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Jogadoras e mães, atletas do Vitória enfrentam dificuldades para conciliar atividades

Por Glauber Guerra / Gabriel Rios

Jogadoras e mães, atletas do Vitória enfrentam dificuldades para conciliar atividades
Na sequência: Paty, Evelyn, Maryana e Silvana Foto: Maurícia da Matta/EC Vitória

Ser jogadora de futebol no Brasil não é fácil. Imagine conciliar com as atividades de ser mãe? Essas quatro atletas do Vitória enfrentam as dificuldades do esporte para poder oferecer uma vida melhor para seus filhos. Maryana, Patrícia e Gadu contam com a ajuda das mães para poder treinar. Já a zagueira Silvana tem a tia como um suporte para ajudar na criação de sua filha Letícia, enquanto trabalha.

 

A goleira Maryana, mãe de Raylan, 2, confessa que o início foi complicado, mas a ajuda da mãe é essencial para que possa continuar trabalhando. “No começo foi mais difícil, mas hoje se tornou um pouco melhor, pois o tempo ajudou bastante. Treino duro a semana toda para que eu tenha a recompensa do sorriso dele no fim de semana. Minha mãe cuida dele, então digamos que posso ficar ‘praticamente despreocupada’, sei que está muito bem cuidado, até porque a vovó é coruja”, disse em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Mesmo distante Maryana revela como faz para amenizar a saudade do filho: “Ele faz muita falta. A gente se fala por vídeo para amenizar a saudade. Sei que estou longe, mas me sinto perto. Ele é um menino bem tranquilo, parece até que ele sabe o dia que eu vou chegar, pois fica no aguardo no final de semana. Quando chego em casa, a atenção é toda dele e a dele é toda minha”.

 

Já a meia Patrícia, mãe da menina Maria Eduarda, salienta que todo o esforço que faz como jogadora é pela sua filha de quatro anos. “Para dar uma vida melhor para ela eu me viro em 11 se for possível. Tudo por um futuro melhor, pois ela é a minha fonte de força. Quando viajo, meu coração fica apertado, mas sei que é para ela ter uma educação melhor. Procuro fazer por ela o que minha mãe não pôde fazer por mim”, explica.

 

Assim como Maryana, Patrícia também recebe o auxílio de sua mãe, a quem rasga elogios quando vai falar. “Minha rainha, meu tesouro. Minha mãe fica com ela enquanto viajo para jogar”. Paty, como é conhecida, cita que Maria Eduarda não tem pai. “Ela não tem, mas tem duas mamães”.

 

Evelyn Monteiro, conhecida como Gadu, também sofre com a distância do filho Théo, de apenas dois anos, que não mora em Salvador. A meia relata que as vezes, por conta da saudade, tem vontade de desistir do futebol, mas procura focar para garantir algo melhor para ele. “A parte mais difícil é a distância. No meu caso, não fico longe só em viagens e só posso vê-lo quando tenho folga ou minha mãe o traz. Tem aqueles dias que a saudade é tanta que acabo chorando, ou vem aquela vontade de ir correndo dar um abraço em meu príncipe. No entanto, ligo para ele e ao ver que está bem, busco focar e correr atrás do que eu realmente vim fazer aqui, para dar um bom futuro para ele e minha mãe”.

 

Gadu brinca com o fato de Théo ficar tímido quando ela chega, mas que depois tudo volta ao normal. “Ele é muito apegado a mim, então foi um pouco difícil no início. Ao me ver, ele sempre ficava um pouco sem jeito, um pouco tímido, mas com o tempo volta a ser como antes, sempre ficando comigo e não quer que ninguém faça nada para ele a não ser eu”, diz aos risos.

 

Outro fato que a meia do Vitória se orgulha, é do reconhecimento que tem quando Théo está jogando futebol. “Quando ele brinca de futebol com outra pessoa, ele sempre lembra de mim falando que o gol é meu... Acho que ele reage super bem, parece que entende que faço o que gosto e que independente da distância estarei sempre com ele”, destacou.

 

Já a zagueira Silvana explica que por conta da rotina dos treinamentos, não consegue ter muito tempo com sua filha Letícia. “É difícil conciliar, mas a gente consegue. A rotina de treinos é intensa e às vezes saio de casa e Letícia está dormindo. Quando volto, está dormindo também. Mas a gente se esforça para dar um futuro melhor para nossos filhos”, comentou.

 

“Sinto que Leticia sente bastante saudade, quer brincar comigo e muitas vezes eu não a encontro acordada quando chego em casa. Mas sei que todo esse esforço será recompensado e que lá na frente ela vai entender”, concluiu.