Presidente do Santos se diz surpreso com caso de abuso sexual e descarta impeachment

O presidente do Santos, José Carlos Peres, disse ter sido pego de surpresa com denúncia de abuso sexual contra coordenador das divisões de base do clube. O jovem Ruan Petrick Aguiar de Carvalho, de 19 anos, registrou boletim de ocorrência relatando ter sido vítima de abuso em 2010, quando tinha 11 anos, acusando Ricardo Marco Crivelli, o Lica, que dirigia as categorias inferiores.

"Ele (Lica) trabalha no futebol há mais de 20 anos, sem nenhuma mancha. Fomos pegos de surpresa com essa denúncia. Imediatamente o Comitê Gestor do Santos se reuniu e optou pelo afastamento do profissional para que ele possa se defender. O Santos vive um momento político muito forte. O caso dele está em sigilo de Justiça. Não vamos poder falar muito sobre. O Santos é uma instituição centenária. Aqui as pessoas são bem recebidas, trabalham. Os homens passam, mas o clube fica", declarou Peres.

Apesar de serem sócios da empresa Saga Talent Sports & Marketing, que gerencia carreira de atletas, o mandatário do Peixe negou que tenha defendido Lica no caso. "Eu não defendi o Lica em momento algum. Fora de hipótese. Chamei-o na sala, conversei com ele firme. Ele disse que era inocente, e eu falei para ele ir se defender na Justiça. Fui curto e grosso. Mas não posso atacá-lo. O caso está sendo tocado por profissionais que têm metodologia e formas de chegar na verdade. Só sou otimista pela Justiça. Se estiver errado, paga", disse.

Sobre o pedido de impeachment, protocolado por conselheiros do clube na última terça-feira (17), Peres descartou que a manobra vá adiante. "Tivemos uma entrada de um impeachment sem nenhuma base legal. Nossos advogados verificaram. A base do impeachment é a gestão", afirmou. "São coisas infundadas, sem nenhuma base legal. A gente precisa ter um pouco de raciocínio. Eles (opositores) estão jogando com tudo, são muito baixos. Nossa gestão é íntegra. Falo isso de boca cheia. Ninguém vai passar o Santos para trás", completou.