VP do Jacobina diz que retorno do Baianão foi imposto e ameaça ingressar na Justiça
Por Glauber Guerra / Leandro Aragão
O Campeonato Baiano vai retornar a partir do dia 22 de julho, uma quarta-feira (confira aqui). No entanto, o reinício não tem a aprovação unânime dos clubes participantes como é o caso do Jacobina. Segundo o vice-presidente Rafael Damasceno, o Jegue da Chapada é contra a volta da disputa, mas que a retomada foi definida de forma impositiva.
"Na verdade, não teve nem essa pergunta, se era a favor ou contra. Foi por imposição de que voltava dia 22 e que os clubes se preparassem. Não houve essa opção se era a favor ou contra o retorno do Campeonato Baiano. O Jacobina é contra o retorno nesse momento", declarou em entrevista ao Bahia Notícias.
Damasceno ainda afirmou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJDF-BA). E ameaçou a não colocar o time em campo a partir do dia 22.
"Nós vamos para a Justiça e de último caso não vamos retornar. Não temos condições de entrar em campo, nós somos a favor da vida", disparou.
O vice-presidente do Jegue da Chapada falou dos motivos para ser contra o retorno do Baianão. Ele citou a situação do estado no combate à pandemia do coronavírus. Além de destacar que a cidade de Jacobina entrará em toque de recolher nos próximos dias.
"Primeiro, pela questão de saúde, porque em Jacobina estamos proibidos de treinar. O Jacobina só terá 12 dias para se preparar onde não pode treinar, não pode jogar e no dia 11, a cidade está entrando em toque de recolher. Como nós vamos atuar? Nesse momento não tem condições nenhuma de retorno do futebol baiano. O Jacobina é contra o retorno e a gente até aceita o rebaixamento em troca da vida. É injusto, é desumano o retorno do Campeonato nesse momento. Ontem, a Bahia teve o maior número de mortes nas últimas 24 horas, os leitos de UTI vão para 80% de ocupação no estado e os outros falando aqui preocupados com o retorno do Campeonato Baiano? Não tem condições nenhuma", disse.
Em relação local de treinamento, durante a reunião da Federação Bahiana de Futebol (FBF) e os clubes baianos, foi sugerido a mudança para um outro local onde as atividades estão liberadas. Mas segundo Damasceno, essa hipótese está fora de cogitação por causa da situação financeira do Jacobina.
"Quem vai bancar esses custos de treinar em outro local, se nós não recebemos R$ 1 de nada? Quem vai bancar os testes? Quem vai bancar os jogadores vindo de fora de outros estados? Nós vamos jogar em Ipiaú, uma cidade com mais de 800 casos de Covid-19", completou.
O Baianão foi interrompido em meados de março faltando duas rodadas para o encerramento da primeira fase. O Jacobina é o lanterna e integra a zona de degola. Apenas um clube é rebaixado no Estadual.