimular o esporte por meio de Olimpíadas e Paralimpíadas na Rede Municipal é bem-vinda. "A cidade carece de projetos com essa iniciativa, sobretudo com esse apelo social, inclusivo. A gente é super a favor para colocar em prática. Sendo sancionado pelo prefeito, vamos canalizar toda energia possível para que esse e outros projetos similares sejam acolhidos", destacou.

 

A pasta de Esportes é vinculada à Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre). O gestor assegurou que tem "boa relação com o prefeito" e "com o presidente da Câmara dos Vereadores, Geraldo Júnior". Dessa forma, fará o possível para articular em favor do projeto no Executivo.

 

Ao todo, 15 modalidades foram indicadas para as Olimpíadas Estudantis: basquetebol, futsal, handebol, voleibol, futebol de campo, natação, atletismo, judô, ginástica rítmica, ginástica artística, tênis de mesa, tênis de campo, skate, ciclismo e surf.