Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Esporte

Notícia

Ítalo Ferreira relata epopeia ao vencer bateria em torneio pré-olímpico surfando de jeans

Ítalo Ferreira relata epopeia ao vencer bateria em torneio pré-olímpico surfando de jeans
Foto: Reprodução / Instagram

O brasileiro Ítalo Ferreira protagonizou uma cena bastante inusitada na última terça-feira (10), no Japão. Na estreia nos Jogos Mundiais de Surfe da ISA (Associação Internacional de Surfe), ele chegou à praia de Myasaki direto do aeroporto faltando nove minutos para o fim da sua bateria. Sem tempo para se preparar, ele caiu no mar de bermuda jeans e a prancha emprestada de Filipe Toledo. Apesar do contratempo, arrancou a vitória de virada e segue na disputa do torneio que dá vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

 

"Foi uma missão! Quando eu pousei, fui correndo do aeroporto para a competição e não tive tempo de pegar a bagagem. No meio do caminho, tinha uma bermuda jeans na minha mochila. Eu troquei dentro do carro pela calça que eu estava. Quando eu cheguei, a minha bateria já estava acontecendo e eu precisava de 12 pontos para ficar em primeiro. Faltando 1 minuto, eu fiz a melhor nota, surfando com a prancha do Filipe e de bermuda jeans. Deu certo. Foi uma loucura!", explicou o surfista que venceu a disputa com 13,46 pontos superando o argentino Leandro Usuna, o mexicano Dylan Sourthworth e o norueguês Frode Goa.

 

A epopeia de Ítalo não ficou somente no fato de ir do aeroporto direto para a praia. Tudo começou cerca de quatro dias atrás quando teve a mochila roubada em que estava o passaporte. Isso aconteceu um dia antes do embarque para o Japão. Ele conseguiu fazer um documento de emergência, mas precisava de novos vistos para o país asiático e para os Estados Unidos, onde terá que voltar para a disputa da Liga Mundial. Sem o visto americano, ele partiu para a "Terra do Sol Nascente" no último domingo 8) e ainda teve outro imprevisto na chegada.

 

"Teve um furacão em Tóquio, e a gente só conseguiu pousar algumas horas depois. Eu não cheguei no consulado americano a tempo da entrevista do visto e tive que deixar para o dia seguinte. Eu decidi deixar o meu passaporte lá e vim direto para Miyazaki", continuou. Ele chegou a ficar 18 horas dentro do avião. "Ou seja, eu não teria como chegar a tempo para a entrevista no consulado no Japão. Então remarquei para as 8:30 do dia 10 de setembro, primeiro dia da competição, sem ter certeza de que o visto seria aprovado", completou.

 

Após a aprovação do visto, ele foi para o Aeroporto de Tóquio buscar outro voo para a cidade onde competiria chegando em cima da hora. "O Filipe, a Tati (Weston Webb) e o Ricardinho (pai do Filipe) prepararam a prancha pra mim. Eu peguei a primeira onda ruim, fiz 3 pontos, e depois um 5 e pouco em uma onda com um aereozinho. Faltando 1 minuto e pouco, eu não tinha a prioridade e eles deixaram uma esquerdinha pra mim. Foi a onda que eu fiz o 8,33, a melhor nota da bateria. Só faltava eu ter esquecido e entrado com o passaporte no bolso (risos)", falou.

 

A competição no Japão reúne surfistas de 55 países e é obrigatório para quem pretende disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio. Foram convocados os 6 melhores surfistas de cada país (3 homens e 3 mulheres) pelo ranking mundial. Além de Ítalo, Filipe Toledo e Gabriel Medina também estão no páreo. Entre as mulheres, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb e Tainá Hinckel representam o Brasil.