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Técnico do Jacobina lamenta revés contra Vitória e critica futebol baiano: ‘Muito pobre’

Por Gabriel Rios

Técnico do Jacobina lamenta revés contra Vitória e critica futebol baiano: ‘Muito pobre’
Foto: Reprodução / EPTV

O Jacobina enfrentou o Vitória neste domingo (4) e tomou o gol aos 48 minutos da etapa final. Em entrevista ao Bahia Notícias, o treinador do clube, Orlando da Hora, comentou sobre o confronto. “É dolorido. Mas para mim que tenho tantos anos de bola, é natural. Foi um bom jogo. Com todas as dificuldades que o Jacobina tem, fez um jogo bonito. Exigimos do Mancini toda a atenção. Foi um jogo tenso para ambos os lados. Claro que o sacrifício maior da gente é natural, em decorrência da sequência  do tempo de trabalho. O jogo em si normal, pecamos porque optamos por trabalhar com elenco curto, para poder tentar dar uma condição razoável. Estamos com o zagueiro machucado há mais de um mês, e todo mundo virou as costas pro clube. O clube passou a ser alvo só de críticas. Imagine você ralar, o nosso oito tomou um carrinho violento, jogou sangrando, quase fraturou a tíbia, e o ‘cara’ chega aos 48 e toma um gol e tem gente que está em casa ou sentado na arquibancada e pensa que ficamos felizes. É claro que o torcedor também sofre, que a região e a cidade sofrem muito, mas não sofrem mais do que a gente. É uma luta”, explicou Orlando.

 

Da Hora apontou os erros do clube e criticou o futebol baiano. “Cometemos erros por confiar em pessoas que não deveríamos confiar em termos econômicos e acabamos ficando com elenco reduzido. Demoramos em contratar peças. O campeonato ficou muito deficitário, foram poucos jogos em casa. Tanto o clube quanto a Federação Baiana de Futebol (FBF) tiveram dificuldades para vender o campeonato. É o único estado do Brasil que se cobra borderô. A Federação é obrigada a sobreviver fazendo isso. Acaba se tornando um futebol muito pobre. Para quem não chega ao quadrangular final, só têm 30 dias de campeonato, aí o resto do ano acabou. Acho que a Bahia precisa mudar o calendário dela, criar fórmulas de ter mais calendário para que os jogadores criem mais raízes no profissional. O jovem não tem motivação com esses campeonatos tão curtos. A Bahia é o retrocesso do retrocesso no futebol. Um estado que há muito tempo revelou jogador. Você vai na base de Bahia e Vitória, e cinco ou seis dos times titular são de outros estados. Não tem competitividade, porque não tem recursos. A FBF quis fazer Copa do Estado ano passado, mas como faz se ela não tem nada para premiar o campeão? Porque no arbitral os poderosos que dirigem os clubes vão lá e botam tudo no primeiro semestre. No ano seguinte ele fica fora, pois tem que montar time tudo em cima da hora. No ano que não assegurar uma vaga para série D, fica sem calendário. Não tem como manter uma base se não tem competição”, lamentou.

 

Quanto ao Jacobina, que briga com o Atlântico para não cair para série B do Baianão, Orlando desabafou. “Jacobina vem namorando há algum tempo (o rebaixamento) e o presidente se ‘matando’. Eu creio que esse ano não, com todo respeito ao Atlântico, que até concentramos no mesmo hotel nesse final de semana. Eu desejei boa sorte aos jogadores deles. Mas com todo respeito também ao Conquista e a Juazeirense que diretamente estão envolvidos, eu acho que o Jacobina não cai esse ano, tenho quase certeza disso, mas se não tomar uma providência séria, de mudar a atitude, de ter mais gente trabalhando em prol do clube, uma hora vai cair. É um heroísmo do presidente e de um ou outro diretor que ajuda. A cidade tem um monte de jogador jovem, mas como manter? Se quem tem dinheiro quer entrar para política, para ganhar mais dinheiro. Não quer saber de investir em social. Por outro lado, o cara dá o nome dele para ser diretor de um clube e daqui a pouco cai fora. Quem menos tem culpa é quem vai pra linha de combate. Que é a gente, jogador, diretoria e o torcedor. Que são quem fazem o clube ainda existir. Aí acabam essas pessoas ficando uma contra a outra, e não vão brigar com quem devia ir brigar. Terminar o campeonato agora, o Jacobina se livrar do rebaixamento, tem que juntar 10 mil pessoas e ir pra porta da mineradora e dizer que não vai entrar ninguém. Ninguém vai morrer por causa de mineradora aqui não. Não dá retorno nenhum para cidade. Chega aqui e levam milhões, bilhões de ouro da cidade. Quer culpar os jogadores, o treinador, muito menos o torcedor que vai lá e paga ingresso. Eu acho que está na hora de haver uma mobilização bacana no time”, criticou.

 

Sobre permanecer no comando do Jegue da Chapada após o Baianão, Orlando ainda não tem certeza, mas gostaria de uma resolução positiva. “Se for da vontade de Deus. Estou focado e confiante para me manter no Jacobina ou no futebol da Bahia. Eu só trabalho em um clube que tenha pessoas envolvidas e consequentemente estejam dispostos a lutarem por mudanças radicais no esporte baiano.  Eu não descarto continuar no Jacobina, mas nunca do jeito que o clube vem sendo maltratado. Amado por uma torcida que pode servir de apoio para a direção peitar governantes e empresas multinacionais que vão na cidade só explorar”, concluiu.