Uefa proíbe símbolo LGBTQ+ em iluminação de estádio no duelo entre Alemanha e Hungria
A Uefa proibiu a iluminação com arco-íris no estádio de Munique para o jogo entre Alemanha e Hungria, nesta quarta-feira (23), às 16h no horário de Brasília, pela terceira rodada do Grupo F da Eurocopa. A entidade cedeu às pressões do governo húngaro, que é de extrema-direira, e vetou o símbolo do movimento LGBTQ+.
"De acordo com seus estatutos, a Uefa é uma organização politicamente e religiosamente neutra. Dado o contexto político, a Uefa rejeitou o pedido", informou o comunicado da Uefa.
A prefeitura de Munique fez um protesto contra uma lei aprovada, na semana passada, pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que restringe o direito de informações de jovens com relação à homossexualidade e transexualidade. O estádio de Munique foi iluminado com as cores do arco-íris. A Federação Alemã de Futebol anunciou que concordava com as autoridades da cidade alemã. Inclusive, o goleiro Manuel Neuer, da seleção da Alemanha, usou a braçadeira de capitão com as cores so símbolo do movimento LGBTQ+. O arqueiro alemão chegou a ser investigado pela Uefa como um possível "ato político".
A decisão da Uefa foi bem recebida por autoridades húngaras. O Ministro das Relações Exteriores do país, Peter Szijjarto, comemorou. "Graças a Deus, nos círculos da liderança do futebol europeu o bom senso ainda prevalece e eles não acompanharam a provocação política. A Uefa tomou a decisão certa", disse.
Porém, clubes alemães demonstraram apoio ao movimento LGBTQ+. O Schalke 04 postou uma foto das cores do arco-íris.
"Não se trata de provocação. É sobre fazer a coisa certa", declarou no Twitter.
O Arminia Bielefeld e Wolfsburg seguiram o exemplo do Schalke 04. O atacante da França, Grizemann, publicou uma foto antiga da Arena de Munique, palco da partida entre Alemanha e Hungria, iluminado com as cores do arco-íris, pouco depois do anúncio da Uefa.
A Alemanha é a segunda colocada do Grupo F com três pontos, um a menos da líder França. Também com três, Portugal aparece na terceira posição, enquanto a Hungria é a quarta com apenas um.