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Sem apoio, jovens do karatê encontram dificuldade para competir fora da Bahia

Por Gabriel Rios

Sem apoio, jovens do karatê encontram dificuldade para competir fora da Bahia
Foto: Arquivo Pessoal

Jovens baianos buscam espaço no Karatê e muitos até já começaram a se destacar no esporte. No entanto, a falta de patrocínio e de ajuda dos órgãos do estado dificulta a prática desses atletas. É o que explica o professor Eduardo Antônio da Silva, que é karateka há mais de 38 anos e ensina há 15 na academia Shalon.

 

“Temos vários alunos que foram campeões baianos e brasileiros. Sempre fomos campeões nas competições, mas por questões de transporte, acaba dificultando. Recentemente tivemos o Norte e Nordeste, e infelizmente mais da metade não pode ir. Mesmo assim, ainda ficamos em 4º”, apontou.

 

O professor ainda critica a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), que segundo ele não dá suporte às promessas no esporte: “Nunca [ajudou]. Já tem quase uma semana que solicitamos ajuda para competir no Brasileiro, que acontece em São Paulo, e até hoje nada”, lamentou. “A Federação disse que tentaria um ônibus, mas até agora nada. Para se conseguir as coisas na Bahia é uma dificuldade”, completou.

 

Sem esperar pela resposta da Sudesb e da Federação Bahiana de Karatê, a família de Thiago Rodrigues, de apenas sete anos, começou a se movimentar na internet para conseguir ajuda financeira. Segundo a mãe do atleta, Eliene Rodrigues, alguns amigos já se disponibilizaram a ajudar na estadia, mas ainda faltam as passagens e a inscrição.

Eliene e Thiago no Campeonato Baiano em 2017 Foto: Arquivo Pessoal

“A estadia, eu creio que não vá precisar, pois amigos meus estão se sensibilizando e se movimentando para ajudar. A passagem de avião é que está pegando, e a inscrição também”, explicou.

 

“Eles (Sudesb) estão vendo se vão arranjar um ônibus, mas até agora nada. Depois, quando chegar perto, eles vão dizer que não dá, e a gente vai ficar na mão. Por isso estamos procurando algo, para ele não ficar na mão. Se a gente for de ônibus, serão dois dias de viagem. Ele pode chegar cansado e isso o prejudica. A Federação também não ajuda. Tudo são os pais que têm que investir. Mudança de faixa também somos nós que arcamos com tudo. Eles nunca ajudaram em nada”, reclamou.

 

Thiago foi uma das crianças que não conseguiram viajar para o Norte e Nordeste. Mesmo assim, o atleta mirim tem acumulado títulos em sua recente carreira.

 

“Com apenas cinco anos, ele ganhou o primeiro torneio de Karatê na Bahia e ficou em segundo lugar no Baiano por equipe. Em 2017, ficou em terceiro no Brasileiro que aconteceu aqui na Bahia, e neste ano foi Campeão Baiano por equipe”, destacou Eliene.

Thiago conquistou o Baiano com apenas cinco anos Foto: Arquivo Pessoal

Ela também relembrou como surgiu a vontade de Thiago em ser um karateka: “O dono da academia é meu cunhado e eu tenho um sobrinho que faz. Sempre o levei desde um ano, e a partir dos dois ele já começou a entender e fazer algumas coisas. Como só podia entrar com quatro anos, ele chorava porque não podia fazer. Com cinco anos ele decidiu participar do torneio baiano e acabou ganhando de crianças mais velhas que ele”.

 

Por fim, Eliene afirma que mesmo com todas as dificuldades, seguirá tentando conseguir realizar o sonho de Thiago. “Não temos patrocínio de ninguém, mas estamos correndo atrás, é o sonho dele. Estou desempregada, só o pai dele trabalha, então dificulta”, concluiu.

 

O Campeonato Brasileiro de Karatê acontecerá em São Paulo nos dias 10 e 11 de agosto. Entretanto, o prazo da inscrição, que custa cerca de R$ 170, se encerra no dia 20 de julho.